Thursday, June 29, 2006

With or without you

Com inspiração ou sem, whatahell. Lá vai. Eu mereço um momento brainstorm. Afinal das contas, é tanta coisa passando nessa cachola que é até injusto não evacuar tudo isso. Vai que sai algo genial?
Uma das coisas mais tristes de mudar de vida é a gente se desabituar com algumas coisas. Uma vez que a gente tenha tido a ilusão de não estar sozinho no mundo, comemorar coisas tomando uma cerveja e vendo a Belíssima passa a ser meio sem graça.
E falo em ilusão num claro tributo ao Bourdieu, que num texto pequeno me tirou a inocência biográfica. E a ilusão também, claro. Diz a Cher:

Do you believe in life after love?
I can feel something inside me saying
I really don't think you're strong enough, no

Shut up, just shut up, já diria a Fergie que é linda mas tem a maior cara de burrinha...
E o pior é que a gente passa a se sentir sozinho mesmo sem estar. Um dos presentes que o Rio me deu adora essa frase: "quem tem um amigo não morre órfão". Eu tenho essa absoluta convicção. Cheguei agora e já não morro órfã nesta cidade que me acolheu. Mas ainda assim, estamos todos carecas de saber que isso não faz a menor diferença quando o frio é dentro da gente. Talvez o cara que verbalizou essa sensação melhor tenha sido o Totonho Villeroy:

Você falou de solidão
A solidão de um quarto escuro
Falou que estava procurando alguém
Que te levasse sobre o muro
E foi buscar tão longe, longe, longe mas tão preso a tudo
Alguma coisa sempre te detém, um peso a mais e você fica mudo
Aliás, você anda tão calado, anda meio aborrecido
Também não tem que estar pulando aos brados
Mas podia estar mais disponível
Mais relaxado, é, mais distraído, até
Não, tinha que estar até bem mais esperto
Aliás, você anda distraído demais, isso não é bom
Esse não é o tom da nossa nova canção
Entre milhões de seres e bilhões de átomos
Por todos os segundos onde estou e vou
Como arrancar com mais velocidade dessas bocas uma verdade só
Uma verdade só que fosse uma verdade
Você tem medo do silêncio, você tem medo do escuro
Você prefere um incêndio, você se esquenta no barulho
Então tá bem, busque além, no zen dos mantras de um homem de bem
Quem sabe à tarde um outro vem e diz
Você precisa estar atento, precisa estar mais preparado
Seria bom revisitar os tempos, como é que os povos foram dar por estes lados
Deserto, sol a pé, secume e dor, mas fé
Doenças e alguma conquista por certo
No mais, procure viver em paz
Procure saber seu tom
Quem sabe saber um dom, ou sabe ou saberá?

Saberei? Será?

The eyes of the truth



Esse olho já viu tanta coisa...
E anda lendo tanta coisa. E vendo tanta coisa.
Tantas, tantas, que hoje estou sofrendo da stultitia mais genuína, mais foucaultiana.
Talvez amanhã a coisa melhore. Talvez seja o friozinho que deu preguiça nos neurônios.
Até o Word parou de funcionar hoje. Por que diabos não vou me dar a esse luxinho?
Pronto, parei. Vou ali jogar um joguinho, ou beber um chopinho comemorativo.

Wednesday, June 28, 2006

Would?

Não bastasse a Hebe (SHAT, 2006) versão extended que se abateu sobre mim na tarde de ontem, a Hebe não desencostou quando cheguei em casa e ficou comigo até as quatro da manhã via web. Nada que a tecnologia não dê um jeitinho, né? Dá até pra fazer terapia hebiana, eu cá na baía de Guanabara chuvosa e ressaqueada, meus interlocutores lá às margens do Guaíba gelado de junho.
Assim sendo, era óbvio que o museu da Maré vai ter que esperar mais um pouquinho pela minha visita. Não deu pra levantar hoje cedo.

***

Sou da época em que Personal era uma marca de qualidade em papel higiênico. Era macio e talz.
Daí fui confiante nisso e comprei um pacote desta PORCARIA. O que é que aconteceu com o Personal?

Tuesday, June 27, 2006

Psycho killer

Hoje, além do massacre emocional que é assistir um jogo do Brasil, passei por uma sessão de terapia em dupla de umas seis horas.
Sabe o que é seis horas falando e ouvindo? Sobre dúvidas, angústias, filosofia, a falta de conhecimento, sociologia, marxismo, estruturalismo (que eu finalmente sei dizer o que é), memória, trabalhos finais, casamento, separação, divórcio, cinema, trabalho, mercado de trabalho, estagiários, gatos, ração, pão de forma.
Por mais que isso me dê uma sensação realmente confortadora de ter um amigo e não estar órfã nesse mundo, uma coisa dessas é muito desgastante. A gente sai realmente cansado. Moído. E preocupado. Onde é que esse mundo vai parar? Será que tá todo mundo doido? Viramos bastiões da lucidez e da honestidade nas relações? Estou virando niilista convicta?
Se Deus quiser não. Ainda quero acreditar no poder do abraço e do "eu gosto de você, acredito em você e no seu baita potencial". Embora, sinceramente, esse potencial me canse, porque ele pra mim é um signo: uma eterna promessa de presença de algo que eu nunca vejo chegar.

Monday, June 26, 2006

Rock me Amadeus

Por favor me perdoem a insistência. Mas compreendam, quando uma taurina/toreador se apaixona é assim mesmo. Avassalador.
E, só pra acabar com aquela vaga desconfiança, olhem : Mozart também é um Toreador. Tudo dele e nele é Toreador. A começar pela kleine Nachtmusik que escuto nesse momento (não, não sei por que raios alguém um dia chamou de Sinfonia n. 4. Talvez pra me tapear!!).
O meu Mozart tem a cara do Tom Hulce, que vamos combinar é beeeem mais interessante do que a original. Tem também o jeito inteirinho do Tom Hulce, mas é o Mozart, reparem. O meu Mozart faz pra mim aquela cara que o Amadeus do filme faz enquanto rege a ave canora exibida na ária. E canta com ela extasiado.
Jesus, faz dias que durmo e acordo com esse sujeito na cabeça. Saio na rua cantarolando. E estou atualmente encarnando a Rainha da Noite em pessoa. Daqui a pouco vou sair cantando esse trechinho só:

Der Hölle Rache kocht
in meinem Herzen,
Tod und Verzweiflung flammet
um mich her!

Isso, pra quem não sabe, é o comecinho daquela ária fabulosa da Flauta Mágica. Sim, aquilo é alemão. E a Rainha da Noite, apesar de parecer melodicamente tão legal, é uma bruta duma vilã! E maçônica, ainda por cima!
*aiai*

Woman

O que ocorre é o seguinte:
quando a cabeça dói, ou tá pesada, ou cansada demais pra escrever algo que preste - quero dizer, algo de útil pra dissertação ou algo semelhante -, venho despejar asneiras aqui.
Azar o de vocês, que leram ali em cima onde diz com clareza que aqui está o que passa pela minha cabeça e continuam voltando aqui pra conferir.

***

Na minha opinião, a personagem mais interessante da tevê brasileira hoje em dia é a tal Rebeca, vivida pela insossinha da Carolina Ferraz na novela das oito.
Olha que beleza: quando a duplamente insossinha pergunta pra ela se ela não se importa que o fulano lá esteja saindo com outra mulher, ela replica: "Mas meu amorrrr, EU é que sou a outra!".
Ela não se constrange de mandar o cara embora quando ele tá chato. E completa: "Ou esse homem entra na minha vida pra ser divertido, ou não quero!".
Minha ídala.

Ode Navegante ao Corpo de Luciana

Não foi pra mim, mas fiquei orgulhosa pela xará e me senti homenageada também. ;)

Receio ser esta a melhor maneira
De ao cerne de meu porto regressar:
Afogar-me na violência deste mar,
Teu corpo, que me guiará morto até a areia.

A curva do teu perfil a arrebatar,
Qual maré alta de volúpia, um ardil,
Sereia que este nauta nunca viu,
Correntezas que convidam a singrar...

E se fosses terra firme em meu vagar
Eu te traria meus mapas e astrolábios.
Talvez não fosse mais um trépido em teus lábios,
Pouco mais que um tolo a me afogar...

E se partisses na manhã que o horizonte
Traz à minha nau que, paulatina,
Naufraga sem destino, e repentina,
Aviltasses com uma onda minha fronte,

Eu seria bem mais que um corsário,
Em devaneios de tesouros a encontrar:
Eu seria uma cadeira à beira-mar,
Não balsa rôta e sem intinerário.

Baita, né? Tem mais desses na página do autor.

Planeta Sonho

Pois hoje eu entrei num lugar que não devia. Uma loja que se chama "Planeta Sonho".
Ai.
Prateleiras e prateleiras de vinhos, licores, cristais, uísques, queijos, embutidos, chocolates, trufas, vodkas, conhaques, bolachinhas, cachaças...
E estavam ali, lado a lado, a seleção dos sonhos: Jack Single Barrel, Jack 750 ml, Jack special pack com camiseta, Jim, Jim Black, Wild Turkey. Jameson, Jameson 12, Something Special... só faltou o Gentleman Jack. *aiai*
Os olhinhos piscando... os dígitos não cabendo no bolso...

Hand in heart

Dois motes para esse título.

Primeiro: pqp, acordei quatro e meia da manhã DESESPERADA de coceira na mão direita. Mas assim, ó, parecia que um bicho tinha me mordido. Tudo comichava, ardia, sei lá eu o que, a palma, entre os dedos, as falanges. Estou esperando ardentemente que aquela crença de que coceira na mão é dinheiro seja verdade. Estarei rica. Vou jogar no bicho 430, também. Taí, ó: preciso jogar no bicho 43 pra ficar rica. Boa!

Segundo: hora dessas preciso escrever sobre o desencanto que tenho visto por aí. Não por aí, literalmente, mas nas pessoinhas. E em mim, principalmente.

Sunday, June 25, 2006

Surfin' with the alien

Comentava ontem com um amigo de há tempos que é legal torcer pelos sucesso dos amigos e tudo, mas dá uma puta sensação de inutilidade quando a gente não é exatamente tão "vistoso".
Mas inútil mesmo a gente se sente quando descobre, surfando na web, que estas pessoas viraram verbetes da Wikipedia.

Crônica

Achei que tinha me livrado de praticamente todos os males físicos que me abatiam quando vivia no paralelo 30. Mas acabo de descobrir que, de fato, um deles é crônico.
Meu joelho, depois de quatro meses praticamente esquecido da vida, voltou a se manifestar.
Só estou ficando aborrecida porque já fiz duas ecos, fui a NOVE médicos e aparentemente não tem nada. Mas é impossível, anos a fio com uma dor crônica igual e sempre no mesmo lugar.
Outra coisa: preciso estudar pra ver se esse meu hábito de estalar não tem nenhum tipo de contra-indicação. Ocorre que ando dando sustos nas pessoas - inclusive em mim mesma - tamanho é o volume do estalo. E vale tudo: pescoço, joelho, braço, coluna. Só não rola os dedos da mão, mas de resto, sou praticamente prima da noiva cadáver! hahahaha

Supermassive black hole

Já comentei aqui a respeito das propriedades holísticas do mundo (holísticas = de hole, buraquinho minúsculo, sacaram?). Mas às vezes o mundo se passa.
Ontem fui numa feishtchénha na casa de um dos meus novos amigos cariocash, reencontrar as pessoas que conheci num evento há pouco. Lá pelas três da manhã, depois que o CTG já tinha se delimitado na cozinha, chega uma menina carioca da gema dizendo que morou dois anos em Cruz Alta. E que estudou na mesma escola da outra gaúcha do grupo. E que fez balé na mesma academia. Isso lá pelos idos de 88. Ela também morou em Florianópolis e fez balé na mesma escola que a minha prima.
Aí a outra gaúcha informa ao grupo que é arquiteta, formada pela UFRGS. Blém, blém, bateu cá o sininho de "isso só pode dar merda". E deu. Comecei citando um nome lendário (não vou dizer quem é, mas ela é divertidérrima e faz as unhas dormindo, hehehe). À primeira manifestação de CLAAAARO!!, começou o desfile.
"Conheço! Sou madrinha de casamento!"
"Nóóssa! Tu não sabe há quantos ANOS eu escuto falar desse nome! Esse e aquele outro que tem um nome incomum também..."
"Pois é, esse aí até já é pai, pra tu ver..."
Resumo: voltei pra casa cinco da matina, ventinho fresco da madrugada batendo em Copa, e aqui dentro da cabeça muitas considerações sobre a pequenez do mundo - e de como essa pequenez acaba dando à gente um sentimento de não-estar-sozinho, aqui, em Porto Alegre, em Florianópolis ou em Köln. Né?

Saturday, June 24, 2006

Garota de Ipanema

Pois hoje eu acordei decidida a aumentar minha cota de famosos, já que ter visto só a Cláudia Rodrigues e a Carla Marins é um absurdo pra quem mora nesta cidade. Imagina só: eu NUNCA topei com o Chico Buarque!!
Ao invés de ir caminhar no calçadão de Copacabana, fui dar aquela suadinha básica sob o sol de Ipanema.
E provavelmente não vou nunca mais. Aparentemente, o Rio inteiro vai pra lá pra tentar ver famosos. É tanta gente que mal dá pra caminhar.
Mas valeu pra eu ver uma coisa bizarríssima. Um tapete vermelho estendido do calçadão até o mar, atravessando toda a faixa de areia. Fiquei sem entender, mas que foi engraçado foi.

Friday, June 23, 2006

Propaganda

Falei há algum tempo sobre as propagandas e tinha me esquecido de qual era a propaganda-mote do comentário.
Lembrei: é a série da Albany, que é excelente.
São homens e mulheres falando sobre coisas quaisquer, que demonstram a diferença dos pensamentos masculinos e femininos.
Daí tem dualidades maravilhosas, do tipo "salada/xis salada", "banho quente/banho frio", "três filhos/um cachorro", "sexo/chocolate", "champanhe/cerveja".
Mas a melhor de todas é a do cara que nem fala, só abre a boca e gesticula "GOSTOOOSAAAA" e a mulher em seguida diz um displicente "rico".
Genial.

Pretty in pink

Por algum motivo que vai além da nossa percepção objetiva, nesta semana eu resolvi usar branco e cor-de-rosa.
Impressionante a quantidade de pessoas que reparou nisso. E detalhe: todas mulheres. Elogiaram, dizendo que fico muito bem de clarinho, já que estou quase sempre de escuro, blá blá blá.
Fiz o comentário aqui só pra ilustrar um debate que tive ontem, em mesa de bar (só podia!!). O tema era: as mulheres se arrumam pra quem?
Tá aí uma observação empírica e totalmente fundamentada para o meu argumento: as mulheres se arrumam para as outras mulheres.

O que tem isso de relevante?
Nada.
Mas é que depois que eu li um imbecil dizendo que Mozart nunca foi músico, e nunca chegou a vender um CD enquanto estava vivo, achei que isso tudo era de uma inteligência sublime. Diria até dilbertiana.

O global e o local

Mais uma vez, uma demonstração explícita de que só a Urca tira os demônios das pessoas.
Ontem me vi assistindo o jogo no Garota da Urca, gritando que nem uma doida e colhendo subsídios para minha crônica apuradíssima sobre o esporte bretão.
Ao final, depois que os 80% de pessoas que só estavam lá pra ver o jogo foram embora, me vi numa mesa, eu de bendito fruto, cercada de globais (que trabalham na Globo, mané! Ainda não conheci o Bruno Garcia ao vivo), irmãos de atrizes globais e um senhor adorável de 75 anos, técnico sabe Deus do que, acho que de handebol, nos anos 70.
Tem coisas que só a Urca faz por você. Olhar praquele sujeito que podia ser meu avô tomando chope comigo numa quinta feira fim-de-jogo foi algo muito interessante.

Wednesday, June 21, 2006

Pearls

"A mulher ausente é a mais presente na imaginação de um homem"
"O ideal seria trabalhar em São Paulo e morar no Rio"

Duas pérolas dessas saíram da boca do Bruno Garcia em menos de dois minutos. Só em filme, mesmo: Dom.

Parabéns pra você

Dia de muitos aniversários. Só no mestrado, tem uma aniversariante e uma irmã de aniversariante.
Hoje também é aniversário daquela gracinha do Príncipe William e do Machado de Assis.
Mas é principalmente aniversário da minha mãe. :)
Este espaço também recebe congratulações por ela, ok?

Otherside

Uma coisa me veio à cabeça enquanto eu limpava os pratos.
O grande problema e a fonte de conflito da existência humana é esse aprisionamento de nós mesmos. Não conseguimos ser o outro - mas principalmente não conseguimos fazer o outro estar na nossa pele, nem por um segundo que seja.
Imaginem um adolescente na pele da mãe preocupada às quatro da manhã sem um telefonema. Ou o traidor descobrindo seus próprios rastros no lugar do traído.
Eu ia falar daquela doida da Suzane, mas como eu mesma já disse, ela é doida e não serve de modelo. Mas imaginem algum criminoso, alguém que tenha se arrependido, tendo uma percepção prévia do sofrimento que vai causar. Imaginem um estuprador vendo a própria filha sendo molestada. Ou sendo estuprado. Imaginem, imaginem, imaginem.
Fantasiar é muito bom, gente. Dá pra purgar várias coisas... e pensar melhor antes de fazer outras tantas.

Tuesday, June 20, 2006

Help

Socorro.
O dia hoje foi tão cansativo que ainda não consegui processar todas as informações recebidas, nem o cansaço do corpo, nem a dor de cabeça...
e agora já não sei mais nada sobre aquela musiqueta mozartiana que eu adoro. tô em dúvidas mil. quero um músico especialista em Mozart já, pra me explicar tudo tintim por tintim!!

Monday, June 19, 2006

Garota Nacional

Quando eu achava que já tinha feito de tudo... olha só o que me aparece.
Hahahaha...
Thanx Tati pelo convite ao inusitado!

Sunday, June 18, 2006

É uma partida de futebol

Tá.
Depois de chorar com a comemoração do Adriano embalando o filhote e muitos outros episódios manteiga-derretida ridículos, vamos aos comentários mais objetivos.
Eu queria mesmo era ter comprado um dos números daquela rifa de bola que foi o começo do jogo. Eu, hein? Chutão por chutão, que chutassem pra torcida pra alguém ficar feliz.
Foi tanta pisada na bola, literalmente, que fiquei constrangida. E aquela furada horrorosa do Ronalducho, hein? Cansadito... tá, tá, ele melhorou muito, eu sei. Mas pra fenômeno... sei não...
Fenômeno mesmo é a cara de pau daqueles filhotes de crocodilo dundee, batendo como se estivessem num campo de guerra com a inocência do Kevin do Esqueceram de Mim. Eu achei que faltou um toque felipãozístico de futebol guasca pra acabar de vez com a palhaçada. Saudades do Leonardo e seu cotovelo diplomático.

Meu coração não suporta mais

Pelamordedeus, alguém tem aí qualquer endurecedor para corações moles? Tipo um casco-de-cavalo cardíaco?
Tá ficando constrangedor. Chorar com a mãe do Ronaldinho recitando uma oração ao Santo Anjo do Senhor na tevê foi o fundo do poço manteiga-derretida. Deve ser o sono - espero que seja. Dois dias dormindo quase às seis da manhã, além de deixar lindas olheiras e um torporzinho bom, devem mexer com os brios gauchescos e familiares de qualquer um.

Saturday, June 17, 2006

Cryin'

Ele sentou ao meu lado, de costas pra mim, o vento da praia batendo e eu me encolhendo mais ainda no canto.
Ele falou alguma coisa com os amigos que continuaram caminhando, algo que eu não entendi.
Levou uns cinco segundos pra vir a fatídica pergunta: "hei, do you speak english?"
Virei pra ele e respondi "a little".
"Ár iú cráin?"
Ele tinha um inglês medonho. Falava aquele dábliu vezado do alemão, mas não era alemão, não tinha cara de alemão. De onde diabos era aquele sujeito?
"Plis dont crái. If iú crái, ái crái uít iú. Pípol in Brazil dont crái. Pipol in Brazil are répi!"
Aham. Vai nessa, meu filho.
Era turco, o rapazinho. E queria companhia pra ir tomar um chope, queria saber um bom lugar pra ir de noite com os amigos, porque ele foi na Help e, segundo ele, só tinha "béd voman, insáide énd áutsáide". Jeito turco e gentil de dizer em inglês que lugar devia estar cheio de putas.
"Iú ár répi náu. Gud! Ái rév to gou uít mái frénds, ok? Ci iú!"
"Ok. Good night."
Fiquei mais um tempinho sentada vendo as ondas quebrarem, iluminadas pelos refletores. E vim pra casa enquanto meu amiguinho turco corria pra encontrar seus amigos.

"A vida só se dá pra quem se deu"

"Queria te dizer, sua escrotinha que dorme comigo todas as noites, que nenhuma das vezes em que eu cheguei perto da janela e fiquei na ponta dos pés, eu estava sendo sincera. Queria te dizer que, apesar de você se sentir imensamente sozinha de vez em quando, eu sou milhares, e todas essas milhares te acham a melhor mulher do mundo. Queria bater palmas pra todas as vezes em que você sacrificou o que você mais amava em nome de seguir a diante com o teu fígado e todas as vezes em que você ficou pequenininha para que ficar grande fosse ainda maior. Obrigada por nunca ter fugido de mim, obrigada por ter me encontrado, obrigada por estar aqui. Confie que agora, de dentro de mim, conquistar o mundo vai ser ridículo. Ah, e tem mais: sua bunda até que é bonitinha, mas o resto é um arraso."

Tati Bernardi, mandando ver.

Sleeping with the past

Hoje a coisa definitivamente passou dos limites.
Eu só consegui pegar no sono depois de ficar três horas conversando na internet (olha que coisa mais pós-adolescente entediado: eu numa sala de chat!), mais duas horas ouvindo o rádio falando sozinho e muuuitos e intermináveis minutos COM FRIO debaixo das cobertas, antes de pôr um par de meias. Em números, isso foi às cinco e meia da manhã.
Repare-se que eu moro no Rio de Janeiro, e não na Terra do Fogo, e que a probabilidade duma pessoa passar frio, mesmo numa noite chuvosa de junho, é muito pequena.
Mas já fica o convite, ó: quem estiver insone, entre no MSN que, do jeito que a coisa vai, é bem capaz de eu emendar uns dias assim, papeando noites adentro. Se alguém quiser discutir análise crítica do discurso, ou identidades cindidas, aí vai ser um chuá.
O que será que passou na tevê e eu perdi?

***

Não vou colocar a letra toda de "Sleeping with the past" aqui, mas que ela é perfeita, ah isso é. Também é de um disco perfeito de 1989, homônimo, do Elton John recém recuperado daquela fase mais porra-louca. No mesmo disco tem a "Sacrifice", que tocou quase tanto quanto "A Taça do Mundo é Nossa" em ano de Copa. Tem também uma música belíssima que se chama "Blue Avenue", e tantas outras muito boas.
Mas o link pra letra tá aqui, ó.

Tired of me

Se a gente pára pra pensar e fazer paralelos de músicas e escritos dos outros com a nossa vida, não consegue parar nunca. Talvez porque artistas sejam movidos a frustrações, conflitos, eventos, sei lá.
Tava procurando algo que falasse do sentimento que é estar sozinha em casa numa sexta feira de noite, numa cidade estranha, por mais acolhedora que seja, remoendo coisas, revivendo, repensando, repisando.
Vivendo a enfermeira depois que o doente foi embora e ela pôde respirar finalmente.
Na real ainda não me sinto em condições de respirar. Meu doente não foi embora, aliás, acabou de chegar e se chama TRÊS MONOGRAFIAS DE FINAL DE DISCIPLINA. Em seguidinha, vem o TEXTO DE QUALIFICAÇÃO PRA OUTUBRO, JÁ, CORRENDO.
Mas enfim, de vez em quando, naquela pausa pro cafezinho, a enfermeira respira, toma um Jack Daniel's e consegue pôr pra fora um pouco do lodo que tem dentro. E sonha em andar pelas ruas da Cidade Baixa, atrás dum boteco qualquer pra sentar e tomar qualquer coisa com qualquer pessoa.

Someday I'll be saturday night

Não sei o que caberia melhor aqui, se esta ou These Days. Mas já que é madrugada de sexta, vai essa mesmo que é mais do que apropriada.

Hey man, I'm alive
I'm takin' each day and night at a time
I'm feelin' like a Monday but someday I'll be Saturday night

Hey my name is Jim, where did I go wrong
My life's a bargain basement, all the good shit's gone
I just can't hold a job, where do I belong
Been sleeping in my car, my dreams move on
My name is Billy Jean, my love was bought and sold
I'm only sixteen I feel a hundred years old
My foster daddy went, took my innocence away
The street life ain't much better but at least I'm getting paid

And Tuesday just might go my way
It can't get worse than yesterday
Thursdays Fridays ain't been kind
But somehow I'll survive

Hey man, I'm alive
I'm taking each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey, hey, hey, hey, man I gotta live my life
Like I ain't got nothing but this roll of the dice
I'm feeling like a Monday but someday I'll be Saturday Night

Now I can't say my name or tell you where I am
I want to blow myself away, don't know if I can
I wish that I could be in some other time and place
With someone else's soul, someone else's face

Oh, Tuesday just might go my way
It can't get worse than yesterday
Thursdays, Fridays ain't been kind
But somehow I'll survive

Hey, man I'm alive
I'm taking each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey, hey, hey, hey, man I gotta live my life
I'm gonna pick up all the pieces and what's left of my pride
I'm feeling like a Monday but someday I'll be Saturday night

Saturday night
Here we go

Someday I'll be Saturday night
I'll be back on my feet, I'll be doing all right
It may not be tomorrow baby, that's ok
I ain't going down, gonna find a way

Hey, hey, hey
Man I'm alive I'm taking each day and night at a time
Yeah I'm down, but I know I'll get by
Hey, hey, hey, hey man I'm gonna live my life
Like I ain't got nothing but this roll of the dice
I'm feeling like a Monday but someday I'll be Saturday night

I'm feeling like a Monday but someday I'll be Saturday night
Saturday night ... all right
All right ... all right
Saturday night

Friday, June 16, 2006

Dreaming my dreams

Depois de três dias duma inacreditável calmaria - várias horas de sono seguidas, dormindo cedo, acordando razoavelmente recomposta - finalmente voltei ao normal.
Fiquei umas horinhas fritando na cama esta noite, acordei amassada e tudo.
E compreendi por que é que as pessoas amaram tanto o Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças.
Nesta noite eu sonhei que tinha feito o procedimento e foi muito bom.

The audience is listening again

Às vezes o universo me assusta com as suas sintonias.
Embora depois que se assiste aquele quadro do Fantástico sobre o charlatanismo dos médiuns nada pareça muito idôneo, quando a gente lê um troço desses assim, sem aviso, é porque de fato, em algum lugar do etéreo, do desconhecido, do sei-lá-eu-onde, as almas se comunicam e se ouvem. Esta é do Carpinejar:

"Outra coisa: quando o homem diz que não precisa ter ciúme, você tem todos os motivos para sentir. Ele não está fazendo nada de errado, só que parece disposto a fazer. Já desligou a censura e o alarme do corpo."

Vindo da caneta de um homem, é reconfortante.

Thursday, June 15, 2006

Hands clean

A gente sabe que está diante de um não-iniciado nas lides domésticas quando ele, inocentemente, acredita que "passar uma vassoura" dá conta da limpeza de uma casa.

Implicante, ou frase do dia

De que vale seu cabelo liso
e as idéias enroladas dentro da sua cabeça

De quem é, de quem é?
Dela, claro.

Wednesday, June 14, 2006

Stupid girl

Um dos meus próximos temas de aula são as histórias de vida.
E a leitura obrigatória, ou melhor, o tema obrigatório, é por demais interessante: Mozart. Além de ler a obra do Norbert Elias, há que se ver o "Amadeus" - que eu já vi e vou ver de novo com o maior prazer. Quem não viu, veja. Não ganhou um Oscar de melhor filme de graça.
Baixei de novo pra ouvir uma das minhas peças clássicas preferidas, a Sinfonia n. 4 do Mozart mesmo. Todo mundo conhece mas ninguém sabe que esse é o nome da dita. Na verdade, segundo descobri agora, ela não é uma sinfonia. É uma peça curta, uma sinfonieta, qualquer coisa.
A música é maravilhosa. Tem algo de muito dinâmico, vigoroso, sei lá eu. Mas o que me apavorou é que acabo de descobrir que o querido Amadeus a compôs com NOVE ANOS. Achava eu, na minha ignorância, que essas coisas que ele fez mais novo tinham se perdido, sei lá.
E eu, com vinte e seis, penando pra fazer um mestradinho.
Nove anos. Será que se eu tivesse continuado a estudar piano eu estaria compondo uma pecinha dessas aos trinta?
Mas vão lá que vale a pena: The Mozart Project. E descubram também que o nome dele não era (só) Wolfgang Amadeus.

The audience is listening

Esses dias descobri que este blog tem muito mais leitores do que eu imaginava.
Segundo meu querido Derbi, que abandonou de vez a estrutura bloggerística e partiu desta para uma melhor, que tem contadores estatísticos e até deixa classificar os posts pelas categorias do Ranganathan, tem dias que eu mando até dez pessoas pro blog dele pelo link aí à direita.
Mas exercício bom mesmo é o de ficar imaginando quem é que anda me lendo e não comenta nada, nunca dá as caras, nem diz oi, não entra e toma um mate, nada dessas coisas simpáticas e interessantes que fazem da web um lugar de interação. Se acusem!

Ich bin ein kobold

A despeito daquele papo todo da pátria de chuteiras, do país unido em torno do futebol, identidade nacional em verde e amarelo, etc etc etc, hoje foi o segundo dia da semana que saí vestidinha de jogadora alemã.
Hoje, então, foi com o segundo uniforme, pretinho, com meu nominho gravado atrás.
Gozado foi ver as pessoas na rua me olhando e se perguntando se eu era de verdade ou não, hahaha...
E até o presente momento, vamos combinar que o futebolzinho deutsch tá valendo muuuuito mais a pena do que o canarinho, hein?
Confesso que ontem eu nem ia ver o jogo. Só fui porque uma amiga me garantiu que a seleção croata valia a assistência, tinha alguns primos do Goran Visjnic, e talz. No final, ela saiu furiosa, dizendo que o fotógrafo tinha tapeado ela e fotografado o time reserva, só podia.

***

Pô, tava vendo uma eleição pra jogador mais bonito e me decepcionei. Tem uns bagulhos e não tem aquela coisa cuti-cuti do Ballack. E o Schneider também não decepciona, não... se liguem nas camisetinhas 13 e 19. Auf wiedersehen!

Tuesday, June 13, 2006

Blessed

Verdade seja dita: fui abençoada com uma turma de gente boníssima neste mestrado.
Pessoas muito diferentes que me permitem transitar entre programas 100% sirigaitas, tipo churrascada de domingo, e ver o jogo numa casa absolutamente adorável e simpática, babando em dois bebês gato assustadíssimos com os fogos.
Só com eles eu consigo passar do papo mais inútil e das receitas de bolo para discussões complexas sobre Nietzsche, identidade, pós-modernidade e essas coisas que tiram o sono de quem embesta de pensar nisso.
Mas enfim: era só pra cantar loas ao pessoal que me acolheu tão bem aqui no Rio e que me proporciona dias tão felizes.

***

Eu ia até fazer um post paralelo ao da minha querida amiga em momento de avaliação dos últimos quatro anos, mas fiquei inibida pela quantidade de coisas interessantes que aconteceram (e vão acontecer) com ela. O meu balanço ia ficar um lixo!

Animals pt. 2

Se eu tivesse aprendido que só Jesus salva e só a Urca tira os demônios das pessoas, não tinha passado pelo pesadelo de chegar em casa e descobrir que perdi minhas transcrições das certidões de casamento do século XIX que estavam no meu palm... que ficou muito tempo sem bateria e caputz!!

Monday, June 12, 2006

Animals

Não bastasse aquele cansacinho bom (mas cansaço!) pelo corpo o dia todo e um resfriado-dor de garganta que insiste em se manifestar, tenho a sensação de que estou criando espécies diversas na minha cabeça.
A da hora é a minhoca.
Muitas. Uma colônia inteira delas! Se remexendo, cavoucando a terra, sendo minhoca o tempo todo. Bagunçando minhas idéias e minhas intenções.
A última traquinice da minha colônia de minhocas é ficar buzinando dentro da minha cabeça que estou na linha de pesquisa errada. Que devia assumir minhas nietzschianices e ir lá ver qualé o pastel do ressentimento, do esquecimento, do riso. Que eu devia era ir lá tomar um café definitivo com o Foucault e suas desconstruções. Que o Bergson ia me fazer esquecer de vez o relógio e essas idéias atabalhoadas sobre discurso.
Mas, ai!, como saber?

You gotta be crazy, you gotta have a real need.
You gotta sleep on your toes, and when you're on the street,
You gotta be able to pick out the easy meat with your eyes closed.
And then moving in silently, down wind and out of sight,
You gotta strike when the moment is right without thinking...

e continua. Essa música é poderosa. Vou ali ouvir pra ver se me clareia as idéias.

The sirigaita way of life

Tenho uma colega cujo projeto de pesquisa é o máximo.
Ela pesquisa a construção da imagem da mulher séria, da moça de família, e da mulher fácil - que ela chama de sirigaita - através do vestuário que as revistas publicavam nos anos 50. Decotes, fendas, vestidos, peitos e curvas são figurinhas fáceis pra ela, ex-designer de lingerie, divertidíssima. Uma sirigaita de respeito!
Pois ontem tive um dia de sirigaita.
Saí de casa cedo pra comparecer a compromisso inadiável e inabalável. Churrascão na Pavuna. Mais de meia hora pra acender aquele diabo de carvão, e a tarde toda defumando em meio a carne na grelha, frango e linguiça. E, OBVIAMENTE, muuuuuuuuuita cerveja. Mas assim, ó: saiu todo mundo alegríssimo, sete da noite, faceiro e fedorento de fumaça.
Cheguei em casa totalmente mal intencionada. Tomei o mais cheiroso dos banhos e fui pro telefone. Meia hora ligando e nada... até que na última tentativa, deu.
Aí, a sirigaitice bateu feio aqui. Nada que uma chantagenzinha não resolvesse com uma frase apelativa.
A baixa do dia foi a minha linda flor, que já tinha caído da janela no chão por obra de algum vento mais ousado pré-chuva e tomou uma travesseirada lá entre duas e três da manhã.
Coisa boa é ser sirigaita no dia dos namorados.

Sunday, June 11, 2006

Killer

A despeito dos vampiros (que são sexies, sim, mas estão perto demais do grotesco), meu arquétipo favorito é o do matador. Fiquei pensando nisso ontem enquanto o sono não vinha e o Léon já tinha morrido no meio daquele monte de granadas.
O matador tem algo que eu queria muito ter. Um élan, sei lá.
O matador é frio e calculista. O matador é sério e esperto, mesmo sendo analfabeto. É forte e atlético. E domina sua ferramenta como quem joga pedrinhas no lago. Não tem medo dos pesos, nem dos reais nem dos simbólicos. Não tem medo da desvirginação do sangue jorrando. Não tem medo do ferimento, da morte, do sofrimento físico. Nem do mental, porque nada o atinge em sua frieza e cálculo. O matador é um profissional. No exercício das suas atividades, é quase um artista. Cada movimento é plástico e belo.
Se eu achar um Léon que queira me ensinar, talvez um dia eu brinque de Mathilda.

Léon

Eu ia tentar dormir.
Mas "O Profissional", assim, de lambuja na tevê, é de tirar o sono.
O Jean Reno está absolutamente impecável e consegue até mesmo ser charmoso.
E é uma das melhores estréias juvenis que já vi: Natalie Portman.
De brinde, ainda tem o Gary Oldman. Mas aquela coisa meio paternal, meio fetichista entre Léon e Mathilda é demais.
Ah... e antes que eu me esqueça, tem a planta. Uma comigo-ninguém-pode. Genial.
Não é à toa que o filme é o 44. do ranking do IMDB, com um impressionante 8,5 de nota. Olha a tagline:
"A perfect assassin. An innocent girl. They have nothing left to lose except each other. He moves without sound. Kills without emotion. Disappears without trace. Only a 12 year old girl... knows his weakness."
Uhu.

Saturday, June 10, 2006

Benzadeus

Como boa addicted em tevê que sou, tenho reparado em propagandas muito boas.
Começou há um tempo atrás, com aquele espetáculo da Havaianas, com o Murilo Rosa que fica sem sunga na piscina. Nessa, o genial é o "benzadeus" que uma das privilegiadas fala. Adorei porque é o tipo de bagaceirice que um homem diria.
Essa do Maradona cantando o hino nacional no meio da seleção também tá boa. É do Guaraná, né?
Gostei muito também da Aracruz, que botou um monte de famosos a bater bola. Saiu cada coisa...
Mas genial mesmo é a da Oi com o Ronaldinho, que entra em tudo que é lugar e toca o hino da torcida brasileira. No final, ele diz pra alguém "Me liga daqui a um minutinho que eu acabei de chegar no restaurante alemão".
Na real mesmo, eu tinha me lembrado de outra excelente, que foi o motivo pelo qual comecei a escrever, mas o cheiro do café me pegou em cheio e eu esqueci o que ia falar.

Em tempo: na praia eu me sinto sempre numa propaganda da Havaianas. Sai um benzadeus desta boca a cada cinco minutos! Benzadeus!

Friday, June 09, 2006

Unbelievable pt. 2

Hoje eu descobri uma coisa muito importante.
Deus existe e parece que tá fazendo um puta esforço pra ser meu amigo!
A COISA É MINHA VIZINHA.

The sound of silence

Definitivamente, estou ficando neurótica com barulho de interfone e campainha.
Este edifício foi tão inteligentemente planejado que pelo poço de luz do banheiro eu escuto TODOS os interfones e campainhas dos vizinhos.
E são TODOS iguais aos meus.
Ou seja, TODA VEZ QUE TOCA ALGUM INTERFONE OU CAMPAINHA, eu penso que é aqui.
E isso acontece invariavelmente num horário xarope, tipo entre sete e oito e meia da manhã. Olha que beleza.
Quando eu tiver a minha própria casa, vou pôr algo bem exótico de toque da campainha, pelo menos. Talvez algo do Mozart.

More than words

Bom mesmo é terminar a quinta feira saudosa dos amigos, mais distantes ou mais próximos, às vezes vizinhos, às vezes mais pampianos (entenderam, meus bens? hehehe), com internê em casa ou não.
Bom mesmo é terminar a quinta feira no meio de chopes bem tomados, cachacinhas vagabundas bem tomadas com gente querida e acolhedora no meio de Ipanema.
Bom mesmo é terminar a quinta feira livre de um processo besta.
Mas ainda assim, a quinta termina angustiada, cansada, magoada, raivosa.
Ainda assim, tenho pra acrescentar, ó. Vale MUITO a pena conferir as Blônicas.
Daí, descobri a tal da Tati Bernardi. Por favor, leiam. Tudo de bom. "O Homem da Escada", então, é de chorar.
Me lembro de mim, ligando meia noite e vinte, pro affair da hora dorminhoco, pra avisar do meu momento iluminação-pós-litígio do dia.
Mas enfim, ó: nada vale mais do que um boteco cheio de gente que te quer bem naquele momento.

Thursday, June 08, 2006

É mágoa

Ou tpm. Como saber?
Sei que essa música é de rebentar a boca do balão. Não canso de dizer: Ana Carolina rulez.

É mágoa
Já vou dizendo de antemão
Se eu encontrar com você
Tô com três pedras na mão
Eu só queria distância da nossa distância
Saí por aí procurando uma contramão
Acabei chegando na sua rua
Na dúvida qual era a sua janela
Lembrei que era pra cada um ficar na sua
Mas é que até a minha solidão tava na dela
Atirei uma pedra na sua janela
E logo correndo me arrependi
Foi o medo de te acertar
Mas era pra te acertar
E disso eu quase me esqueci
Atirei outra pedra na sua janela
Uma que não fez o menor ruído
Não quebrou, não rachou, não deu em nada
E eu pensei: talvez você tenha me esquecido
Eu só não consegui foi te acertar o coração
Porque eu já era o alvo de tanto que eu tinha sofrido
Aí nem precisava mais de pedra
Minha raiva quase transpassa a espessura do seu vidro
É mágoa
O que eu choro é água com sal
Se der um vento é maremoto
Se eu for embora não sou mais eu
Água de torneira não volta
E eu vou embora
Adeus

Wednesday, June 07, 2006

Sinal dos tempos

Sinais dos tempos se acumulam ao meu redor.
Este é o meu centésimo post. Logo eu, que nunca tive a menor intenção de manter um blog. Mas o tempo é inexorável e este espaço onde vos falo se revelou divertido, interessante, expurgante de coisas, mesmo que muito do que tenho pra dizer tenha de ficar no campo do silêncio. Meu lugar de memória (vulgo arquivo, ali na direita) já tem quatro meses.
Sinal dos tempos também quando constato que homens e mulheres entre 25 e 30 anos têm encarado suas idades de jeitos diferentes. Enquanto elas se dão conta de que PODEM, eles descobrem que o tempo passa. Duplo sinal dos tempos: ninguém com quem compartilhei essa idéia discordou. Aliás, vários fizeram aquela expressão cair-a-ficha...
Sinais de mudança de tempos: tirei meu perfume da caixa e deixei mais à mão, mais prático, mais usável. Meus esmaltes de unhas agora têm mais cores escuras, roxas, violáceas, do que misturinhas e bases. Eu faço as unhas quase toda semana. Ando de salto quase todo dia. Adotei as argolas grandes nas orelhas. Entro nas minhas roupas com folga. Branco constrasta de leve com a minha pele. Meu cabelo passou do meu ombro. Comprei uma webcam. Tomo muito mais café do que há dois meses, mesmo que seja um cappuccino com chocolate de máquina. Aprendi a passar um bife na chapa, a não sobreviver sem cebolas na geladeira, a comer queijo cremoso Philadelphia com geléia de cereja - simulacro de cheesecake!
Mais do que nunca, Ana Carolina & Totonho Villeroy rulez. Em vários momentos. Neste especificamente, a frase é:

Aprendi a me virar sozinha
E se eu tô te dando linha é pra depois te abandonar...

I alone

Às vezes eu me sinto muito sozinha.
Hoje, por exemplo.
Ainda arrasada pela qualificação de ontem - de fato, foi muito pesada e todo mundo ficou meio abalado - e pelas noites seguidas sem dormir decentemente, vim pra casa mais cedo. Ainda de manhã. Entorpecida de sono e cansaço, preocupada com os rumos dessa escola onde os não-ditos se acumulam pelos cantos sem que a gente possa captar.
Tirei os apetrechos para andar na rua e deitei, eu e o radinho ligado beeeem baixinho na Paradiso.
Dormi a tarde toda.
E é aí que me sinto sozinha. Sozinha no meu sono diurno. Sozinha no sono que a luz me dá. Sozinha no privilégio de poder dormir à tarde, embrulhadinha na coberta enquanto o ventinho passa pela janela.
Sei que não estou sozinha na noitevidade, mas notívagos fazem falta, nem que seja pra me dar condolências por ter que acordar cedo pra não render nada em eventos que atrasam, aulas que atrasam, ônibus que atrasam, tudo que atrasa e desrespeita meu esforço descomunal pra tentar ser mais diurna.

A hard day's night

Sem dúvida, a mais hard day's night possível.
O dia foi pesado.
Pela manhã, palestra com o impagável Waldomiro Vergueiro, totem da biblioteconomia.
À tarde, qualificação de dissertação. Preocupante, para todos nós que assistimos.
Fim de tarde no shops, pra desanuviar.
E noite ao msn, superequipada com meu novíssimo HAL. Descobri até uma pequena luzinha vermelha no fundinho dessa webcam.
Impressionante o tale aparelhinho. Faz a distância desaparecer, mesmo daqui à Florida parece logo ali na esquina.
E a minha qüeshtão, agora, é a seguinte: faz dias que não durmo direito. Anteontem, consegui dormir as quatro e acordei as dez. Ontem peguei no sono passava da uma, e acordei sete e meia. Já são vinte pra uma e necas de pitibiribas de sono. Amanhã, siete e meia estaremos de pé, nos preparando para a parada de ônibus. será? será?
O poblema todo é que tenho sono entre seis e sete da noite. Passou desse horário, uebas! Bom dia! E agora? Que que eu faço?
Já sei. Volto pra noite, que é o que de melhor sei fazer.

Tuesday, June 06, 2006

Dos Arcos da Velha (Lapa)

Eu ia até copiar e colar aqui, mas desisti quando li os outros posts.
Recomendo fortemente. FORTEMENTE. Já foi pros meus links. O cara sabe das coisas.

Monday, June 05, 2006

Smile

Se houve duas declarações que me deixaram muito faceira nestes últimos dias, foram as duas falando sobre o meu humorzinho tipo ácido deste blog onde vos falo.
Me lembro sempre do comentário a meu respeito proferido pelo inglês mais inglês que passou pelos corredores da Fabico: "ela é tão pálida, e tem os cabelos tão pretos, e é tão ácida!"
Bueno, nem tão pálida por este sol da Guanabara, nem de cabelos tão pretos que o Blondor passou por aqui bonito. Mas ácida, ah, isso com orgulho. Humorosamente, liquorosamente ácida.
Já que a gente não resgata memória alguma, mas reconstrói, pouco a pouco estou reconstruindo essa acidez tão cara e tão típica. Senão ninguém me reconhece, loira e bronzeada, hahahaha. Vão me confundir com a Carolina Dieckmann!

I hear you call

Ontem, enquanto fritava na cama nalguma das quatro horas que penei antes de conseguir dormir, e depois de ter trocado de rádio porque não consigo me concentrar em dormir com o Zé Wilker falando de cinema, ouvi algo que nunca esperei ouvir em rádio: Gotan Project.
Hoje, baixei um dos discos da Vanessa Carlton e pus pra tocar, enquanto estudava. De repente uma frase familiar... um cover bonitinho de "Where the streets have no name". Bonitinho, pero sem o Bono, o que faz TODA a diferença...
de todo modo, às vezes me parece que tem alguém querendo me dizer alguma coisa. Talvez pra deixar de pensar um pouco e prestar atenção nas melodias das coisas.

***

Pois eu que tanto esperei pelo Código da Vinci, demorei pra ver mas consegui estrear minha carteira de estudante com ele, numa sala fedorenta a reator queimado que só podia acontecer num cinema Severiano Ribeiro, óbvio.
E não é que o filme não é tudo aquilo de ruim que disseram? Tá, o elenco está praticamente sonado, e a cena final excedeu-se em detalhes. Mas não é esse horror, não.

Sunday, June 04, 2006

Judia de mim pt. 2, ou, Paraíso das hienas

Jessé é que sabia das coisas.
Senhor, abençoai as hienas, principalmente as que perguntam esse tipo de coisa pra mim:

"Só por curiosidade, a verdade é que vc curte ficar bastante tempo sozinha, né?"

É. Eu gosto de ir a praia sozinha. E de ler sozinha, escrever sozinha, tomar uísque acompanhada de uma boa música, ver novela acompanhada dos atores, tomar chimarrão teclando no msn... ups! não estou mais sozinha!

Alou? É da farmácia?
Tem sifragol injetável?

Judia de mim

A pedido, e somente a pedido, tripudiarei.

É domingo, 4 de junho do ano de nosso senhor de 2006, e eu passei três horas do meu dia na praia. Não numa praia qualquer, mas na quiçá mais famosa praia do mundo. Copacabana, a princesinha do mar, imunda e bela como qualquer totem desta época pós-moderna e bladerunneriana.
Fui à praia sob o sol da uma da tarde, usando protetor solar somente no rosto, e o sol gentil sequer se deu ao trabalho de me queimar. Só ficou me aquecendo, a mim e ao resto da população carioca e turista que também foi curtir a tarde na areia.
O mar estava furioso e lindo, com ondas altas, perigosas, que seduziram uma pá de gente a ir mergulhar a despeito da temperatura da água. Talvez estivesse de ressaca por tantos dias feinhos e nublados, despertando da preguiça e voltando às atividades.
Caminhei por aquela areia fofa até o Leme, um dos tantos lugares que ainda não conhecia nesta cidade. Lá fiquei sentada um bom tempo, olhando as ondas mais altas batendo nas pedras, sentindo às vezes os borrifos salgados batendo no rosto. Andei também pelo calçadão de padronagem indefectível, as pedrinhas quase regulares debaixo dos pés descalços.
E gente, gente, gente em volta. Gente passeando de mãos dadas, com cachorros, sem cachorros, com crianças e bicicletas, jogando bola, frescobol, vôlei, chutando areia, fazendo castelinho, tomando cerveja. Mas acima de tudo, curtindo o sol morno e gentil do outono na baía de Guanabara.

Saturday, June 03, 2006

Around the world

Além de pensar demais, como já manifestei abaixo, estou convencida de que este mundo é um c*, um ovo, ou qualquer outra metáfora para MUITO PEQUENO, PEQUENO DEMAIS, MINÚSCULO, RIDÍCULO.
A prova é a minha lista de amigos do Orkut. Fiquei olhando os amigos dos amigos, procurando pessoas, e a quantidade de coincidências é assustadora. Coisa de amigo da primeira infância é meu amigo da adolescência, ou da faculdade, e não fui eu quem apresentou, aliás não vejo nenhum deles há anos.
Eu hein...

Think

Pois é. Ando pensando demais. Coisas demais passando pela cabeça.
A começar pelo tempo, pelo passar do tempo, pelo sentido das horas, uma atrás da outra, fazendo dias, meses, anos. Não consigo apreender um sentido pra isso.
Não estou vendo muito senso em ocupar o tempo trabalhando, rendendo, vendo tevê, usando computadores, lendo, indo à praia. Aliás, não estou vendo muito senso na vida.
A verdade é que tentar se esclarecer, se qualificar, abre brechas pra gente maquinar esse tipo de coisa. Bom mesmo é ser ignorante e se contentar com uma Kaiser no final de semana. Prazeres simples... pra quem não faz a menor diferença saber o sentido da vida ou não.

Symptom of the universe

Às vezes eu me assusto com o universo e suas traquinices.

Reproduzo aqui o motivo do meu espanto, uma e meia de la mañana de sábado, com o devido crédito ao autor: Fabrício Carpinejar.

Escolha ou motivo?

Casamos por uma escolha e nunca encontramos o motivo. Separamos por um motivo, pena que não seja por uma escolha.

Procuramos uma justificativa para desmontar a casa e deixar de brincar de médico. O ciúme logo se torna observação extremada das falhas e das imperfeições. Só lembramos do que nos desagrada na companhia e deixamos de perceber o que nos emociona.

Pisa-se na falta de respeito, já se anuncia aos amigos e próximos os dissabores do marido ou da mulher. A vítima é a última a descobrir.

A vontade de desabafar converte-se em disposição de destruir. Pedimos a aprovação de fora para tomar as decisões mais íntimas. Não queremos nos separar e assumir a responsabilidade pela decisão. Os amigos inflamam a parte suja. Evitamos escolher. Espera-se um sinal, um colapso, um escorregão do outro para dizer que não dá mais, para alardear que é o limite, como se a relação fosse terminar ali, mas ela terminou quando um dos dois desistiu de tentar de novo.

Não basta se separar, a tristeza começa nesse ponto: na ausência de limites. Parece que anos de convivência concedem o direito de magoar sem pesar as conseqüências. A amizade é utilizada para aniquilar a própria amizade. Em nome da verdade, pouco se cala, pouco se preserva.

Há o desejo de desmoralizar quem viveu com a gente, de constranger, de declarar mais do que é necessário, há o desejo de ferir e não soprar a ardência, de sugar as delicadezas e mentir que não existiram, de resumir as alegrias em breves distorções. Briga-se por aquilo que ele mais gosta (e nunca despertou seu interesse) unicamente para ele não ter. A intenção é sádica: privá-lo de seus prazeres, assombrá-lo com dificuldades e restrições. Maltratar mesmo, até o choro pedir trégua. Na separação, prende-se primeiro o criminoso para depois procurar o crime. Elimina-se a dúvida para conviver com a suspeita.

Cria-se um boicote. Avisa-se aos familiares de que ele não presta. Há o desejo infantil de ofender, indiciar e culpar. Se o brinquedo de existir não é meu não será de mais ninguém.

Por mais que se ame, não é possível pedir para tirar as roupas. Isso é merecimento.

Não custa nada preservar a nudez na despedida.

***

Aliás, acrescento que este é um dos casos de gente que vi muito incensada na mídia e nunca tinha lido nada. Mas já vai pros meus links.

Friday, June 02, 2006

28 days

Desde ontem eu não moro mais sozinha.
Tem um outro ser vivo dividindo o apartamento comigo.
Ela é verde e vermelha. Bem lindinha.
Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso não me daria nenhum tipo de ser vivo vegetal, mas enfim... não se pode cobrar bom senso dos cariocas.
Estou pensando num bom nome pra ela, minha flor da fortuna e companheira de apê. E também num bom lugar. Kalanchoes precisam de mais luz do que eu pensava, e no inverno esta casinha não é propriamente bem iluminada.
Me lembrei do "28 Days". Estou rezando para que ela sobreviva até o próximo junho. Senão, deu pra mim. Nenhum tipo de gato na minha vida até o próximo ano. Nem de quatro, nem de duas patas. Sniiiifff.

Thursday, June 01, 2006

Surrender

Eu bem que tento.
Deus sabe o quanto eu tento ser uma boa menina e comer direitinho. Ter a presença constante das alfacinhas, tomates, pepinos, cenouras, brócolis, couves, pimentões.
E mesmo com eles, usar de muita parcimônia.
Busco a companhia do arroz com feijãozinho, da carne (que ultimamente anda sendo bem preterida pelo franguinho), do ovo prático mas protéico o suficiente. O peixinho de lei, normalmente fora de casa mas com muita simpatia.
Mas hoje não deu.
E me atolei - digo, me ATOLEI - numa lasanha da Sadia. Inteira.
E agora estou aqui, sofrendo de dor de consciência e antecipando a dor de barriga que 650g de lasanha vão me dar em breve. Ai...

Dreams pt. 2

O reino dos sonhos é mesmo muito estranho.
Nesta noite que passou desenterrei um amigo que há uns bons dez anos não tenho nenhuma notícia.
Foi meu amiguinho de infância, sabe? De montar robô dos Changeman com caixa de sapato, brincar de virar estrelinha na grama, de lutinha de espada, fazer os temas juntos.
Aí a gente foi crescendo e ele virou o amigo de apontador de coraçãozinho, de flor deixada no portão de casa, de ligar quinhentas vezes sem dizer quem é.
E depois a gente cresceu e nunca mais se viu! Uma vez ou outra eu o vi na rua. Tava muito sério e muito triste. A mãe dele tinha morrido dum jeito muito injusto e ele tinha virado um jovem homem muito sério, de terno e gravata.
Alguém tem alguma idéia de onde anda o Rodrigo, hein?