Friday, December 29, 2006

O leãozinho

Como a semana é de férias e não de ócio, bati o olho na biografia da Danuza Leão e me pus a ler. O livro se chama "Quase Tudo", e com muita propriedade. Essa mulher de fato já fez quase tudo na vida.
Eu também não acho que ela seja um portento da escrita, mas confesso que depois do livro fiquei admirando a figura - longe de ser por motivos profissionais, mas por motivos de trajetória mesmo. Agraciada com uma boa dose de sorte - assim como o meu ídolo Ricardo Semler - e atropelada pelo destino diversas vezes, Danuza conseguiu fazer dos limões uma limonada bem bacana, até.
E, de novo, como tantas vezes neste ano, li coisas que falaram direto a mim.

"Abriu-se uma nova vida para mim. Podia sair na hora que quisesse, ir para onde quisesse, voltar na hora que quisesse, essas coisas tão banais mas tão importantes. Minha liberdade era total; procurei tirar da cabeça os últimos anos que tinha vivido e me preparei pra outra etapa. Não sabia o que me esperava, mas, fosse o que fosse, estava firmemente decidida: a partir daquele momento, a única dona de minha vida seria eu. Isso foi em 1964, estamos em 2005, e mantive minha decisão.
Mas essas determinações têm um preço: houve - e ainda há - longos momentos de solidão, sem ninguém com quem dividir dores e alegrias; houve dias em que eu olhava para o telefone esperando que ele tocasse, para não me sentir tão só. Mas cada um é do seu jeito, o meu é esse, e não me arrependo. Afinal, a escolha foi minha."

"Lá no fundo talvez eu achasse que, o dia em que uma mulher vestisse um lindo vestido de Chanel e usasse esmeraldas, tudo mudaria, ela passaria a ser outra, mas a verdade é que nada muda e você volta a ser a mesma pessoa de antes. E pensei que, mesmo adorando essas coisas maravilhosas - que, aliás, adoro -, não vale a pena fazer nenhum tipo de concessão para tê-las, pois, quando a festa acaba, nada disso quer dizer nada, e nenhuma festa dura para sempre."

E talvez a melhor de todas:
"O sofrimento nos modifica, e sei que mudei; em alguns aspectos para melhor, em outros para pior. Ter os filhos crescidos e a família cada vez maior, a vida profissional em ordem, a saúde boa, ter deixado para trás a procura por um namorado ou marido, é - embora poucos se dêem conta - uma boa fase. Você sabe exatamente do que gosta, o que quer, não perde tempo com bobagens. É a hora de poder se dar a certos luxos, o que no meu caso significa valorizar a simplicidade; aprendi a reconhecer os momentos felizes quando eles acontecem e não depois, como era no passado. Parece pouco, mas não é. Esse foi o lado em que mudei para melhor.
A vida pode ser boa em qualquer idade, e ter conseguido superar as tristezas que ela me trouxe faz bem à minha alma. Não que elas tenham sido esquecidas, mas a maturidade me fez ver que elas fazem parte da vida e que a vida merece ser vivida como se morde uma manga madura, como dizia meu pai. Hoje me dou quase todos os direitos, até porque o tempo agora é mais curto, e não se deve desperdiçá-lo com nada que não valha a pena. Meus amigos são em menor número mas mais bem escolhidos; tenho muito prazer em ficar sozinha e não preciso mais fazer concessões. Mas, como nada é perfeito, confesso que existem momentos - raros, felizmente - em que preferia estar mal acompanhada do que só. Nunca mais namorei ninguém, o que é uma pena; não há nada melhor do que acordar no meio da noite e ter o homem que você ama dormindo a seu lado; mas é preciso escolher a liberdade ou um homem, e a minha escolha foi feita há muito tempo. Se não tenho medo de morrer sozinha? A gente nasce e morre só, isso é elementar."

Thursday, December 28, 2006

Cerveja

Pois é.
Por mais tempo que eu passe por aqui, nunca consigo fazer tudo o que quero. Já vi que não vai dar pra ir a pelo menos uns dois lugares que queria rever, mas paciência. É rezar pra não fechar até minha próxima vinda.
Mas desta vez FINALMENTE conheci um boteco que estava na fila há uns bons anos. Vergonhosamente, morava pertíssimo dele mas nunca tinha entrado. E ontem, por fim, fui lá ver qual era o pastel do Águas de Beber.
Ponto negativo: ficamos um tempão aguardando que alguém se desse conta de que estávamos tentando entrar e abrisse a porta.
O cardápio de cervejas é realmente um troço bonito de se ver. Tem, segundo o número no frontispício, 70 cervejas diferentes. Obviamente, não me dei ao trabalho de contar, mas deve ser isso mesmo. Nada de muito aberrante - não, não tem a Deus, por exemplo - mas todas as factíveis e bebíveis por um preço razoável estão lá: as Bohemias, a Guinness, até as Devassinhas, pra dar um ar de integração nacional. As uruguaias, as argentinas, a coleção da Erdinger, algumas Baden Baden, a dupla Helles e Slava, e a Corujinha que não pode faltar.
Agora, recomendo fortemente já ir de estômago forrado. Nós deixamos pra comer lá e nos demos mal. Sequer fritas, daquelas mais simples e honestas, tem. Aí inventaram um pratinho de linguiça com "molho", um pãozinho minúsculo, e uma mostarda dos deuses. Mas a linguicinha é bem eca. Tem uns outros troços, mas achei que seria aventura demais.
O lugar é bem bacana e está atualmente do tamanho certo pro movimento. Nem cheio demais que pessoas fiquem em pé, nem vazio demais que fique deprê. O balcão é legal, as mesinhas são legais, a decoração é legal. O atendimento é que podia melhorar um pouquinho. Mas como nem tudo são flores neste mundo, fiquemos com a cerveja que vale a pena.

Wednesday, December 27, 2006

Merry Xmas

Hum, pois é. Dias e dias sem dar sinal de vida.
Estou me considerando em férias. E acumulando coisinhas pra contar. Quando a preguiça for bater em outras portas, volto.
Mas por enquanto serve o comentário de que o Papai Noel está muuuuito gordinho, rechonchudo e feliz. :)
E espirrando também, como de praxe por estes pagos.

Thursday, December 21, 2006

The ballad of John and Yoko

Depois da orgia gastronômica que foi o almoço do setor na quarta-feira, ainda tinha mais uma missão para cumprir.
Ir a um casamento vedanta na Quinta da Boa Vista, ao ar livre, em pleno vinte de dezembro, às cinco da tarde.
Tirando o derretimento a que todos os (poucos e bons) convidados foram submetidos pelo calor já comentado retro, o casamento foi T-U-D-O.
Tô pra dizer que foi o mais bonito que já vi.
Os noivos fofíssimos, ele de branco, ela de sari vermelho e dourado. Mães e madrinhas de sari também, uma mais linda do que a outra. A noiva de mãos e pés tatuados de henna. Os dois de colar de flores, felicíssimos. Ele, budista. Ela, católica. Se casando numa cerimônia simples e cheia de simbolismos. De lembrança, distribuíram sementes de amor perfeito e bem-casados. Não é lindo?
Isso sem falar na belezura de medalhão ao molho madeira com arroz e amêndoas, no bolo delicioso e no chope espetacular, servidos ao ar condicionado que me detonou de vez.

***
Agora falta só uma semana.

Hot stuff

Depois do calor senegalesco dos últimos dias - quando um marcador desses de rua de Niterói foi flagrado marcando QUARENTA E OITO graus às quatro da tarde de ontem -, finalmente a chuva redentora aportou na baía de Guanabara.
Pena que, pelo visto, não vai durar mais de meia hora.
Aguardo ansiosamente o fim desta temporada de veraneio que nem começou e pra mim já está mal. Estou desidratando pelo nariz, que não decidiu se quer escorrer ou espirrar mais. E viva o ar condicionado, o choque térmico, a troca de estações entre abrir e fechar uma porta.

Fly away

Amanhã está chegando e meu pânico aumentando.
Vou abrir um bookmaker: quanto tempo vou levar para chegar em Porto Alegre?

***
Aguardem atualizações dos últimos dias. Mais festas, mais fotos...

Monday, December 18, 2006

Time

Conheço gente que deveria ter recebido essa sorte do Orkut:
Seus amigos só pedem um minuto do seu tempo, e não seu dinheiro

Sunday, December 17, 2006

Loucos de cara

Não sei quem foi que escreveu, porque não creio ter sido o Jabor mesmo, mas repasso porque achei engraçadinho:

Os gaúchos
Todo mundo sabe que os sujeitos mais comuns nas piadas contadas por todo o Brasil ou são portugueses ou são gaúchos. Mas poucos sabem o porquê!
As origens estão na nossa história e na psicologia humana.
Vamos começar pelos portugueses!
Eles são estereotipados como completos idiotas. Os portugueses colonizaram o Brasil por mais de 300 anos. Eles chegaram no Brasil,levaram todas as nossas riquezas, ignoraram os nossos interesses, e, ainda por cima comiam as nossas índias nativas e as negras trazidas para cá.
Que imagem nós poderíamos criar deles? O que poderíamos falar deles hoje em dia?
Será que poderíamos dizer: Oh! Eles descobriram o Brasil. Eles são nossos heróis! Claro que não! Depois de tudo que eles fizeram, só podem ser 'heróis' nas nossas piadas. Nos resta chamá-los de tontos e estúpidos. Mas de idiotas eles não tem nada. Por um grande período da história, o império Português foi tão forte quanto fora o Império Romano e o quanto é atualmente o Império Americano...
E os gaúchos...?
Assim como os portugueses, os gaúchos colonizaram o Brasil. O povo gaúcho tem tradição e história. Os gaúchos são guerreiros, formaram a sua própria República!
Encabeçaram uma revolução que acabou com a Republica Velha do café com leite e introduziu o Estado Novo.
A maior parte dos presidentes e ditadores brasileiros foram gaúchos.
O povo gaúcho é o mais politizado e o seu Estado o de melhor qualidade de vida, além do atual melhor jogador do mundo ser Gaúcho. Tem a Gisele Bündchen...
Em todos estados brasileiros existem gaúchos bem sucedidos.
Além de colonizar e desenvolver todos os estados por onde passam, os gaúchos traçam as mulheres que ali habitam. Os gaúchos põem chifre nos "machos" locais e deixam as suas mulheres apaixonadas.
As cariocas, catarinenses, paranaenses, paulistas, mineiras,cearenses...adoram um gaúcho, e, o que resta para eles (os cariocas,catarinenses, paranaenses, paulistas e mineiros...)?
Além de manter lustrado o par de chifres, resta a eles inventarem piadas de gaúcho, onde os gaúchos são estereotipados como veados, para seu deleite e prazer.
Portanto gauchada, tenham um pouco de piedade, esta é a única alegria dos não gaúchos. Enquanto eles se divertem em alguma roda inventando e contando piadas de gaúcho, as suas mães, irmãs ou namoradas se divertem com um gaúcho.
Gaúchos de todo o Brasil, convençam-se de uma coisa, eles não sabem como fazer uma mulher feliz, mas tem bastante criatividade para fazer piada.
Divirtam-se então com as piadas e satisfaçam as mulheres dos não gaúchos invejosos.

Agora, fica a pergunta: sobrou o que pra mim mesmo?

***
E um parabéns sincero aos colorados.
Acordei dois minutos antes das cornetas tocarem aqui no prédio (sim, eu tenho vizinhos gaúchos e PRECISO descobrir quem são - vide texto supra). Assisti, portanto, o gol e o fiasco do Ronaldinho perdendo aquela bola. A festa foi bem bonita e eu, sinceramente, acho excelente um time desses super-potência arrogante fazendo feio. Sim, gaúcha e sádica. :)

Dressed for success

Eu fui pra festa hoje, mas tive soninho e resolvi atender aos meus caprichos oníricos.
Só que cheguei em casa e pof, Oneiros vai ter de esperar mais um pouco.
E o esperado pero improvável aconteceu. Aguardem a próxima temporada.

***
Bueno, já que o soninho deu uma folga, liguei a TV e faço questão de ressaltar: essa Ana Carolina é algo. E quando eu crescer quero ser Betty Lago.
E agora, vamos ver se consigo atualizar as novidades da semana mais concorrida do ano.

***
Quarta:
depois do trabalho, bora comemorar o fim do semestre na casa da profe. Tortas de camarão e saladas lindas regadas a muito pisco, vinho e música boa.
E eu comi couve de bruxelas pela primeira vez na vida. Inesquecível.
Ah sim... e meus damascos deflorados foram o frisson da noite.
Aí, pra encerrar a noite que deveria ter sido curta, cometi a gafe de passar na frente do boteco - que estava aberto, para meu azar. De lá saí três de la mañana, e com dor de consciência por mais um momento DR. Interessante é que não há R para D, o que torna tudo incrivelmente surreal.

***
Quinta:
Todo mundo indo trabalhar mais tarde pra fechar às cinco da tarde. E rumo ao Clube dos Advogados para a imperdível festa de final de ano da ASBN.
Como eu me presto pras coisas mais inacreditáveis, fui trabalhar de terninho vermelho e gorro de pai natal. E isso me valeu o título de pessoa mais fotografada do dia. Na boa, devo ter aparecido em mais de 20 fotos.
De fato, a festa foi imperdível. Talvez a melhor do ano, tirando os momentos funk do dj mais perdido que surdo em bingo. Comidinhas boas, muita gente, muita bebida e MUITO CALOR, acima de tudo. Tão quente que qualquer resquício de álcool que houvesse no corpo já tinha sido ou destilado ou mijado.
Agora, sensacional mesmo é terminar uma festa de arromba dessas antes das onze da noite. Foi tão exaustiva a coisa (de Gloria Gaynor a Michael Jackson, passando pelos obrigatórios Village People, Weather Girls e etc) que nem digitar eu consegui na volta. Só banho e cama. E ainda por cima voltei presenteada com um panetone.

***
Sexta:
A primeira defesa de qualificação de tese do PPGMS tratava justamente sobre imigrantes e tinha na banca uma pessoa que muito me interessava. É, parece que uma banca está se delineando no meu horizonte qualificativo...
Corre pro trabalho, porque a dita cuja pessoa fala pelos cotovelos e causou uma sessão de três horas de defesa.
E sai de lá pro imundin, ops, Sujinho, a comemorar novamente o fim do período e o aniversário de nossa sambista favorita. Aquele povo todo cantando coisas ótimas a plenos pulmões, regado a cerveja vagabunda e uma chuvarada redentora, foi excelente. Emocionante. Com direito a amigo secreto.
E pra encerrar a noite, obviamente fui bater ponto no botequim, de onde saí cinco da manhã ajudando a carregar a bêbada mais bêbada que vi nos últimos tempos. Talvez neste ano todo.

***
Sábado:
Dia de compras, de bazar de cerâmica, de presentes, de shopping, de cochilo às oito da noite, especial do Rei e cá estou.

***
Comentários de alto grau onírico
Se este sujeito, que é o Johnny Depp daqui a uns anos e de cabelos encaracolados curtos, continuar cofiando os bigodes desse jeito na minha frente, eu vou ter um ataque.
Coisas que a gente ouve: "Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei quando eu te vi? Ah, se eu não fosse casado..."
Coisas que a gente pensa quando ouve um troço desses: "Obrigada Senhor".
Uma das minhas lições mais verdadeiras do ano realmente é "life goes on and we change a lot". Depois que eu - EUZINHA - comprei um vestido tomara-que-caia, nada mais me abala nessa vida. Realmente, o mundo dá muitas voltas and we change a lot. Pra melhor. Salve Jorge.

Thursday, December 14, 2006

Tired of me

Eu não sabia que se podia estar tão cansado.
De si e de tudo.
Embora isso não queira dizer tristeza, ou qualquer coisa dessas. É só cansaço. Tamanho cansaço que nem consigo explicar.
Mas no fundo tem um montão de coisas mais cansativas acontecendo.

There's a party

Difícil é chegar em casa depois da quiçá melhor festa do ano e trabalhar. tentar, pelo menos.

Feel good, inc.

Ou não.
Porque não tá bom. Embora devesse estar mais pra bom do que pra qualquer coisa.
Mas tá engasgado.
E os pareceres psicanalíticos de hoje só fizeram aguçar minha percepção.

Tuesday, December 12, 2006

Sweet dreams

Hoje encarnei a defloradora de damascos na minha mais nova empreitada doceira.
A Arlene me deu uma idéia ótima e só está faltando a última parte da execução: derreter chocolate meio-amargo, para nele banhar até a metade damascos doces recheados com amêndoas.

***
Hum. Recomendo a tale H2Oh, mas não pra quem não gosta de refri de limão. Porque é uma Sprite disfarçada em outra garrafa. Talvez um pouco menos doce.

***
Como diriam os cariocas: CA-RA-CA. Meu remédio é power, mesmo. Dá até alucinação.
Hoje eu podia jurar que vi o Rigotto em plena Graça Aranha e o meu ex-vizinho aqui na esquina.

Eine kleine Nachtmusik

Um passarinho reuteriano me contou um negócio bem legal ontem, mas não consegui confirmar que a obra completa de Mozart está disponível na web: o endereço simplesmente não abre. Nem em IE nem em Firefox.
Ou seja: por enquanto continuo achando que é mentira. :P
Fico com o Mozart Project e com o Amadeus Immortal, que dão um baile.

Monday, December 11, 2006

For the love of God

Chega a ser uma afronta usar o nome de uma das mais belas músicas já compostas pra falar desta aberração que é a Liga Extraordinária.
Extraordinário deve ser o ataque que Wilde deve dar no túmulo toda vez que alguém exibe o PIOR DORIAN GRAY DA HISTÓRIA.
Jekyll e Hyde são de doer também.
Aquele Nautilus andando pelos canais de Veneza são o fim da várzea.
Fora o resto - piorado pela dublagem. Tudo isso pra fechar com chave de ouro a minha segunda feira. Pelamordedeus, que isso não se repita, pelo menos não tão breve.

Answers

Respostas que eu ADORARIA dar pras coisas que eu escuto.

Você é gótica que eu tô sabendo...
r: Vou te dar um gótico no meio das fuça. Tu nunca viu um gótico na vida??

Você deve estar se sentindo muito sozinha, né?
r: NÃO. DEFINITIVAMENTE NÃO.
E sabe por quê? PORQUE NÃO DÁ. Às vezes, realmente, me sinto um pouco sozinha.
Mas o suficiente para me recuperar dos cariocas. Porque os cariocas FALAM. Pelamordedeus. Por eles e pelo resto do mundo. Atropelam. Cagam pro assunto em pauta se ele não for de seu interesse.
Então, quando me sinto sozinha, é aquilo: antes só, e num silêncio abençoado, do que mal acompanhada de falastrões inúteis.

Olha a nossa Penélope Charmosa!
r: POR QUE DIABOS, MEU DEUS, ninguém é esculachado quando sai todo de preto, ou todo de azul, ou todo de verde? Por que rosa não passa incólume?

Você veio de Barbie hoje?
r: Idem a questão anterior. E vá tomar no cu, seu chato.

Obrigada, senhora, é só aguardar um momento.
r: Um não, né, querida, uns quarenta momentos de um minuto cada. Por que é que vocês marcam horário se é pra dar chá de banco de qualquer jeito?

Bueno, a essas alturas todo mundo já notou que hoje é segunda-feira na minha vida.
E eu dormi mal de novo, e desde quinta esqueci que a aula tinha sido remarcada para a tarde - o que badernou em absoluto TODO o resto.
Como diria Wanessinha, anos complicados são complicados até a meia-noite do dia 31. Não seria diferente só porque eu quero.

Sunday, December 10, 2006

Die die my darling

Um filha da puta a menos no mundo.
Como disse a multidão, quero mais é que o Pinochet apodreça no inferno.

Roots bloody roots

Aí vou colocar um cabeçalho num trabalho e tasco
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO GRA

e me dou conta e apago.

Until it sleeps

"O que é insônia?
Caracteriza-se por diversas maneiras, pode ser uma dificuldade em iniciar o sono, ter muitos despertares durante a noite, despertar muito cedo e não conseguir mais dormir ou até mesmo dormir uma quantidade normal, porém acordar pela manhã mal, como se o sono não tivesse sido suficiente ou restaurador. Muitas pessoas referem acordar cansadas, com dores no corpo, irritadas, desanimadas e mal humoradas." (www.sono.org.br)
Pois é. E eu que achava que só dormia mal. Mais algum insone recém-descoberto por aí?

Saturday, December 09, 2006

Comfortably numb

Pô. Fiquei realmente muito impressionada com "Os Infiltrados". É um Scorsese, mas podia ser um Tarantino dos bons e velhos tempos. E só pra ser mais parecido, tem uma trilha sonora que benzadeus.

***
Agora, tem coisas que só um ouvidinho gaúcho sabe reconhecer.
Tô sentada no buteco, no meu lugar de sempre, e vejo três criaturas ciscando em volta, parando no balcão, indo ver a pista, flanando. Aí levanto e vou eu dar uma volta.
Quando volto, um deles está sentado no meu banco e ao me ver prontamente levanta e diz "Tava só guardando o banco pra ti!"
Ri, agradeci e me sentei de volta.
Mas aí deu o estalinho. O sujeito disse PRA TI?
Cutuquei o ombro dele.
"Tu não é daqui, né?"
"Não. Sou do Sul."
"Notei. De Porto Alegre?"
"Eu sou de Torres, mas me criei em Porto. O Fulano aqui é de Porto, e o Sicrano é da Bahia".
Quá, quá, quá, muita risada e muito papo e eu me dou conta de que cariocas não sabem o que é ranho, bagaceirice y otras cositas más.
Lá pelas tantas juntou no mesmo papo uma tropa de gaúchos, dois mineiros, um baiano e sabe deus mais quem a falar mal dos paulistas - o que é sempre um excelente passatempo, hehehe...
Resumo: às vezes quase dá pra se sentir em casa.

Ballerina 9/12

Eu sei que é piegas uma barbaridade, mas eu sempre me emociono quando essa gente humilde consegue realizar coisas.
Agora mesmo uma menina que passou na seleção do Bolshoi ganhou 10 mil paus pra poder ir pra lá. Fez uma dessas provas bestinhas do Luciano Huck.
Bacana.
Eu também queria ganhar dez mil paus pra tentar comprar uma casinha.

Thursday, December 07, 2006

Welcome to the machine

Ehêêê, nêga. Bem-vinda ao mundo das tarjas pretas.

***
Presente sempre é bom, né?
Olha o que eu acabei de ganhar: http://blogfinder.genealogue.com/
Não olhei tudo, mas parece legal.

***
*ai, ai*
Pelo visto faltou explicação no post daí de baixo.
A frase faz parte da divulgação do filme "Vestido de Noiva", cujo argumento é baseado na obra do Nelson Rodrigues e a direção é do Joffre Rodrigues, filho do Nelson.
Portanto, quando eu digo que preciso ler Nelson Rodrigues, é uma alusão explícita à autoria da frase.
E pra qualquer um que respirou perto de um livro do Nelson Rodrigues, traição é só um elemento a mais de um universo cínico e cruel. Ou seja, piadinhas ficam do lado de fora, obrigada.

More than words

Eu vim desde ontem pensando numas frases antológicas pra colocar aqui, incluindo uma que ouvi ontem mesmo e ri muito, mas esse cansaço atávico ou a cara da Miriam Leitão cedo da manhã me fez esquecer.
De todo modo, não posso deixar de registrar aqui uma das coisas mais contundentes que li nos últimos tempos. Me pegou de surpresa, no vidro traseiro do ônibus que ia à minha frente.
"Amar é ser fiel a quem nos trai".
Depois dela, acho que preciso ler Nelson Rodrigues.

Wednesday, December 06, 2006

Boy meets girl

"Um dia eu conheci um menino. Um dia há muito, muito tempo. E eu conversei com ele como tinha esquecido que se podia conversar com alguém. E lá dentro as coisas já foram se remexendo daquele jeito que eu chamo de iminência de algo grande. Só fui sentir de novo essa iminência esses dias, há pouco tempo, e olha só no que foi dar. Mas enfim. E quando, depois de conversar a noite inteira, nós saímos na luz da manhã e o sol bateu nos olhos azuis dele eu pensei: fodeu, estou apaixonada. Eu sei que vou lembrar desse momento até não ter mais memória, porque foi uma coisa muito séria na minha vida."

Esta é Clarah Averbuck, mandando ver como de costume.
Eu poderia praticamente parafraseá-la, trocando o muito, muito tempo por há alguns meses, o conversar por não falar praticamente nada, os olhos azuis por castanhos.
E o "estou apaixonada" por um "podia ser, se eu não tivesse dito de cara 'nunca mais' pra depois me arrepender até a ponta dos cabelos mal coloridos".

De vez em quando bate a Cazuza-exagerada em mim e fico remexendo historinhas de importância média, ou não. Como dá pra notar. Eu espero que o Pai Natal seja bonzinho comigo uma vez só mais neste ano tão difícil e complexo e me dê a chance de resolver se isso vai ter alguma importância pequena, média ou grande. Ou fundamental, ou anedotária.

The sign

Sorte de hoje:
A felicidade está no horizonte da sua vida

Aham.

Tuesday, December 05, 2006

Eu não consigo ser alegre o tempo inteiro

Às vezes eu me lembro que sou do Sul e faz parte da minha natureza fria ser um pouco melancólica.
Às vezes nem o sol, nem o céu, nem o Cristo de braços abertos me cuidando me tira das inquietações.
Às vezes eu quase me esqueço da minha vida e deste ano que está suspirando.
Às vezes, às vezes, sometimes.
Às vezes eu mesma tenho vontade de lobotomia pra acabar com esta inconstância. Pra manter por um pouco mais de tempo essa paz calma que me toma de assalto de vez em quando.
Hoje é um dia destes. Com uma afta, com sono, cansada, noite agitada, sem inspiração de novo, sem escrever de novo.
Mas o que acaba incomodando mesmo é essa sensação de esterilidade, de incapacidade e de um certo vazio. Parece que é pra me lembrar que a gente não pode ter tudo na vida. Eu tenho quase tudo, em nome do equilíbrio universal não deveria querer mais.
Se bem que eu não tenho muita certeza do que é pior: se sentir estéril ou impedida pelo tempo e pela distância de tentar florescer.

Wrong

Enquanto esse bando de sem-noção discute se o salário de bacharéis em direito exercendo ALGUNS cargos públicos vai ser vinte e POUCO ou vinte e MAIS UM POUCO mil reais, o salário básico de um técnico de nível superior do Ministério da Cultura é MENOR DO QUE UM SALÁRIO MÍNIMO.
Os ditos técnicos (nos quais eu me incluo) só sobrevivem por conta do catatau de gratificações que garante que dê pra comprar pelo menos café e pãozinho pra cada refeição.
Agora eu espero que todo mundo entenda porque é que eu ODEIO advogados. Sem ofensa aos que são meus amigos e/ou os que fizeram essa escolha por vocação genuína, mas são essas putarias socioeconômicas que entupiram o mercado jurídico e, consequentemente, os concursos públicos.
Isso, claro, sem ser extremista e falar do resto todo que inclui que não ganha sequer um salário mínimo porque nem emprego tem, etc. etc. etc.
Esse mundo tá perdido.

Monday, December 04, 2006

As sete vampiras

Nem me lembro quando foi a primeira vez que ouvi.
Mas a última foi hoje. E toda vez que ouço, me lembro do quão infeliz já fui por ter os dentes tortinhos. Na minha adolescência, a moda era aparelho. Já pensou, ficar com o dente torto, pode até dar enxaqueca, que coisa horrível.
Até que um dia o primeiro mancebo ousou mencionar que achava aquilo charmosérrimo.
E alguns outros se passaram até que hoje, mais recentemente, ouvi novamente do quão interessantes e "tentadores", nas palavras do cidadão, são os meus dentinhos sem o menor sinal de correção.
Aí também me lembro do meu irmão, que passou pelo suplício de anos a fio com aquele resquício de tortura medieval na boca, a me dizer "não põe. de jeito nenhum."
Agora é que não ponho mesmo!
Principalmente depois do convite para ser Luci, a vampira da plataforma petrolífera.
Cuidem-se, pescocinhos.

The sweetest gift

Reproduzo porque ADORO dar presentes e ADORO mais ainda quando acerto assim. Este é um excerto do blog do aniversariante (que aceita congratulações, mesmo que atrasadas):

"É hoje, e tá com um clima de epopéia. uma coisa meio épica, de ópera (tenho que tomar cuidado, óperas costumam acabar mal).
Mas essa começou mal, daí a Lu me salvou!!
Essa carioca safada, que já me serviu de inspiração acadêmica, profissional e boêmia, me deu um presentão que praticamente me tirou do escuro!! tá aqui ele ó, é só clicar. Já tinha lido coisas boas lá, mas essa me acertou!!!
Viram só que bela bibliotecária de referência daria essa essa moça? espero que a BN não desperdice esse potencial!!!"

Como eu disse ao próprio, o aniversário é dele e eu que ganho o presente... ou um elogio destes não é pra deixar qualquer um felicíssimo? Eu adorei. Sinal de que não enferrujei da referência ainda. Atendimento à distância, suporte 24h. ;)

It's a mistake

Não, eu não tinha me enganado.
A façanha ocorreu: Maurício Kubrusly não disse em momento algum que estava na Festa do Ridículo em Porto Alegre.
E pra piorar, no link pra matéria no site do Fantástico eles conseguem colocar que a festa é em São Paulo.
Este é o padrão Globo de jornalismo!

Sunday, December 03, 2006

Sem dizer

Ou eu muito me engano, ou o Fantástico conseguiu a proeza de fazer uma matéria sobre a Festa do Ridículo sem dizer onde ela se realiza.

Loucos de cara

Ah, é.
E se a inveja pode matar, que me mate duma vez, dura e seca no chão.
Enquanto estou aqui, arrastando meus sapatos por Copacabana, Vitor Ramil e Paulinho Moska, loucos de cara, tocam na UFRGS.

Poisoned heart

Estou oficialmente estragada e preocupada comigo mesma.
Ontem, meu primeiro dia na semana em que pude comer sem dor ao engolir, resolvi comemorar indo ao meu boteco favorito. Eu e a Amoxi de fé da meia-noite, que não dava pra falhar.
Guess what. Uma e meia da manhã me despedi de todo mundo e vim-me embora, sob o olhar atônito daquele povo que não entendeu chongas. Até o taxista perguntou se estava tudo bem.
Não, não está. Quando a criatura prefere ir pra casa ver Serginho Groisman do que ficar ouvindo música boa no botequim, é porque tem algo errado acontecendo.

Saturday, December 02, 2006

Dos margaritas

Sabem quem eu descobri que é praticamente meu vizinho?
O Hermano Vianna.
Depois de cruzar com aquela figura que eu achava que era, mas não tinha certeza, hoje fui catar alguma foto na web. E é ele mesmo. Uma graça.

El arbi

Será que todo buteco chamado Baalbek é pé-sujo, mas com uma comida ótima?
Porque aqui tem Baalbek também. E é mais pé-sujo do que o de POA...

Mr. Sandman

Um dos meus autores favoritos é um inglês meio doidinho chamado Neil Gaiman. Na minha incipiente opinião de leitora, acho que ele foi o responsável pela "virada linguística" dos quadrinhos, chamando a atenção para os roteiros e colocando os escritores no mesmo nível dos ilustradores - senão na dianteira.
Foi no final dos anos 80 que ele pegou uma história meio lado b e refez, junto com o ilustrador Dave McKean, numa das mais lindas graphic novels que já vi: Orquídea Negra. Daí pra resgatar do limbo um super-herói e montar todo um universo novo e mítico, foi um tapa. E foi aí que eu fiquei maníaca pelo Sandman e sua família.
Mas o nosso escritor em tela não se mixa a escrever quadrinhos (ah é, tem a Angela também, que pra mim foi o melhor do Spawn). Ele também sabe fazer loooongos romances e alguns, tenho que confessar, achei meio chatinhos. Mas o último lançado no Brasil, "Os Filhos de Anansi", eu não li ainda.
E esse embroma todo aqui foi só pra contar que eu descobri que Anansi é uma narrativa mitológica africana. Anansi, no livro pra crianças que eu li ontem, é um fazendeiro que, numa temporada de perdas na colheita, resolve armazenar comida e desconfia, junto com seus três filhos, de que um ladrão entra na fazenda toda noite e rouba comida. Os filhos então armam um plano e montam, na entrada da fazenda, um boneco com piche, para manter o ladrão preso até o dia seguinte.
E no dia seguinte, lá está Anansi preso no boneco. Para sair dali, ele rasga toda a roupa e, morto de vergonha, sobe pela parede e se enfia no buraco mais no canto. E é por isso que as aranhas sobem pelas paredes.
Eu também descobri ontem que fufu é um tipo de purê de inhame africano, mas deixa pra lá.