Saturday, July 07, 2007

Being boring

Vou te contar. Mulher quando tira pra ser fresca ou chata ou grossa, sai da frente.
A pessoa empresta o playground a céu aberto de casa pra festa alheia, que contará com equipamento de som profissional e sabe-se lá quantas pessoas.
A proposta é de queijos e vinhos - em pleno inverno a 27 graus no Rio de Janeiro.
Cá com meus botões, a merda já estava configurada.
Chego lá com meu briezinho de lei e, bingo. A mesa tapada de salgadinhos, batata frita, kibe... queijos? Talvez nas pastinhas.
E é ÓBVIO que a grossura ia bater na galera e não ia haver uma garrafa de vinho que combinasse com o clima. Óbvio. Essa gente pensa que queijos e vinhos teletransportam para o Rio Grande do Sul à simples menção do evento. Tipo Beetlejuice, sabe? Aí no calor dos 26 graus da madrugada, dê-lhe vinho tinto. E cerveja, refrigerante, uma batida lilás que me neguei a descobrir o que era, já viu. Uma zona - e nenhuma garrafinha de um bom e apropriado branco, ou um prosecco que cairia como uma luva.
As bebidas todas gentilmente acomodadas num TANQUE GIGANTE com gelo, o que fez com que todo mundo se molhasse ao se servir. Era uma espécie de pescaria de festa junina pra conseguir pegar o que beber. As bebidas light acabaram lá por volta da meia noite e meia e eu me vi mal, véinho.
Mas o melhor da hostess ainda estava por vir. Depois dos comentários super pertinentes de que ela era uma mulher meio esquisita e da polícia batendo pra mandar abaixar o som (afinal, lembremos, tratava-se de festa a céu aberto), às duas da manhã ela simplesmente DESLIGA a caixa de luz inteirinha, ameaçando os equipamentos e deixando todo mundo no escuro. Isso é que é educação.
No final, contendo a minha vontade de dar um soco nela pela falta de senso de existir no mundo, ainda ajudei essa estúpida a levar uma mesa (porque a lady não conseguia levantar aquela mesinha ridícula sozinha) e ela foi incapaz de ir se despedir da aniversariante. Bateu a porta de casa no meu nariz e deve ter ido imediatamente tirar o reboco da cara, porque àquelas alturas já devia estar derretendo e alguém ia descobrir a bruxa por debaixo da maquiagem.
Eu devia era ficar rica dando aula de etiqueta.

***
E fora aqueles papos clássicos que só uma mulher consegue. Coisas como ficar uns bons vinte minutos contando sobre como uma barata aterrorizou o seu dia a ponto de ir dormir na casa de uma amiga.
Graças a Deus o set de funk da festa não foi tão longo e eu sobrevivi. Mais um dos meus experimentos antropológicos.
Tá, tá. A aniversariante é uma fofa, delicada, gentil e estava passada da vida com a maluquice da amiga hostess. E ainda me brindou com o meu terceiro kalanchoe em um ano. Será que esse vinga?

2 Comments:

Blogger Anamein said...

vem semana que vem aqui em casa, aniver do papis e meu, queijos e vinhos de verdade com certeza estarão no menu...

Me disseram que tu vai fazer doutorado em antropologia... é verdade? heheh

5:06 PM  
Blogger Vica said...

Guria, que sarro esse teu post. Queijos e vinhos no Rio de Janeiro?? E a hostess?? Fantástica!! hehehe

10:02 PM  

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