Friday, December 14, 2007

Triptico

E lá fomos nós pra mais um capítulo da série "os presentes que a sua senhoria dá".
Hoje, em edição extraordinária, fomos as duas, eu e mamãe, trocar os mimos. Dos cinco itens, as pulseiras simplesmente não couberam, nem em mim nem nela, e o que cabia era simplesmente MEDONHO. Foi ótimo ver em outra pessoa a expressão que se faz ao receber um presente daqueles. O brinco que ela escolheu foi um ponto alto. Me lembrou aquelas louças de baquelite dos anos 70.
A mocinha da loja levou um tempão calculando qual era o custo total do brinquedo... tcha-ran. Duzentos e quarenta contos. Quando eu penso que já vi tudo, sempre há uma superação.


***
Pronto, agora ninguém mais me segura.
Adquiri um super Guia Larousse de vinhos.
O próximo passo é catar um curso de sommelier, ou algo que o valha.
Depois dos franceses, chilenos e argentinos que me acompanharam durante o ano, agora comecei a testar as propriedades dos sul-africanos.

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E estes são dias paradoxais. Ou não. Como saber?
Talvez por conta das quarenta e oito horas de chuva ininterrupta, ou pela proximidade do fim de ano e esse clima de balanço incontrolável, o fato é que estou num rebaixamento de humor insuportável.
E enquanto isso, caminho rumo a uma necessidade fortíssima de auto-isolamento. E já comecei em grande estilo: deixei de ir na tradicionalíssima e animada festa de final de ano da biblioteca.
Se pudesse, passava os dias enfiada dentro de casa, ouvindo o barulho da chuva e lendo compulsivamente.
Sem saco até pra small talk de msn. No melhor estilo Philip Slate. Aliás, foi por isso que "A cura de Schopenhauer" me bateu: o anti-social de plantão da história se parece um bocado comigo em várias condutas. Eu juro que tento me conter e até que cumpro bem o papel de arroz de festa, mas estou enjoando desse teatrinho.
Esse é o paradoxo: justo enquanto preciso mais de pessoas por perto, faço o que posso pra deixar todo mundo de fora.

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