Friday, June 08, 2007

Behave yourself

Ontem fui a mais uma festa que se inicia na Guanabara, na Lapa.
Como a gente morre e não vê tudo, pela primeira vez eu vi uma pista de dança EM DESNÍVEL. Sensacional. A gente vai dançar e falta chão. Mas tudo bem. Como eu sempre digo, tudo em nome da antropologia.
Happy hour, com hora marcada pra terminar: uma da manhã e todo mundo vira abóbora. Lovely. Os DJ's Incríveis botando pra quebrar, como se isso fosse novidade, eu suando, lavando a alma. Legal à beça.
Mas aí lá pelas tantas cheguei no meu dilema tão usual sobre o que beber, dado o meu eventual saco-cheio para com a cerveja e a indisposição pra me estufar de guaraná. Oh, eles têm um cardápio legal na casa! Oh, eles têm White Russian! Feito. White Russian na cabeça. E viva o grande Lebowski.
Meia noite e meia, eu ia encerrar os trabalhos e resolvi pedir o último White Russian do dia. Cheguei no balcão e de cara já percebi que estava tudo arrumadinho, o pessoal pronto pra acabar com a função, bracinhos cruzados e a pia limpa. Me disseram que não saía mais drinque. Voltei pra pista e comentei. O Rafa não se deu por vencido e foi lá pedir o diabo do drinque. Voltou sem o drinque e com a explicação mais cafa de todos os tempos: acabou o creme de leite. E o gerente não está, e blá blá blá. Ahá... fui de novo. Eu e aqueles peitos que eu aluguei só pra ir lá, sabe? Tudo dentro do top que não sei bem por que diabos inventei de usar por baixo da blusa - o que me salvou da desidratação por suor excessivo, já que por conta disso a blusa foi parar bem-bela num cantinho. Despejei a peitaria em cima do balcão e puxei o cardápio. Veio o barman, prontamente.
"Agora que eu sei que o problema é o creme de leite, deixa eu ver o que eu vou beber".
"HÃ?"
"É, é que eu pedi um White Russian e me dissram que não ia sair porque não tem mais creme de leite".
"QUEM TE DISSE que não tem creme de leite?"
E balançou a cabeça, com aquela cara de "esses romanos são todos uns neuróticos". Foi lá, abriu o isopor, sacou o creme de leite e pegou a coqueteleira. Voilà, um White Russian e meio em meio minuto na minha mão. E a cara mais cândida do mundo me dizendo "agora acabou mesmo, tá?"
Tá, meu filho. Eu sei que era pura preguiça, mas fiquei com vontade de pagar pra ver. E eu não bebo um drinque e meio em meia hora, não te preocupa.

***

Na saída, eu e A Draga Dias em mais um experimento gastronômico-antropológico mandamos ver um dos meus quitutes preferidos: cachorro quente podrão. Eu sempre me divirto. A senhorinha vende cachorro quente na madrugada do Passeio há vinte anos, só pode ter um gosto maravilhoso o negócio.

***

Pois é. E eu aqui contando as desventuras da noite passada enquanto estou me controlando pra não roer as unhas, os dedos e o que mais tiver pela frente. O Salgado Filho está fechado. Ai meus sais. Vai ser um loooongo dia, pelo visto.

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