Bilhetinho azul
Naquele dia muito estranho, ela acordou sem vontade de acordar, nem de tomar café, nem de ler o jornal, nem de ir ao banheiro.
Foi para o computador e viu que a caixa de mensagens dele estava aberta.
E pela primeira vez, ela procurou. E achou.
Estavam ali todo o desafeto, todo o desamor, todos os não-beijos, os não-afagos. Todo o não-cuidado em fechar a porta levemente, os beijos que ele não mais dera antes de sair pela manhã, o não-diálogo. As quinquilharias, compradas todas à guisa de amor.
Estava tudo ali.
Endereçado e reservado para outro leitor, para outros olhos, para outra cumplicidade.
E ela, afogada naquilo tudo, perdida num mar de segundas-feiras sem fim.
Indecisa entre o riso, o choro, o ressentimento, o grito, ela tomou três Amytril e voltou a dormir.
Foi para o computador e viu que a caixa de mensagens dele estava aberta.
E pela primeira vez, ela procurou. E achou.
Estavam ali todo o desafeto, todo o desamor, todos os não-beijos, os não-afagos. Todo o não-cuidado em fechar a porta levemente, os beijos que ele não mais dera antes de sair pela manhã, o não-diálogo. As quinquilharias, compradas todas à guisa de amor.
Estava tudo ali.
Endereçado e reservado para outro leitor, para outros olhos, para outra cumplicidade.
E ela, afogada naquilo tudo, perdida num mar de segundas-feiras sem fim.
Indecisa entre o riso, o choro, o ressentimento, o grito, ela tomou três Amytril e voltou a dormir.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home