Monday, April 30, 2007

Man! I feel like a woman

Pronto.
Não bastassem os dois testes que fiz que disseram que tenho um cérebro masculino (um deles, o do livro "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor" - recomendo pra todo mundo; o outro da BBC), hoje o radiologista de posse do meu raio-x dos seios da face vem dizer que eu tenho o lobo frontal muito grande para uma mulher!!
Para minha sorte é como disse o outro lá numa dentre tantas das suas pérolas: "ou tu tá me enganando muito bem ou o teu negócio é homem mesmo!" Hahaha...

Waiting for somebody

Pra cada um, uma (ou várias) desculpa(s).
Muito novo. Muito chatinho. Fala muito. Muito desajeitado. Muito baixo. Muito gordo. Mora longe. Longe demais. Mora com os pais. Muito magro. Muito egocêntrico. Muito maluco. Fuma demais. Bebe demais. Cheira demais. Tem filhos. Tem ex-mulher. Ciumento demais. Agressivo demais. Escreve mal. Se veste mal. Não sabe dançar. Trabalha de noite. Trabalha de dia. Trabalha demais. Não sabe inglês (e portanto não vai entender meus recados musicais). Tem sotaque demais. Não come verdura. Não come carne. Não deu AQUELA liga.
Daí fica fácil, né?

Sunday, April 29, 2007

Some unholy war

Quando eu terminei de ler "A menina que roubava livros", de Markus Zusak, eu chorava tanto que tive de tirar os óculos e afastar o livro antes que ele tomasse o segundo banho da semana.
Não sei se é o cansaço, o inferno astral, o resfriado ou pura e simplesmente o fato deste ser disparado o melhor livro que li nos últimos tempos. Se em vários lugares ele está classificado como literatura infanto-juvenil, preciso discordar. Nenhum adolescente conseguirá alcançar o horror da guerra do Führer que este sujeito genial descreve no calhamaço de 500 páginas.
Bem, o Pequeno Príncipe também é infanto...
Mas este caso é diferente.
Como diz a própria contracapa do livro, quando a Morte conta uma história você deve parar para ler.

Makin' Whoopee

Só mesmo uma taurina poderosa poderia cantar essa música.
Happy B-Day, Michelle Pfeiffer.

Saturday, April 28, 2007

More than anyone deserves

Alguém pode me explicar por que é que aquela xarope da Angélica pôde ver e tocar na Bíblia de Mogúncia da BN e eu não?? Por que é que Angélica e Vladimir Brichta andam pelos armazéns assim de graça e eu não?
(Aliás, alguém me explica que moda de BN é essa por aí? Ana Virgínia está na Globo pela segunda vez esta semana!!)
Mas demos a mão à palmatória. A matéria da Angélica na BN foi linda. E é lá que eu trabalho, para meu particular deleite.

Here comes your man

Foi eu abrir os olhos e tentar me mexer pra me dar conta.
Lá vem ele.
O RESFRIADO.
Só podia, né? Queda de dez graus de um dia pro outro, banho de chuva e todas essas ocorrências maravilhosas do outono na Guanabara não podiam deixar em paz a saúde alheia.

Debaixo dos caracóis dos seus cabelos

Não adianta.
Quando a gente acertou o olhar para uma determinada coisa, aquela coisa não some da nossa retina.
Eu fico me esforçando pra não dar na cara, mas a minha verdade é esta: nada como um belo perfil.
Nada como um belo perfil de fartos cabelos mal presos sobre os ombros e de franja caindo displicente de lado.
E a beleza não é escancarada, não é física, não é escultural. É algo que não dá pra dizer e que talvez esteja mesmo só dentro da nossa retina, na nossa fantasia, e não no perfil em si.

Show de rock'n'roll

E ontem eu matei dois coelhos com uma caixa d'água só.
Fui conhecer finalmente o lendário Circo Voador e vi um show do Roupa Nova. Digam o que quiserem, que é brega, que é populacho, que é qualquer coisa. Eu só digo o seguinte: os caras são FODA. O show é SHOW. Produção impecável, os caras não erram uma nota, showbiz de altíssima qualidade.
Evidentemente nem tudo foram flores. A produção do Circo Voador deixou a desejar, abriu os portões tarde, o show começou tarde e todo mundo na fila comeu a maior areia quando a ventania das nove da noite pegou todo mundo de assalto.
E eu estou imbatível no meu magnetismo para com mulheres histéricas. Sempre tem uma babaca que usa um cabelo comprido até a cintura e não anda com um elástico na bolsinha Vitor Hugo, daí fica rabanando aquela crina toda pra todos os lados de cinco em cinco minutos, estapeando quem estiver por perto - no caso, eu. Sempre eu. A histérica sempre tem uma voz insuportável e está a bordo de uma sandália de salto fino, um namorado babão e uma amiga inseparável e igualmente histérica.
No caso em tela, a histérica também era bagaceira e assoviava pondo os dedos na boca. O tempo todo. O que me deu uma dor de ouvido considerável e uma profunda irritação. A histérica sempre quer competir com a banda pra ver quem canta mais alto, dá gritinhos quando o mais gostoso no palco é apresentado, faz dancinha nas músicas que conhece, custa a reconhecer algumas músicas mas pula de felicidade quando acerta que música é.
E eu SEMPRE acabo parando do lado duma praga dessas. Ontem, aliás, não fui eu quem parou do lado delas: elas é que me cataram no meio do povo todo e se postaram mal-educadamente exatamente na minha frente. E eu, uma espectadora moderada, uma ouvinte atenta e de hábitos operísticos diante de apresentações, sendo obrigada a aturar aquelas pentelhas de marca maior.
Mas nem essas xaropes desclassificadas tiraram o brilho do show. Fiquei na saudade de ouvir "A lenda" e "A viagem", mas a exibição foi de fato impecável. Show de rock'n'roll, pra quem acha que Roupa Nova é só música pra empregadinha doméstica.

Friday, April 27, 2007

Could it be any harder

Até que demorou pra acontecer algo com cara de inferno astral de verdade.
Mas eu devia ter desconfiado que era hoje.
Era ÓBVIO que o pé d'água ia cair justo no dia em que eu saio de branco e sandália.
Era EVIDENTE que a pateta aqui ia deixar a janela escancarada, já que o sol estava se anunciando mesmo.
Era MAIS DO QUE CLARO que o aguaceiro ia desabar antes que eu pudesse chegar em casa a tempo.
Era LÍQUIDO (hahaha, infame) E CERTO que minha cama ia ficar ensopada por inteiro, meu quarto ia parecer uma cabine do Titanic, meus livros iam ganhar algumas marcas de água a mais e meus textos iam se espalhar e se dissolver pelo poder da tempestade.
Resultado: sofá, aí vou eu. Porque eu ME NEGO a arrumar tudo isso agora. Mais tarde dou um jeito.

Thursday, April 26, 2007

Noite do prazer

Mais um pra série "passou na minha mão".
O título é algo como "Perdoem nossos prazeres" é é de uma futilidade comovente. A autora é uma argentina, cujo nome exato me escapa agora. Sei que o sobrenome é Russo.
O livro é pra ser uma compilação de pequenas reflexões sobre pequenos prazeres ditos femininos: uma taça de borgonha, ficar em silêncio só em casa, dormir sozinha, dormir acompanhada, um bom banho, cinema sozinha, chocolate. Mas o mais delicado, me parece, é o intitulado "Não dói mais".
Não lembro exatamente do texto todo, mas a primeira frase é ótima.
"É como uma festa surpresa que damos a nós mesmas."

***
Sim, até porque há de ter alguma compensação para este calor dos infernos. Que dia medonho.

Wednesday, April 25, 2007

Music

Minha Santa Madonna, valei-me.
Um set que não é o meu e que tem George Michael (três!!), INXS (duas!), Pink Floyd, Elvis, Cake, A-ha e tantas outras coisas não pode ser de graça.
Music makes the people come together. I DO hope so.

O passo do elefantinho



Este é o PAC-Derme, o mascote da mobilização que os servidores da Cultura promoveram hoje.
Fizemos uma passeata saindo do Palácio Gustavo Capanema em direção ao Paço Imperial, todos de preto debaixo do sol escaldante. Agora é esperar que surta algum efeito.

Hot stuff

É pleno outono, quase maio na Guanabara, e os termômetros da Glória marcam QUARENTA GRAUS.
Não dá, né?

Tuesday, April 24, 2007

Respect yourself

Alô povão agora é sério. De verdade.
Amanhã os servidores do Ministério da Cultura vão fazer mais uma paralisação pra ver se o Governo dá tratos à bola e pára de enrolar a assinatura do Plano de Carreiras já negociado e aprovado desde 2005.
Se este ato não surtir efeito, os servidores vão iniciar, em 15 de maio, GREVE por tempo indeterminado.
O que eu quero dizer aqui é que, ao contrário do que a maioria das pessoas pensa a respeito dos funcionários públicos - que não trabalham, que é fácil, que ganham bem (ou como diria uma senhorinha num coletivo de Porto Alegre, que ganham um dinheirão pra não fazer nada) - os servidores do Ministério da Cultura são pessoas de alto nível, grande preparo, formação rigorosa, que passaram por uma seleção difícil para ganhar a título de vencimento básico MENOS DO QUE UM SALÁRIO MÍNIMO. Esta talvez seja a chacota maior, a vilania mais baixa da situação toda. O governo consegue ser inconstitucional em sua própria folha de pagamento, sendo obrigado a "corrigir" o salário básico de um técnico de nível superior para alcançar o mínimo estabelecido a título de remuneração devida a um trabalhador. Evidentemente, nenhum técnico de nível superior se sujeitaria a trabalhar por um salário mínimo e, então, os salários dos servidores da Cultura são acrescidos de uma montanha sem fim de penduricalhos e gratificações que em nada nos orgulham. São, isso sim, o retrato de uma perversidade que se perpetua até que atos extremos como uma greve aconteçam.
Então, minha gente, ou algo acontece e a sociedade também se mexe ou o Pan vai ver um Rio de Janeiro de instituições públicas fechadas e de luto. Um luto pela própria dignidade do servidor público, por condições dignas e remuneração justa pelo trabalho de alto nível e competência que todos desenvolvemos.

Comida

É o fim dos tempos.
Eu, uma junkie food addicted convicta e desesperada para mandar ver aquele cachorro quente podreira que só a esquina da República tem, comendo cordon bleu e lentilhas na falta de qualquer podreira à mão.

Monday, April 23, 2007

Feng Shui

Já que já entramos no mês taurino...
vocês conhecem uma moça chamada Linda Goodman? Pois ela é a autora do livro mais assustador que eu já tive o prazer de folhear. Chama-se "Seu Futuro Astrológico" e ela se dá ao trabalho de discorrer sobre as características de cada signo, entrando em detalhes quando os nativos são homens, mulheres ou crianças. Querem me ver?

"Talvez comece a se evidenciar que seu bebê recém nascido é um taurino quando você tentar vesti-lo para levá-lo do hospital para casa.

– Ponha seus bracinhos no suéter que Vovó fez – diz você com a voz cheia de ternura.
– “Porque está fechando as mãozinhas?
– Deixe-me tentar – dirá seu marido – Ok, rapaz, vamos enfiar estes braços nas mangas. Está me ouvindo? Mexa os braços!
Entra a enfermeira.
– Não se preocupem – diz – Eles são sempre difíceis de vestir quando pequenos. Mas que bebê ótimo, não faz um ruído!
– Sim, ele é calminho, diz seu marido – mas cruza os braços tão apertados... Ele tem muita força.
– Acho que ele não quer botar o suéter, intervém você com o despertar de intuição maternal...
A enfermeira aproxima-se do seu tourinho com eficiência de profissional.
– Deixe que eu faço isto – E força passar o braço do bebê pela abertura do suéter.
De repente o rosto do seu filho fica arroxeado e ouve-se um grito que é mais um rugido. Seu bebê de Touro está apenas anunciando que não gosta de ser forçado. É um aviso. E será repetido. Os vizinhos ouvirão o mesmo som todas as vezes que você tentar obrigá-lo a fazer o que não quer. Haverá probleminhas como tentar meter o mingau numa boca que parece colada ou forçar um corpinho cor-de-rosa, que se transformou de repente em cimento rijo, a entrar na banheira. É... As mães de filhos de Touro têm músculos como os do Popeye, embora pareçam tão cadavéricas como a Olivia Palito. Porém, fora a teimosia, o bebê Touro é adorável de criar. Eles são extremamente amorosos e adoram ser abraçados, acarinhados.
Em geral, parecem ser mais competentes do que os outros. São emocionalmente estáveis, raramente sujeitos a crises de impulsividade ou exibicionismo. Não se perturbam com facilidade. Exceto quando forçados a fazer alguma coisa, são calmos e alegres. Há nele uma maturidade que falta nas outras crianças (exceto as de Capricórnio e Escorpião).
A única maneira de abordá-lo é pelo amor. Jamais pela força Fale sempre com delicadeza e lógica. Ele fechará os olhos e ouvidos às ordens dadas aos gritos. É capaz de resistir a essas ordens até o dia do juízo. Mas nem por um minuto é capaz de resistir à afeição.
As cores e os sons afetam profundamente seu temperamento e emoções. É uma boa idéia dar a uma criança de touro lições de música o mais cedo possível e providenciar para que tenha bastante papel e lápis de cor. Desenhar é sua maneira favorita de se expressar. São aplicados na escola, aprendem com método e têm grande poder de concentração.
Sua mente absorve devagar, porém jamais esquece o que aprendeu. Não raro são escolhidos como chefes das atividades do grupo devido ao seu amor pelo jogo limpo e pelo evidente bom senso e discernimento.
Quando for mais crescido, não vai dirigir o carro do pai a toda a velocidade, nem acabar em cima de um poste. Ele pode comer a galinha assada que você estava guardando para o jantar, mas ficará a vontade em seu coração, quando for grande. Jamais esquecerá o aniversário de quem gosta.
Eduque seu tourinho ou sua novilhazinha num ambiente de conforto, numa atmosfera cheia de amor. Cerque-os de afeto em vez de uma cerca invisível de arame farpado. Não os irrite muito, e deixe-os viver o seu ritmo calmo. Encha-lhes os ouvidos de música e os olhos de beleza, e um dia eles encherão seu coração de paz."

Scaring.
Quem quiser se ver também, tá aqui, ó.

Eat the rich

Eu só queria entender, meu São Jorge da Capadócia, por que é que eu insisto em comer um Big Tasty sabendo que ele não cabe na minha pancinha?
Jesus. Comi tanto que saturei meus neurônios e não consigo nem pensar em ler, que era o que eu deveria estar fazendo para aproveitar este feriado divino.

Jorge da Capadócia

Salve Jorge.
Eu que estou vestida com as roupas e as armas de Jorge
e me preparo bem-bela pra esse FERIADINHO
que só a Baía de Guanabara proporciona.
UHUUU

Sunday, April 22, 2007

Please don't let me be misunderstood

Ehm. Como direi.
Assim como tem gente que nasceu pra arrasar, tem gente que nasceu pra me confundir.
E pra ser eternamente mal resolvido, e encanado, e fazer a gente sentir que está de volta àqueles anos dourados onde a maior preocupação não era se ia dar pra pagar o aluguel no fim do mês, mas se a mãe tinha comprado coca cola pra galera que ia lá em casa na sexta de noite.
Sabe o que é difícil?
Depois que a gente vê um filme como Mr. Jones - e quando digo "a gente", por favor leiam "eu" e mais quem se identificar -, fica meio desorientado entre se identificar com ele ou com ela. Porque, ao mesmo tempo em que sou cerebral como já comentei abaixo, estou contente em ser o centro do mundo. (HAHAHAHA)
E como o centro do mundo, estou preocupada em ter a simpatia da maior parcela possível de pessoas.
E com isso, acabo deixando de dizer determinadas coisas que as pessoas precisavam ouvir.
(Sim, eu sou uma séria candidata a úlcera)
Embora em alguns casos eu consiga simplesmente dizer "foda-se, não posso mudar o que os outros dizem e/ou pensam sobre mim", na maioria do tempo isso me preocupa e me faz tentar mudar o que os outros pensam. Especialmente quando os outros são outros que me são caros.
Mas também não posso mudar o mundo - e mais e mais, tristemente, percebo isso.
Então, se os outros, mesmo caros, estão a fim de parecer que voltaram no tempo, paciência.
Eu não posso mudar o mundo. Já passei dessa fase, não sou o John Lennon, nem a Madre Teresa.
Mas o mundo dá voltas, e isso eu também não posso mudar.

Mr. Jones

"[...] é solitário. Ela vive num país estranho a ela. Sua alienação é intensificada por se defrontar todos os dias com as depressões das outras pessoas. Ela é toda cerebral. E quando Mr. Jones mexe com seus sentimentos, o intelecto não consegue compreender. Isto é muito sedutor."

Podia ser sobre mim, mas não é. É sobre a psiquiatra que Lena Olin faz no filme Mr. Jones, vivido pelo muito bom Richard Gere. Curioso é que a música do Counting Crows nada tem a ver com o filme - embora fale, basicamente, sobre um personagem muito parecido.

I wanna be a lion
Everybody wants to pass as cats
We all wanna be big big stars but we got different reasons for that
Believe in me, cause I don't believe in anything
And I wanna be someone to believe.

A tempestade

Eu não quero nem ver quando cair essa água que tá prometendo.
Raios e trovoadas à vista.

The heat is on

E bota ON nisso.
Pela primeira vez neste um ano de Rio de Janeiro, me vi obrigada a apelar para um salzinho lá pelas cinco da manhã por não suportar o calor da pista de dança, a pressão lá no dedão do pé.
Eu devia ter desconfiado quando depois de quatro horas minhas unhas não haviam secado ainda.
Até parece aquela panelinha de pressão do paralelo 30 que conhecemos tão bem. Aquela que sufoca.
E pra completar o quadro, parece que tomei uma overdose de chimarrão ontem e agora tô numa ligadeira digna de nota. Não consigo dormir. Se cochilo, sonho com comida.
É, eu sei que é fome. Mas e a preguiça, fica onde?

Relicário

Fase 1: Engenheiros do Hawaii, Ace Ventura, Live, A-ha, Iron Maiden, True Lies, feira de ciências e fim.
Fase 2: Red Hot Chilli Peppers.
interlúdio: The Calling.
Fase 3: pista de dança, Sol e Maroon 5.
Pronto, tudo encaixotadinho.

The sign

É muito, muito fácil de perceber quando minha mamãezinha andou por aqui.
Tem coisas que só frequentam a casa junto com ela.
Guloseimas, chocolates, pão de soja, leite desnatado, frutas, chicletes. A casa fica cheia dessas coisas.
Sabe formiguinha que precisa armazenar?
Pois é. Eu sou a cigarra que vai ali no Zona Sul quando precisa.

The Clairvoyant

Não bastasse a "sorte do dia" do Orkut, ainda tem esse maldito Personare. Olha isso:

Sol na casa 10, lua na casa 1
22/04 (hoje) às 21h25 a 25/04 às 20h39

Eis que, entre os dias 22/04 (hoje) às 21h25 e 25/04 às 20h39, a Lua entra em seu quarto-crescente. O conflito aqui envolve carreira versus anseios pessoais. É bem provável que você, Luciana, venha a perceber de uma maneira bastante clara todas as coisas que lhe incomodam em seu trabalho ou estudos. A idéia do momento envolve a percepção da defasagem entre o ideal e o real. Há também um choque entre quem você é de verdade e aquilo que a sociedade exige que você seja. Como a fase envolve um conflito, é bem provável que você sinta suas energias vitais em baixa, portanto não é recomendado que você abuse nestes dias, se alimente direito e durma bem, caso contrário pode sentir fraqueza e alterações fortes de humor.

Too late...

Saturday, April 21, 2007

Sailing ships

Uma das melhores cenas que vi recentemente.
O filme é o segundo Piratas do Caribe que só pelo cast masculino já vale.
Mas a cena do beijo entre o Johnny Depp, sempre ele, e a Keira Knightley, no convés do navio, afe, essa vale até uma pausa pra um copinho d'água.
Nada contra o Orlando Bloom, a quem sou francamente simpática. Mas é que contra Jack Sparrow - o único ser de quem perdôo os dreadlocks - é até covardia.

The principles of lust

Esse cara sabe das coisas. Xico Sá:

"As melhores não se desesperam. Já imaginou Ava Gardner em desespero? Nem com Frank Sinatra, a quem enlouqueceu todos os sentidos. E não me venha dizer que isso seja frigidez, frescura ou algo da linha.

Uma coisa é a gritaria, quase um SOS, incêndio do Joelma ou sinistro urbano do gênero. Outra é a gemedeira gostosa, fungada sentida, fogo nas entranhas, calor na bacurinha, quase um decassílabo a cada descida, lirismo sem fôlego, asma do amor."

Love is a many splendored thing

Faz duas semanas que eu tenho alguém que me ama.
Ele me manda mensagens, flores virtuais, cartões.
Ele me ama tanto que já me pediu em namoro, em noivado e em casamento. Já sonhou com nossos filhos e no quanto seremos felizes juntos.
O amor não é uma coisa linda?
Seria lindo se eu pelo menos já tivesse visto o sujeito, uma vez que fosse.
Mas não.
Eu nunca vi a criatura.
Aliás, eu tive um - e apenas um - diálogo com ele.
E não foi sobre assuntos românticos.
Foi sobre genealogia.
Não foi nem um diálogo propriamente. Eu respondi um e-mail.
E agora só falta saber o número da conta bancária do cara.
Que está atualmente a sabe deus quantos milhares de quilômetros do Rio de Janeiro.
O amor não é uma coisa linda e idiota? E insana?
Mas vem cá, nós estamos falando de que mesmo?

Friday, April 20, 2007

Radio

Aí andaram futricando no meu despertador - que tocava com a espetacular Paradiso e eu sempre acordava bem-humorada.
Mas mexeram na porcaria do botão e eu sempre esqueço de sintonizar de novo.
E aí eu me vejo na triste situação de acordar com um sujeito berrando "Quero bebeeeer.... estou desesperado..." em um ritmo que, confesso, não me dei ao trabalho de ouvir mais para descobrir o que era.
Fim dos tempos e de todas as várzeas.

Rubina's blue sky happiness

Lilia Schwarcz, aquela pesquisadora tudibom a quem já me referi anteriormente neste mesmo blog, está conduzindo atualmente uma pesquisa sobre a chamada Missão Artística Francesa no Brasil de 1816. Foi quando D. João VI teria supostamente requisitado a presença de artistas da Academia francesa para virem retratar a colônia. Ela prova por a + b que a vinda destes artistas não tem, na verdade, nada de missão.
Um dos artistas era Nicolas Taunay, que tinha inclusive se prontificado a ser tutor das princesas. Taunay, à época, teria dito que o Rio de Janeiro era surreal demais para ser pintado. Todas as
cores dos trópicos eram exóticas demais e não estavam em sua palheta.
Ao final, quando voltou para a França, Taunay disse que a única coisa que levou consigo do Brasil era o céu.
Deve ter sido por conta de dias como hoje. Esse céu de brigadeiro, esse azul extraordinário.

Edge of the world

(é o que ouço, relutando em permanecer na cadeira sentada)

Pois hoje fui lá desbravar um dos bairros que, reconheço, ignoro mais do que o desejável: Santa Teresa. Que eu nunca sei se é com S ou com Z. Mas prometo fazer essa pesquisa e trazer esse resultado tão relevante para as minhas samambaias em breve.
À procura do tal Largo das Neves, fui parar num lugar que nem sei que nome tem, mas tem três botecos adoráveis, num dos quais fui aportar. E não perguntem o nome, mas é o melhor chope de Santa. E tem petiscos excelentes. É conhecido como Bar do Gomez, mas vá saber qual é o nome oficial.
Enfim, fica a dica. É numa das esquinas da Áurea.

Sway with me

(uma primeira e singela homenagem)
GRAU ONÍRICO: 9

Eu era de Câncer, ele de Touro.
A gente acreditava em horóscopo. Eu, então, era capaz de jurar sobre a Bíblia que ele, um taurino nato, era o deus do sexo que eu sempre esperei. Afinal das contas, vá olhar o que qualquer horóscopo diz sobre eles. As comunidades do Orkut, então, benzadeus. Dão calor só de olhar. Sobre o beijo, sobre tudo. Não quero nem pensar nisso.
Aí, depois de pouco tempo, vieram as decepções.
Primeiro, ele não era aquela Brastemp. Eu reconheço. Era um amor, delicado e gentil. Mas, vamos combinar, mulher gosta é de pegada, não de gentileza. Gentileza a gente deixa pro cabeleireiro na hora da chapinha. Gentileza também é aquele poeta... mas deixa pra lá, não vem ao caso. Ele era um amor. Fofíssimo. Mas fofo também é o meu urso... enfim, vocês entenderam.
Segundo, eu me apaixonei. O que foi uma decepção de mim para mim mesma. Sabe como é? A gente nunca espera se apaixonar por um tipinho desses. Enfim, aconteceu.
E terceiro, ele me trocou por uma escorpiana. Um praticamente inseto!! A sujeita chega, com todo aquele veneno, e leva a criatura por uma chantagem barata. Disse a ele qualquer coisa sobre se matar e tal... e ele caiu, como um patinho. Como um boi cairia num desses mata-cavalo de entrada de fazenda qualquer.
É. Pensando melhor, eu levaria na boa qualquer boi, qualquer mísero boizinho que se vende por uma chantagem barata. Mas não estou interessada. Quero é um touro de verdade, disposto a sangue escorrendo diante de cada estocada minha. Quero é um sujeito que se dê, que se doe, que se mate e morra por mim diante duma arena lotada como o Banderas faria. Eu quero é mais. Sempre mais.

Wednesday, April 18, 2007

Van Diemen's Land

Ah é.
Ainda vou matar alguém de inveja com essa minha vidinha.
Para acompanhar os três litros e meio de Guinness que eu tomei ontem - seis pints, cada um com 568 ml - fui docemente apresentada ao mais velho dos Jameson: Jameson Gold.
Uma pérola.

Take me out

Tem gente que nasceu com o dom de arrasar.
Peguemos aquele sujeito, por exemplo.
É, aquele mesmo. Aquele esculpido numa forma única que jogaram fora depois.
Aquele que está a media luz o tempo todo.
Mesmo a media luz, ele consegue adivinhar que estas unhas não são pretas. Ele visualiza que é talvez um vermelho muito escuro, mas não são pretas.
Sim, as unhas são cor de uva.
E enquanto ele fala sobre isso, sorri com todos aqueles dentes impecáveis. E aquela maldita mecha de cabelo cai de lado na testa.
E eu quase caio da cadeira.

Little red Corvette

I guess I should’ve known by the way U parked your car sideways
That it wouldn't last
See, U're the kinda person that believes in makin' out once
Love 'em and leave 'em fast
(...)
But it was Saturday night, I guess that makes it all right
And U say - "What have I got 2 lose?"
And honey, I say Little Red Corvette
Baby, U're much 2 fast
Little Red Corvette
U need a love that's gonna last

Tuesday, April 17, 2007

Bad medicine

Já que este final de dia está se puxando na escrotidão, pelo motivos a saber:
1) fiquei DUAS HORAS enfiada num ônibus pra vir do Galeão até em casa;
2) nestas DUAS HORAS estive sofrendo de dor de cabeça e cólicas, quadro típico das segundas-feiras que está casualmente atrasado;
3) por conta destas DUAS MALDITAS HORAS acabei me atrasando e não pude comparecer a uma reunião;
4) chego em casa e descubro que o maluco doidivanas da hora não desistiu de me escrever com juras de amor - note-se que eu nunca vi o sujeito, atualmente a mais de 1500 km do Rio de Janeiro e com quem troquei UM e-mail que versava sobre genealogia;
não custa escrotizar de vez o dia e tascar os episódios médicos recentemente ouvidos, que de tão bons parecem até piada. Mas são verídicos. Os ginecológicos ocorreram em Petrópolis; o dermatológico em Porto Alegre.
1) A mulher dá entrada na emergência, urrando de dor, com infecção, pedindo pelo amor de deus um analgésico. O (santo) plantonista deita a sujeita na maca e pede que ela abra as pernas - movimento quase que seguido de desmaio do dito plantonista, tamanho o cheiro exalado. Sabe o liquidificador de merda de Copacabana? Eu imagino aquilo. Aí o sujeito se mune de toda a ética médica que aprendeu na escola e vai lá, examinar a criatura. E com a pinça ele tira lá de dentro (sim, de lá mesmo, de onde vocês estão pensando) um BIFE PODRE enrolado. E a mulher entra em desespero. "Não doutor, não tira isso daí não que tem que ficar mais uma semana senão não dá certo!!"... enquanto o doutor usa de seus instrumentos para desenrolar o bife e descobrir que dentro há um papelzinho escrito "Reginaldo".
2) O mesmo plantonista, meu candidato à próxima canonização brasileira, explicando para uma senhorinha que ela está com candidíase e precisa tratar. Didaticamente, ele dá todas as instruções, de que o companheiro também precisará de tratamento, etc. E ela, candidamente como convém, pergunta "Mas do que é que o sr. está falando?". E ele responde "Dessa gosminha branca, senhora". E ela "AAAAhhh não, doutor, não mexe nisso aí não que é o queijinho do meu marido e ele adora!!"
3) O sujeito vai na dermatologista com uma bolinha branca nas costas. Diagnosticado o cisto sebáceo e prescrito o tratamento, vira-se o sujeito e pergunta "Tá, doutora, mas aí eu vou parar de ouvir as vozes?" A médica, não totalmente certa de que entendeu a pergunta: "Hein?" "É doutora, é porque essa bolinha aí fala comigo." Aí, ao invés de uma receita dermatológica, o sujeito evidentemente ganhou um encaminhamento pro setor psiquiátrico do hospital.

É pra onde eu quase vou. Só não vou porque algumas pequenas coisinhas salvam o dia, a saber:
1) Chego em casa e tem mails contando que há esperança no mundo, violinos são o que há na face da terra e dançar cura até frieira, eu aposto;
2) Alguma boa alma que não sei quem foi resolveu relançar uma música do disco velho do Maroon 5 na rádio e, por conta disso, escuto Sunday Morning com uma frequência adorável;
3) Alguma alma resplandecente resolveu tocar Adrienne, do Calling, no rádio hoje, minutos depois de eu mentalizar que gostaria muito de ouvi-la;
4) Ambas as músicas me trazem boas e doces lembranças. Só não são tão doces nem tão boas porque, enfim, a vida é uma merda mesmo. Maaaas,
5) sempre há a possibilidade de ir tomar um chopinho daqui a pouco. No caso específico deste dia maldito, uma Guinness me aguarda, se eu tiver forças e humor para sair de casa.

Monday, April 16, 2007

Advice for the young at heart

Soon we will be older.
Eu, pelo menos. Ha ha ha.
I mean, oficialmente older. Mais older do que fico diariamente.

Carpinejar do dia:

O corpo me envelhece e me põe a exercitar outras virtudes. Ele muda, mas não me troca.
Quando amo, sou inteiro corpo. Muito mais corpo do que alma. O corpo não precisa esperar a noite por uma mulher. O corpo já tem a noite dentro de si.
Beije o corpo com suor, não com os lábios. O suor é boca pelo corpo.
O corpo se arrepia. A alma se convence.
O corpo. O corpo. O corpo.
O corpo é essa garrafa que quebro para viver derramado.

Sunday, April 15, 2007

Quatro vezes você

Moreno e alto.

Tá, tá, tá. Fiquei procurando algo que pudesse combinar com este título, mas é só o que estou ouvindo agora.

Depois desse findi, tô dimulida, como diria uma pessoa tosca cuja citação me passou há um tempo que nem lembro mais.
Depois da qualificação maldita, com direito a perder arquivo, gogó show e etc. e talz.
Depois de uma tarde de três horas de desmaio na cama, e uma noite de chope e pista.
Depois de um sábado de bode total e absoluto.
Depois de um domingo em Petrópolis, revendo amigos queridos e aquela casa do Pedrinho que eu tanto amo.
Depois, depois, depois.
Depois disso tudo, ainda sobra ventoinha e falta de vontade pra fazer as coisas. Nem pra escrever dando detalhes chega.
Uma hora pode ser que dê.
ain't that crazy?

é. acho que estou ficando louca sem chance de sobrevivência depois. nem a alanis, nem o seal, vão me salvar.

mas como nem tudo são trevas e confusão, finalmente resolvi o que fazer no meu aniversário deste ano.
voltarei ao pago.

Friday, April 13, 2007

Shut up

Sou uma mestranda qualificada, agora.
Em banca com o supimpa-tudo-de-bom Ruben Oliven e Giralda Seyferth, qualifiquei meu projeto de dissertação.
Preciso dizer: o Ruben é o que há. Um lorde, um fofo.
Agora é esperar que meu ânimo retorne para que eu possa pelo menos tomar um chopinho.

Thursday, April 12, 2007

Harder to breathe

É. Tá difícil.

Atualizando: ontem foi dia de chopinho, hoje é dia de vinho. Tudo na devida companhia de mami.
Ontem fui conhecer uns lugares novos por aí, na Lapa. Eu na Lapa, olha que evento.
E tinha uma bandinha excelente tocando, a tal da Fato Consumado. Vão assistir que vale a pena. Só pela ousadia de tocar Crazy, do Seal, já vale o comentário. O repertório dos mocinhos é BEEEEM bacana. E tocaram até Sunday Morning, para meu particular deleite.
Ontem também foi dia do aniversário do Gentileza. Gentileza gera gentileza, mas parece que as pessoas não sabem disso.
E há exatos 46 anos, descobrimos pelos olhos de Yuri Gagarin que a terra é azul.

E é amanhã. Finalmente.
Vamos ver se consigo respirar depois do meio dia.

Tuesday, April 10, 2007

O inferno vai ter que esperar

E se Deus quiser, vai esperar muito.
Hoje falta exatamente um mês para o meu aniversário. E já estou sentindo os efeitos do inferno astral.
Ou é a TPM, que aumenta mas não inventa.
Ou é o efeito dos 50 minutos em pé esperando um maldito ônibus que não veio.
Ou é a rinite.
Ou é o garoto enxaqueca voltando com o revival.
Ou, ou, ou.
São possibilidades demais.
Preferia ter de me contentar com uma cerveja vagabunda e uma carne queimada na laje aos domingos.

Monday, April 09, 2007

Whiskey in the jar

Estava clara e óbvia na minha frente a associação e eu não percebi.
Só podia ser doze anos. Afinal das contas, quem de nós realmente prefere um oito?

Memories

(ou também a falta delas)

No primeiro convescote da missão Voltando ao pago, apareceram várias pérolas dignas do Livro dos Goonies. A saber, as duas melhores (mentira. são as duas que me lembro agora):
retornou a "não sei me envolver sem ser mexicanamente";
a top da noite: o arigatô.

***
Aí junta duas doidinhas no aeroporto e por elas passa um sujeito com uma das fuças globo-jornalísticas mais conhecidas. A doidinha mais velha tasca: é o Pedro Alceu!!
QUE PEDRO ALCEU?? Quem diabos é Pedro Alceu, Jesus?
E o sujeito, como que a provocar, passa por nós umas quatro ou cinco vezes. Numa delas, a doidinha tasca de novo: PEDRO ALCEU, CLARO!!
Quase uma hora depois, a doidinha mais nova embarcando no avião, toca o telefone.
É o Carlos Dornelles.

***
Também levei vinte minutos tentando lembrar o nome do meu personagem ídolo do John Cusack em Alta Fidelidade, e não teve cristo que fizesse aparecer o tal nome. Só o IMDB salva e diz: é Rob Gordon, sua besta.

Revival

Ok, here we go.
Embora o título seja "Revival", talvez fosse mais apropriado algo mais filosófico a respeito do tempo.

O embarque para a primeira missão Voltando ao Pago do ano até que foi bem tranquilo. A despeito do atraso mais do que normal de 40 minutos, cheguei a tempo de curtir aquela atmosfera fim de tarde de outono em Porto Alegre. E aí começou a função. Meu telefone parecia o telefone do produtor da Ana Hickmann: não parava de tocar. Foi assim que marquei a primeira tarefa social da estada: um obrigatório xis na Lima e Silva.
Das sete pessoas com quem encontrei e/ou dividi a mesa nesse convescote, apenas duas eram de minha convivência há menos de dez anos. Eu falei DEZ.
Saí de lá direto para o segundo lugar obrigatório, onde a segunda coisa mais surreal da expedição aconteceu: eu presenciei um show do Serguei. Um misto de Hebe com Dercy Gonçalves e o cabelo da minha boneca que estraguei na pré-escola. Quer dizer, eu presenciei a aparição dele, porque show mesmo que é bom, essa criatura nefasta não tem, nem nunca teve, condições de fazer.
Na quinta feira, depois de duas horas e meia de sono, o panda instaurado sem a menor cerimônia na minha cara, toca pra missão oficial do período. Palestra, com direito a terninho e scarpin. Foi ótimo, mas foi o início do processo voz de alcova - afinal, três horas de latinório não iriam passar impunes. No almoço, mais um encontro do tempo do epa. Treze anos, pra ser mais exata. À noite, um bauruzinho básico com uma companhia de cinco anos de estrada.
Sexta feira santa. Dia de estresse com imposto de renda e relax com a turma pós-dez anos no Gasômetro. Chimarrãozinho básico, ventinho da beira do Guaíba básico, reminiscências básicas. Ao ver os telefones das pessoas com quem eu estava negociando encontros, o da turma dos onze anos tasca "Mas o que é isso? Uma sessão recordar é viver?"
Sim, é. A noite é naquele lugar onde vou há quase NOVE anos, e os encontros têm quase a mesma idade. E a manhã começa com um café da manhã que há SEIS anos não tomava, e nem sabia que ainda tinha estômago para fazê-lo. Evidentemente, xis salada e suco de limão da Lanchera caem bem numa pancinha juvenil, e não numa quase balzaca desacostumada às lides noturnas que terminam oito da manhã. E a voz de alcova instalada confortavelmente na garganta.
Sábado. Aquele cansacinho básico, mas a maratona não terminou. Toca a caminhar pelas ruas de Porto Alegre de outono. Vamos do Centro ao Bomfim tomar sorvete, e do Bomfim ao Menino Deus afofar uns felinos. E do Menino Deus ao centro de volta, desta vez de ônibus que ninguém é de ferro.
Mas a parte mais surreal da visita ainda está por vir, e chega com a madrugada de sábado. É quando DOZE ANOS desaparecem da vista por uma noite. Esquecem que já foram dar uma voltinha em algum lugar do limbo há SETE anos e somem de novo, perdidos numa pista de dança regada a Sol, Chemical Brothers e Madonna. Duas dela, aliás. Vogue e Hung Up: para não esquecer que estamos aqui falando sobre como o tempo passa. Os lugares são novos, as pessoas não. As histórias e as risadas vêm sem pedir licença. E o tempo, pra variar, passa mais rápido do que se espera.
As oito horas de la mañana me surpreendem chegando em casa pela segunda vez. E quando acordo, lá está o pacote completo de fome, dores no corpo, pescoço duro e cansaço. Recolho tudo e rumo para a parte final da missão, a ser completada em fim de tarde no aeroporto. E como não poderia deixar de ser, mais um encontro cheirando a mofo. Desta vez, nós ainda não nos tínhamos visto depois de adultos. TREZE anos separando a época em que convivemos na escola e o encontro de frequentadores de aeroportos, de um lado pro outro nessas vidinhas doidas que nos escolhem.
Pisei no avião me sentindo velha. Não velha, mas... ah, sei lá. Acho que vocês, minhas samambaias (BETTA, 200?) entenderam o que eu quis dizer.

***
Epílogo
Depois de seis horas de operação Minha casa me aguarda e muuuuita reflexão a esse respeito, consigo pisar em casa à uma e quinze da madrugada de domingo pra segunda. Abri a porta e de cara meu nariz acusou: aconteceu alguma coisa. Aquele cheiro de produto de limpeza não estava ali de graça.
Meu apartamento foi faxinado pela senhoria. Com direito a cortininha de crochê na cozinha e presente de páscoa na mesa. Seria ótimo, se não fosse uma invasão. Do bem, mas uma invasão. Até minhas roupas foram lavadas. A cama, impecável como se tivesse sido passada a ferro. A papelada, organizada em outras pilhas. Garrafas, velas, bibelôs, tudo tirado do seu estado normal de demi-sujeirinha. Ainda quero encontrar algumas coisas, e não quero ver quando eu REALMENTE PRECISAR encontrar um papel, ou algo do estilo.
Ah, sim. E pra encerrar com chave de ouro, deixei meus óculos em Porto Alegre.

These are the days of our lives

Fiquei indecisa entre esta e "Revival". Mas usarei o revival num próximo post, quando o cansaço de ficar SEIS HORAS saindo de POA até chegar no Rio me permitir concatenar idéias de modo decente.
Mas é que no meio destas seis horas, com muito tempo pra pensar, me caiu a ficha de que esta música é praticamente uma luva para meus últimos dias. Das minhas últimas trinta horas, mais marcantemente.

Sometimes I get to feelin'
I was back in the old days - long ago
When we were kids when we were young
Thing seemed so perfect - you know
The days were endless we were crazy we were young
The sun was always shinin' - we just lived for fun
Sometimes it seems like lately - I just don't know
The rest of my life's been just a show

Those were the days of our lives
The bad things in life were so few
Those days are all gone now but one thing is true
When I look and I find I still love you

You can't turn back the clock you can't turn back the tide
Ain't that a shame
I'd like to go back one time on a roller coaster ride
When life was just a game
No use in sitting and thinkin' on what you did
When you can lay back and enjoy it through your kids
Sometimes it seems like lately - I just don't know
Better sit back and go with the flow

Cos these are the days of our lives
They've flown in the swiftness of time
These days are all gone now but some things remain
When I look and I find no change

Those were the days of our lives - yeah
The bad things in life were so few
Those days are all gone now but one things still true
When I look and I find
I still love you

Sunday, April 08, 2007

Sobre o tempo

O tempo passa e nem tudo fica
(ok, essa é uma provocaçãozinha interna)
E a frase da noite é: doze anos depois...

Maiores reflexões, só com o tempo. Sempre ele. Que passa junto com o mundo que dá voltas e pára sempre no mesmo lugar.

Friday, April 06, 2007

Kissing a fool

Eu sei, eu sei. Quando viajo fico silenciosa.
É que estou me sentindo uma pop star, atendendo a zilhões de telefonemas e diversas programações.
Mas me lembrei que queria postar isso aqui. É uma música com um lindo clipe daquele desperdício sobre duas pernas chamado George Michael.

But remember this,
Every other kiss,
That you ever give
Long as we both live
When you need the hand of another man,
One you really can surrender with,
I will wait for you,
Like I always do,
Theres something there,
That cant compare with any other,

You are far,
When I could have been your star,
You listened to people,
Who scared you to death, and from my heart,
Strange that I was wrong enough,
To think you'd love me too.
I guess you were kissing a fool,
You must have been kissing a fool.

Tuesday, April 03, 2007

TNT for the brain

Tô ficando nervosa.
Um amigo meu que também iria viajar de avião amanhã para casa teve o vôo cancelado.
Não consigo acessar as informações da infraero sobre o Galeão.
Tô fudida, com o perdão da pudicícia dos meus leitores.
Hoje só o Olcadil me salva da insônia inevitável.

Monday, April 02, 2007

Crazy

Não resisti e peguei "O diabo veste Prada" pra ver em plena segunda feira.
Além de ser um espetáculo visual em vários sentidos (Anne Hathaway que o diga. Obrigada a contracenar com aqueles meninos feinhos, pobrezinha) e de ter a impecável Meryl Streep, tem uma trilha adorável com a Alanis fazendo a minha música favorita do Seal.
Sim, eu gostei deveras do filme. Mas muito mais do que ser uma crítica bem ácida ao mundo fashion e infinitamente melhor do que o Pret-a-Porter, ele pra mim fala alto e claro sobre aquilo que todo mundo já está cansado de ler por aqui: a solidão a que as pessoas se submetem.
Mulheres poderosas não podem ter parceiros à altura?
Mulheres poderosas precisam usar couraças? Precisam parecer a mulher dragão? Precisam esconder a sensibilidade por trás de um elmo?
Mau humor é sinônimo de poder? É preciso escolher entre sucesso profissional e pessoal?
Seal é que estava coberto de razão. We'll never gonna survive unless we get a little crazy.

***
Estou dando sorte com os médicos que tenho escolhido. A oftalmologista é uma graça.
E me contaminou com o espírito Prada me "obrigando" a ler uma Vogue na sala de espera.
Vi uma campanha dum sapato obrigatório cuja marca agora me foge.

***
Bah. Já vi que hoje vai ser outra noite difícil.
Mas o que é que eu vou fazer se é a tarde que me acolhe pra dormir?

Rubina's blue sky happiness

Tati Bernardi com a palavra:

"No fundo, mesmo lendo tanto, pensando tanto e filosofando tanto, a gente gosta mesmo é de quem é simples e feliz. A gente não se apaixona por ninguém que vive reclamando e amassando jornais contra a parede. A gente se apaixona por esses tipinhos banais que vivem rindo. E a gente se pergunta: que é que ele tem que brilha tanto? Que é que ele tem que quando chega ofusca todo o resto? Como é que dá pra ser feliz nesse mundo?
Vence quem passa por essa vida rindo. E se o preço que se paga por ser um pouco feliz é ser um pouco idiota, dane-se."

Daí dá pra entender por que é que eu me presto a algumas coisas, como por exemplo tirar uma foto e encher de rabisquinhos do Paint pra fazer um coelho de páscoa de nariz vermelho. Mas continuo sem entender por que é que eu me prestei a algumas outras coisas... mas deixa pra lá.

Sunday, April 01, 2007

Brothers in arms

Um dos meus livros favoritos de todos os tempos e que preciso reler se chama "Os irmãos corsos", do Dumas. É uma história quase adolescente sobre dois irmãos gêmeos e aquela história de que o que um sente o outro sente também. Só que os dois são totalmente diferentes: um é aventureiro, caçador, e o outro é intelectual.
Curioso é que eu nunca tinha me dado conta da coincidência. Eles são Luciano e Luís.
Hoje o meu Luís me manda um emoticon de um pandinha virando cambalhota, ao que prontamente reagi, maiusculamente: SOU EU!
E ele responde: não, sou eu. Eu sou um panda!
Depois de Dumas, 1500 km de distância realmente não me dizem nada sobre afinidades.

Mea culpa

Hoje, depois de dar uma mancada com meus novos amigos e fazer só mais dez minutinhos de cama se transformarem em duas horas, encarei um momento que há muito eu temia.
Meu hd finalmente lotou. Eu até achei que demorou, dada a quantidade de coisas que eu baixo. Sou praticamente a maníaca do download. Ouvi uma música, pá. Tá lá baixando.
A tarefa foi ver o que tinha mais de uma cópia, ouvir as músicas que recebi pra ver se vou querer manter isso mesmo, yadda yadda. Algumas horinhas perdidas nisso e voilà: pouco mais de um giga.
Quero ver quando eu tiver saco de revisar todos os arquivos acadêmicos.