Friday, September 29, 2006

New day

Chego pra trabalhar ao meio-dia de um esplendoroso dia de sol, naquele esplendoroso salão onde umas 50 pessoas se acomodam entre caixas e caixas intermináveis de livros, pilhas e pilhas intermináveis de livros e fichários e fichários do catálogo de autoridades mais precioso do país. Tudo isso esparramado sob um milhão - atenção. eu falei UM MILHÃO - de obras, organizadas em seis andares de estantes de aço alemão sobre nossas cabeças. Basta erguer os olhos pra dar de cara com elas.
Me sento em um dos computadores disponíveis para dar início à batalha. Eu e o Marc.
Vinte livros depois e quinhentas mil correções - sobra travessão, falta nota 500, esta nota está fora do padrão - estou numa dúvida cruel. Eu odeio catalogar porque não sei ou não sei catalogar porque odeio?
Tendo à segunda opção. Me lembro que desde sempre tive fissura em ficar vasculhando mentalmente possibilidades de classificação e indexação. E desde sempre achei a coisa mais mecânica do mundo ficar catando onde é que socaram o isbn do livro, meu deus do céu?
Quando a gente chega numa biblioteca padrão de qualidade nacional, a gente se dá conta de que a diferença é que a gente tem que gravar mais espacinhos e tracinhos, mas a mecânica é rigorosa e chatamente a mesma. Só que tem que olhar no catálogo do isbn - e, em alguns casos, fazer uma nota 500 de "o isbn impresso no livro não é correto" ou algo que o valha.
Para minha sorte, o deus dos tchubidus está me acompanhando nesta nova fase da vida e a partir de segunda feira abandonarei minha curta carreira de catalogadora para virar novamente classificadora. Com um novo desafio: reaprender a CDD, que não vejo há uns bons oito anos. E em nova e última edição. Segurem-se. Eu passei a mim e a outra colega só com as MINHAS provas de CDD na faculdade.

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