Thursday, November 29, 2007

Dodói

Sim, estava até demorando a acontecer de novo.
A somática aqui conseguiu arrebanhar uma dor de garganta, um prenúncio de resfriado.
É o que acontece quando a gente não engole o mundo direito.

Emotional catastrophe

Prólogo:
amiguinho Pase alive and kicking, depois de um tempão sem contato. Síndrome de pós-graduando.

***
Eu notei que a terça feira negra estava terminando quando levanto os olhos e uma cara conhecida está mandando ver numa bateria furiosa.
Era o Ivan Busic e banda - Dr. Sin, por supuesto - no Jô. Eta eta eta brasileiro quer!
Larguei tudo e enquanto o Pitanguy - oh, os acadêmicos brasileiros... - falava, fui tomar banho e me preparar para ver o que os fofuchos tinham a dizer. Doce ilusão, a minha. Quer dizer, eles certamente têm todas as condições de dar boas entrevistas. São pessoas adoráveis e o Ardanuy é, como o próprio gordo ressaltou, um guitarrista de altíssimo nível, de ponta mesmo.
Mas aquele arremedo de Letterman metido a besta conseguiu fazer da entrevista um discurso do nada diante do vazio. Impressionante.
E como o tempo anda fazendo questão absoluta de me mostrar que passa cada vez mais rápido, minha primeira reação ao ouvir "eles estão na estrada há dezessete anos" foi de estranheza - nossa tanto tempo! A segunda estranheza veio quando o DVD que eles mostraram era Dr. Sin DEZ ANOS e, ups, eu fui nesse show! Com o Pase.
Cacete, já faz sete anos.
Pra não dizer que foi uma perda total de tempo, o duelinho Ardanuy/Tomati não ficou feio, não.

Wednesday, November 28, 2007

Ho ho ho and a bottle of rhum

Ainda há esperança para a minha semana.
No domingo vai passar Jack Sparrow na minha tevê.
Depois do Gotan Project... é. Espero que seja sinal de bons augúrios.

But it the bottom of our hearts
We felt the final cut

Se você pensa

Tem um blog que eu visito de vez em quando, e a mocinha escreve coisas muito legais sempre. Mas nesse post em especial ela se puxou. Reproduzo o melhor trecho:

Onde foi que erramos?

Erramos quando deixamos de conversar porque, ah, dá muito trabalho e o tempo é tão escasso.

Erramos quando decidimos que o silêncio no carro, nas tardes de domingo e nos jantares a dois, é algo mais do que normal depois da paixão inicial de encontros urgentes, de uma rosa inesperada, de saudades que chegam a doer.

Erramos porque o erro era a única desculpa que tínhamos para não cometermos um homicídio doloso do que nos restava. O erro é sempre melhor que o dolo, menos pesado para a nossa consciência. Afinal, todo mundo erra.

Erramos por aceitar o sexo burocrático, o beijo de sempre ao dizer boa noite, o pizza-delivery aos sábados, o tanto faz, o livro de auto-ajuda “como ser feliz no casamento – os homens são de marte e as mulheres são de vênus”.

Onde foi que erramos?

Erramos ao achar que trabalhar quatorze horas por dia é necessário, que vivemos para trabalhar e não o contrário, porque se não for assim, perdemos o emprego ou não somos promovidos a sub-gerente, do sub-encarregado do sub-empregado.

Erramos ao sacrificar noites e fins de semana, reuniões com os professores da escolinha dos filhos, vésperas de natal e viagens em família por uma maldita casa própria e uma aposentadoria polpuda. Erramos ao perder os melhores anos de nossas vidas por tudo isso, porque se não for assim, quem será por nós?

Erramos porque perdemos a fé em deus, porque deus, afinal, errou conosco.

With a little help from my friends

Quando até o ser mais bronco do nosso círculo de relações manda uma frase como "Em dias infame nada como um bom jack daniels com o bom do Jack bauer" (sic) é porque a coisa tá feia, mesmo.
Junte-se ao fato de que o mesmíssimo conselho foi dado pela fada madrinha dois minutos antes... e temos uma conjunção cósmica: o inferno astral do Papai Noel repartido entre Rio e POA enquanto tem gente rindo à toa.
(e eu fazendo rimas cretinas. esse mundo tá perdido)

Just can't get enough

Estar num humor diferente de ÓTIMO num dia em que se compra ingresso para ver o Gotan Project pela segunda vez no ano não é justo, eu sei. Mas é o que me ocorre.
Desde ontem, pra dizer a verdade.
Acho que ri tanto do livro do Kledir Ramil que gastei a felicidade toda da semana.
Porque hoje... vou te dizer.
Começando pelo acordar com uma britadeira às oito e meia da madrugada, de ressaca da vida e do mundo. Coração acelerado, que acelerou todo o resto até uma euforia desagradável, um misto de irritação, indignação e tô-nem-aí.
Duas horas de assembléia, alternando entre sentar naqueles bancos horrendamente desconfortáveis de pedra e ficar em pé, se doendo.
Pegar o ônibus errado - embora tenha perguntado ao motorista "Passa na Raul Pompéia?" e ele, categórico: "Paaaassa!". Tentar emendar o soneto descendo longe pra dedéu de casa, só pra passar na frente de um vendedor duns cabides que fiquei namorando ontem. Descobrir que o vendedor não estava lá.
Tomar uma cagada de passarinho na roupa - o ponto alto e definitivo do dia.
E depois mergulhar nas maravilhas do mundo internético, descobrindo pérolas e mais pérolas. Como esta: um jogo imperdível. War in Rio.
E a frase memorável, válida para tudo o que há nestes meus dias tão estranhos: nesse tabuleiro sem regras é preciso sorte.
(coisa que anda em falta nos meus bolsos, por sinal)

Tuesday, November 27, 2007

Halloweed be thy name

Dado o caráter absolutamente SURREAL dos meus últimos tempos, troquei meu nick.
E virem-se pra descobrir por que escolhi esse.
Acertando, concorre a um pacote de biscoito Globo.
E um golinho dum Penedo Borges 2004, Malbec/Merlot, comprado especialmente para... comemorar o show do Gotan Project que vai ter domingo. Ha.

November rain

Depois do calor, só podia chover.
Pra combinar com as lições de filosofia do dia. Hoje, Schopenhauer, pra vocês. Extratos d"A Arte de Ser Feliz":

"[...] a felicidade completa e positiva é impossível; em vez dela, pode-se esperar apenas um estado relativamente menos doloroso".

"A experiência vem em seguida e nos ensina que a felicidade e o prazer não passam de uma quimera, mostrada a distância por uma ilusão, enquanto o sofrimento e a dor são reais e manifestam-se diretamente por si sós, sem a necessidade da ilusão e da espera."

Mais do mesmo

Ia esquecendo de complementar com os dados mais brilhantes sobre a minha segunda feira - que começou no domingo, como deu pra ver.
No caminho do trabalho, passo por um C4 Pallas preto. Juro que quase torci o pescoço só pra ver o motorista - e não era o Kiefer Sutherland, pra minha decepção.
E lá pelas onze da manhã...
em algum computador sintonizado numa rádio online, começa a tocar Wicked Game.
Quem disse que as segundas são sempre ruins?

Monday, November 26, 2007

Está chegando a hora

E eu não estava me dando conta.
Mas façam os cálculos comigo: faltam nove dias.
*tlim!*



(por sorte eu não rôo unhas)

Monday, monday

Por pura preguiça, ao invés de recontar os eventos das últimas 24 horas, copio e edito o que já contei por e-mail.


Quer ficar rico? Pergunte-me como.





Roteirizando a minha vida e vendendo pra uma série de tevê, oras.
Depois de quase doze horas de sono de sábado pra domingo e da óbvia constatação de que ia tomar um cano no programa que tinha quase-combinado, embestei que precisava dum espelho no espaço atrás da porta de entrada. Sim, entrei de sola na onda de adaptar a casa aos preceitos do feng shui, que é pra ver se a vida anda pra frente. O que faz a pessoa, então?
Vai na Casa & Vídeo gastar uns pilas. Sai de lá, a pé, e anda as dez quadras entre a loja e a casa com um espelho de 50x50 literalmente debaixo do braço - porque vá catar sacola que embale uma merda daquelas. No pacote, seis flûtes, seis shots e um jogo de ferramentas chiquérrimo, que vamos combinar que é material indispensável na casa duma mulher moderna. Tudo isso debaixo dos 30 graus quase sufocantes do mormacinho carioca em dia imitando Poa.
Tô em casa, 20:10, pensando que estou virando uma velha chata e quase calçando os chinelos para ir ao super comprar uma pecinha de camembert e um vinho qualquer... trim. Missão chopística a cumprir no Informal do Leblon. Já é.
O Informal fecha a uma da manhã, depois de uns... ahm... seis chopes, talvez. E um bauru com picles, pra desespero dos fãs do bauru científico. Toca pro Empório, aka a filial da Gringolândia às suas ordens. E aí acontece o MOMENTO SUBLIME DA MINHA SEMANA: o dj toca MI CONFESIÓN, do Gotan Project.
Orgasmos múltiplos e em público.
Aí saímos do Empório lá pelas tantas, quase distribuindo vales-motel pros gringos em volta que careciam duns tupperware pra levar as vagabas pra comer em outro lugar, e vamos ao Eclipse mandar ver um revigorante caldo de palmito com croutons depois da boa dúzia de chopes do dia.
Concluindo, cheguei em casa às quase seis da manhã de segunda. E ao fundo, o Cazuza cantando "esta é a vida que eu quis, o mundo inteiro acordar e a gente dormir..."
Saldo: uma BOLA DE TÊNIS nas costas e uma pusta dor no braço que carregou aquele espelho infame. E sou tão rabuda que no dia em que resolvo chegar mais tarde porque tentei dormir mais um pouquinho (ehm... como se eu tivesse dormido alguma coisa) minha chefe também se atrasa.

Sunday, November 25, 2007

Club at the end of street

Estou me desfiliando do Clã das Baixas Expectativas.
No meu momento insights recomendado pela astrologia, me dei conta de que cometi um engano ontológico ao me credenciar junto à supra-citada entidade.
Não é que eu tenha baixas expectativas.
Minhas expectativas são grandes, e intensas.
Só que estão inteiramente voltadas para o fracasso.
Aí acontece que uma mísera fagulha de possível acerto gera uma ansiedade violentíssima, e pronto, fez-se a merda.
Mas basta um segundo, um lapso de tempo qualquer, de lucidez, e pronto - tudo volta ao normal e cá estou com la voz de mis pensamientos, de volta ao mundo real onde Murphy é o rei da cocada preta.

Never understand

Putaquepariu!
Tô flanando bem à-toa na web e dou de cara com, ha, Fernando Pessoa de novo falando por mim - só que, É CLARO, muito melhor do que eu o faria. Tão melhor que reproduzo:

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

Saturday, November 24, 2007

Searchin'

Sorte de hoje: Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado

Onde?


"Here. What is this?
Your... boobs?
My heart. And it's broken."

Flash

Compreendam: é a sexta feira superego descontrol.
Mas eu acabei de ter um insight.


Não é que eu seja tão complicada.
Nem exigente demais.
É que eu só exijo um artigo raro e caro, hoje em dia.


Tempo.

Friday, November 23, 2007

We can work it out

Agora me digam se um emprego onde a gente ouve estas pérolas não é o melhor emprego do mundo.

Meu colega senta do meu lado pra contar que...
Deus juntou Adão e Eva numa reuniãozinha.
"Tenho dois órgãos aqui pra distribuir, um pra cada um de vocês. Um deles permite que se faça xixi em pé..."
E Adão sai pulando: EU QUERO! EU QUERO ESSEEEEEE
Eva, sentadinha e calma, diz "Bem, se ele quer tanto esse, pode dar pra ele..."
E Adão sai, faceiríssimo, mijando nas árvores, escrevendo o nome na areia, balançando, aquela coisa toda.
Aí Eva pergunta "E esse outro aí, Deus, o que é?"
"Cérebro."

Aí pegaram dois colegas de chamegos dentro do elevador. Uma das chefes larga esta: "Sabe como vai ser o nome do filhinho deles? Otis Schindler!"

Estou me despedindo e desejando bom final de semana a todos hoje quando minha chefe diz, bem séria: "Descansa, porque semana que vem tem de trabalhar a semana toda!"

Thursday, November 22, 2007

Paixão

Mais coisas que só Porto Alegre faz por ti (porque por você é coisa de além do Mampituba):
Alternar para 15 graus na madruga de um dia de 30.
Dias de sol impecável, perfeitos para um chimas no Gasômetro. Ao som de Piazzola repetido à exaustão e, le grand finale, uma trupe inteira de pelados em plena friaca de fim de tarde.
Uma chuva de timing perfeito.
Propagandas geniais da Polar. E me obrigar a tomar o raio da cerveja - mesmo que uma latinha me ponha em ebulição estomacal.
O Koh Pee Pee. A lenda, o mito, o garçom. A comida impecável, o atendimento perfeito, o ambiente maravilhoso. E tudo a um preço caro até por ali - já paguei mais por menos aqui no Rio.
A Ana, freteira de plantão pelas ruas frias, quentes, ensolaradas, enluaradas, hd acessório, fotógrafa predileta, taróloga, penico, etc. etc. Há dez anos e pro que der e vier.
O Total, que conseguiu levar todo o resto do meu limite do cartão de crédito e inaugurou a fase assumidamente Sex and the City neste corpinho. Ou tem como voltar atrás depois de uma sandália rosa-helena de salto oito? E dei graças a deus que resisti ao corpetinho da Amy Lee. Junta com o kit de beleza que inclui até água termal La Roche Posay... e saiam da minha frente.
Festa anos 80 no Opinião, com direito a inventário de como era o lugar há... hum... onze anos, quando eu pus os pés lá pela primeira vez. Precoce.
A AnaRi, um sopro de qualidade no dia da gente. Emoldurada pela Palavraria, então, nem tem o que dizer.
Os gatos dos outros. Se o céu existe, nele tem de haver gatos que nos afofam na cama e filhotes que ronronam no nosso colo.
O Bar do Goethe, com o Fernando "querrido" fazendo piadinhas impagáveis sobre como ele ainda vai morrer só por tirar fotos com uma redhair e uma brunette, uma em cada braço. E o chope da Helles, evidentemente.
Episódios esparsos que incluem picanha, Georges Pastel, Bongô, Gibi, vinho na ventania, brownies integrais, xis do Speed, cachorro da República, ensaio fotográfico, Tudo pelo Social...
E pra encerrar com chave de ouro... um pôr-do-sol às oito e meia da noite, seguido de uma terrível sessão de quick massage (obrigada Senhor por mais esta invenção do mundo moderno).
Não mencionarei o lado tragicômico de atrasar cinco horas para chegar em casa, pra não estragar a apoteose da coisa.

Mama I'm coming home

Cinco horas, um terço de xis do Speed, uma janta ruim, uma Bohemia, uma torta holandesa, um capuccino, dois livros e quinze minutos de quick massage depois, finalmente aportei em casa. Duas da manhã, precisamente - quando deveria ter chegado às nove.

Age of aquarius

Numa cortesia da Ana, que me emprestou o "Use e Abuse do seu Signo", aí vou eu em prosa e verso. Quer dizer, meia eu. Para ver o resto, vão lá ver o meu ascendente Câncer. Comentários de cortesia.

TOURO
Felicidade: uma boa conta bancária, boa comida e boa digestão. (Um taurino sagaz)

Se o Touro tem uma ambição, é a de que o deixem sossegado onde está. (Sim, por favor) Como, em geral, ele vai estar sempre bem instalado, cercado de belos móveis, boa comida e bebida de primeira, não há por que estranhar sua tendência ao imobilismo. Ninguém pratica melhor que ele o velho ditado "mais vale um pássaro na mão que dois voando": enquanto o ariano se entedia se não está correndo atrás de uma causa (quanto mais perdida, melhor), o taurino se desespera se tem que alterar sua velha e boa rotina. Nada mais natural para um signo regido pela mais preguiçosa das deusas, Vênus. E a preguiça, ao contrário do que se diz, é uma admirável virtude: sem ela não seria possível relaxar e aproveitar as férias, relaxar e beber um bom conhaque (ou um bom bourbon, ou qualquer coisa boa), relaxar durante aquela maravilhosa massagem do seu japonês preferido (thanx Larissa da quick massage do Salgado Filho!), e até mesmo relaxar e sair da sala para tomar um cafezinho enquanto o chefe espuma e berra porque o trabalho não ficou pronto a tempo. Afinal, o mau humor do chefe vai passar, e o mundo continua ali, no mesmo lugar. Com seu modesto pragmatismo, o Touro enfrenta as maiores crises sem chamuscar uma lasca de chifre. A vida, para ele, é simples e clara, e deve apenas ser bem vivida (médio. ver Câncer para entender que nem sempre é tão preto no branco).
A notoriedade não o seduz: ele sabe que a fama não põe a mesa, e prefere os bastidores bem remunerados a sair em coluna social mas não ter como pagar o jantar. O poder é muito estressante e cheio de ambigüidades e artifícios, duas palavras que lhe dão alergia (argh. saiu uma bolinha no meu braço agora. Ambigüidade? Uuuuut). As aventuras dissipam aquela rendazinha extra guardada na poupança, e isso um Touro jamais vai suportar. Prudência, estabilidade, segurança material: se você encontrar alguém que prefira investir em imóveis a jogar na Bolsa, comprar ouro em vez de dólares ou trocar uma estadia num hotel cinco estrelas por uma luminária art déco (afinal, gasta-se praticamente o mesmo, mas a luminária dura), então estará diante de um Touro de raça (tem um quadro do Romero Britto que eu tô querendo, alguém se habilita?).
Não pense, contudo, que ele só trata de negócios. Sua especialidade é outra: uma sensualidade que só tem paralelo com a do signo exatamente oposto, o Escorpião. Com a vantagem de que o sensual taurino evita relações perigosas. Para que se meter num caso complicado, se o negócio, afinal, é apenas ser feliz? (Eu concordo com a filosofia, mas os casos complicados andam me perseguindo. E eu, com esta preguiça peculiar, estou com dificuldades de me desvencilhar)

TERAPIAS PARA UM TAURINO À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS
Símbolos não são com ele. Cinqüenta minutos de conversa sobre os arquétipos só vão causar bocejos. (Isso. Se a explicação puder ser clara e cristalina, agradeço) Como o Touro é, igualmente, um pacifista nato, tentar persuadi-lo de que não anda bem porque lá na sua infância odiava o pai (já que desejava a mãe etc. e tal) é perda de tempo. Ele vai achar que o maluco é o analista, que nunca viu a senhora em questão e se mete a imaginar um affair entre ela e ele, trinta anos atrás. Amante de respostas sólidas, o Touro em crise deve procurar terapias mais de acordo com os seus cinco sentidos. Seis, se considerarmos o bom senso - que ele tem de sobra (até que enfim alguém reconhece!!).
Assim, se um Touro quer porque quer freqüentar um consultório, deve procurar um terapeuta bioenergético (Hum... boa idéia). Massagear seus pontos de tensão, desfazer os nós de seu pescoço e aplicar óleo aromático em suas costas, sem exigir dele uma só confissão, apenas suspiros satisfeitos, vão produzir milagres. Uma gueixa também produziria, mas elas andam raras. Na falta delas, o taurino ligado na sabedoria oriental pode também experimentar um banho de ofurô, aqueles tonéis cheios de água quente onde os japoneses adoram se enfiar (aaaah meu reino por uma banheira).
Sempre pode ocorrer que não haja um único terapeuta bioenergético, gueixa ou ofurô no raio de muitos quilômetros e o Touro esteja no auge da angústia. Que fazer, então? Muito simples: cantar. A plenos pulmões! Óperas, baladas, refrões antigos, qualquer gênero de música, debaixo do chuveiro ou no meio da rua (dêem graças a deus que eu poupo os ouvidos dos outros cantando civilizadamente).
Outra terapia que produz alívio imediato é correr para a próxima doceria e devorar doze quindins (ih, me perdi. será que essa sou eu mesmo?). A contra-indicação é meio óbvia - se a crise durar um mês, o Touro sai curado, mas com quatro quilos a mais. Por isso a única receita infalível para sair da crise, sem seqüelas, é lançar mão do talão de cheques, parar na loja mais chique da cidade e comprar aquela roupa estonteante. O toque novo do tecido (seda, linho, algodão puro) sobre a pele do Touro é ainda mais terapêutico que os mais hábeis dedos do melhor massagista (para demonstrações explícitas, ver o post "Bed of roses").

TIPOS IDEAIS (COMO SE AJEITAR, COM O MAIOR CONFORTO POSS1VEL, COM CADA REPRESENTANTE DO ZOD1ACO)

ALERTA! (vale para ambos os sexos)

Se você está rondando um taurino, só chegue perto quando estiver segura de que o seu bronzeado está perfeito, o corte do tailleur impecável, e as olheiras sumiram. O taurino é tão suscetível à beleza e à elegância de seu interlocutor que, às vezes, o interlocutor nem precisa falar. Não se preocupe, portanto, se disser um monte de pataquadas, porque a atenção dele estará totalmente voltada para o seu decote. Jamais esqueça do perfume e de providenciar para que o primeiro encontro seja regado a suculentos canapés: ambos são afrodisíacos indispensáveis para o taurino.
Se a meta é uma taurina, vale tudo que foi dito anteriormente: nada de barba de dois dias, gravata torta e paletó puído nos cotovelos. Ela estará observando atentamente o seu tórax, imaginando se é mesmo natural ou fruto de muita musculação. Não se espante se ela dirigir um olhar enternecido para as flores, e depois um olhar mais penetrante por cima das flores, direto ao número de estrelas do seu talão de cheques (naaaah. não é bem por aí). Uma taurina, por mais desprendida que seja, sempre vai precisar saber com quem está falando. Porque ninguém está querendo mais uma aventurazinha. Muito menos este signo fixo, e de terra.


COMBINAÇÕES POSSÍVEIS - AS MELHORES

No momento, Touro e Leão - leões, na verdade. Dois de pelúcia que eu trouxe de POA e são os novos moradores da minha cama.


COMO MANTER O CASO FIRME (E AGUENTAR AS CONSEQUÊNCIAS)

SOGRA
Competir com ela, jamais. Mesmo que você conheça de cor a cozinha televisiva de Jamie Oliver, não há pato à Pequim que supere a doce memória do sanduíche que ela preparava para o seu Tourinho toda noite, antes de dormir (médio). Não se precipite, portanto, pedindo para ser apresentada. Suas armas são outras, e estão guardadas no closet, não na cozinha. Lembre-se sempre de que se há uma coisa que o Touro prefere a uma boa refeição é uma mulher digna das passarelas de Karl Lagerfeld. Portanto, nada de bijuterias extravagantes, mínis justas e biquínis minúsculos - pérolas, um longo preto e maiô inteiro vão fazê-lo esquecer o quanto seu molho al pesto fica a dever (até porque existem cozinheiros para suprir essa falta. Mas eu não quero sair com o cozinheiro).

CASA
O Touro é um PhD para problemas domésticos e cotidianos. Não há nada que você possa sugerir - um novo revestimento para as poltronas, uma nova pintura no quarto - que ele já não tenha pensado e posto em ação. Só tome cuidado para não ficar tirando do lugar aquela estatueta que lhe custou mil dólares: ele é muito ciumento com seus objetos de arte. No momento, aliás, em que ele começar a tratá-la como um deles (tão rara, insubstituível e exclusiva quanto a estatueta ou aquela escrivaninha do século 18), é porque já está perdidamente enamorado (bah. que merda. fiquei aqui pensando em cada detalhe que faz deles seres únicos... uuuuf).


OS MEUS, OS SEUS, OS NOSSOS
Taurinos têm um senso familiar muito arraigado, e só se divorciam em último caso (precisamente, é isso que acontece). Divorciar-se de um deles, inclusive, é sempre desaconselhável- eles vão negociar duro cada centímetro das propriedades comuns, e acabarão sempre com dois terços dos bens do casal (precisamente, NÃO foi isso que me aconteceu). Se o seu Touro já veio com o pacote ex-mulher e filhos, fique tranqüila: ele rapidamente providenciará uma nova leva de fllhos com você, e juntará as duas equipes todo fim de semana para excursões às sorveterias, docerias, rotisserias, pizzarias, etc., etc.

AMIGOS
Os dele serão poucos e bons (isso. milhões de conhecidos, pero os de fé...). Com todo o apetite que o Touro tem para encontros sociais, na hora de escolher os amigos prefere aqueles absolutamente confiáveis, conhecidos de longa data. Tratamento preferencial, portanto, aos amigos de infância dele. Quanto aos seus amigos, ele aceitará todos, desde que pratiquem as regras fundamentais do bem-viver, isto é, comer, beber e divertir-se.

BRIGAS
Evite-as a qualquer custo (me faça esta gentileza). O Touro detesta dispêndio extra de energia, e envolver-se em acaloradas discussões dá sempre trabalho (sim, poupe-me de ser grosseira e descontrolada. odeio). Além disso, seu senso de humor tem limites, e, se ele custa a responder a um comentário sarcástico, quando o faz não é com palavras, mas com gestos bem incisivos, como quebrar pratos ou sumir de casa por uns dias. Jamais enfureça um Touro - ele tem mais memória que um elefante e guardará rancor pelo resto da vida (exatamente. se acontecer, é melhor me esquecer como referência).

O ESPORTE SOB MEDIDA
Futebol, sem dúvida: assistido pela TV; com o Touro confortavelmente instalado com um copo de cerveja e um pacote de pipocas. Quase todo esporte, aliás, desde que televisionado, pode agradar ao Touro. Praticar, mesmo, só aqueles intermináveis puzzles, que levam meses para serem montados (dá pra ser mais perfeito que isso?). A proverbial paciência taurina transforma-o num campeão em quebra-cabeças - eles conseguem encaixar com precisão até a última peça, mesmo que passem meses só fazendo isso (projeto de ano-novo: montar meu brinquedinho de cinco mil peças - e atolar a sala meses a fio). Como ativida de física, a única que o seduz completamente é a jardinagem: plantando canteiros de azaléias o Touro estará em contato com seu elemento vital, a terra (aaaah não. que contrasenso! tem outra atividade física bem melhor - e sem terra). Jamais convide-o para uma partidinha de xadrez, mas por motivos diversos do ariano. É que o Touro não tem grandes instintos competitivos, e vai dormir em cima do tabuleiro (menos competitivo que campo minado? alguém? alguém?).

COMO, QUANDO E PARA ONDE VIAJAR
O Touro não é um perdulário (argh! outra bolinha no meu braço). Suas viagens, portanto, são sempre bem planejadas na calculadora eletrônica. O roteiro ideal é aquele que satisfaz pelo menos dois de seus cinco sentidos. Pode ser um giro pela região francesa dos vinhos Bordeaux, onde, entre um gole e outro, ele aproveite para encher os olhos com a arquitetura dos castelos medievais. Ou umas férias no interior de Minas, em que ele se esbalde degustando o barroco e o tutu à mineira. Ou um weekend gastronômico, acompanhado de um concerto de oboé. Qualquer que seja a escolha, o importante é que o Touro nunca se prive, em suas viagens, de dois prazeres fundamentais: oito horas de sono e mesa farta (pra que mais que isso?).

ROTEIROS ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA
Se ele estiver disposto a gastar, Nova York oferece os melhores restaurantes, espetáculos e antiquários (e tem o roteiro das "lazarentas" Sex and the City. Agora já tenho até sandália pra fazê-lo). Se ele estiver em fase de contenção de despesas, a pedida será sombra, água fresca e a generosa culinária do sítio de um amigo. Ou a gaúcha Gramado e seus incomparáveis chocolates. Desde que ele não caia nas mãos de um chef modernoso com suas porções minúsculas, Paris pode ser uma festa.

KIT DE VIAGEM
Apenas o necessário para estar sobriamente elegante em qualquer lugar, numa praia nudista ou no bar do Ritz (a
rainha das malas pequenas, às ordens). Se faltar uma ou outra peça básica, o Touro vai exultar, silenciosamente: é a chance esperada para visitar a liquidação daquela fantástica loja, de onde ele sairá abarrotado de pacotes.

MODA TOURO
É aquela que passa de pai para filho: o clássico sempre alinhado, incólume às variações ditadas pelas passarelas. Extravagâncias como poás misturados com listras, roxo combinado com laranja ou brincos que caem até os ombros nem lhe passam pela cabeça. Mesmo o Touro mais estilizado prefere o convencional. Entre um relógio Patek-Phillipe que vai atravessar gerações (o filho, o neto, o bisneto) e uma dúzia de reloginhos Nike último tipo, ele vai ficar com o primeiro.

NOITADAS E COMILANÇAS
Sim, o Touro foi feito para os prazeres da carne (aaaaaah). Mas, no que diz respeito ao menu, ele prefere pratos em que o sabor principal não fique oculto sob camadas e mais camadas de molhos. Ele gosta de codornas, e basta - não codornas mascaradas com alho, salsa, pimenta, estragão, manjerona, etc., etc. O mesmo vale para os doces: um crepe que tenha gosto do seu recheio, não das camadas de chantilly que o soterram (concordo com o chantilly. mas um bom molho tem todo o seu valor). Não adianta levá¬lo ao restaurante mais caro da cidade. Ele não vai se impressionar com o serviço ou a decoração. É melhor convidá-lo para jantar naquele bistrô em que você conhece o chef, onde ele terá chances de trocar idéias com o cozinheiro sobre o ponto exato do soufflé. Seu bar preferido será aquele onde o Touro já tem uma garrafa de uísque separada, com seu nome no rótulo (pode ser mais eu que isso?). Festas, ele adora, sobretudo as chiques e pouco barulhentas.

A BIBLIOTECA DO TOURO
Nada de misticismos, new age, astrologia, cristais que curam e coisas do gênero. O Touro é muito terra-a-terra para leituras esotéricas. Por esta mesma razão, ele nunca vai ler com gosto Marx ou Freud, apesar destes dois terem sido taurinos - os Touros que vieram depois preferem algo mais sólido para saborear. O livro de cabeceira é O amante de lady Chatterley, de D. H. Lawrence: todo Touro sonha ter o seu dia de guarda florestal que seduz a bela e negligenciada senhora (comprei nesta ida a Poa. não posso mais viver sem saber do que se trata).

A VIDEOTECA DO TOURO

James Bond em Os diamantes são eternos, pois todo taurino se identificaria com a filosofia do filme.
Qualquer um dos elegantes filmes de Alfred Hitchcock.
Mulheres à beira de um ataque de nervos e os primeiros filmes de Almodóvar.
Dr. T e as mulheres
Encontros e desencontros
Chocolate
A doce vida, de Fellini
Assassinato em Gosford Park
A guerra dos dálmatas
Para aqueles Touros que freqüentam cinematecas, aconselha-se ver e anotar A festa de Babette. (tá bem. se eles dizem...)

O PRESENTE QUE VAI DERRETÊ-LO
Perfumes: extratos franceses, colônias florais, óleos de fabricação caseira. Ou anéis antigos, canetas antigas e tudo que você puder encontrar num antiquário. Se o dinheiro está curto, uma caixa de marrom glacé é o melhor achado. (boa!)

O TOURO LEVARIA PARA UMA VIDA DESERTA
Ele: Penélope Cruz, tinindo de jovem.
Ela: o madurão Sean Connery. (YES. Sem sombra de dúvida)

Wednesday, November 21, 2007

In remembrance

Evidentemente, no meio do movimento "atualizando literatura" não podia faltar uma bobajadinha básica. Nesta leva, numa cortesia da Ana, foi "Como Enlouquecer seu Homem (Mesmo!)", das maluquinhas do 02 Neurônio.
Muito na moda, a literatura bobajada para mulheres. Nós mesmas somos fiéis praticantes. Mas as meninas se puxam. O livro inteiro é uma bênção de bom humor. Vontade de copiar todo... mas fiquei com "Quem é inteligente sempre sofre", "O mundo não é um lugar sério" e a lista das coisas boas que acabam e as ruins que não acabam, com destaque para "a nossa eterna sensação de que tudo vai dar errado quando começamos um romance" e "A realidade de que tudo dá errado quando terminamos um romance".
Menção honrosa para o "Código Civil dos Relacionamentos Casuais", que termina com o brilhante artigo "O adultério é amplamente permitido. Afinal, de que adiantaria proibi-lo?!"

Monday, November 19, 2007

Bookends

Fico feliz em saber que pelo menos alguns dos best sellers da atualidade são literatura de boa qualidade.
Nesta semana terminei "O Caçador de Pipas". Do mesmo modo que "A Menina que Roubava Livros", pegou em cheio meio lado mais emotivo - que, cá entre nós, não anda pagando imposto pra se manifestar mesmo.
Das várias frases muito belamente construídas, fiquei com esta para meus alfarrábios:

E foi então que me dei conta de algo: que essa última idéia que me passou pela cabeça não tinha provocado nenhuma dor. Ao fechar a porta do quarto de Sohrab, fiquei imaginando se era assim que brotava o perdão, não com as fanfarras da epifania, mas com a dor juntando as suas coisas, fazendo as suas trouxas e indo embora, sorrateira, no meio da noite.

Ausência

Il y a toujours quelque chose d’absente qui me tourmente.

Caio F. estava coberto de razão ao citar Claudel.
Tem sempre alguma ausência que me incomoda.
De honestidade, de coragem, de carinho, de afeto, de tesão, de desprendimento, de certeza, de energia, de cumplicidade.
Toujours.

Bite and chew

Gatos comem línguas, cachorros comem livros da Elisa Lucinda.

Não se reprima

Não se furte a dançar Menudo, Xuxa, Oingo Boingo, Erasure, Pet Shop Boys, Sabrina, OMD e When in Rome num domingo no Opinião.
Eu já fiz e foi ÓTIMO.

Friday, November 16, 2007

Blue suede shoes

Na minha primeira e gloriosa semana de férias em vinte e um meses, Porto Alegre me acolheu com o clima mais weirdo que se podia achar. Num dia, 15 graus; no outro, pra lá de 30. Haja saúde e corticóide nasal pra manter o corpitcho.
Mas aí...
Depois da odisséia atrás de uma sandália que fosse confortável e minimamente interessante, descobri que preciso aprender a ser mulherzinha duma vez e andar de salto fino o dia todo e nas pedrinhas portuguesas que empestam as calçadas cariocas. E pra coroar a fase, mandei ver duas sandálias po-de-ro-sas duma vez só.
Sad but true: virei uma versão encapsulada do Sex and the City. A barreira da sandália pink de três dígitos foi quebrada, junto com o limite do cartão de crédito. O próximo passo é um Manolo Blahnik, ou um Dolce-Dolce-Dolce.

Tuesday, November 13, 2007

Estórias pra contar

- Eu já disse que já casei por amor uma vez e tá bom. A próxima vai ser por dinheiro.
- Alguma vez vc já pensou em casar por sexo?
- Ah, mas e precisa casar pra isso?

Smack that

Aprendam. A redação é bobajada pero tem fundamento. Comentários de cortesia.

Uma revista feminina realizou recentemente em Angra do Reis um seminário destinado às mulheres de todas as idades. Com duração de 3 dias, o encontro resultou nas seguintes conclusões abaixo:

1- Cheiro bom de homem é... de homem! Um perfume cítrico e aquele cheiro de banho tomado também são ótimos. Mas evite extravagâncias. (Se tiver um Carolina Herrera ou um Minotaure dando sopa por aí...)

2- Hálito de bebidas alcoólicas pode excitar (de "pouco" uísque, vodka, vinho e champagne). De cerveja e pinga, não. (Nunca beba sozinho. Me convide e o problema está resolvido)

3- Você pode ter o cabelo como quiser, desde que não seja tigela, nem PINTADO. Você pode manter o cabelo limpo, mas nunca secá-lo com "escova". Você pode ser careca, as mulheres não ligam. Se você tem uma peruca, use-a no Natal, no presépio, como manjedoura do Menino Jesus! Implantes de cabelo, jamais! Eles dispersam a atenção de uma mulher: ao invés de ouvir o que você diz, ficamos hipnotizadas pelos tufos na sua testa! (Há! Perfeito)

4- Não se atreva a esmaltar suas unhas ou tirar as cutículas. Corte-as, e lixe-as apenas. Em ocasiões especiais, crave-as em nossas bundas! (Discordo em termos. Tem gente que tem estilo suficiente pra usar unhas até pretas, e daí?)

5- Se você tem calos na palma da mão, cultive-os (temos sugestões edificantes a respeito!). São úteis para que gritemos na sua cara: "Vem, meu estivador, mostra quem manda aqui!" (Que pândega, essa redatora)

6- Admitimos que você tenha barriga, mas não que seja uma enorme barriga. (Isso aí. Parem com a neura, pelamordedeus)

7- Pêlos no peito, gostamos. Em orifícios visíveis, como orelhas e nariz, pedimos clemência e tesourinha sem ponta! (Genial)

8- Banho antes, sim. Logo depois, nunca! Algum tempo depois, hummmm... Pode ser! (Loulou endorses)

9- Escovar os dentes é obrigação. (SIM! SIM! SIM!)

10- Máscaras de creme no rosto, só se você sofrer de micose ou for palhaço de circo. (Nem eu uso essas merdas...)

11- Homens com músculos definidos nos parecem másculos. Homens musculosos demais nos parecem indefinidos. (PARECEM? Lembram do episódio Príncipe William na The Week?)

12- Há coisas que aterrorizam uma mulher: homens que usam cavanhaque, que usam camiseta regata, que usam shortinho bem curto e os que têm todos os discos dos grupos Abba ou Barbara Streisand. (Qualé o problema de um cavanhaque? O resto... é. Regata e shortinho dá paúra, nada menos)

13- Não se depile, a menos que: a sua mulher peça, você seja nadador, você seja masoquista. (Exato.)

14- Os homens bem arrumados e elegantes são os melhores de cama, comprovadamente. O resto só serve prá manutenção! (Discordo. E como!)

15- Reconhecemos um homem pelo sapato que ele usa: não se atreva a usar um mocassim de bico fino cor de gelo nem meias brancas! (Sim, pelo amor da curupita)

16- Dentes brancos e bem tratados vão bem, mas não a ponto de você mastigar de boca aberta ou mostrar sua higiene com palito de dente a céu aberto. (Danuza Leão já pregava doutrinas a respeito há milênios nos seus livros. Palito de dente, só trancafiado no banheiro escuro)

17- Se você for meio esculhambado, usar meia amarela, cueca furada, botina velha e camisa amarrotada, seja ao menos um tipo sensível: saiba poemas de cor ou faça o tipo "cineasta atormentado". (Que, cá entre nós, tem lá o seu charme. Sei lá, atiça o instinto cuidador)

18- Na cama você pode fazer o que quiser, menos transar de meias sociais. (Será???)

19- Nas roupas, prefira sempre o básico elegante, mas tenha no armário um uniforme de bombeiro ou pelo menos um quepe de policia rodoviária. Se a roupa não der ibope, o uniforme nós garantimos. (O uniforme e a crise de riso depois, né?)

20- Não beba álcool demais, nem de menos. Abstêmios, hare krishnas, mórmons e adeptos do Pró-vida são tão assustadores quanto serial killers. (Boaaaa)

21- Se você nunca come carne vermelha, acabará não comendo amarela, negra e nem branca também. (Me lembro de um vegetariano que conheci, e à menção de "sou vegetariano" me afastei cinco metros)

23- Não tenha chulé. Se vira! (Isso aí.)

24- E lembre-se: se você se olha demais no espelho, acabará encontrando alguém à sua imagem e semelhança, não uma mulher. (Lembrar do Williamzinho cover nunca é demais. Não acabem brigando com bibas sobre quem tem o maior peitoral)

Monday, November 12, 2007

Campo Minado

Já falei tantas vezes e pra tantas pessoas diferentes que até já perdeu a graça.
Mas o fato é: enquanto algumas pessoas em crise nervosa comem demais, ou param de comer, ou dormem, ou não dormem, ou fumam desbragadamente... eu jogo Campo Minado.
O que está me custando uns diazinhos de uma bela duma tala de lona até que essa maldita dorzinha fina largue mão de mim.
Mas é irresistível. Aquele "tic, tic, tic, tic" do mouse tem um efeito calmante insuperável neste corpitcho. Campo minado, Iron Maiden e Angra. Salvem os vizinhos.
Junte-se a isso meu joelho exu que baixou novamente a sua entidade dolorosa e pronto. Ala dos feridos pra mim djá.

Friday, November 09, 2007

Pára tudo

Tem coisa demais nessa cachola.
Sobre tudo.
A mais recorrente hoje foi: preciso parar com duas manias.
Primeiro, esta maldita mania de aceitação.

You have to be trusted by the people that you lie to


Segundo, esta maldita mania de desconfiança.

And you believe at heart everyone's a killer

Wednesday, November 07, 2007

Never there

Está acontecendo com uma frequência razoável.
A trilha sonora é a mesma, mas a situação totalmente diferente.

Take the time to get to know me,
If you want me why can't you just show me,
We're always on this roller coaster,
If you want me why don't you get closer?

Queen of the night

Triste é quando a gente se perde da gente mesmo e leva tanto tempo pra se recuperar.
Até porque, como diria o Safatle, "há um preço alto a pagar para ser um Eu".
Por sorte, deixei algumas migalhas pelo caminho e agora estou buscando todas, uma a uma.

Bed of roses

Eu vou para a cama como quem abraça.
Melhor: abraço mesmo. Com o corpo todo.
Cada textura, cada maciez, cada fibra do lençol, cada calor da coberta.
Agarro o travesseiro, sinto a espuma, a firmeza compacta, meu próprio cheiro entranhado nele. Ele não reclama das minhas unhas, medindo, apalpando, avaliando, assentando.
Me espicho, me contraio, me aninho. Encaixo a curva do ombro no ângulo da espuma. Escolho o melhor perfil da coluna. Dobro as pernas, mais ou menos, e repouso os pés em contato com o tecido. É uma festa quase silenciosa, um ritual de moldagem, uma iniciação ao zen.
Nada entre mim e ela. Só nós: eu e a cama.
Ela me acolhe como quem entende e conforta.
Como quem abraça.

Tuesday, November 06, 2007

Missing

E eu nem te vi hoje.
Derrapei na curva da Santa Luzia, me perdi entre chopes e petiscos, e fiquei lá horas a fio debatendo sobre os destinos da humanidade e de nós dois, a cabeça latejando uma crise alérgica mal tratada, o tratamento pro cabelo enfiado na bolsa pra quando o momento de te ver chegasse mais perto.
Maquinando festas de final de ano, cinemas, programas em que vou estar sozinha e pensando em como seria se fosse o dia de te apresentar pra todo mundo.
E rindo muito, não sei bem de quê. Enquanto a chuva cai bem fininha e só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção...
Há tempos tem uma música do Renato Russo ecoando na minha cabeça, mas não é essa.

Misirlou

I love you, Pumpkin.

Foi quase o que eu falei pro Tim Roth ontem, ao topar com ele mais pra lá do que pra cá num boteco da noitche carioca.
Só não falei porque:
1. O cara estava num momento relax e tirando onda com as vagabinhas que estavam lá quase sentando em cima dele pra tirar uma foto
2. Eu custei uns cinco minutos a perceber quem era, considerando o combo rugas/pés de galinha/magreza esquisita, e
3. Mais meia hora até lembrar o nome e, sobretudo,
4. NÃO LEMBRAVA DELE COMO PUMPKIN. Sim, podem me matar. Mas só me vinha à mente o bellboy do Four Rooms e o Mr. Quelque-chose do Reservoir Dogs.
Se é que serve como desculpa, eu tinha tomado uns dez chopes.

Monday, November 05, 2007

Lines in the sand

Thanx G for the inspiration!

É como se ao entrar no reino de Oneiros, meu irmão, eu fosse um e fosse todos ao mesmo tempo.
Eu, que já mutilei minha face e vi a dor.
Eu, que já vivi na androginia, no amor e no medo.
Eu e meu cachorro e meus peixes e minhas falas e meu caos e meu mundo todo e mais alguns.
Eu que andei por todos os domínios até voltar pra casa.
Eu que não vejo saída além de mim,
e que dou a mão ao mais velho de alforje negro
e suas histórias
no seu livro de fecho dourado
ele me fecha e me contém.

Sunday, November 04, 2007

Doctor, doctor

AH NÃO, MISTER M!!
Bastou eu abrir a boca, o coração e os dedinhos falando da angústia de não saber se consegui absorver os últimos dois anos...
e já estou aqui pensando no que gastar os próximos cinco!

Wasted years

Às vezes a gente faz percursos esquisitos pra chegar ao ponto.
Tô há HORAS, literalmente, tentando arrumar espaço no hd, pondo coisas fora...
e me dá uma vontade súbita de ouvir uma música. Que puxa outra, e outra. E chega nessa:

From the coast of gold, across the seven seas
I'm travelling on, far and wide
But now it seems, I'm just a stranger to myself
And all the things I sometimes do, it isn't me but someone else

I close my eyes, and think of home
Another city goes by, in the night
Ain't it funny how it is, you never miss it til it's gone away
And my heart is lying there and will be til my dying day

So understand
Don't waste your time always searching for those wasted years
Face up... make your stand
And realise you're living in the golden years

Too much time on my hands, I got you on my mind
Can't ease this pain, so easily
When you can't find the words to say, it's hard to make it through another day
And it makes me wanna cry, and throw my hands up to the sky

Hands clean

Mais um capítulo da tentativa de organizar o caos da papelada que infesta esta casa.
Oh, céus, quando é que vou ser objetiva o suficiente pra simplesmente JOGAR FORA as coisas?
O mal de viver rápido demais é que se fica com a impressão de que não se sabe o suficiente. Eu olho pros meus textos - praquilo que eu deveria ter lido e estar dominando depois de dois anos - e me pergunto se eu sei daquilo que chega pra pôr fora - e a resposta sempre é NÃO. Na verdade, a resposta é sempre "não sei, nunca soube e jamais saberei". E aí me encho de novo daquela angústia velha companheira. E pronto, cada vez menos papel destinado ao seu fim, e cada vez mais espaço ocupado. E eu incerta, indecisa, atolada.
Como sempre.

Ele sentou do meu lado, tão sério quanto a cerveja das três da tarde permitia, e bem fora do contexto geral mandou o veredito:
- Um dia você vai encontrar alguém que te diga "eu sou seu fã".
Se adiantasse alguma coisa, eu diria o que ficou ecoando na minha cabeça depois daquilo.
Não preciso de fãs. Preciso de cúmplices.

Selling the drama

A única coisa que eu posso dizer a respeito do que transcrevo abaixo é EU QUERIA TER ESCRITO ISSO. E poderia, se tivesse talento. Porque a situação é rigorosamente a mesma.
Mas não fui eu. É Tati Bernardi, as usual.


Versos x versos

Ao lado do meu computador tem uma taça de vinho e uma água de coco em caixinha. Abro a página em branco e me pergunto: será que eu volto, ou deixo assim, como está? Será que quero voltar a me expor, ou deixo assim, no mistério? Adoro a escancarada e adoro a que faz as malas e some de vista. Adoro e detesto as duas.
Minha TV ligada em filme com alguma sacanagem e meu iPod tocando Nina Simone. No chão tenho o jornal do dia e uma bermuda que não é minha. Nem do dia.
Os outros são feitos de casca, penso enquanto vou me despelando até não sobrar nada porque não sei exatamente o que sobra quando não estou atuando. Quando sou eu mesma, sou a melhor atriz que já conheci. Quando não penso sobre ser algo, merecia um Oscar.
Aí ele chega, tão lindo. E vai embora, tão feio. E liga, tão bobo. E some, tão especial. E eu morro, ainda que não ligue a mínima. E eu não tô nem aí, ainda que pense o tempo todo em não estar nem aí. E quanto mais eu abro tudo, mais me fecho. E sigo intacta, ainda que toda esburacada. E tenho a plena certeza de que cometo o maior erro do ano, ainda que eu não duvide de que todos os acertos são mesmo feitos assim: quando a loucura nos vence de alguma forma.
Depois, no dia seguinte, lá vem a ressaca. Sempre. Adoro minhas dancinhas e gracinhas e loucurinhas. Mas no dia seguinte acordo e me pergunto: por que é que você não faz cara de paisagem e permanece fina e permanece intocável? Por que é que você não consegue ser difícil, charmosa e blasé? E todo mundo ri, mas ninguém me leva a sério. Mas será que quero? Mas será que alguém leva alguma coisa a sério? Eu queria me levar menos a sério.
Um milhão de amigos e chorando sozinha no carro. Mas no meu apê de 40 metros quadrados só cabe eu mesma. Ainda bem. A coisa que eu menos queria era alguém aqui, agora, me vendo chorar porque não tem ninguém aqui, agora.
E aí o Don Juan de saias dorme de pijama cor-de-rosa. Não amei ninguém hoje, mas ri bastante. E amanhã vou acordar num tremendo mau humor e morrendo de nojo das pessoas que amam alguém só pra passar o tempo. E amanhã vou querer acordar depois de dez anos ou há dez anos. E vou querer congelar na vida de agora, que acontece mais do que antes ou depois.
E vou ler esse texto e querer me esconder no pijama cor-de-rosa. Mas vou acabar publicando o que eu nunca deveria ter dito, como sempre. E pior do que uma mulher que fala o que pensa é uma que escreve.

Saturday, November 03, 2007

Trama

Acordei com duas frases lapidares na cabeça.
A primeira é "Na prática a teoria é outra", que não me lembro de quem é.
A segunda, cunhada pela brilhante filósofa e quiçá a mulher das mais belas mãos que já vi, Graça, diz que "No escuro o pato é macho".

Friday, November 02, 2007

Sexmachine

Terminei de ler o mais famoso livro da Anaïs Nin, não sem uma certa decepção. Como eu sempre digo, expectativa demais dá dor de barriga.
Mas é inegável que o conteúdo é bom. Não gostei foi da forma, mesmo. No entanto, o livro tem boas passagens com as quais eu acabei me identificando de certa maneira. Como essa:

Eu mudei, também. Sinto-me inquieta, dinâmica, aventureira. Para ser absolutamente sincera, no fundo espero encontrar outra pessoa, continuar a viver como estou vivendo, de modo sensual. Tenho pensamentos eróticos. Não quero solidão, introspecção, trabalho. Quero prazer.
Atualmente me ocupo de frivolidades. Sirvo à deusa da beleza, esperando que ela me conceda presentes. Trabalho para ter uma pele estonteante, um cabelo vibrante, boa saúde.


A própria Anaïs não parece estar muito disposta a abdicar por completo da sua introspecção - senão, que estaria fazendo escrevendo um diário? Mas enfim, a coisa é mais ou menos por aí.

Thursday, November 01, 2007

Eu e você sempre

Pela primeira vez em sete anos, talvez, fui a um show do Nenhum de Nós.
Ansiosa.
Perdi a conta de quantas vezes estive no attendance dos shows deles lá nos idos de 95/97. Já os assisti em pelo menos sete cidades. "Ganhei" um show no meu aniversário de 15 anos. Sim, eles foram importantes pra mim. Sua arte me disse muito numa época muito, muito ruim da minha vida. A música deles estava lá comigo enquanto o mundo inteiro desabava em volta de mim adolescente.
E eu tive a coragem e a chance de dizer tudo isso a eles, naquela época.
Mas como muitas das coisas muito minhas, eu os perdi em algum canto da minha vida pregressa ao casamento.
E ontem foi a chance de, mais uma vez, reencontrar pessoas queridas que nem esses gaps que eu me auto-impus apagaram do meu coração.
E foi ótimo, e foi lindo, e eu estou numa felicidade calma e simples e segura.
De lambuja, veio o show do Biquíni Cavadão. Excelente.

Santa Felicidade

Quanta pode caber dentro de um só peito?