Wednesday, December 19, 2007

Fairy tale

Aconteceu de novo.
Me apaixonei pela bilionésima vez pela mesma pessoa. "Pessoa" não é o termo. Pela mesma persona, aí sim.
Ontem foi a quarta ou quinta vez em que saí de casa pra ver André Matos e sua trupe (seja lá com que nome, Angra, Shaman ou simplesmente "e banda") - o que fez dele o cara que mais vezes levou meus trocados em shows, perdendo apenas para o Nenhum de Nós que é a atração da noite de hoje. Tomei o caldo do ano, cheguei no Opinião que nem um pinto molhado, literalmente pingando e fazendo "bloch, bloch" dentro do sapato, fiquei uma hora e meia plantada esperando pelo primeiro show da noite e quase tive uma hipotermia de passar tanto tempo vestida como se fosse uma sobrevivente do Titanic.
Mas passado o show da Hibria - oh que bela surpresa! baita banda - entra a banda do mocinho e, por último, o mocinho. Oh meu Deus. Quem roubou o ar à minha volta?
Não é que ele seja um Gianechinni. Tenho senso estético o suficiente pra perceber a diferença entre eles. Só que ele entra no palco com uma camisa branca perfeitamente engomada, coberta por um sobretudo de corte impecável e forro branco. E aquele cabelo que qualquer mulher pediu a Deus. E a voz. E a postura. E aquela cara de maestro que sabe a que veio.
É isso. O cara PODE. E sabe que pode. E está cagando para a insistente microfonia, o som mal equalizado, o bar meio vazio e a platéia fiel pero meio desanimada. O fdp sabe que está no domínio da coisa toda. Que se aquele povo está lá, é para vê-lo, para ouvi-lo, para se embriagar das notas que saíram da sua batuta, dos seus dedos, da sua própria criação.
Ele pode tanto que se dá ao luxo de recrutar pra baterista um pirralho. E anotem esse nome: Eloy Casagrande. Porque o guri ARREBENTA. Nosso leadman deve ter-se lembrado do seu início, também aos dezesseis, lá no Viper. Deve ter se encantado com o peso do braço do guri, com a disposição juvenil, com a pegada.
Mas nem esse guri, nem os Mariutti - que seguem firmes e fortes a tradição brasileira de irmãos talentosos no metal, nem Fabio Ribeiro, nem o novo guitarman que é excelente mas cujo nome ainda não gravei, nem ninguém foi capaz de me impedir de me apaixonar novamente pelo poder de André Matos. Tão impagável em palco e tão gente fina fora dele que teve a gentileza de oferecer uma carona para esta que vos escreve, há nove ou dez anos atrás, na primeira vez em que fui ver a persona ao vivo.
Tentei, mas segui os conselhos União e a boa e velha "Um certo alguém". É melhor não resistir e se entregar. Já era.

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