Monday, June 26, 2006

Ode Navegante ao Corpo de Luciana

Não foi pra mim, mas fiquei orgulhosa pela xará e me senti homenageada também. ;)

Receio ser esta a melhor maneira
De ao cerne de meu porto regressar:
Afogar-me na violência deste mar,
Teu corpo, que me guiará morto até a areia.

A curva do teu perfil a arrebatar,
Qual maré alta de volúpia, um ardil,
Sereia que este nauta nunca viu,
Correntezas que convidam a singrar...

E se fosses terra firme em meu vagar
Eu te traria meus mapas e astrolábios.
Talvez não fosse mais um trépido em teus lábios,
Pouco mais que um tolo a me afogar...

E se partisses na manhã que o horizonte
Traz à minha nau que, paulatina,
Naufraga sem destino, e repentina,
Aviltasses com uma onda minha fronte,

Eu seria bem mais que um corsário,
Em devaneios de tesouros a encontrar:
Eu seria uma cadeira à beira-mar,
Não balsa rôta e sem intinerário.

Baita, né? Tem mais desses na página do autor.