Tuesday, October 31, 2006

I love the nightlife

Pérolas que colhi na minha agenda velha e que vão com certeza pra nova:

Sou a favor de tudo que ajude a passar a noite, sejam orações, calmante ou uma garrafa de Jack Daniel's. - Frank Sinatra (curioso é que nessa época eu não bebia bourbon)

Exijamos o impossível já que o possível pode esperar.

Só os imbecis nunca mudam de idéia. - Jorge Luis Borges

A realidade deve ser distorcida, isto é, corrigida pela imaginação. - Camille Paglia

A noite é uma opção de vida. Gosto de acordar tarde e dormir com o dia nascendo. - Cazuza (tu vê...)

Te avisei: vai à luta, porque os fãs de hoje são os linchadores de amanhã. - idem

E quer saber de uma coisa? O que salva a gente é a futilidade. - Ele de novo

A vida é complicada demais para a gente ser inteligente o tempo todo. - Scott Adams

Vanity... definitely my favourite sin. - John Milton

Nada é mais indigno em um ser humano do que fazer o que não lhe dá alegria. - Brecht

Perdoai-os, eles não... ou melhor, matai-os, pois esses filhos da puta sabem muito bem o que estão fazendo. - Filastor Brega

O intelecto não é uma coisa séria, nunca foi. É um instrumento para a gente brincar e só. - Wilde

O que está escrito no mármore da entrada principal do inferno não é "bem" nem "mal". São quatro palavras, que querem dizer o seguinte: "Às vezes dá merda", amigo. "Às vezes dá merda"! - Todd McFarlane

Quando sou boa, sou boa. Mas quando sou má, sou muito melhor. - Mae West

O boi tem uma vida monótona e restrita. Melhor, muito melhor, um dia de touro: triunfo e morte diante de uma arena lotada. - Banderas

E estas foram só as de famosos. Num próximo momento, publico pérolas cotidianas daquela época.

Oh yeah

Não sei se mais alguém no mundo é assim, mas eu acho MUITO mais legal ver e ouvir minhas músicas e filmes favoritos no rádio ou na tevê, por obra do acaso. Mesmo tendo o CD ou o DVD, sempre dá uma vontade irresistível de parar tudo pra ver/ouvir.
Neste momento, estou pensando seriamente em amanhã ir trabalhar de manhã, mesmo não tendo aula, só pra poder assistir a Sessão da Tarde.
Guess what? FERRIS BUELLER vai dar o ar da graça. Com aquela dublagem maravilhosa.

Pride

Digam o que quiserem, mas ser orgulhoso é fundamental. Pelo menos um pouquinho. Não deixa que a gente chafurde na lama por mais tempo que o necessário pra levantar e ir tomar banho em água mineral...
Eu, depois de chafurdar no chiqueiro mais chiqueiroso durante muito tempo, agora só tomo banho em banheira de mármore carrara com água Perrier dentro.
Pra entender o que aconteceu:
Tô me dirigindo à porta do setor quando encontro uma turma de umas 20 crianças. Mais uma das quinhentas visitas que a BN recebe por dia. Essas crianças deviam ter lá uns... sete anos. Eram educadinhas, ainda. Duas delas andavam em cadeiras de rodas.
E várias delas olharam praquilo tudo - aquele milhão de obras espalhados nas estantes e por tudo, o desenho do chão, os catálogos e o teto, meu deus, aquela cúpula - como se estivessem vendo o Harry Potter em pessoa, voando na sua Nimbus 2000. Muitos pares de olhinhos brilhantes, bocas abertas e aaahhhhs incluídos no pacote.
E eu passei por ali me sentindo a professora Minerva, detentora de alguma coisa muito mágica e invejável e especial.

E pra não dizer que sou só eu a deslumbrada, este foi o discurso do Presidente da BN, Muniz Sodré, por ocasião dos 196 anos da Biblioteca comemorados ontem:

Prezados colegas,
Nós costumamos pensar em uma casa ou numa instituição como algo que habitamos ou que utilizamos como um instrumento, como um objeto. Mas há casas e instituições que nos habitam, que se impõem a nossa existência como um verdadeiro sujeito ativo, não só por seu lugar simbólico, mas também pela marca sensível que inscreve em nosso relacionamento.
Parece-me que este é bem o caso da Fundação Biblioteca Nacional.
Tem-me chamado à atenção o fato de que os funcionários desta Instituição parecem, em sua maioria, se orgulhar de pertencer a ela. Até mesmo nos instantes de crítica coletiva ou individual às circunstâncias administrativas, a instituição fica preservada.
Isso é incomum quando se trata de serviço público ou mesmo de empresa privada. A velha palavra “repartição pública” não se ajusta à atmosfera emocional da Biblioteca. É que a “casa”, em sentido amplíssimo, “veste” cada um de seus membros como o tecido inconsútil da memória de gerações, da imponente dignidade das paredes, da incitação silenciosa a preservar e zelar.
É esse espírito que celebramos aqui, hoje, nos 196 anos da Instituição Biblioteca Nacional. Celebramos a permanência e a transformação responsável. E, neste ato, é a todos os funcionários que nos dirigimos para agradecer pelo zelo, pelo cuidado. Vocês são as fundações móveis desta Casa, são de fato o “sal da terra”.

Sopa de letrinhas

(ou: homenagem aos operadores do direito, esses hábeis artesãos da língua portuguesa - quando se puxam, obviamente)

Este é o caso. Amigo Moses redige peça jurídica baseado no fato de que o cidadão se dirigiu à autoridade peemística (sim, o popular brigadiano) com palavras de baixíssimo calão e que ele provavelmente merecia ouvir. Agora, baseados na argumentação do digno defensor, adivinhem o que foi que o sujeito ouviu.

"Instou o servidor público a copular nas instâncias extraordnárias, tachando-lhe de sucessor da meretriz e de miliciano de baixa patente. Outrossim, asseverou que falecia ius imperii ao aludido policial."

Juro: a missiva supra é absolutamente fidedigna ao conteúdo original.
Não é o máximo?? Ser chinelo com finesse é outra coisa!

(Ah, sim. O cara disse o seguinte: "vai tomar no cu", "filho da puta", "brigadiano de merda" e "tu não é autoridade merda nenhuma")

Oops, I did it again

Sinuca de bico à vista.
Eu devia era virar freira e parar com esse tormento.




Aaaahhhmm... pensando melhor, não. ;)

Monday, October 30, 2006

The miracle of love

How many sorrows
Do you try to hide
In a world of illusion
That's covering your mind?
I'll show you something good
Oh I'll show you something good.
When you open your mind
You'll discover the sign
That theres something
You're longing to find...
The miracle of love
Will take away your pain
When the miracle of love
Comes your way again.
Cruel is the night
That covers up your fears.
Tender is the one
That wipes away your tears.
There must be a bitter breeze
To make you sting so viciously -
They say the greatest coward
Can hurt the most ferociously.
But I'll show you something good.
Oh I'll show you something good.
If you open your heart
You can make a new start
When your crumbling world falls apart.

Space oddity

Um dos caras que li neste último ano e que fez mais sentido pra mim se chama Gaston Bachelard. Mas não li tudo não, li o que ele fala sobre a poética do espaço.
Aliás, não sei se o que mais falou a mim foi o Bachelard ou Mário Chagas contando sobre o chapeuzinho de formatura do filho. Todo esse papo é sobre a necessidade que temos de musealizar o mundo e as coisas. A gente "iconiza" e musealiza coisas pra relembrar - ou melhor, pra não esquecer.
Digo isso porque no meio dos vinte quilos de porcarias que eu trouxe, algumas eram mais porcarias que as outras. Nessas, incluo uma agenda de 1998 colorida e cheia de citações, máximas, aforismos, anotações, aniversários, guardanapos, recadinhos, telefones, lembretes - um museuzinho do meu ano. E subitamente senti falta de fazer isso, que já não faço há algum tempo. Talvez por falta de coisas boas a lembrar, talvez por não me dar conta da força da musealização.
Mas que é bom demais ver isso depois de tanto tempo...

Walking on broken glass

Sim, estou prolixa hoje.

Uma das pessoas que mais me faz sentir a passagem do tempo (sentir, no sentido de putz) é a Annie Lennox.
Pra quem já cantou There must be an angel com aquele agudo... cantar Honestly daquele jeito é uma prova triste de que o tempo é cruel. Ela continua performer, mas os cabelos... e a voz...

Porto Alegre é demais

* excluindo TODA E QUALQUER conotação fogaciana nesta afirmação.

Porto Alegre é que tem
Um jeito legal
É lá que as gurias etc. e tal
Nas manhãs de domingo
Esperando o Gre-Nal
Passear pelo Brique
Num alto astral
Porto Alegre me faz
Tão sentimental
Porto Alegre me dói
Não diga a ninguém
Porto Alegre me tem
Não leve a mal
A saudade é demais
É lá que eu vivo em paz (ou não)
Quem dera eu pudesse
Ligar o rádio e ouvir
Uma nova canção
Do Kleiton/Kledir
Andar pelos bares
Nas noites de abril
Roubar de repente
Um beijo vadio

Isto é Porto Alegre. E muito mais. E xis do Cavanhas, cerveja e não chope, andar a pé, escadaria da 24 de maio, Dr. Jekyll. Chorar na chegada, avistando da janela, e na saída, olhando desaparecer atrás da asa do avião.
Sem falar, evidentemente, do anti-histamínico de lei pra dar uma controlada nos espirros.
E na Feira do Livro, que finalmente parece transitável sem a praça de alimentação e o pavilhão de autógrafos no meio do caminho. Linda, linda.

***
GRAU ONÍRICO: ZERO
Táxi saindo do centro do Rio de Janeiro, segunda feira quente, quase sete da noite. A pessoa doente pra ir pra casa de onde saiu três dias antes e agora volta com vinte quilos de bagagem.
- A senhora viu o Fantástico ontem?
- Não.
- A Regina Casé foi na periferia de Porto Alegre, eu não sabia que lá favela se chamava de vila.
- Ah, sim.
- Ela foi na Vila da Maria Degolada. Tem até altar pra Maria Degolada, né?
- É, sim.
- Poxa, descobri que foi um policial que cortou o pescoço dela... que sujeito cruel!
(Vira pra trás rapidamente)
- A gente aprende um MONTÃO vendo tevê, né não?

Sunday, October 29, 2006

Can´t take my eyes off of you

you´re just too good to be true.

***
Isso é Porto Alegre.
Aquela cidade que me destrói ao simples avistar pela janela do avião.
E as pessoas, as ocasiões, os encontros, os pago-pra-ver.

***
EXCERTO DE GRAU ONÍRICO 5
Fiquei olhando pra ele enquanto dormia e demorei um tempo pra me dar conta de que tinha algo errado. Can´t take my eyes off of you, era só o que tilintava na minha cabeça.
Tem gente que se apavora quando as coisas se atrasam.
Eu fico puta quando as coisas se adiantam. Um pequeno mau hábito carioca ou só uma mulherzice?

***
GRAU ONÍRICO: 0
O Rio definitivamente não vai levar meu título de eleitor tão cedo.
Porto Alegre me seduz politicamente. Esse ar de militância vai sempre me ter por aqui. Até porque o embate Cabral/Frossard não me diz nada. São pessoas que não conheço, governando pra gente burra que não me atrai, numa cidade que já está condenada ao apocalipse desde que os primeiros portugueses lá aportaram. Pena. O Rio bonito como o paraíso, como seeeeempre diz o meu avô... continua lindo. E podre.
E, mais uma vez: não discuto mais política. Discussão não leva a nada. Se a pessoa não acompanha, não tá lá, não tem uma empatia ideológica, não há cristo que faça esse néscio entender porque é que existe gente que faz tudo isso.

***
Em breve, ou não: mais escritos do e sobre o pago.

Thursday, October 26, 2006

Holding out for a hero

(Só porque era o que tocava aqui agora)

Passei cinco anos miseravelmente confusa a respeito das escolhas profissionais que tinha feito. Estava praticamente desistindo e reconhecendo que tinha feito uma cagada, que devia fazer outra coisa sob pena de ser para sempre infeliz.
Mas eis que Deus não joga dados.
Levei cinco anos. Cinco anos e meio, pra ser mais exata, pra descobrir que não, não fiz uma cagada. Só estava nos lugares errados convivendo com gente errada.
Sem o menor medo de cair num papo auto-ajuda-brega-e-chato-sem-fim, nunca me senti tão feliz por estar viva.
Nunca me senti tão bem com o simples fato do sol estar quente, ou morno, ou chover, ou descobrir às três da tarde duma quinta feira que bate sol dentro da minha casa em fins de outubro.
O vento no rosto, a ventania do ônibus correndo no Aterro, me faz fechar os olhos e ficar redesenhando o Pão de Açúcar, o contorno, o céu azul brilhante e limpo.
E lá de cima, aquele mocinho de braços abertos que nunca sorri me olha aqui embaixo, aprontando das minhas. Acima dele, só o sol lindo, lindo, que não precisa nem da praia nem de nada mais pra ser perfeito.

Wednesday, October 25, 2006

Rubina's blue sky happiness

Felicidade é poder dormir quando a gente tá muuuuito cansado.
E acordar cedo, olhar o relógio e ver que ainda dá pra dormir umas horinhas.
E ser acordado mais tarde com o barulho da HECATOMBE em forma de marreta demolindo a janela da cozinha da vizinha, praticamente dentro do apartamento.
E se constranger de ir na cozinha fazer qualquer coisa porque tem um homem empoleirado na janela dela e, portanto, na minha.
E estar realmente MUITO dolorida. Acho que antes de marretar a janela o sujeito marretou as minhas costas.
E ouvir Moloko de manhã, com um sol lindo lá fora e um copo de café com leite.
E saber que quando eu pegar o ônibus o sol vai me aquecer e a praia vai estar linda. e eu... vou pra aula de novo me cansar mais um pouquinho.

Tuesday, October 24, 2006

Telhados de Paris (ou seria melhor A fábula dos três poréns?)

Não, eu não vou pra Paris. Aliás, no final da semana estou é voltando ao pago.
Mas é que Nei Lisboa não me larga desde sábado. Grudou. Bom, né?

Ontem foi o aniversário do meu mano. Agora em versão turbinada, 2.0. Segurem-se gurias.

Ontem também fui conhecer mais um dos locais que a noite carioca oferece para nosso deleite e diversão. Tchê, me diverti MOOOOITO. Chiquérrima, essa tal de Nuth. Mas é o tipo de lugar que eu só consigo ir nas condições em que fui ontem: convidada por um old fashioned boy, que fez questão de pagar pra mim.
O lugar é lindo, o dj é lindo, o bar é pessimamente atendido. O povo lindo e engomado de Miam...ops, quer dizer, da Barra, aquelas coisas. E eu dancei deveras. E achei um candidato a padrasto. Quero dizer, quando a minha mãe vier quero levá-la lá pra ver se encontro esse sujeito de novo. O maior pé de valsa que eu já vi. E boa pinta.
Agora, eu bem que andava calma demais. Perdi não só um como os dois brincos. Deve ser um sinal.

Sunday, October 22, 2006

Confessions on a dance floor

Conclusões pós-noite de ontem:

1. Meu "poder de sedução", apud Zé, está altíssimo. Tão alto que saí do boteco ontem me sentindo uma Afrodite, uma deusa grega de unhas recém-feitas (para bons observadores...), a pessoa mais simpática e agradável de toda a noite carioca, capaz de despertar paixões avassaladoras, encantamentos mágicos e coisas do estilo.
2. Eu atraio advogados. Quatro na mesma noite, pra ser mais exata.
3. Assim sendo, preciso começar a capitalizar esse magnetismo todo. Há de aparecer na minha frente algum herdeiro dum escritório enorme, de causas complicadíssimas e... ups, já apareceu mas era chatésimo, o pobrezinho.
4. Meu corpo ainda não entendeu que quando a gente dorme pouco é pra acordar cansado, e não com a cabeça a mil voando e produzindo. Também não entendeu que a musculatura do meu pescoço NÃO FOI FEITA pra ficar contraída dias seguidos e me dar dor de cabeça, mas uma dor que começa no meio das costas e sobe pelos lados da nuca. Em especial, do lado direito.
5. A meteorologia carioca realmente não tem como acertar. Às nove da manhã o céu estava dum azul puríssimo e duas da tarde, quando acordei, era praticamente o armagedon montado.
6. News run fast.
7. Quando a gente menos espera, no lugar mais inusitado, Nei Lisboa surge num pod qualquer cantando Telhados de Paris pra nos dar uma nostalgia boa e doída ao mesmo tempo. Tipo assim, meia noite de sábado, em pleno Bukowski.

Friday, October 20, 2006

Living on my own

Eu chego a achar engraçada a reação das pessoas quando digo que sou de Porto Alegre e que moro sozinha aqui no Rio.
As pessoas me olham com um misto de admiração, espanto, solidariedade e cuidado.
Hoje uma chegou a me dizer "olha, nesse final de semana eu vou estar em Botafogo, vou te dar meu telefone, pra qualquer coisa..."
Comum mesmo é o "que coragem!" ou "tu vê só, vir sozinha... que coisa..."
Aí emenda no "mas você veio sozinha, sozinha? E a tua família, tua mãe, teu pai?"
Até eu explicar que focinho de porco já não é tomada há anos, prefiro encurtar com "é, ficou todo mundo lá".
Daí eu ganho legiões de mães e de tutores.
Se por um lado é bom, por outro dá vontade de bater no ombro de todo mundo e dizer "escuta, eu não tenho mais doze anos, já não moro com a minha mãe há cinco e tem MUUUUITA gente que mora sozinha nessa vida, não sou a primeira nem a última. E sim, estou bem e feliz. E conheço quase tudo o que preciso do Rio, incluindo um monte de gente e bons lugares pra sair. Quer ir tomar uma cerveja?"

Thursday, October 19, 2006

Sorcerer

Hoje à tarde ia ao banheiro e, obviamente, precisava sair do setor.
A porta estava aberta.
Imediatamente depois de passar, a porta se fecha sozinha atrás de mim.
E isso aconteceu outras duas vezes.
Ou seja: TRÊS VEZES.
Três vezes um porteiro invisível estava me esperando passar, gentilmente com a porta aberta, para me permitir não ter o trabalho de abri-la.
Eu hein?

Answers

Perguntas que os próximos pretendentes vão ter que responder, com um escore mínimo de 90% para sucesso na empreitada:
Quem nasceu primeiro: Mozart ou Beethoven?
Soletre Chrysler Building. Não precisa ser rápido.
O que é bourbon? (Não vale falar só do supermercado)
Escreva "cerimônia".
O que é Eminência Parda?
Se você vai a uma festa na qual duas pessoas vão comemorar que "juntaram os trapos", como você chama essa festa?
Como você sabe que o leite que está aquecendo no fogão já está quente?
Você usa o banheiro de casa com a porta aberta?
Quem foi Simone de Beauvoir?
Onde você costuma cortar suas unhas?
Você pagou o último IPVA do seu carro?
Qual deles usou barba: Dom Pedro I ou II?
Você acha que "quero te comer" é uma boa abordagem?
Qual a diferença entre o Red e o Black?
Qual foi o último livro que você leu por inteiro? Quando foi?

Wednesday, October 18, 2006

I'm too sexy

Fonte privilegiada me disse hoje em momento privilegiado, a respeito da minha prova de seleção pro mestrado:
"A sua prova foi aaaalgo. Você brincou com os autores, um arraso. Por mim, era primeiríssimo lugar".
Fui segundo, então tá bacana.

Tuesday, October 17, 2006

I alone

A Ari comentou recentemente a respeito da minha capacidade de lidar com a própria solidão.
Ao que replico com algumas dicas e apontamentos realizados há algum tempo.
A gente precisa gostar de conviver com a gente mesmo, antes de conviver com os outros. Tem que ser capaz de gostar da própria companhia. Isso acaba sendo mais fácil quando a gente tem dias cheios e barulhentos, quando tudo o que a gente quer é chegar em casa e não ouvir gente falando. Experimenta andar de ônibus e trabalhar seis horas na mesma sala que outras 60 pessoas que dá um efeito soberbo. Ter atividades exaustivas também é um baita negócio. Principalmente se as atividades forem intelectualmente exaustivas. Daí a gente só quer saber do escurinho e do silêncio...
Mas o principal mesmo é que isso tudo é um aprendizado. E mais do que necessário. Senão, a gente fica numa eterna fase maníaca, saindo com qualquer um disponível, fazendo merda e sendo mais ou menos superficial o suficiente pra não dar na cara que a gente não se suporta, não suporta o ninho, não suporta nenhum momento que nos obrigue a conviver com a gente mesmo.

Age of Aquarius

Não sei sobre a veracidade desse troço, mas enfim, tentei fazer a minha parte neste diazinho de altos e baixos.
O ponto alto, altíssimo: fui devolver o Alta Fidelidade e acabei ganhando de presente. :)
O ponto baixo, mas tão baixo que praticamente arrasou o dia: tinha uma m* dum comício bem em frente à BN - o que consequentemente tornou a Cinelândia 200% mais caótica do que o normal, inclusive trocando o itinerário do meu ônibus para algum lugar que o guarda não sabia dizer onde era. Chegou a mencionar "Lapa", mas eu preferi ignorar e ir pro ponto mais próximo, estratégia na qual fui bem sucedida. Só que fiquei no estado sardinha durante 30 minutos enquanto rumava pra casa e pra minha lasanha que ora assa no forno.
A pergunta do dia é: quanto cansaço cabe num corpo só?

Japa girl

Eis que Daniele Suzuki, sim, aquela japa fofíssima, vem parar na ponta da minha mesa e pede um cigarro. Em plena Gávea.
O que passa pela minha cabeça:
1. Nossa, ela é lindinha mesmo.
2. Cadê o Lobo, pelamordedeus?
3. Ela é MUITO esperta, se aproveita da fama e do desconcerto dos outros pra filar cigarro.
4. PORRA, CADÊ O LOBO????

Sunday, October 15, 2006

Let's get it on

Minha mais nova fixação: Alta Fidelidade. O filme E o livro.
O filme, já está ali na estante. Falta o livro.
Sabem como é, o Natal está chegando...
e eu estou me sentindo o Rob Fleming precoce e de saias. Quando me dou por conta, estou no meio duma roda de trintões falando de como o Phil Collins não fez quase nada que preste em carreira solo, ou da última seleção que vai tocar no bar nesta noite. Passo algum tempo fazendo top5 de qualquer coisa. Já gravei e já recebi fitas e/ou cds. E tenho um em perspectiva, o que está me preocupando deveras.
Às vezes eu penso que devia arrumar mais amigas. Mas aí penso que viver no meio deles é bem mais divertido, na maior parte do tempo.
Estas coisas todas me levam à outra reflexão. Eu queria MUITO conseguir escrever bem ficção. Há muuuuito tempo atrás, um cara que leu um conto meu disse que queria ler mais coisas, que eram legais e talz. Mas realmente, não consigo. Minha auto-crítica é severíssima. E não saberia o que fazer com o que escrevo: ia ser tudo confessional demais e os "citados" iam se identificar num estalo.
Tudo isso porque minha cabecinha de osso pra sopa anda lotada de coisas. Ventoinhas a mil, como sempre. E muito, muito feliz com o Emule que faz a gente reencontrar coisas lindas como "Private Investigations". E decidir que a "La Vie en Rose" da Grace Jones é mais legal que a da Piaf, sem empafiazinhas metidas a besta.

***
Querido diário,
Hoje eu vi um PT Cruiser VERMELHO andando e reluzindo na rua.
E quase tive um torcicolo.

***
A frase do dia é do Turuga: "Estilo é que nem pau grande. Ou tu tem, ou tu não tem".

Die Zauberflöte

Por gentileza, parem tudo e se sintam também parte do meu fim de semana muito feliz.
O tempo foi limpíssimo e os dois dias foram de céu de brigadeiro, com temperatura alta mas não muito.
Caminhei, dormi bem, fui ao supermercado, tive uma noite de sábado ótima.
Mas o êxtase completo deu-se hoje de manhã, no Theatro Municipal. EU VI A FLAUTA MÁGICA. A última ópera de Mozart, e talvez a que contenha a ária mais famosa com uma soprano coloratura (pra quem não sabe ou não lembra, é aquela que o Edson Cordeiro cantou num medley com a Cássia Eller, ele fazendo a Rainha da Noite e ela o Jagger).
Cacete. Saí de lá e não conseguia parar de sorrir. A cenografia foi extremamente bem bolada, moderninha, leve, colorida. Os figurinos eram lindos. Os cantores eram ótimos e notáveis. Inclusive tive a grata surpresa de ver o dublador do Gaston, d'A Bela e a Fera, em ação - e o cara é excelente.
Agora, muito provavelmente prejudicada pela minha expectativa ficou a Rainha da Noite, mesmo. Minha e de todo mundo, que não parava de aplaudir depois da ária da vingança. Sim, porque aquele brinquedinho vocal é a ária da vingança dela. Ela é má. E linda.
O enredo é engraçado - palmas pra Papageno e seu intérprete cheio da verve, que fez até piadinha em português no meio da coisa toda - só que quem não sabe da ligação do Mozart com o maçonismo fica achando ele um horror, machista até o último acorde.
Bueno, a coisa toda foi esta. Puro êxtase. Bom, bom, bom. Queria que todos pudessem se sentir tão bem quanto eu hoje. Sintam-se, por favor. Felizes e em paz.
Ah, e só pra constar, o São Pedro é muuuuuito mais bonito.

Wrong

Benzadeus.
Alguém pode me explicar porque diabos eu SEMPRE miro num e acerto noutro?
SEMPRE??
Ai meu saco.
E por que é que o outro, no final das contas, parece sempre mais interessante (eu disse PARECE) que o um?
Deve ser praga, castigo. Ou bênção. Como saber?

***
Reforçando retóricas recorrentes a meu respeito.
Eu não ia comentar, mas depois de hoje...
Esses dias fui chamada de "A Esfinge". Indecifrável.
Outro dia um cara disse que tinha medo de mim.
E hoje, um terceiro completa dizendo que não sabe o que dizer, porque eu também não falo - e ele, consequentemente, não sabe o que passa na minha cabeça.
E ele concordou com "A Esfinge".
Mas isso tudo, é só para o mau observador.
Porque O Bom Observador, com essas maiúsculas todas, pôde notar que "você gosta de alguém que não está aqui. Ou está, mas não está disponível".
Isso aí.
E teve a gentileza de não perguntar maiores detalhes.
Resumindo segundo Amália Rodrigues:
D'queeeeem eu gooooshto, nem àsh paredesh confesso...

Saturday, October 14, 2006

Envelheço na cidade

Caramba, a sexta-feira 13 passou e eu nem me lembrei que era um aniversário funesto.
Oito meses.
Bem que tinha passado muito em branco...

Sweet dreams (are made of this)

Mais TREZE horas bem-dormidas.
Sim, senhoras e senhores. Eu passei a noite de sexta inteirinha dormindo.
Foi bom pra vocês também?
Esse evento me proporcionou acordar às dez da madrugada de sábado, pronta pra dar uma caminhadinha básica de sete quilômetros (porque daqui de casa até o Leme são três e meio, ida e volta, there you go), ler mais um pouco, estudar e todas aquelas coisas que gastam energia que a gente não tem durante a semana.
Nesta noite tive sonhos lindos.

***
Quando eu morrer, por favor doem as minhas córneas pra eu continuar enxergando. Ou me enterrem de pé, que também serve.
Alguém REALMENTE acredita nestes "teasers" do Orkut?

Thursday, October 12, 2006

Bed of roses

Agora entendo mais um motivo para as pessoas beberem.
É que beber - numa certa medida, claro - dá a mesma sensação de torporzinho de dormir QUINZE HOOOOOOORAS seguidas.
Só que muito mais rápido. E dá pra fazer em público e coletivamente.
Já dormir quinze horas demanda um esforço, sabe? A gente precisa se detonar dias e dias seguidos, funcionar muito e se cansar demais, pra numa véspera de feriado ir deitar às nove da noite e *puf* desligar do mundo. E acordar em módicas prestações à meia-noite, às seis e meia da manhã, e depois ir devagarzinho, acordando, acordando, acordando... e a cada vez a gente lembra que não precisa acordar, não tem nada pra fazer, e fica então curtindo a textura do travesseiro, dos lençóis, aquele ventinho de leve que entra pela fresta da janela... o calorzinho confortável da colcha... pronto, já era. dormiu de novo.
E acordar no outro dia, na metade do outro dia, é assim: entorpecido de uma noite boa.
(e de brinde, a gente ganha uma dorzinha de garganta)

***
A frase-trocadilho do dia é do Cardoso: enjoy ou enjôe.

Wednesday, October 11, 2006

I call your name

Eu já fui Luzinha, Lu, Lulu, Luluzinha, Luper(cínia), Garotinha Ruiva, Anjinho Mau, Vandinha, Uxana, Luci.
Luzinha é de família. O Lulu eu sempre achei um nome muito canino e tratei de torná-lo mais glamouroso - tanto é que uso até hoje o Loulou velho de guerra, meu favorito.
Lupercínia foi o apelido mais bizarro que eu já ganhei. E pegou. Quem trabalhou comigo nessa época me chama de Luper até hoje.
Os outros, tinham cada um o seu público específico - leia-se, só uma pessoa me chamava desse jeito. Nessa categoria entram também A Esfinge, Wicca, Piquena, Pochetuxa, etc. etc.
Agora, quando eu achei que nada mais podia ser inventado como vocativo pra mim, surge um novo.
Nana.
Simpático, né?

Missing

Fui atacada duma voraz saudade de áureos tempos, me peguei cantarolando "que tempo bom que não volta nunca mais" e pimba.
Fiz um álbum totalmente meus anos gloriosos lá no Orkut.
Nossa, eu me diverti muito.

Tuesday, October 10, 2006

Prayer (of a sinner)

Padre, dai-me a vossa bênção porque pequei.
Não faço a menor idéia de que confissão seja esta.
Os meus pecados são os seguintes:

Começou hoje à tarde. Eu estava tranquila, trabalhando, ventoinhas a mil tentando classificar e indexar os vinte e cinco livros que me couberam hoje, quando aconteceu.
A imagem se fez na minha mente, clara e nítida. E tinha cheiro e gosto.
Tentei desviar meus pensamentos, e achei que tinha conseguido.
Até que a necessidade se impôs sobre mim e eu precisei ir ao supermercado antes de vir para o santo lar cumprir minhas obrigações. Precisava abastecer-me de gêneros alimentícios saudáveis e previstos na rotina decente de uma mulher trabalhadora.
Só que a tentação novamente se interpôs no meu caminho. Do jeito que eu a vi à tarde.
Cilíndrica. E doce.
Por que, meu pai, por que é que existe doce de leite Moça para corte?

Monday, October 09, 2006

Feelings

Azia e carentozice.
Não sei qual delas incomoda mais.

Sunday, October 08, 2006

Água de beber

O Ministério da Saúde passará a colocar os seguintes avisos nas garrafas de
bebidas alcoólicas:

1. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode fazer você pensar que está sussurrando, quando na verdade está gritando."
2. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo do álcool pode fazer você falar demais e achar que está agradando, quando na verdade não está."
3. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool é a maior causa de fazer você dançar como um idiota."
4. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode fazer você contar a mesma história chata varias vezes, até que seus amigos achatem sua cara."
5. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode fager foxe valar coisas dexe zeito."
6. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode fazer você acreditar que ex-namoradas estão realmente "afim" de receber um telefonema seu às 4 horas da madrugada."
7. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode fazer você se virar ao acordar e ver algo realmente escabroso (cujo nome e/ou espécie você nem consegue se lembrar)."
8. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool é a principal causa de inexplicáveis hematomas e galos na testa."
9. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode criar a ilusão de que você é mais esperto, sedutor e forte do que um cara muito, muito grande, cujo apelido é "Montanha".
10. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode levá-lo a achar que as pessoas estão rindo COM você, e não DE você."
11. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode causar um desvio espaço/tempo, onde um pequeno (as vezes muito grande) intervalo de tempo pode literalmente "desaparecer".
12. O MINISTÉRIO DA SAÚDE ADVERTE: "O consumo de álcool pode realmente CAUSAR gravidez."

Lies, pt. 2

Thaís strikes again.
Só que agora é uma socióloga estudando a interação social em ambientes específicos - no caso, bares.
O engraçado é que a coisa vai se sofisticando. Thaís ganhou um "h" no meio, pra combinar com o Thiago que derrubou um shot inteirinho de tequila. E Thaís é curitibana, porque osh cariocash são tão umbiguistas que não sabem reconhecer e diferenciar o sotaque de um gaúcho do de um paulista, ou mineiro, ou curitibano. Haja paciência.
E, como diria o Pedro, minha fama me precede. Já estou até confundindo os outros com esse brinquedinho...

Motorcycle driver

Quando eu vejo determinadas coisas, eu me convenço de que:
1) Preciso muito criar vergonha na cara e tirar uma carteira A;
2) Preciso de dinheiro. MUITO.
Tudo isso porque uma coleção de Harleys de outro planeta apareceu na minha frente esta noite. *Ai, ai*

Saturday, October 07, 2006

Nine lives

"Durante o período, a gestante é um ser da invisibilidade. Valoriza os sentimentos, as vésperas das roupas, os detalhes, o tom da pronúncia, os rituais de cortejo e de carinho. Repara na melodia, enquanto o seu companheiro procura a letra. O homem é um animal da visibilidade. Presta atenção somente na escolha do nome, na identificação do sexo, quando a barriga cresce. Naquilo que é enxergado. Diria mais: a mulher é grávida por toda a vida; o homem, unicamente nos nove meses".
Carpinejar, obviamente.
Às vezes me pergunto se esse sujeito existe mesmo.

Stronger

Surpresa: eu até que ando curtindo algumas musiquinhas da Britney, aquela pentelha. O best of dela tem coisas legaizinhas. Vamos combinar que é a herdeira legítima da Madonna: o mesmo tipo de letra de início de carreira, etc. etc. etc. Aquela "Everytime", do clipe proibido, é bem boa. A com a Madonna, também adoro. Mas essa aqui é muito boa.

Hush, just stop
There’s nothing you can do or say, baby
I’ve had enough
I’m not your property as from today, baby
You might think that I won't make it on my own
But now I’m…
Stronger than yesterday
Now it’s nothing but my way
My loneliness ain’t killing me no more
I’m stronger
That I ever thought that I could be, baby
I used to go with the flow
Didn’t really care ‘bout me
You might think that I can’t take it, but you’re wrong
‘Cause now I’m…
Stronger than yesterday
Now it’s nothing but my way
My loneliness ain’t killing me no more
I’m stronger
Come on, now
Oh, yeah
Here I go, on my own
I don’t need nobody, better off alone
Here I go, on my own now
I don’t need nobody, not anybody
Here I go, alright, here I go

Bebendo vinho

Quando eu me lembro que essas coisas existem, me assusto deveras.

Eu vivo sozinho e apaixonado
Não tenho ninguém
Aqui do meu lado
Meu cachorro Vênus foi roubado
Fiquei um pouco preocupado
Vou me entorpecer
Bebendo vinho
Eu sigo só
No meu caminho
Chove prá caramba aqui no Rio
Penso no Sul
Aquele frio
A TV diz que vai fazer sol
Não sei se é bom ou é pior
A rádio toca um velho Rock and Roll
Fico pensando
Aonde estou
Nada satisfaz nessa hora
Se é assim eu vou embora
Vou me entorpecer
Bebendo vinho
Eu sigo só
No meu caminho

The extremist

Com tantas coisas pra fazer, acabei me esquecendo de comentar como é bom ver um talento reconhecido. Quer dizer, o que a gente acha que é um talento nosso reconhecido.
Depois de ver duas das classificadoras de elite do país me elogiando, começo a achar que realmente sou um bichinho analítico. Mesmo enferrujado pelos oito anos longe da tabela e pelos tantos outros anos longe de uma biblioteconomia séria, até acho que sei brincar com esses brinquedinhos.

Friday, October 06, 2006

I alone

Uma vez só eu gostaria de poder compreender esses sentidos que nos pegam de surpresa e nos atravessam sem dó nem piedade.
Sentir-se sozinho no meio duma boate lotada não é muito difícil. Difícil é a intensidade desse sentir. Quando a gente se sente sozinho não fisicamente, mas no modo de ver o mundo. Incompreendido. Solitário, calado, ignorado.
Enquanto o resto todo parece cobrar uma pulsão quase maníaca, a gente bate em slow motion. Enquanto o mundo ferve e caça, a gente fica em casa com um vinho e peixe no forno.

Woman

Carpinejar, mais uma vez, lendo meus pensamentos.
Dessa vez, e mais uma vez, rebentou a boca do balão.

Thursday, October 05, 2006

A vida tem dessas coisas, pt. 2

Comentei um post da Bruna a respeito destas coisas da vida que fazem a gente pensar nos pobres ucranianos, que sustentam a cerebralidade deste universo.
E me lembrei que esqueci de comentar coisas que só o Rio faz por você.
Esses dias tô chegando em casa, tipo dez da noite, cansadaça no ônibus e aí ele dá uma paradinha na Barata Ribeiro. Sobem quatro raparigas.
Uma vestida de COWGIRL, a outra de DOSA, uma terceira de algo que não me lembro e a última de que? ENFERMEIRA, óbvio. As fantasias, claro, dignas de vitrine da sex shop. Com direito a luvinhas brancas e ligas. Obviamente ouviram o que deu do motorista, que puxou do baú todas as gracinhas idiotas que ele conhecia. Iam pro Leblon. Agora me explica, por que é que elas preferem o ridículo de andar de ônibus desse jeito do que pegar um civilizado táxi que, no fim das contas, ia dar quase o mesmo preço pras quatro e ia muito mais rápido?
Deve ser porque dois dias depois tô no mesmo ônibus voltando pra casa e cruzo com a Bruxa Madrasta da Branca de Neve, parada esperando não-sei-se-ônibus-ou-táxi. Pela idade da moçoila, julgo ser ela mais equilibrada e deve ter pego um táxi. Até porque não vi vassoura, não.

Wednesday, October 04, 2006

Little red Corvette

I guess I shoulda known
By the way u parked your car sideways
That it wouldnt last
See you're the kinda person
That believes in makin out once
Love em and leave em fast
I guess I must be dumb
cuz u had a pocket full of horses
Trojan and some of them used
But it was saturday night
I guess that makes it all right
And u say what have I got 2 lose?
And honey I say
Little red corvette
Baby you're much 2 fast
Little red corvette
U need a love thats gonna last
I guess I shoulda closed my eyes
When u drove me 2 the place
Where your horses run free
cuz I felt a little ill
When I saw all the pictures
Of the jockeys that were there before me
Believe it or not
I started to worry
I wondered if I had enough class
But it was saturday night
I guess that makes it all right
And u say, baby, have u got enough gas?
Oh yeah
A body like yours
Oughta be in jail
cuz its on the verge of bein obscene
Move over baby
Gimme the keys
Im gonna try 2 tame your little red love machine
Little red corvette
Honey u got 2 slow down
Little red corvette
cuz if u don't u gonna run your
Little red corvette right in the ground
Right down 2 the ground
U, u, u got 2 slow down
Youre movin much 2 fast
U need 2 find a love thats gonna last
Girl, u got an ass like I never seen
And the ride...
I say the ride is so smooth
U must be a limousine
Baby youre much 2 fast
cuz if u dont, cuz if u dont,
U gonna run your body right into the ground

Listen to the music

Às vezes são pequeníssimas coisas que salvam um dia de ser uma cagada colossal.
Depois de maldizer aos céus o dia inteirinho pela dor que tomou conta do meu corpo todo, um banho espetacular começou a redimir esta quarta-feira.
Aí, por uma contingência de trabalho, pluguei os fones no computador.
E, por um impulso procrastinador irresistível, ao invés de pôr a minha última entrevista pra rodar, coloquei Michael Hutchence - aquele portento - e sua bandinha.
Eu não vi qual era a ordem das músicas, mas quando me dei por conta estava ouvindo em stereo aquela voz sussurando Beautiful Girl no meu ouvido.
Seguida de Devil Inside, I need you tonight e Never tear us apart.
E fiquei eu parecendo um gato arrepiado, sentada de olhos fechados só ouvindo.
A voz. O sax. Os violinos. O piano. Cada acorde da guitarra e do baixo. Cada pancada na bateria.
Daqui a pouco vou escancarar de vez e pôr o Coverdale. Aí sim, me arranquem daqui se forem capazes.
Me tirem um sentido qualquer, mas não me deixem sem ouvir. Eu já não enxergo direito e meu nariz funciona na medida em que a combinação rinite/sinusite permitem. Deve ser por isso que ouço assim. Bueno, meu paladar é razoável e meu tato também não é de todo mal.

Isso tudo serve de introdução para uma teoria que venho desenvolvendo há um tempo sobre abordagens, tempo necessário na conversa antes dos finalmentes e talz.
Tem gente que acha que declarar "quero te comer" é o jeito mais fácil e sincero de chegar lá. Discordo veementemente. Mesmo que isso seja a mais absoluta verdade, não é sendo curto e grosso assim que vai levar.
Essencialmente, a coisa toda é muito subjetiva: tem que dar liga. E isso, pelo menos em mim, definitivamente não passa pelo visual e muito menos pelo discurso explícito.
Acho muito mais interessante o campo do implícito, do jogo, da negociação, da sedução em si. O que não quer dizer enrolação. Só tem que dar liga. Se Michael Hutchence vivo fosse, não ia precisar nem dizer nada. Bastava respirar de leve do meu lado que já era. Deu pra entender?

Tuesday, October 03, 2006

Unbelievable

Eu me supero a cada dia.
Só agora me dei conta de que PUS O DESPERTADOR PRA UMA HORA ANTES DO NECESSÁRIO.
Depois de ter tomado café e ter assistido metade do Bom Dia Brasil. Sem me dar conta que às oito e meia, na hora em que devia acordar, o programa já terminou há horas.
Sim, estou oficialmente fora da casinha.

Fly away

Da série "top5": piores empregos do mundo.
No momento, é o de controlador de vôo que se afasta pra tratamento psicológico achando que matou 160 pessoas.

Monday, October 02, 2006

Mothers and daughters

Minha mãe é atualmente a bibliotecária mais famosa do Departamento de Processos Técnicos da BN.
Tudo isso porque, para convencer de que eu seria muito mais feliz na classificação, disse para UMA PESSOA que ela também era bibliotecária e, por alguma genética misteriosa, herdei dela a paixão pelo "penso" da biblioteconomia.
Aí chego lá hoje e sou recepcionada por uma bibliotecária que ainda não tinha conhecido, já que a chefe da seção não estava. E ela sai me apresentando pra todos, dizendo que eu estava lá POR OPÇÃO e que a minha mãe também amava classificar.
Eu hein?

Tears in heaven

Se tem uma coisa que eu realmente aprendi nestes últimos anos, e às vezes a duras penas, foi que o mundo dá voltas. E pára sempre no mesmo lugar.
Ver Germano Risotto chorando em entrevista coletiva depois da apuração é daquelas coisas 100% mastercard: não tem preço.

Fallin' in love

Sorte de hoje:
Quem se apaixona por si mesmo não tem rivais

Orkut strikes again.

Lie

Meu nome é Taís.
Estava num bar ontem à noite, às três e meia da manhã, sozinha, lépida e faceira, porque meu marido tinha sido convocado para ser mesário nas eleições e não podia estar ali comigo.
Não uso aliança. Meu casamento é ultra moderno e ele deixa eu sair sempre que quero.
E sou psicóloga.

The Mighty Turtle Head

Esta cabeça de osso pra sopa acaba de fazer a cagada do ano.
Fiquei tão animada com a possibilidade de ir pra Porto Alegre votar que simplesmente ESQUECI QUE DIA 29 É O SHOW DO G3 NO CLARO HALL.
Imbecil.

Sunday, October 01, 2006

Luís Inácio e os 300 picaretas

Eu geralmente fujo de conversas políticas como o diabo foge da cruz.
Acho absolutamente desnecessário expor duas pessoas a ficar debatendo, geralmente até o nível da agressão, sobre algum assunto. Principalmente porque o debate não vai levar a nada. Ninguém muda de idéia política debatendo sobre ela.
Eu me lembro do meu primeiro voto. Era uma pentelha. Tinha dezesseis anos e achava que o anarquismo ia mudar o mundo - e anulei meu voto, conscientíssima do que estava fazendo.
Dez anos depois, eu continuo achando que o anarquismo vai mudar o mundo, depois da bomba atômica, da destruição total da raça humana e do nascimento de uma nova espécie. Porque o problema está muito além dos partidos e das ideologias. O problema é que o homem é um caso perdido, mesmo. Estes porcos capitalistas só querem saber de pegar a parte maior do bolo e fodam-se os outros. Marx é que era o cara.
Mas enfim, era só pra dizer que eu não vou votar hoje e é com dor no coração que digo isso. Porque eu também não achei o governo do Lula a oitava maravilha do mundo, mas acho que foi um começo razoável depois de milênios de putarias militares e gente que declara sem pudor "esqueçam o que eu escrevi". Ou alguém prefere voltar aos tempos da Dinda?

A little less conversation

(parêntesis rápido: putz, perdi o post 300).

***

Pois então.
Participo duma comunidade no Orkut chamada "Amamos homens com iniciativa".
Isso quer dizer que eu e 95% das mulheres amamos homens com um mínimo de sifragol pra se dar conta que não está rolando... e quando está rolando, pra fazer alguma coisa.
Mesmo que seja ao som de "a little less conversation" SEM NENHUMA SEGUNDA INTENÇÃO, levando para a segunda intenção. Bacanérrimo.
Ah. As outras 5% ou são enrustidas, ou não merecem crédito.

***
Pois então 2, a missão.
Por favor atentem para o horário.
Sete de la mañana. E eu aqui. De banho recém tomado.
Alguém me dá um bar, faish favorrrr?
Senão o que me resta é ir ler Mariani, sem o menor sono que tomou conta de mim há algumas horas atrás.

***
Postei há algum tempo uma reprodução dum post de Xico Sá sobre a lembrança da mulher gravada no homem.
E duvidei.
E continuo em dúvida. Eles lembram MESMO, como parece? Ou só estão se fazendo?
Xico, se estiveres lendo, por gentileza se manifeste.