Sunday, May 21, 2006

Lovers life

Li e achei o máximo.
E reproduzo aqui, com o devido crédito à autora, que certamente vai arrebatar leitores com esse pequeno manifesto.

minha amante.

não adianta lutar contra a força que empurra: a paz está na madrugada. e mudarei a vida, se necessário, em detrimento dela: ganho menos... trabalho mais - pouco importa - minha força continua na madrugada. não adianta contra argumentar com questões óbvias: o mundo acontece na luz do dia. o mundo pode ser... mas o fruto é gerado nas madrugadas: é nela que a vida respira a vida da vida. e provo com argumentos contundentes que é a madrugada que alimenta a alma dos poetas. minha vida se esconde entre os vôos rasantes da madrugada. [das premissas: logo, sou poeta]. e aceito que o verbo conjuga no dia: maldita instituição falida - esse tal relógio. até pensei em tatuar algum no corpo, marcando qualquer horário morto como aquele em que nasci. que nada. certamente faria homenagem às 3:45. nem me vem com esse papo de saúde... eu entendo e respeito. e até acerto o passo e me esforço... mas minha fé está no silêncio noturno. se preciso escolher... morro mais cedo. mas não me tire as madrugadas. até a raça do miseráveis já elegi, em detrimento do saber inebriante. não adianta forçar a barra e ir contra o que é posto: nasci de uma madrugada fria. não adianta pedir épicos se não forem filhos da madrugada. [logo, sou épica]. e nem vem com esse papo de que a escuridão me deixa pálida. pode até ser – as paixões atormentam... pode até brincar que sou vampiro - de fato: me alimento do sangue-uva das noites. então me tira tudo: a fé e a ordem... só não me tira a madrugada. porque somos amantes infiéis dos dias.
e amantes tem de se consumir até o fim.

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