Wednesday, January 31, 2007

Until it sleeps

* THE FOLLOWING TAKES PLACE BETWEEN 12 AM AND 8 AM*

Bocejo. Graças a Deus hoje o remédio há de funcionar. HOJE há de funcionar. Duas noites sem dormir não vai dar. Bocejo novamente. Desligo o DVD. O jornal nem começou ainda. Desligo a tevê. O escuro toma conta do quarto, meus óculos dormem no travesseiro, os controles que parecem vagalumes gigantes na cama. A porcaria do esmalte não secou de todo ainda. Começo a ficar irritada com isso. Acomodo a cabeça no travesseiro, macio e firme, o cheiro dos meus próprios cabelos me acolhe. Fico observando a tênue luz que entra por baixo das cortinas que balançam de leve, de leve, pela brisa que entra na fenda da janela. Não consigo decidir: é preciso ligar o ventilador? Se ligar, vou me cobrir. Não ficarei com calor então? Viro para o outro lado e acomodo a curva do pescoço no travesseiro. Abraço. Não, não vou ligar. Deixa pra lá. Minha garganta já está estranha, com vento vai piorar. Suspiro. Ligo a tevê de novo. O jornal não começou ainda. Desligo. Viro pro outro lado.
***
Será que está quente o suficiente pra ligar o ventilador? Sei lá, com esse ventinho parece que vai chover. Viro. reviro. De bruços. Para cima. Que horas serão? Não olho. (repeat at least 5x)
***
Hum. Começa a clarear. Quanto tempo dormi? ou melhor: quanto tempo fiquei acordada nessa noite sem fim? O despertador toca. Eu peço só mais dez minutinhos. Eu pediria mais dez minutinhos para sempre, se pudesse dormi-los. Mas são oito horas, e é preciso levantar. Espirrando e tossindo. O dia vai ser longo e febril.

Mi Buenos Aires Querido

"Os cabelos nigérrimos presos por um largo pente, o vestido escarlate escorregando pelo corpo esbelto, as pernas de pura carne entrevistas nas largas fendas laterais, cobertas pelo sutil das meias negras, os pés arrematados por sapatos de tacos altos".
Isso é uma mulher descrita com todos os caprichos da última flor do Lácio. Por Cíntia Moscovich, no conto "MiBuenosAiresQuerido", que está no livro "Contos para ler em viagem".
Bom, né?

Monday, January 29, 2007

The final frontier

... de cores nas minhas unhas foi finalmente derrubada hoje.
Pintei de vermelho. Vermelhão.
Quem me viu, quem me vê...

I am what I am

and sometimes, I'm very proud of it.
Tô saindo da BN, fazendo uma prece para não derreter ao pisar do lado de fora.
Tem um grupo de visita guiada saindo, e umas pessoas ficaram pra trás - portanto, do meu lado esperando o elevador.
Um sujeito tenta olhar o meu crachá.
Tu que é a Luciana?
Sou. (ai meu deus, já me acharam. amanhã eu pago!!)
Que legal te encontrar! Eu sou o Fulano, lá da UFRGS, eu fui na tua palestra sobre o site e tal.
E a mocinha: Bá, tu vê que mundo pequeno!
Pois é, né? Mas tu pintou o cabelo há pouco? Eu lembro de ti mais loirinha!
Falaram que tu tava aqui na BN...

O tal cara me viu uma vez na vida. Foi numa palestra que fiz em Porto Alegre em SETEMBRO do ano passado.
Meu cabelo não estava mais loiro, estava mais desbotado. E mais comprido, mais comportado.
Talvez eu tenha feito um bom trabalho, mesmo. Obrigada.

I don't like mondays

Eu sei, tá ficando repetitivo, mas é que tá brabo. Toda segunda é isso.
E o pior, a coisa está começando cada vez mais cedo. A saber, no domingo de noite.
É final de domingo, o chuveiro não funciona - e, portanto, o banho é frio e esquisito como se fosse de cachoeira - e o DVD com a quinta temporada todinha do 24 horas insiste em não rodar.
Ok. Let's try Sex and the City.
Obrigada Senhor. Nem tudo está perdido.
Só que olhar este seriadinho mighty-futility de novo, a estas circunstâncias da vida, está ganhando um novo sentido. Eu achei que aquilo tudo não fazia parte do meu mundo. Bem, um dia não fez.
Quer dizer, toda aquela parte sobre sandálias & sapatos & roupas & compras continua não fazendo.
Mas a parte das solteiras-maravilhosas-na-cidade-grande, e suas reflexões...
acho que estou entrando na crise dos 30 antecipadamente.

E, oh, pra não perder o rumo da prosa:
segunda feira quente como os portais do Inferno.
Eu embestei de comer yakisoba no almoço, e fui atrás de um restaurante chinês no centro do Rio - mais fácil encontrar em POA do que aqui.
Um lugar minúsculo, uma fila do cão, um preço que eu não queria pagar.
Bora fazer outra coisa. E adivinha o que pode ser pior?
"Salada crocante" do KFC. Eu nunca tinha comido lá, e fiz o pior début da história.
O negócio não é ruim. Só não tem macarrão, legumes, carne e molho shoyu.

Sunday, January 28, 2007

The sound of silence

Olho em volta e me dou conta de que, às vezes, o lugar mais confortável do mundo pode ser uma cabine de dj no meio de uma pista lotada e barulhenta.

Você tem medo do silêncio
Você tem medo do escuro
Você prefere um incêndio
Você se esquenta no barulho

A gente consegue se sentir confortavelmente só no meio da multidão, e presenciar coisas inacreditáveis. Quero dizer, coisas que EU não acredito que estou presenciando.
Bolas-foras inocentes e arrasadoras. Comportamentos esquisitos.
E ter pensamentos horríveis, cruéis e macabros, que ressuscitam vocábulos há muito não usados para ninguém.

***
Mas o melhor é ver o nascimento de um chiste em potencial.
Viro e digo: Às vezes eu não acredito nas coisas que vejo.
Meu interlocutor fica esperando. E?
E nada. É só isso.
É só isso.
Aguardem. Vai pegar, do Oiapoque ao Chuí. E saibam que fui eu.

The living daylights

Sabe o que é pior?
Eu GOSTO de dormir com o dia nascendo.
E é só isso.

***
Maiores explicações (ou não), depois que eu dormir. Thanks a lot.

Saturday, January 27, 2007

The world is mine

E cheio de estranhas coincidências.
Até na novela hoje é dia de comemorar seis anos.

O castelo dos destinos cruzados

No momento exato em que eu me lembrei que dia é hoje,
começou a chover lá fora.

Here comes trouble again

Olhei pro cara e tinha certeza de que o conhecia de algum lugar, só isso.
Mas cometi o maior dos erros que a minha natureza taurina insiste em fazer: teimei em descobrir de onde. E para tanto, como nenhuma das pessoas que estava comigo conhecia o tal sujeito, fiz o que tinha de ser feito. Fui lá perguntar.
E pronto. Foi o que bastou pro cara me perseguir a noite toda.
Para minha sorte e graça, às vezes pode parecer que eu escolho meus amigos pelo tamanho. As duas jamantas de mais de 1,80 que estavam no meu grupo fizeram uma parede à minha volta e o tal sujeito, coitado, ficou a ver navios - ou melhor, omoplatas.
Esse mundo tá perdido e cheio de segundas intenções. Eu só queria mesmo saber de onde conhecia o cara, pô - e era dum simpósio na PUC.

***
Falando em simpósio na PUC: esses dias tô passando de carro numa das ruas que mais frequento aqui no Rio e o táxi pára pra uma das minhas amigas descer.
E está entrando um sujeito no prédio.
E eu dou um berro, como se tivesse visto a coisa mais linda do universo.
FULANO!!
A terceira ocupante do táxi dá um pulo: Pelamordedeus, quem é esse fulano?
Aí eu caí em mim. Quando a gente começa a tratar acadêmicos proeminentes como celebridades, é sinal de que tem algo errado. Ou certo, né?
Agora já sei até onde o fulano mora e vou persegui-lo até ele topar ir na minha banca. HHHHUUUUAAAAHHHH (risada malévola e maluca, isso é coisa que se poste num sábado à tarde?)

Blues for Mr. D

Eu o encontrei há alguns anos atrás.
Estava envelhecido. A barba por fazer, o cabelo grisalho. As mesmas roupas quase-desleixadas.
Foi curioso encontrá-lo sozinho, sentado naquele mesmo lugar onde tantas e tantas vezes fomos juntos, com tantos amigos.
Eu não ia parar. Estava só de passagem naquele quase fim de tarde - e com pressa. Meu vôo saía em uma hora e meia e, portanto, eu estava mega atrasada. Na verdade, eu não ia nem ver. Mas aquele "psiu" me despertou das milhares de sinapses acontecendo ao mesmo tempo. Virei e ele me olhava.
Abanei, dei um sorriso meio sem-graça.
Ele chamou. Tá com pressa?
Mais ou menos.
Senta aí, toma uma cervejinha.
Pensa, pensa, pensa. Tá. Mas só uma. Rápido.
E aí, como vão as coisas? Papinho besta.
Tudo indo. Muito por fazer, sempre. Sempre correndo. E tu?
Ah, por aí.
E a fulana?
Morreu.
[glup, glup. que fazer numa hora dessas]
Faz dois anos.
Sinto muito.
É. Eu também. Foi bem de repente. A gente descobriu muito tarde.
Bom. Que pena. Tenho de ir agora.
Tá. Bom te ver.
Também.
Ele não me deixou pagar a cerveja. Saí correndo, mais mega atrasada.
Às vezes, Deus mata pra castigar.

"Dragged down by the stone"

Frase do dia:
Aos que me jogaram pedras, o meu muito obrigado. Foi com elas que construí o meu castelo.

Friday, January 26, 2007

Casa

Pois é. Mulher quando se ataca é fogo.
Ontem foi o dia da atacação na Casa e Vídeo e nas Americanas. Imaginem o estrago...
agora já posso praticamente ir morar numa outra casa. já tenho microondas, secador de cabelo, copos e talheres! uhuuuu!
também tenho gelos divertidos e misturadores de drinks coloridos.
Quando ela existir, minha casa vai ser muito legal, vocês vão ver. E eu nunca mais vou ter problemas com este maldito chuveiro.

***
Só pra não perder o hábito de vasculhar novos lugares e festas - e manter a carteirinha da Funai em dia - , ontem fui parar num aniversário na Tijuca. O nome do lugar prometia: Buxixo. Aiaiai.
Meu convidante, que também não conhecia o tal lugar, já tinha até traçado um plano estratégico: se estiver uma merda, vou lembrar de um compromisso inadiável para o qual já estou até atrasado! Saímos à francesa e tudo bem.
Ok. Primeiro desafio: estacionar o carro naquela versão tijucana do Baixo Gávea. Gente e carros saindo pelo ladrão, jogo do Flamengo rolando na tevê, aquilo tudo.
Aí entrar no lugar. Que tem seguranças que pedem pra abrir a bolsa, detector de metais, revista. Comecei a entrar em pânico. Seria um lugar saudável, aquele salão-arremedo de AABB carioca?
Isso, às dez e pouco da noite. A casa tinha uma promoção: até as onze e meia, cada dose de qualquer coisa dava direito a repeteco. Ou seja: por três renales, tomava-se DOIS chopes. É aí que a gente vê como a Zona Sul é fora do universo.
Calei a minha boca quando no telão tava passando o acústico do Kid Abelha e depois, pra entrar no clima da festa ANOS 80, tocou aquele especial do Multishow. E o DJ, era um capítulo à parte. Sujeito sensacional. Domínio total do repertório. Até que anunciou a "palhinha" do que rolava nas terças-feiras e os sons maviosos da batida funk nos correram do tal lugar em cinco segundos.
Aí, como o bom filho à casa torna... já viram. Botafogo na veia.

Wednesday, January 24, 2007

Tudo pode mudar

Eu e meus ataques oitentistas. Sim, eu estou OUVINDO isso.

Nada ultrapassa a velocidade do amor
Venha de onde vier, seja como for
Subitamente o tempo parece parar
Nada acontece distante do teu olhar

E eu aqui sozinha esperando você chegar
Enquanto o digital do relógio parece avisar
E no balanço das horas tudo pode mudar
E no balanço das horas tudo pode mudar

Eu acho que ele não vem
Ele não vem não
Mas será que virá...

Volto para casa fazendo trapaças pra dor
Seja o que Deus quiser, seja o que for
Me ligo na televisão pro tempo passar
Mas todos os anúncios afirmam que é bom amar

E dentro do meu peito, nao pedindo par de paixão
Só resta eu ficar louca
Daqui a pouco eu posso pirar
E no balanço das horas tudo pode mudar
E no balanço das horas tudo pode mudar

Strawberry fields forever

Isso é pra eu aprender a deixar de ser mazinha.
Por definição, eu odeio morangos e derivados. No máximo um Stick(adinho), ou algo com sabor beeem artificial. Chiclé, bala, essas coisas. Mas o dito cujo, nem em torta. Ou melhor, muito menos em torta. Nem com leite condensado, nada. Odeio a textura, odeio aquele azedinho, odeio, odeio.
Aí eu ganhei de Natal da minha senhoria um kit morango e champagne: sabonete líquido e hidratante. Dois potes de MEIO LITRO cada.
A primeira reação foi a de purgar cada momento em que praguejei contra a bagaceirice alheia.
Depois, fiquei pensando no que fazer com aqueles potes gigantes de pesadelo perfumado plantados no meu banheiro - principalmente depois que a minha mãe, que também estava compactuando com as minhas praguejações (pronto, contei), ganhou um terceiro pote gigante de creme de amêndoas brancas - esse sim, bacaninha, um cheiro razoável.
Que que eu fiz? Abri o dito cujo e comecei a usar. E não é que não é tão horrível assim? O creme espalha bem e o cheiro nem é tão péssimo. Só não dá pra usar de manhã, porque aí ele polui qualquer outra tentativa de usar perfume.
O próximo passo é comprar uma daquelas esponjas legais de banho pra usar o sabonete também. E instalar um chip que toque Beatles no repeat, até o cheiro passar.

Motorcycle driver

Errou quem o considerava morto.
O Motoqueiro Fantasma foi visto trafegando pela Av. Princesa Isabel no final do ano passado, e dava carona para Elektra, a ninja assassina.
Abordados bem de perto por um taxista enviado de Mefisto que os reconheceu, Elektra saltou da moto em movimento e conseguiu escapar. Mas o Motoqueiro sofreu um ataque covarde e está arquitetando, junto à Megaliga de DJ's Paladinos, a vingança definitiva contra todos os seus inimigos.

Lord help me please

Me ajude a ter paciência.
A não me exasperar com manezinhos que não sabem o nome da sua própria ilha.
A não ter vontade de gritar com quem indexa Balzac em "ficção brasileira".
Me ajude, por favor.

Tuesday, January 23, 2007

The power cosmic 2000

Então tá. Me obrigaram a entrar nessa tal versão beta do Blogger.
E já comecei não gostando: a configuração de acentos do modelo foi pras cucuias.
E, oh, parece que me fizeram entrar nessa tal de folksonomia. Alguém mais antenado (leia-se: algum bibliotecário de plantão menos jurássico) pode me dizer se é isso mesmo? Esse campinho cretino para "Marcadores para esta postagem" é uma tentativa de me obrigar a ser folk?
Não vou fazer.
E já vou começar a polemizar, embora coubesse melhor no Biblioteconomia de Babel - mas ainda não me sinto com estofo o suficiente para discutir a questão. Não vou fazer por um único e simples motivo: É ISSO QUE EU FAÇO SEIS HORAS POR DIA.
E eu não estou acreditando que tá todo mundo achando INDEXAÇÃO uma grande novidade.

***
Aliás, hoje vi uma faceta complicadíssima do meu trabalho.
Ou, melhor dizendo: o que eu faço não pode ser tão complexo assim. Ou eu é que realmente preciso aprimorar minha didática.
Se bem que realmente meu ponto de vista sobre como lidar com seis catálogos diferentes deve ser um pouco diferenciado do de alguém que ao primeiro chute diz que a Independência do Brasil foi em 1500.

Gentileza

O sujeito grisalho, jovem senhor dos seus cinquenta anos, estava lá sentado; ele, seu McFish e uma maçã, numa mesa de quatro lugares. Salão lotado.
Cheguei e tasquei "Com licença! Posso me sentar aqui?"
O sujeito interrompeu a mastigada. "Claro!"
"Obrigada"
"De nada"
E continuamos, dividindo a mesma mesa, cada um absorto no seu mcalmoço.
Ele terminou o seu, ficou um minutinho pensando e disse:
"Sabe que você pedindo licença pra sentar me fez lembrar um poema do Manuel Bandeira?
'Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.'
Você não precisava pedir licença!"
Eu ri.
"Mas não custa ser educado."
"Pois é, né? Tão raro, hoje em dia. Bom, com licença. Um bom dia pra você!"
E saiu com a maçã na mão.

Monday, January 22, 2007

Holding out for a hero

Dado o sucesso do post sobre o meu peculiar amigo, espíritos do mal se abateram sobre as minhas idéias e pediram mais historinhas desta turma.
E aí esta mente pervertida aqui resolveu criar a Megaliga de DJ's Paladinos.
A começar por eles... ladies and gentlemen, os DJ's Incríveis!
Eles já foram personagens de algumas passagens neste blog. São responsáveis por grandes momentos do dancefloor carioca em várias casas noturnas. É deles, por exemplo, a idéia de tocar Thriller em pleno Botafogo. O superpoder dos DJ's Incríveis é tocar em duas festas ao mesmo tempo - claro, né, em dupla fica fácil.
Continuando...
ninguém mais, ninguém menos que ele: Obelix, o DJ Gaulês!
O gourmet de plantão da Megaliga não deixa por menos. Momentos históricos das pistas mundiais são com ele mesmo, além dos episódios de frugalidade nos estabelecimentos europeus, embates bucólicos com seres do interior que o perseguem e discussões inenarráveis na Big Apple. O arsenal de histórias que sai do menir de Obelix é inesgotável - uma delas eu já narrei aqui. As próximas, aguardem para breve.
A Megaliga de DJ's Paladinos continua assim que eu tiver criatividade para ligar pessoas a super heróis engraçados.

It's my life

Chegar em casa do trabalho tipo quatro da tarde, ligar a tevê bem baixinho e se acomodar nas cobertas enquanto chove lá fora.
Não invejem porque a inveja é um sentimento muito feio!

***
"... entre o nosso eu, puramente psíquico, e o mundo exterior, nada parece interpor-se. Na mulher, ao contrário, a atenção é constantemente solicitada pela vivacidade de suas sensações corporais: sente em todas as horas o seu corpo como interposto entre o mundo e o seu eu, leva-o sempre diante de si, ao mesmo tempo como escudo que defende e como refém vulnerável [...] seu corpo nos aparece desde o início como impregnado, como cheio todo ele de alma [...] a atração erótica que produz no varão não é, como sempre nos disseram os ascetas cegos para tais assuntos, suscitada pelo corpo feminino enquanto corpo; ao contrário, desejamos a mulher porque o corpo dela é uma alma."
ORTEGA Y GASSET. O Homem e a Gente. RJ: Livro Ibero Americano, 1973.

Crushing day

É. Ela chegou de novo. De sete em sete dias, a segunda-feira bate na minha porta.
E eu, como em todos os outros dias, acordo e ligo a tevê pra ir me situando no universo.
Dou de cara com a discussão Obama/Hillary (já vão fazendo a vaquinha pra pagar minha passagem, não esqueçam). Olho pra fora e está nublado - o que já virou um padrão 2007 de qualidade meteorológica.
E me pego pensando na MAIOR das bobajadas já ouvidas numa segunda de manhã.
"Eu cavo, tu cavas, ele cava. Não é bonito mas é profuuuuundo!"
Penso porque andei sendo acusada de levar a sério demais coisas e pessoas. E não é que é verdade?
Tem gente que não nasceu pra ser levada a sério. Mas acho isso tão triste. Tão pobre e superficial. Pena. Hoje é aniversário dum destes espécimes. E pra não me estressar com a superficialidade da coisa, sequer vou me dar ao trabalho de sair de casa pra ir tomar um chope.

Saturday, January 20, 2007

The boxer

Com seis bilhões de seres caminhando na face da Terra, é mais do que normal que pessoas se pareçam umas com as outras. Eu, por exemplo, tenho ultimamente no meu rol de relações um sujeito que é a versão compacta de um amigo gaúcho - compacta na altura, pero mantendo o mesmo peso de sílfide, se é que vocês me entendem.
Mas enfim, a versão carioca a quem me refiro nesse momento é um desses sujeitos grandalhões esparrentos que gostam de falar muito alto e têm compulsão pela compulsão. Tô pra ver criatura com mais vícios e manias. Uma delas é carregar a própria bebida para onde quer que vá. E é SEMPRE Jack Daniel's disfarçado numa caçulinha de guaraná, ou outra garrafinha verde, e um suco esquisito, tipo manga, numa garrafinha maior.
Também é um gourmet de mão cheia. Tem paixão por temperos e gastou no último mês quinhentos euros em artigos do gênero. É a única pessoa que eu conheço que compra "sal rosa do Himalaia" e faz jantares com entradas, pratos principais e sobremesas. Gastou uns mil reais no último jantar que fez pra sua avó, pra ouvir "é, tá bom, mas a minha mãe fazia esse bacalhau diferente". E conta todas as suas histórias umas quatro ou cinco vezes seguidas, TODAS de um jeito mais e mais teatral. Impagável.
Outra das manias dele é, sendo discreto e calmo do jeito que é, implicar comigo. Tem um prazer em me esculhambar que vi em pouca gente. Mas ontem eu perdi a compostura. Ele contou pela quinquilhonésima vez que ia apertar as bolas do Príncipe Rainier quando ele fosse à festa em Luxemburgo e disse alguma besteira que bastou pra minha mãozinha se fechar e voar em direção à junção dos músculos no braço dele. Dei três. Pou, pou, pou.
A cara daquele trambolho parecendo um gurizinho atacado por uma pirralha no recreio foi ótima, aquela mágoa do "doeu isso!" e o Dj rindo que nem criança perguntando "acordou agora, mermão?"
Aí a montanha se virou contra Maomé e ergueu Maomé do chão. E se o braço não estivesse prejudicado pela dor, ele tinha me virado sobre o meu próprio eixo.

Call me when you're sober

Cacete. Acho que tô com encosto.
Passei o sábado inteiro - o primeiro de sol do ano - jogada dentro de casa, praticamente imóvel na cama. Eu até levantei de manhã cedíssimo porque achei que ia viajar, mas não foi o que aconteceu. Voltei pra cama e de lá só saí pra fazer um miojo lá pelas quase seis.
Me sinto tão pesada como se fosse duas. Meu corpo adere aos lençóis. O pescoço encaixa na curva do travesseiro e de lá não descola mais. Preciso fazer um catatau de coisas, mas não-con-si-go. Não consigo sequer encher um balde de água pra pôr uma roupa de molho, quem dirá escrever sobre um novo conceito de genealogia.
Caputz pra mim.
Só estou ficando com um medinho. São quinze pras dez. E parece que um sopro de animação post mortem está tomando conta deste corpo. Aiaiai.

Friday, January 19, 2007

Too Funky

O sujeito entrou no bar carregando um troço que ele disse que era uma máquina fotográfica hiperultramegahitechpro, mas bem que podia ser uma bazuca. E um crachá pendurado. Fashion Rio. Fotógrafo. Sei.
Parou do meu lado e me olhou. Olhou de novo. Fez menção de pegar a máquina digital de reles mortal do bolso da camisa.
Você é linda! Linda! Posso tirar uma foto?
Eu rio. Pode. Já tiraram tantas hoje. Meninos grandes não brincam mais de carrinhos, brincam de máquinas digitais - e sempre tem uma dando sopa lá naquele balcão.
Ele tirou. Mais uma. E mais uma. Mais uma só.
Sotaque italiano. Você é linda! Eu sou Fulano, fotógrafo, e você? Você é do Sul? Eu tenho amigos em Curitiba, claro que conheço o Marco, que ótimo. Eu estava trabalhando até agora, fotografando. Você é linda. Eu terminei um namoro de um ano e meio há três meses. Meus namoros são muito longos, sabe, quatro anos, sete anos, e estou procurando alguém assim, que nem você, linda, inteligente, que goste de poesia (hein??), eu já namorei modelos lindíssimas e não sou feio não, sou até bonitinho e saio bem em foto, sabia? Vou te apresentar os meus amigos, eu sou muito bem relacionado. O meu estúdio fica ali no final da Assis Bueno. Vambora?
Não.
Como?
Não. Olha só, se tu quiseres conversar comigo, ótimo, estou sempre aqui, é só perguntar por mim, mas não estou com essas idéias.
Menina, se você está solteira e não está com idéia de beijo na boca, você está perdida de Deus. Eu não quero mais falar com você. Eu nunca mais vou falar com você. Você passou como um raio na minha vida. Tivemos zero afinidade. Tchau.
Pegou a bazuca e saiu.
E esta foi a minha curta carreira de modelo-comida-pelo-fotógrafo-cheio-dos-faniquitos.

Thursday, January 18, 2007

Call on me

Quando a pessoa vai fazer uma ligação de casa e disca ZERO pra ver se consegue sinal, deve ser um forte indício de que está precisando de férias.
Eu ainda não atendi dizendo "Classificação", mas pelo visto estou a um passo disso.

Tele-fome

Diálogo surreal pelo msn.
- Deixa eu ir dormir aí.
- não.
- ah deixa, deixa. teamo.
- queisso? vou dar um desconto e fazer que não li.
- tá. mas deixa eu ir dormir aí.
- não, não dá. amanhã tenho de acordar cedo e não posso ir trabalhar com aquela cara de atropelada por uma jamanta de dois metros.
- é 1,98m, mas obrigado pelo jamanta.

Wednesday, January 17, 2007

Lovesong for a vampire

Quando a pessoa quer procrastinar, ela QUER procrastinar e não tem Halbwachs que a tire do propósito.
Ontem, por exemplo, o brinquedo foi pegar a lista "Music for a Withered Heart" e baixar.
Eu nos meus ataques de Toreador - só ressuscitando antigas vontades. Muitas das músicas eu não conheço/conhecia, motivo pelo qual estou pensando em refazer a tal da lista - e rebatizá-la para "Music for MY withered heart". Que tal?

Blue suede shoes



Este foi o brinquedinho de hoje. "Eu Quero Aquele Sapato!", da Paola Jacobbi. Obviamente, ela fala sobre essa paixão feminina por sapatos - da qual eu não compartilho com tanto ardor, mas confesso que já fui mais desligada.
Agora, a parte interessante é a tese de que os sapatos falam pela gente. E eu sou OBRIGADA a concordar.
Senão, por que outro motivo eu teria voltado aos meus bons e velhos saltos altos depois de quase cinco anos? Por que foi que eu comprei um scarpin de bico fino? Por que é que uso mais sandálias e praticamente abandonei meus pobres quatro pares de tênis?
Porque nada, NADA substitui o poder do toc-toc no chão. O bico fino dizendo "sai senão eu chuto; se não tiver espaço eu mesma faço". A curva do pé erguido, sustentado num belo salto bem-feito.
E pra encerrar a reflexão mighty-futility, comprei o primeiro DVD do Sex and the City na banca por quinze pilas. Não é uma beleza? Economizando assim vou conseguir comprar meu primeiro Manolo Blahnik até o fim do ano!!

The power of goodbye

A Madonna estava coberta de razão. There's no greater power than the power of goodbye.
Digo isto porque nas finaleiras do ano passado, quando eu prometi pra mim mesma que não iria entrar o novo ano com aquele monte de coisas ruins dentro de mim, nem eu acreditei que fosse funcionar assim, só na base do querer.
E não é que funcionou?
Eu disse adeus a tudo aquilo e aquilo tudo me largou.
Recomendo.

Candyshop

Minha mãe é uma pessoa HORRÍVEL.
Não existe outro adjetivo para alguém que deixa um pote de NUTELLA fechado do lado dum pacote de damascos secos.

Dreams come true

Obama Pré-Candidato

Quando este homem for para as primárias, por favor se despeçam de mim porque eu vou atrás do Jack Bauer da vida real.
Ou vão dizer que só eu achei que esse sujeito é o inspirador de David Palmer?

Monday, January 15, 2007

Flirting with disaster

Sou eu!
Ou: POR QUE DIABOS, SENHOR, as pessoinhas grudam em mim?
Por que diabos, Senhor, as pessoinhas mal e mal começam, já começam com papinhos de "saudades" e "quero te ver amanhã"?
Devo me considerar irresistível, impossível, impagável?
E debochada, acima de tudo?
E cagalhona também, por não dizer "filhote, não é por aí, por favor compreenda"?
Onde foram parar os amantes profissionais? Jesus, era só isso!! Tirando a parte do "bonito" e do "bom nível social", ele até que era a solução dos meus problemas.
Amazing!! Nunca tinha achado ninguém tão perto!!

I love the nightlife

E a Internet também.
Olha isso!

“Achei que eu era o certo” - Jack Power sobre Jack Bauer
“Você quis dizer: Jairo Bauer.” - Google sobre Jack Bauer
“Eu sou a versão sem mullets do eterno MacGyver.” - Jack Bauer sobre Jack Bauer
“Se eu fosse mortal, me chamaria Jack Bauer!” - Chuck Norris sobre Jack Bauer
“Bang Bang... você está morto!” - Terrorista sobre Jack Bauer segundo antes de morrer
“Bença Pai!” - Terrorista sobre Jack Bauer para Chuck Norris
“Até que enfim alguém entendeu o espírito da coisa.” - George W. Bush sobre Jack Bauer
“Cabra safado tem que morrer!” - Jeremias sobre Jack Bauer
“Boa noite” - Christiane Pelajo antes de Jack Bauer

Tem mais em http://desciclo.pedia.ws/wiki/Jack_Bauer
MOOOOITO BOM!

Sunday, January 14, 2007

Problemas sempre existiram

E pessoas surpreendentes também.
Prefiro estas últimas.
Daqueles, ando meio de saco cheio. Só pago mico por conta deles.
Mas me sinto grata por ainda me surpreender com doçura e inteligência, vindas de onde menos se espera.
E fico triste quando descubro problemas para os quais, mais uma vez, não tenho solução, não posso dar um ombro amigo, um colo, um bisturi mágico, qualquer coisa.
Ando meio enjoada de ser pega de surpresa pelas minhas emoções em público, em horas vulneráveis. Também ando meio de saco cheio de pensar no que os outros vão pensar.
Acho que preciso de férias!

Crônica

Ela entrou no ônibus, sentou num dos bancos no fundo, na janela.
Ele entrou no ônibus, olhou pra ela.
Ela piscou, ele sentou num banco na frente. Esperou uns segundos e se virou. Olhou pra ela, que olhava pra ele. Ele por fim decidiu levantar-se e foi lá, sentar ao lado dela.
- Oi.
- Oi, tudo bem? - Ela dá um risinho nervoso.
E conversam um pouco, de amenidades e bobagens. Ela diz que é enfermeira, está indo pro plantão de 48 horas e só volta pra casa na sexta de manhã. Ele está indo pro centro da cidade.
- Não me olha tanto assim que eu fico com vergonha. Olha, sinceramente, eu fiz mais de brincadeira. Não achei que você viesse mesmo.
- Não tem problema. Me dá o seu telefone?
- Dou. Me liga de tarde, sempre dá pra dar uma fugida, daí a gente dá uma volta.
- Legal. Agora preciso ir. Tchau.
- Tchau.

***
Aí ele me olha já no fim do corredor.
Não quer que eu ligue?
Eu rio. Ligar pra quê? Pra saber se eu cheguei bem em casa?
Você tá arrependida?
Eu rio de novo. Não, bobo. Só estou cansada de confusão.

***
Mas che, COMO EU TÔ CANSADA.
Credo. Parece que uma jamanta passou por mim. Faz dois dias que tô literalmente de cama, os neurônios pifados, a barriga semi-vazia, absoluta falta de vontade de comer, o trabalho foi pras cucuias. Tá, escrevi dois parágrafos - quando devia ter feito umas duas páginas, pelo menos.
Se eu não soubesse que esses dois espirros agora foram só por conta duma poeirinha besta, eu diria que era uma gripe. Nem pra tevê tô com disposição. Ai que dor.

***
E eu, que nunca tinha visto ninguém se conhecer no ônibus e quase dormi durante a história, até que fiquei com vontade de saber qual foi o fim.

Les Moulins du mon Coeur

O corpo da gente é uma coisa esquisita mesmo.
Se afeta por qualquer coisinha. Só nele o termo "invisível" não é praticamente sinônimo de "insignificante".
A gente pode levar anos pra descobrir o que é que há, velhinho, se cair em mãos erradas e inaptas. Pode gastar dinheiro, tempo, relacionamentos, tudo, tudo em busca de uma solução que se esconde por trás duma sigla estranha e/ou um nome pior ainda: TSH, EEG c/ FEI, plano ZE-32, receita azul, taquicardia, etc. etc. etc.
Pior são as recaídas e a instabilidade entre a inapetência e a fome do mundo, entre o cansaço absoluto e a energia pura, entre o raciocínio rápido e a debiloidice.
Mas graças a Deus ainda existe gente com feeling no mundo e, se tudo der certo, me livro finalmente dessa eca em breve.

Saturday, January 13, 2007

Das Coisas que eu Entendo

Eu entendo que estou verborrágica enquanto meu pescoço tá duro, minhas costas doem, minhas pernas estão pedindo trégua: faltaram os dedinhos se cansarem.

***
Foi mais do que batido, todo mundo mandou pra todo mundo, mas esse trecho do poema do Drummond é genial: "É dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre". Eu que o diga.

***
That's the way I do it... and I like it.
Em que outro emprego eu teria a chance de entrar em contato com pérolas do mercado editorial tais como "111 Deflorações Antológicas"? Olha que preciosidade, que capa:

Nino Rota no Sobrado

Percorro à noite a Avenida Independência
Os travestis na esquina fazem-me sinais
Penso na vida, no sentido da existência
E meus sapatos pisam folhas de jornais

Por que não chuto cada poste no caminho
Não apedrejo a sinaleira que me pára
Nas madrugadas em que caminho sozinho


Isso é genial. Ele pára no meio da letra. A letra completa tá aqui, ó.

Tô muito instável. E cansada, com dor no corpo. Ginástica já neste corpitcho. Senão toda semana vai ser isso!!
E chega logo, dia 20. Preciso dar jeito nessa instabilidade duma vez. Ninguém guenta!

Antología

Pérolas que recolhi na internet enquanto penso no que fazer com a minha falta de decoro:

"Mas assim como estraga saber antes que o vatapá pode ser assassino ou que muito vinho pode causar cirrose hepática, que mulher quer ouvir: muchacha da teta satisfatória, eu vou te comer lindamente, mas vou acordar no dia seguinte dando a você a mesma importância que dou ao novo filme do Didi Mocó? Homem é tosco mesmo. Ou prometem trigêmeos numa vida de bangalôs e estrelas ou te olham com aquela cara de açougueiro. Caminho do meio, rapazes! Já diria o Buda. Em tempo (melhor explicar): e ele não estava se referindo a uma vagina.
Não, eu não quero que ninguém me prometa nada que não possa me dar. Sou realmente uma mulher inteligente, moderna, bacana e se for para abrir as pernas para um ator, prefiro que seja logo para o Caco Ciocler (tô tarada por esse cara).
Mas eu definitivamente preciso do glamour da sedução. Quem não precisa? Um homem só deve ir direto ao assunto se for redator publicitário e tiver de vender um produto em um banner de Internet. Mas na vida real... mais empenho, rapazes! Ou: prostitutas têm aos montes, e bem mais gostosas e divertidas do que eu. Custam menos também, já que tenho gostos refinados e adoro presentes caros.
Eu definitivamente quero ser enganada. Nem que seja por uma única noite de prazer. Eu quero sim que abram a porta do carro para mim, que o restaurante seja à luz de velas, que o cd do carro seja bom, que ele use perfume, coloque sua melhor camisa e me diga coisas inteligentes.
Afinal, muito melhor do que uma bela trepada é poder ligar para as amigas no dia seguinte e dizer: se aquele filho da puta só queria me comer, por que me enganou? Desgraçado!" (Tati Bernardi)

"Sossega, preta, roga uma praga neste peste e pronto, cai de novo na lama milagrosa do hedonismo. E se a vida atropelar, de nuevo outra vez, na mesma curva, anota a placa, lindinha, e arrisca o número no jogo do bicho." (Xico Sá)

Sabe que é uma boa idéia? Vou fazer isso já.

E uma última, muito boa:
"Quantas pessoas vc conhece que passaram a vida toda juntas sem jamais se conhecerem? E por que outras que jamais se tocaram têm uma intimidade emocional tão grande? A distância física é a mais idiota, a mais fácil das distâncias a ser transposta." (Márcia)

One night in heaven

Coisa boa é isso.
Jantar com as amigas, uma hebe básica e depois dançar até pôr os bofes pra fora numa pista vazia e com uma parceria ótima!
Agora, a frase do dia é:
não crio juízo porque não sei o que ele come. Só pode ser por isso.
Porque às vezes (muitas vezes, aliás) eu faço umas que não tem explicação. Essa de hoje então foi difícil...

Thursday, January 11, 2007

Ordinary world

Esse mundo tá perdido.
Eu entro nos meus próprios favoritos do Firefox e encontro na lista "As árveres somos nozes".
Dá pra notar que este micro não foi de uso exclusivo nos últimos tempos.
Também tem uma música do Rod Stewart e umas três ou quatro pastas de fotos e filminhos - inclusive da queima de fogos em Copa. Alguém quer?

***
Falando em ordinary, me perdi na Planeta Sonho esses dias e acabei trazendo junto uma mini Absolut Vainilia, que, segundo o mocinho lá, é a mais vendida de todos os tempos dessas flavored. Fui ver qual era e sabe qualé?
Beeeem maomenos... saudades da Stoli pepper - que, para meu total espanto e preocupação, não consta mais no site da Stoli. Aiaiai.

Let me entertain you

Acabo de ver que o Gaiman vai ganhar as telonas no ano que vem. Coraline vai ser a Dakota Fanning, de que falei esses dias ainda e que mata a pau, a guriazinha.

***
Alguém aí pode me explicar até quando esse blogger vai continuar essa zona? não tô podendo.

***
Também não tô podendo com essa preguiça. Queria ter ânimo pra chegar em casa e ir caminhar, jogar paddle ou peteca e dançar até altas horas. Mas mal e mal consigo esperar o Jack aparecer.
Deve ser o dispêndio mental diário que me suga totalmente. Hoje fiz as contas. Num dia produtivo, como hoje, passam pela minha mão uns 60 livros, seja pra classificar/indexar, seja pra inserir na base. Só hoje eu fiz 31 livros, o que quer dizer que coloquei 31 diferentes números de classificação e atribuí mais de 70 cabeçalhos de assunto. Só posso estar meio cansadita, mas não dá pra parar.
E fora o resto das caraminholas de lei, minhas conjecturas socio-antropológicas sobre os cariocas e suas inteligências e por aí afora.
Enfim.

Wednesday, January 10, 2007

I alone

Depois de dez dias, a casa volta a ser sozinha. Mas menos vazia.
Agora também moram aqui um forno de microondas, uma escada pequena, um banheiro impecavelmente limpo com um chuveiro novo, um monte de comida na geladeira, canhotos de sapateiro e lavanderia e até um sabonete de pepino e chá verde.
Todos resquícios de mãe. Praticamente uma escrava branca. Quem vê, pensa que eu amarrei no pé da cadeira e obriguei a fazer todas as tarefas que eu, relapsa e relaxada, deixei pra um depois que nunca chega e, com isso, tornei a casa um muquifo. Não é verdade.
O sol - ou melhor, a falta dele - é que recolheu a minha mãezinha ao (des)conforto do lar bagunçado da filhinha preguiçosa e ela se viu na incômoda situação de fazer deste um lugar menos imundinho.
Bom, né? Férias das obrigações domésticas e companhia pra falar mal dos cariocas.
Mas acabou. Mamãe retornou ao recôndito lar nos pampas e eu fiquei cá aguardando o sol, o resultado dos meus exames e o Jack Bauer, se eu não desmaiar antes.

Tuesday, January 09, 2007

Those sweet words

Eu não acredito em almas gêmeas, mas em pensamentos gêmeos, ah...
olha isso. é da Tica, que eu não vejo há séculos.

Amar é...

Duas amigas minhas que fazem parte daquele seleto grupo que todas as mulheres têm chamado "melhores amigas" passaram por uma situação muita parecida nos últimos dias. Elas começaram a sair com um cara por quem elas não estavam apaixonadas. Numa tentativa de se divertir e vamos ver no que isso vai dar, elas aceitaram ao convite desses homens. Saíram. Se divertiram até mais do que inicialmente pensaram, começaram a sair regularmente com eles. Uma delas chegou inclusive a começar a ir para o trabalho com a camisola e uma calcinha extra na bolsa porque seguidamente acabava dormindo na casa dele.
Um início de namoro, eu penso. E elas também.
Uma ou duas semanas depois, porém, os caras desaparecem. Mudam de ideia. Somem.
Mas antes disso deixam claro para elas: o problema é eles, não elas. Ele ficou confuso, não é bem isso que ele quer, blá blá blá.
Chato isso. Acontece, claro. Mas quando tu não tem mais 18 ou 20 anos, depois de sair algumas vezes com uma pessoa, dormir e acordar com ela, se tu não for um celenterado, tu te dá conta de que a pessoa está embarcando nessa história bem mais do que tu. Então, exatamente por não ser um celenterado e nem um babaca, tu dá a real ou pára de convidá-la para ficar durante a noite ou simplesmente resolve os teus problemas no divã de um psicanalista.
Porque não faz sentido passar vários dias dormindo e acordando com uma pessoa e achando que tu achou o amor da tua vida e logo depois mudar de idéia... Ninguém acha e perde o amor da sua vida em uma semana. Amor da vida leva tempo para ser achado. Mesmo quando é amor fulminante, a gente se apaixona, delira, mas continua com o pé atrás ainda por um tempo até ter certeza que realmente bateu de verdade.
Então por que a gente simplesmente não vai mais devagar antes de errar na matemática e se entregar mais do que devia, ou antes de conquistar mais do que efetivamente queria?
Isso parece impossível atualmente. Exceção válida apenas para casais de quarenta ou cinquenta anos. Quando os dois membros do casal têm essa idade, claramente.
A gente tem tanta opção para tudo atualmente que ser solteiro ou solteira em qualquer idade virou uma coisa natural. Isso é ótimo. Mas o apelo comercial, social e cultural aos solteiros é tanto que parece cada vez mais difícil aceitar que amar e ficar com alguém (de verdade, "para sempre") começa a significar mais abrir mão de outras coisas que efetivamente amar alguém.
É mais ou menos assim que eu me sentia aos 15 anos. Namorar naquela época não significava somente estar bem com uma pessoa, mas também, e em alguns momentos principalmente (no carnaval...) abrir mão de se divertir com muitas outras.
Namorar, gostar e amar sempre implica em uma escolha, e escolhas necessariamente implicam em se abster de pelo menos alguma coisa, se nao muitas... e no fim das contas nos perguntamos, por que eu devo me abster de uma ou muitas coisas para estar
com alguém se ainda nem sei se esse é o alguém que merece a minha abstinência?
E assim, dia após dia, vamos conhecendo uma porcão de alguéns que merecem a nossa atencão, tempo e fluídos corporais, mas que não merecem necessariamente a nossa
abstinência de outros. Não é mais uma questão de escolher estar com alguém, mas sim uma questão de não querer não estar com todos os outros - uma evidente pré-condicão para um relacionamento como costumávamos conhecer.
Às vezes acho que estamos virando polígamos... ou individualistas... ou sós.

Monday, January 08, 2007

Canção da América

Aí no sábado eu fui numa festa numa casa com umas 60 pessoas.
E um dos grupos era de pessoas que se conhece há uns VINTE anos.
Fiquei olhando aquele povo todo, cheio de histórias pra contar, e pensando que se as coisas forem como estão, daqui a dez anos - quando eu tiver a idade deles - não terei nenhum amigo de vinte anos de convivência. Talvez UM que, entre trancos e barrancos, chegue perto disso. Isso se eu não mandar o sujeito pastar de vez.
Só vão ficar os meus amigos que eu consegui manter graças às facilidades da comunicação de massa e os avanços da telefonia - leia-se: Internet. Mas eu cá, eles around the world.
*pequena crise de solitude no mundo batendo na porta*, vocês sentiram?
não que isso seja uma novidade. quem leu o post abaixo sobre a Danuza Leão, ou me conhece, sabe que essa consciência da solidão entranhada em nós me é muitíssimo familiar. Mas a gangorra sobe e desce, e eu estou no momento descida.

Várias variáveis

Sim. Tô confusa e com quinquilhões de coisas passando na cabeça ao mesmo tempo.
Coisas práticas, projeções pra um futuro breve, mas sobretudo emoções que eu não gostaria de estar sentindo agora. Aliás, não gostaria de sentir nunca mais.
Mas enfim. Enquanto isso, se ocupem desfazendo meus alfarrábios e minha confusão.
Se alguém quiser passar aqui em casa pra me dar um colo e um cafuné descompromissado, também ajuda. Porque a Sra. Ostra aqui se recusa a pedir pra mamãe de plantão.

The great pretender

Quando o mundo vira as costas pra você, você vira as costas pro mundo.
Liga o MSN e lembra que a fofice existe, e não tem nada a ver com promessas e/ou discursinhos fake.
Aí a esperança de que pode ser que um dia eu mude de idéia sobre estar só ou acompanhada, mas vai ser BEM difícil.
E a consciência de que pareço uma gangorra. Ai Jisuis. Vou é fazer duas coisas: lobotomia e algo que não sei o nome ainda, mas tira toda a subjetividade envolvida no órgão "coração". Ele fica lá, só batendo e cumprindo sua função vital. E pronto, a gente não se estressa, não se decepciona, nem nada. Como diria um amigo meu, quem tem amigos... se decepciona mais! hahahahah
Mas enfim, Bete Balanço, o teu futuro é duvidoso, eu vejo grana e dor, e quem vem com tudo não cansa. Será mesmo?

Down em mim

Nem sempre é bem assim, mas a letra é sempre maravilhosa. E Leo Jaime cantando isso é superb.

Eu não sei o que o meu corpo abriga
Nestas noites quentes de verão
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou te cantar, vou te gritar
Te rebocar do bar
E as paredes do meu quarto vão assistir comigo
À versão nova de uma velha história
E quando o sol vier socar minha cara
Com certeza você já foi embora
Eu ando tão down
Eu ando tão down

Outra vez vou me esquecer
Pois nestas horas pega mal sofrer
Da privada eu vou dar com a minha cara
De panaca pintada no espelho
E me lembrar, sorrindo, que o banheiro
É a igreja de todos os bêbados
Eu ando tão down

É. Nestas horas pega mal sofrer.
Quanto tempo será que demora pra cair uma mini-casquinha de ferida de cima de uma cascona de feridona?

Feel

AI COMO EU ODEIO ME SENTIR ASSIM.
Fico realmente muito chocada com a capacidade do corpo humano em se manifestar fisicamente sobre fenômenos mentais.
Neste exato momento, estou segurando a náusea e a dor de barriga, enquanto a garganta fechou totalmente e os olhos marejam de cinco em cinco segundos.
E os dedinhos? Esses não páram de tamborilar o teclado, transformando a náusea em verborragia. O que também é um jeito torto de se livrar do incômodo, porque na verdade é uma baita duma covardia disfarçada. Tudo o que o mundo inteiro vai ler e que só serve pra uma pessoa, que não sabe que isto está aqui e que se refere exclusivamente a sua própria falta de tato, a sua falta de sensibilidade, a sua falta de paciência, a sua covardia em não dizer não, a sua leviandade que me deixa em dúvida sobre quem é a pior vítima, se sou eu ou se é o próprio sujeito, angustiado na sua necessidade de se livrar da solidão o mais rápido possível. Só que rápido não se conhece nada, nem ninguém.
Pessoas demandam sensibilidade e paciência, qualidades que faltavam nessa história que sequer chegou a acontecer de verdade e ainda assim me incomoda. Talvez seja essa minha mania de verdade acima de tudo, de honestidade, de jogo limpo, que me impediu de tentar a boa e velha opção "estepe".
Eu sei e estou carequíssima de saber que não tinha o menor futuro. Mas, sei lá. O ano-novo tinha me dado o espírito pra tentar. And now?
Agora é voltar pro bom e velho plano inicial. Ser uma menina dedicada e trabalhadeira, que era o que eu devia ter feito desde março do ano passado e só estou embromando.

And justice for all

Era só isso que eu queria nesse começo de ano.
E paciência, talvez, a la Lenine (Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma / Até quando o corpo pede um pouco mais de alma / A vida não pára).
Mas eu realmente fico PUTA com determinadas coisas; e leviandade é uma dessas coisas que me tiram do sério, me dão dor de estômago e me trancam a garganta. Como nesse exato momento, em que estou me sentindo um... ah, deixa pra lá.
Brabo não é sentir tudo isso. É não saber o que fazer com isso. Se engulo o sapo ou vomito tudo.
E o mais, mais brabo: é a sensação de já ter passado por isso.
E enquanto isso, o meu alemão bigodudo gargalha da minha cara ali na estante. Meine kleine kind, que só descobriu que era criança de novo quando voltou a ser camelo.

Push the limits

A um passo de poder virar uma viciada: hoje consegui olhar um exame de sangue EM MIM MESMA em todas as etapas.
Isso quer dizer: eu fiquei olhando aquele sujeito enfiar uma agulha no meu braço.

***
E eu ainda me surpreendo com algumas coisas.
Um dia ainda vou deixar de acreditar nos outros e aprender que é mais fácil ser leviano pra tentar tirar vantagem. Ainda vou lembrar que, da boca pra fora, o ar aceita tudo; o ouvido é que não pode aceitar.

Sunday, January 07, 2007

You not me

E no quinto dia, ela descansou.
Ou não, né, porque o quinto dia é amanhã e é dia de trabalho.
Isso é pra ver se me reconheço, porque feijoada e roda de samba definitivamente não sou eu. Com sorte, ninguém guardou este momento pra posteridade. Vai virar uma lenda urbana: eu no samba, o chupa-cabras e o sequestrador de rins.

Dream a little dream of me

Um sonho.
Sonhei com um sujeito que não vejo há anos, literalmente. Ele era bailarino.
Eu o encontrei num lugar que parecia a casa da minha infância; saímos dali para outro lugar que parecia uma república onde aparentemente ele morava com outras pessoas.
Nos sentamos num móvel, não lembro se um tipo de chaise, um divã, ou uma cama, e ele me mostrou um bloco, ou um caderno, onde tinha uma espécie de tabela desenhada com cabeçalhos em verde água.
No canto, dois trechinhos de frase, como se fosse um sujeito e um conector. Nos campos das linhas e colunas, em verde água, outros trechos para montar frases. Tipo um jogo de combinações.
E a tarefa dele era, no corpo da tabela, montar aquelas frases - só que TAQUIGRAFICAMENTE.
Conclusão: análise já, nêga.

Times like these

(Mais uma pra série "Músicas que falam por mim")

I am a one way motorway
I’m the one that drives away
Then follows you back home
I am a street light shining
I’m a wild light blinding bright
Burning off alone

It’s times like these you learn to live again
It’s times like these you give and give again
It’s times like these you learn to love again
It’s times like these time and time again

I am a new day rising
I’m a brand new sky
To hang the stars upon tonight
I am a little divided
Do I stay or run away
And leave it all behind?

The Unforgiven II

(não, nadaver com a música. É só porque é um dos raros casos de músicas parte II. E este post é uma continuação do retro).

"But I'll never find peace of mind while I'll listen to my heart".

É isso, basicamente. Mais uma vez, George Michael estava coberto de razão.
Porque a minha cabeça disse o tempo todo: larga mão dessa neura. larga mão dessa criatura que se parece tanto, tanto com tudo. definitivamente, LARGA MÃO DESSE CASO CLÍNICO AMBULANTE. larga mão dessa neura. desse ciúme. dessa coisa estranha e tão familiar.
E o meu coração dizia: por que não? por que não tentar? por que negar a chance? por que SE negar a chance?
A cabeça disse: porque eu não sou o que ele quer. e ele com certeza não é o que eu quero.
O coração: e quem é exatamente o que se quer?
A cabeça: O Jack Bauer. Esquece. Foi piada.

Na quinta feira, o discurso de final de ano do sujeito em tela vai pras cucuias. Fico feliz com isso. O discurso era: "Eu adoro você. Faz quatro anos que não me sinto assim. Mas vou deixar de vir aqui pra não encontrar você. Porque eu fico diferente. Porque eu já deixei de beijar pessoas por respeito a você." A prática foi: algo que eu sei lá o que, mas que decididamente não combina com isso.

Aí hoje o sujeito é alcunhado na minha frente de Jack Bauer e TODAS as luzes de perigo se acendem. A imaginação é uma merda gigante e vai ser extirpada de mim na primeira lobotomia que eu fizer.
E depois disso, caputz pra prática e pro discurso.

E só pra continuar o post "músicas que falam por mim":
"I've had a hole in my heart for so long
Ive learned to fake it and just smile along

Down on the street
Those men are all the same
I need a love, not games, not games"

***
SIM, SIM, SIM.
Até eu estou sentindo falta disso:
VI O CARA BEIJANDO OUTRA E FIQUEI COM CIÚME, PORRA. Não entendi nada. Não sei qual é o pastel. E só quero entender.
Como diriam os catarinas: si qués, qués, si num qués, diz, oras. Mas não me enrola.
E também não desiste fácil desse jeito porque aí parece superficial e eu não tenho saco pra superficialidades com gente que conheço e prezo. Pra isso, qualquer um serve.

Sad but true

(ou: momento Nietzsche em plena madrugada de Dia de Reis)

Por mais alta que esteja a nossa auto-estima, a gente sempre acaba precisando do outro.

Quando a gente é, ou está, exigente, sempre se ferra. Mesmo que a exigência seja com a gente mesmo.

***
(momento full of joy)
tá. foi a festa de reis mais divertida da minha vida. Esqueçam o fato de ser a única até o presente momento. Foi beeeem bacana. E fazer simpatias bobinhas até que é bem divertido.

***
(momento caia na real baby)
Passada a festa, a realidade volta e a gente desembarca no calor e na vida real.
E nos pequenos draminhas internos.
Embora eu tenha a mais absoluta convicção de que sim, hoje sou beeeem melhor do que ontem e infinitamente melhor do que no ano passado, de vez em quando me pego me olhando e pensando "queisso?". Ou então "pra que tudo isso?"
E piora um pouco quando a gente vê que a práxis da humanidade NUNCA condiz com os discursos. Ok. Eu sei que banalizei/generalizei a coisa, mas me dêem um descontinho. Tô no calor do momento. Ainda digerindo a coisa e pensando no que fazer.

***
(momento resoluções intempestivas do calor do momento)
vou é fazer o que devia ter feito em 2006: virar uma asceta de carteirinha. juntar uma grana federal de tanto ficar em casa sem fazer nada. deixar o projeto de dar mais que chuchu na serra pra 2007, quando tatuada, plastificada e irresistível, o Gianechini, o Bruno Garcia e o Ricardo Tozzi vão se estapear para estar na minha companhia.
E dane-se o Jack Bauer. E se me vierem com algo a ver com luz e/ou lanternas, eu dou porrada.

***
(momento caia na real 2, a missão às quase quatro da manhã)
Encare, querida: isto é ser uma ermitã.

Wednesday, January 03, 2007

Aquarela

E sigo me puxando na arte de bolar presentes. Mesmo nos mais ousados, acabo acertando.
Foi assim com a porca-cofrinho, que foi no lugar de uma carteira sem-graça e virou o must do Natal.
Os livros e DVDs também foram bem-sucedidos.
Pero nenhum dos presentes teve recepção tão calorosa quanto o alcunhado "kit-tudo-de-bom". Consistiu numa caixinha que continha um pacote de massinha de modelar, uma caixa de giz de cera, uma caixa de colas coloridas e um bloco de papel branco. Dizem - e eu morro de inveja de quem viu - que a carinha da presenteada foi algo iluminado.
E o melhor de tudo: a pequena de três anos me ligou à noite para contar da sua "tora-tororida" e do resto todo. E também pra me perguntar se eu gosto de figos secos. E pra ser o melhor dos obrigados que eu recebi nos últimos tempos. :)

Tuesday, January 02, 2007

Prospero's speech

Frases que marcaram o final do ano que passou, já foi tarde, mas terminou com estas pérolas:

"Essa sabe o que tem no balde da moça do leite!"
"Eu não sei o que eu faço comigo".
"Não consigo me envolver sem ser mexicanamente".

As duas últimas são da mesma pessoa. Se quiser assumir a autoria...
A primeira é de uma lenda viva. E se referia a mim. Tudo por causa do combo cabelo novo/vestido preto demi-sexy/sandália poderosa/postura "tô nem aí". Pois é, eu sei o que tem no balde. Querem saber?

New Year's Day

Pois eu digo pra vocês sem o menor falso desprendimento: lá sobre as areias de Copacabana, debaixo da chuva fina que caiu na despedida de 2006, eu não pensei em grandes desejos para os amigos, nem na paz mundial, na erradicação da fome, nada nada.
Pensei: ACABOU, PORRA.
Bebi aquela champanhe e fiquei lá vendo os fogos mais lindos que já vi, curtindo aquela chuvinha e aí sim, viajando no patê de como 2007 vai ser lindo, trabalhoso, divertido e interessante.
Vestida de branco, pulei ondinhas imundinhas, perdi meu chinelo, ri muito e acabei no boteco tomando os primeiros de MOOOOOITOS chopes que virão neste Ano de Nosso Senhor.
Quer dizer, acabei foi jeito de dizer. Acabar, eu acabei mesmo num ônibus atolado de gente, voltando de Ipanema às quatro da manhã, imunda, molhada e exausta. São bons augúrios.
Mas a noite de réveillon é preocupante no Rio de Janeiro. Não tem NADA, NADA pra se fazer fora ir pra praia e pros botecos da beira da praia. NENHUMA casa noturna abre. NADA funciona. E eu, saudosa de Porto Alegre e seus lugares 100% parceria pra se abrir um ano bom, abri o ano bom em mim e prometi que esse sim, vai ser de rebentar a boca do balão.