Saturday, June 30, 2007

Hallowed be thy name

Ainda vou descobrir qual é o fascínio que as pessoas têm em dizer meu nome completo.
Desde pequena, na escola, era LUCIANA GRINGS, nome, sobrenome e pedigree, pra todo mundo ouvir.
Em casa, pra tomar mijada, lá vinha o nome todo, pra deixar bem claro que era comigo mesmo o negócio.
Aliás, parece que isso é mania de pai em momento cascudo. Já ouvi falar de estudos que comprovam que as pessoas não gostam de ouvir seu nome completo por associá-lo aos momentos de repreensão na infância.
O último a aderir a essa modinha besta foi o menino da locadora. Agora que ele descobriu meu sobrenome - porque eu cometi a suprema asneira de sair na rua com uma camiseta de futebol com nome gravado -, a minha simples aparição na porta da locadora faz com que ele se manifeste lá de trás do balcão, em alto e bom som, pra todos os clientes saberem quem é que está entrando.
Talvez um numerólogo possa dar a solução do mistério. Deve haver uma vibração diferente em dizer meu nome, sei lá. Só pode ser isso.

***
E só pra não deixar passar em brancas nuvens: ontem resolvi que ia dormir cedo. Nove e meia começou a bater o soninho, ótimo. Tomei meu remedinho milagroso, pus um filme e, oh dádiva, não suportei mais de uma hora. Dez e meia, estava lá buscando o clímax supremo do sono REM.
Desnecessário dizer que o êxtase durou até uma e meia da manhã. E só. Cinco de la mañana estava eu terminando de ver o filme, depois de ter passado pelo Jô, por um pedaço do Clube da Luta e pelo chuveiro.

Friday, June 29, 2007

Dreams

E eu que sonhei com cocô, pra não ficar fazendo rodeios.
Aí fui tentar descobrir o significado.
Ó: é sorte!

Sadeness

Carpinejar, em cheio.

Como é fácil se entristecer. Preste atenção. Não é só comigo que acontece, chegue para qualquer um e faça o interrogatório insistente. Dependendo do estado de espírito, o interlocutor - antes confiante e impassível - é capaz de chorar.

Somos tristes adormecidos, tristes amansados. Quem não é triste relendo o jornal de ontem? Descascando o rótulo de uma garrafa? Quem não é triste aguardando um ônibus? Esperando um trem com o olhar vaporoso de dia terminando? Quem não é triste com as mãos no bolso? Ou partindo cedo ao serviço, nadando na cerração, sem adivinhar se terá sol em seguida ou um toldo de nuvens negras.

A tristeza vem com a calma, é irmã da simplicidade. A tristeza vem com a sabedoria, é irmã da leitura.

A tristeza permite revisar as gavetas e entortar as golas. Virar a cadeira encharcada com lentidão. Recupera o que esquecemos de cuidar. A tristeza nos empurra a colocar datas nas fotografias, a alinhar em ordem crescente os amores extraviados, a revisar os canhotos dos cheques abertos, a imaginar as alegrias que ainda não vieram. Nossa confiança não resiste aos questionamentos. Nossa confiança está acostumada a rebater com um oi, tudo bem e tchau.

Somos tristes. Sempre tristes. Especialmente aquele que fez as perguntas.

Stupid girl

De repente, eu me senti o ser mais inteligente de todo o universo.

Dressed for sucess

Admito. Exagerei um pouco.
Me vesti bem-bela com a minha roupitcha de Casa das Sete Mulheres.
O primeiro comentário foi "você está tão mimosinha com essa roupa!"
É. O nome disso é "estratégia".
Eu me conheço melhor do que ninguém.
E sei que se eu não me montar assim, não saio de casa. Fico morgando, olhando tevê até o tédio me corroer inteirinha.

Apenas mais uma de amor

Não sei por que, mas em algum momento da noite me lembrei de baixar apenas mais essa de amor.

Miss Celie's Blues

Acho que nunca fiquei tão satisfeita por ter sido chamada de "quase" homem.
Nosso homem em Havana, feliz da vida com seu passaporte italiano, está arquitetando a próxima viagem. Para NY.
E comunica ao grupo:
"Já avisei que se ele não for comigo, vou levar ela".
Ela, no caso, eu.
Hã? Pra onde?
Pra Nova Iorque, em outubro ou novembro.
Eu vou, eu vou.
É, eu sei, mas a minha senhora é que não ia deixar. Eu precisava levar uma mulher que pra mim fosse homem!
Então?
É, eu sei, mas ela não vai acreditar nisso!

***
Minutos depois, não sei por que cargas d'água, embesta o homem a cantar
Sisteeeer, you've been on my miiiiind
Aff.
Engato a primeira e vou. Acompanho.
Quando termina, tasca ele.
Nunca conheci alguém que soubesse a letra dessa música.
Buenas, pra tudo tem uma primeira vez.

***
E o grand finale, não podia deixar de ter um, vindo de quem vem.
É, a retaguarda tá legal que eu já dei uma olhada, mas o culote está deixando a desejar. Fala com quem de direito, pô. Pra financiar.
Encho a boca, com gosto.
I DON'T GIVE A SHIT.
E ele: aaaaah, agora nós estamos começando a conversar.

Thursday, June 28, 2007

Red Hair

Pintei.
E é óbvio que eu ia fazer alguma cagadinha.
Dessa vez não pingou no pé e fez uma merda horrorosa.
Foi um pedacinho da testa que ficou sem tinta.
Biíto!

Wicked game

No I don't wanna fall in love
(this love is only gonna break your heart)


E quando a gente QUER se apaixonar?
Ou melhor: e quando a gente acha que NÃO CONSEGUE mais se apaixonar?

Tuesday, June 26, 2007

Lilac wine

Fui numa indicação meio velhotinha da Ana e busquei "Um bom ano" na locadora. Quero dizer, quando eu fui pegar pela primeira vez, a dica era quentíssima. Só que o filme nunca estava e eu também não ando exatamente uma rata de locadora.
Surpresa n. 1: dirigido pelo Ridley Scott.
Surpresa n. 2: eu, que tenho um certo pé atrás com o Russell Crowe, tenho de me render. Ele está impecável. E charmoso.
A melhor crítica é de um comentário do IMDB:
"The film is not the best film I have ever seen. The questions it asks are fairly fundamental, but they aren't startling or especially thought provoking.
But the film is highly enjoyable, from start to finish; and it's warm, something that is pretty rare in films these days."

Justamente. Warm. É um excelente termo.
E eu devia aprender algumas coisas com ele.

Palavras ao vento

Preguiça é aquilo que faz a gente pagar R$ 5,25 de taxa de entrega do McDonald's.
Surpresa é aquilo que a gente sente quando o pedido, previsto para chegar em 40 minutos, leva menos de 20.

Monday, June 25, 2007

Verbos sujeitos

E eu que ia me esquecendo de contar esta.
Entrei na minha delicatessen de confiança, onde eu vou toda vez que quero me deprimir pensando em quanto custa cada dose do meu bourbon favorito, ou tô afim de babar um pouco em garrafas coloridas.
Tava eu lá fazendo pesquisa de preço de bobajadas, claro.
E tem uma mocinha que não faz parte do staff normal da casa - composto, é claro, de velhinhos simpáticos e bons conhecedores de tudo o que há à venda naquele lugar.
Antes de chegar à conclusão de que era mais barato comprar o que eu queria no super mesmo, a tale mocinha salta com a pérola (que para minha sorte não foi dirigida a mim):
POSSO ESTAR AJUDANDO?

Seek & destroy

Pra ver como a gente perde tempo com bobagens nessa vida.
Não faz muito tempo que descobri que uma das minhas bandas favoritas, o Vaya con Dios, tinha voltado e até lançado um disco em 2004.
Hoje descobri que o Enigma, outro dos meus deleites sonoros, lançou disco em 2003 e no ano passado.
E eu boiando legal.
Que falta faz a gente se dar conta de que as notícias não caem no colo da gente. E que pesquisar de vez em quando é bom pra não enferrujar.

***
Não sei bem por que, mas estou com um feeling de que vou faltar ao meu compromisso de amanhã de manhã. E no de sexta a noite também.
Assim como eu não fui no que está rolando neste exato momento.

This ain't a love song

Cómo es la clave, cuál el secreto?
Para estar en paz por completo,
dos pies en la tierra y un relato
desde hace rato me tienen sujeto.
El mundo es mi suelo, el cielo mi techo,
Buenos Aires donde cosecho mis anhelos
y mis pasiones, pero solo hay vacío
y no estoy satisfecho.
Si hablo de amor...
se que la extraño,
de mis actos en vida soy dueño,
pero me calla el dolor por el daño,
es como un sueño dentro de otro sueño.
Apuesto a pleno pero de callado,
cada uno en la suya, yo ando rayado,
sigo esperando sentado...
que esta vez el destino no me deje plantado...
que no me deje plantado... no nena.
Escuchame bien... no es chamuyo... es amor.

Is there anybody out there?

A fase é excelente para retiros, meditações, mergulhos de alma. Que tal ficar sem ver ninguém por estes dias? Aproveite para fazer um trabalho de auto-análise, ler, ver filmes, a Lua na Casa 4 favorece muito as idas ao cinema, de preferência só, exercitando assim a sua capacidade de preservar sua individualidade. Este pode ser um período particularmente notável para você trabalhar mais a sua espiritualidade e a sua capacidade de doação. Que tal se voluntariar em prol de alguma causa nobre e altruística?

Não que seja tão difícil assim.
Especialmente quando a gente acorda - ou deveria estar oficialmente acordando, se tivesse dormido de verdade e não apenas patifado - e se dá conta de que do lado de fora da janela está nublado e chovendinho.

Sunday, June 24, 2007

Chunga's revenge

Depois daquela derrota-fiasco, inenarravelmente ridícula, para o Boca, eis que a redenção aparece. É como dizem: depois da tempestade sempre vem a bonança.
E neste caso, a bonança se deu na casa rubra, no maior clássico do futebol guasca.
Que beleza de domingo, regado a cachorro quente, pudim, bolo de chocolate e dois belos gols.

Love ain't no stranger

Eu acho que tô até armada demais pra ele.

I alone

Eu sozinha em casa tomo vinho e como pizza. E me dedico a explorar os sabores da minha última uva favorita: torrontés.
Eu sozinha em casa, num sábado a noite ou quando seja, ponho fones de ouvido e fico ouvindo belas músicas que me fazem chorar. Sempre.
Eu sozinha em casa leio o que já escrevi por aqui. E sempre gosto, e até concordo com quem gosta de me ler.
Eu sozinha em casa, sempre sozinha e cada vez mais.

Saturday, June 23, 2007

Windows to the soul

In your eyes I found
comfort and peace.


Sim, eu estou num momento pensando-e-escrevendo, tipo plug-and-play.
Mas um dia, um dia ainda hei de encontrar alguém assim, pra quem olhe e encontre conforto e paz. E uma boa companhia pra ouvir as melodias indevassáveis do Vai.

Age of loneliness

Digam o que disserem
O mal do século é a solidão
Cada um de nós imerso em sua própria arrogância
Esperando por um pouco de atenção


Fico em dúvida sobre o que fazer. Tenho dúvidas se o que impede o movimento é arrogância ou a incompreensão. O medo de dizer "a" e o outro entender "b". O enfado da preleção desnecessária, inútil, impessoal. A falta de empatia. A real noção de que cada um é uma ilha e, como tal, cada um tem as suas próprias questões.
Por favor, nunca me digam que estou fazendo tempestades em copos de água.
Nunca me digam que posso contar com alguém.
Porque, mesmo sem querer, as pessoas machucam. Assim mesmo, tentando ser empáticas.
E aí vemos mais e mais pessoas enclausuradas. Exatamente como eu, nesse exato momento.
Encaixotada num cubículo com uma janela. Com medo e cansaço de tudo lá fora.

It's a mistake

Engraçado é olhar as estatísticas de acesso do blog e descobrir que alguém entrou aqui procurando por "PRAIA DE LUDISMO GATAS" no Google.
Em breve, cursinho Madame Natasha de piano e português, aqui.

Friday, June 22, 2007

Dreams come true

Olhem isso.
Agora tenho 24 ho... ops, alguns dias pra descobrir um jeito de ir nessa festa - porque já li por aí que vai, SIM, ser aqui no Rio. Preciso primeiro descobrir onde vai ser. Depois, arranjar algum amigo na Citröen.
E por último ir na mais foderosa das benzedeiras.
It's now or never.

Mi confesión

O show do Gotan Project foi O QUE HOUVE DE FODÁSTICO.
Pero seu público é O QUE HÁ DE LAMENTÁVEL.
Numa casa como o Canecão, que publiciza em alto e bom som que é proibido fumar, as pessoas insistem em empestear o ar de todo mundo com sua fumaceira insuportável, numa demonstração clara e precisa da mais pura falta de educação.
Além dos já tradicionais idiotas que, por algum motivo incerto e não sabido, ao invés de irem gastar seu dinheiro num boteco onde se pode conversar à vontade, vão gastar altas cifras para ficar berrando um no ouvido do outro O TEMPO TODO. Nem se dão conta de quando as músicas acabam, tão animado o papo fica.
Ao ver que o casal atrás de mim estava igualmente incomodado com a matraqueira em volta - um casalzinho que não devia se ver há séculos, de tanto assunto que tinha, e o clássico grupo das gralhas encalhadas histéricas - dei o piti. Em alto e bom som: CARALHO, ESSA GENTE NÃO CALA A BOCA, MAS QUE INFERNO.
E fez-se o silêncio, diante das cabeças que se viraram para ver quem era a maluca que cobrava um pouquinho de educação.

***
Mas voltemos ao que interessa: o show.
IMPRESSIONANTE. O que há de melódico e harmônico. Vi um sujeito brincar de samplear. Jogar no meio de um tango o riff clááássico de Billie Jean - executado por três violinos - e em outro a introdução de Money, Money, Money.
Veronica Silva, a vocalista. Que voz. Que momento.
Isso pra não falar do piano e do bandoneón. E o bombo legüero, que certamente esse bando de cariocas ignorantes devia estar achando que era uma espécie de tambor.
Aff. Impecável, imperdível, inesquecível. Pena que a platéia me fez querer nunca mais assistir.

Thursday, June 21, 2007

It's my life

A pessoinha sai de casa pra ver um jogo de futebol.
O time perde RIDICULAMENTE. Sem jogar, pode-se dizer. Faz um mis-en-scène em campo. Faz de conta que joga. Perde um campeonato continental.
Aí a pessoinha sai pra tomar um chope, seguindo a máxima de vâmo bebê que vomitá é fácil. Toma três chopinhos, acompanhada dos seus amiguinhos malucos, e a maluca-mor não está contente e quer tomar UMA ÁGUA, lá pelas duas da manhã.
Vai-se tomar a água e na onda... mais chopinhos. Mais pessoas.
E a Danni Carlos, lá pelas tantas, aparece do nada, pagando chope.
E seu comparsa que ainda vou pesquisar, fofo, delicado e querido, que me fez um poema.
Publico o poema em breve, depois que contar que...
Saindo de lá, toca pra se intoxicar de pizza de calabresa.
E chegar em casa quinze pras seis da manhã de quinta.
It's my life.
Don't you forget.
Caught in the crowd.
It never ends.

Wednesday, June 20, 2007

The show must go on

Se tem uma coisa da qual eu não posso reclamar é a minha agenda de shows.
Só neste ano eu já vi Bryan Adams, Pet Shop Boys, Blind Guardian, Motorhead, Roger Waters, Roupa Nova...
e da semana passada pra cá, mais dois showzinhos da lista "não posso morrer sem ver".
O Symphony X foi ALGO. Impecável, extraordinário, show mesmo. Num Opinião com a graça de deus sem estar estourando de gente, foi muito bom mesmo.
E amanhã... Gotan Project.
Porque se tem uma coisa que brasileiro gosta, é tango. Pra ouvir argentino sofrendo... hahaha.

Copacabana

Ééé, pessoal. De resultado questionável essa pesquisa, mas já que o povo acha... eu acabei vindo morar na praia mais bonita do mundo. Não teve pra Waikiki, nem pra Praia do Rosa, nem pra Cancún, nem nada disso. É Copa na cabeça.
E eu, aff que triste, cá estou, abrilhantando a estatística das mulheres de Copacabana.

Óculos

Não sei se contei aqui que há um tempo atrás finalmente me cocei pra ir mandar fazer uns óculos novos - porque o velho, pobrezinho, está em petição de miséria. Essa invencionice braba de anti-reflexo é só pra fazer o negócio parecer um cacareco lixarento aos olhos dos outros, que ao olhar ficam pensando que estamos praticamente cegos por trás daquela coisa de cor indefinível e aspecto opaco-esquisito.
Aí fui na bendita ótica do convênio.
Entro no lugar e pergunto pelo nome que me indicaram. E quando o sujeito me respondeu, fiquei procurando um filho em volta. Quase chamei aquele senhor de sogrão, porque ele era OS CORNOS DO DONALD SUTHERLAND.
Para meu azar, o filho - sim, ele tem um filho - não é parecido com o Kiefer.
Para minha sorte, o danado tem bom gosto e me ajudou a escolher uma armação bacana. Meus óculos novos ficaram joinha, joinha. Agora até dá pra levar o velhinho pra pôr uma lente nova, e sem anti-reflexo, pelo amor de Deus.

Sheep

Coisa mais triste é levantar os olhos pra tevê muda, só aguardando Gotan Project, e dar de cara com o torso nu do Derico.
Taco a taco com o Tony Ramos. Deus me livre e guarde, e me dê uma imagem melhor pra passar a noite.

Dodói

Pronto, passou.
O pior, pelo menos.
Agora ficou só um pigarro chato e a voz meio afônica de vez em quando.
E aquele nariz entupido de lei, né? Senão não era nada que prestasse.

Never tear us apart

Ah, é?
Diz isso pra esse povo todo de quem fiquei sabendo tristes notícias, diz.
Eu já caí fora dessa há, hum, mais de ano. Só se fosse pelo Mr. Hutchence, mas esse aí, só apelando pros meus poderes necromantes.

Monday, June 18, 2007

Disco inferno

Burn, baby, burn.
Temperatura mínima de 37,5 e máxima de 39. Tá bom pra vocês?
Se amanhã esse negócio continuar, eu vou tomar duas providências. Primeiro, fritar um ovo na minha própria barriga e depois vou ao médico.
Na falta de médico neste momento, vamos de Jack Bauer que deve surtir algum efeito.

Fever

Oh yeah, babe.
Que noite caliente, essa. Passada a exatamente trinta e oito graus e meio.
Não tem água que dê conta desse fogo todo.

Sunday, June 17, 2007

Bad medicine

Nove dias no paralelo 30 não iam passar impunes neste corpitcho.
Uma cartela de anti-histamínicos depois, finalmente voltei para as temperaturas amenas e para o meu tão prezado ar salinizado pelo mar de Copacabana. Evidentemente, de nariz assado, com dor de garganta e de ouvido, boca meio rachada e alguns espirros meio perdidos na geografia, que vieram comigo no avião.
É, foi divertido passar SETE dias em nove debaixo de chuva e de cobertas, à base de sopinhas e cafés quentes. Digo e repito: eu gosto do frio, mas em Porto Alegre não dá. Acordar todo dia com a garganta queimando não é pra mim.
Ah, mas quando fez sol... lindo, lindo. Só faltou o chimas no Gasômetro ou na Redenção, compensados pelas mil voltas a bordo da super motoca da Ana pra matar as saudades daquela cidade tão querida.

Wednesday, June 13, 2007

Love is in the air

É, né? Pelo menos é o que o calendário brasileiro diz.
Dia dos namorados, seguido do dia de Santo Antônio.
E eu dando tratos à bola, tocando a vida pra frente.
Duas coisas e uma pessoa marcaram meu casamento, literalmente, do início ao fim: a chuva, o Rio de Janeiro e a madrinha.
Eu me casei (na teoria, ou seja, no papel) numa sexta feira chuvosa que nem deus me livre. Só faltou chover sapo. Minha "madrinha" quase não chega, porque não podia aterrisar de seu vôo oriundo do Rio, além de uma básica confusão com bagagens. E na "lua-de-mel", passamos o final de semana inteiro em função de velório e enterro. Mas enfim, a gente tem de ter histórias pra contar.
Eu me divorciei em 13 de junho de 2007. Era uma quarta feira CHUVOSA em Porto Alegre e agora eu moro no Rio de Janeiro - tanto que na escritura estou "ora de passagem por esta Capital". A "madrinha", agora denominada "testemunha", ou "interveniente", como está na escritura, foi comigo. E sim, é a mesma pessoa.
Era dia de Santo Antônio casamenteiro. E entrei com o pedido no dia dos namorados. A escrivã riu demais, perguntou se eu não queria outra data ou coisa assim. Náááá. Vamos ver se assim ele me larga de mão ou faz algo que preste desta vez!

Memories

Voltar a Porto Alegre é sempre um exercício interessante, pra dizer o mínimo.
Toda vez que venho, escolho algum dos nichos onde minhas coisas estão guardadas na casa da minha mãe para vasculhar e ver em quanto consigo reduzir a coleção de cacarecos, de roupas, de livros e revistas, de lembrancinhas e porcarias que há mais de ano não me fazem falta prática, mas com certeza um dia farão falta sentimental.
Desta vez, já ataquei as caixinhas com recuerdos diversos. E encontrei pérolas das minhas doces épocas de adolescente. Desenhos dos irmãos mais novos das amigas - que agora, assim como o meu irmão, são maiores do que eu. Fotos. Bilhetinhos de aula. Bobajadas universitárias. Presentinhos. As pedrinhas do estacionamento das Cataratas do Iguaçu. Papéis que embrulharam presentes, alguns que nem lembro mais, outros que vou saber para sempre. Cartas, cartões, recortes. Bibelôs. Meu talco-clorita-biotita-xisto da Formação Passo Feio de Caçapava do Sul. Eu não lembro a ocasião, mas lembro que prometi ao meu geólogo favorito gravar o nome, e gravei.
Giz de cera da viagem de um amigo a San Bernardino. Folders dos musicais da Broadway. Fósforos de um hotel no qual nunca pisei. Eu tive uma época em que pedia que meus amigos viajantes trouxessem alguma bobagem para mim, e vários traziam. É por isso que tenho bilhetes de embarque, chaves eletrônicas de quartos de hotel, mapas, guardanapos, papéis de carta, cardápios de lugares onde nunca fui, a não ser em sonho. E nas memórias do não-vivido, pra ficar no trivial memorialístico que tem me acompanhado desde o ano passado. Confesso que não tive coragem de pôr muita coisa fora, não. Mas o que pus, foi com a absoluta certeza de que não adiantava mais existir se eu não sabia mais que um dia havia sido.

Saturday, June 09, 2007

Fly away

Ó que beleza: 701 posts.

E eu, preocupada com o tráfego aéreo, decidi vir no único turno em que a coisa toda funcionou desde quarta feira. Embarque tranquilo, desembarque tranquilo - excluindo, claro, as criancinhas americanas histéricas e o bolha que veio sentado ao meu lado.
Foi só a tarde de sexta que funcionou bem nos aeroportos. Desde a noite de ontem, tá chovendo pra dedéu, a neblina fechou metade dos lugares, uma zona.
E evidentemente, bastou começar a virar o tempo pro meu narizinho barômetro se manifestar. Eu e o paralelo 30, um caso irremediável de amor e repulsa.

Friday, June 08, 2007

Behave yourself

Ontem fui a mais uma festa que se inicia na Guanabara, na Lapa.
Como a gente morre e não vê tudo, pela primeira vez eu vi uma pista de dança EM DESNÍVEL. Sensacional. A gente vai dançar e falta chão. Mas tudo bem. Como eu sempre digo, tudo em nome da antropologia.
Happy hour, com hora marcada pra terminar: uma da manhã e todo mundo vira abóbora. Lovely. Os DJ's Incríveis botando pra quebrar, como se isso fosse novidade, eu suando, lavando a alma. Legal à beça.
Mas aí lá pelas tantas cheguei no meu dilema tão usual sobre o que beber, dado o meu eventual saco-cheio para com a cerveja e a indisposição pra me estufar de guaraná. Oh, eles têm um cardápio legal na casa! Oh, eles têm White Russian! Feito. White Russian na cabeça. E viva o grande Lebowski.
Meia noite e meia, eu ia encerrar os trabalhos e resolvi pedir o último White Russian do dia. Cheguei no balcão e de cara já percebi que estava tudo arrumadinho, o pessoal pronto pra acabar com a função, bracinhos cruzados e a pia limpa. Me disseram que não saía mais drinque. Voltei pra pista e comentei. O Rafa não se deu por vencido e foi lá pedir o diabo do drinque. Voltou sem o drinque e com a explicação mais cafa de todos os tempos: acabou o creme de leite. E o gerente não está, e blá blá blá. Ahá... fui de novo. Eu e aqueles peitos que eu aluguei só pra ir lá, sabe? Tudo dentro do top que não sei bem por que diabos inventei de usar por baixo da blusa - o que me salvou da desidratação por suor excessivo, já que por conta disso a blusa foi parar bem-bela num cantinho. Despejei a peitaria em cima do balcão e puxei o cardápio. Veio o barman, prontamente.
"Agora que eu sei que o problema é o creme de leite, deixa eu ver o que eu vou beber".
"HÃ?"
"É, é que eu pedi um White Russian e me dissram que não ia sair porque não tem mais creme de leite".
"QUEM TE DISSE que não tem creme de leite?"
E balançou a cabeça, com aquela cara de "esses romanos são todos uns neuróticos". Foi lá, abriu o isopor, sacou o creme de leite e pegou a coqueteleira. Voilà, um White Russian e meio em meio minuto na minha mão. E a cara mais cândida do mundo me dizendo "agora acabou mesmo, tá?"
Tá, meu filho. Eu sei que era pura preguiça, mas fiquei com vontade de pagar pra ver. E eu não bebo um drinque e meio em meia hora, não te preocupa.

***

Na saída, eu e A Draga Dias em mais um experimento gastronômico-antropológico mandamos ver um dos meus quitutes preferidos: cachorro quente podrão. Eu sempre me divirto. A senhorinha vende cachorro quente na madrugada do Passeio há vinte anos, só pode ter um gosto maravilhoso o negócio.

***

Pois é. E eu aqui contando as desventuras da noite passada enquanto estou me controlando pra não roer as unhas, os dedos e o que mais tiver pela frente. O Salgado Filho está fechado. Ai meus sais. Vai ser um loooongo dia, pelo visto.

Thursday, June 07, 2007

Fantasy

Eu nunca pensei que pudesse sentir tanta falta de coisas tão supérfluas como perucas coloridas, narizes de plástico e coisas do gênero.

Wednesday, June 06, 2007

Irmãos Coragem

"Mas quem à vida se entrega
A sorte não nega seu braço, irmão"

Eu já falei aqui sobre este livro. "Os Irmãos Corsos". Dumas pai. E um dos meus favoritos de todos os tempos.
É sobre os gêmeos Luciano e Luís DeFranchi. O primeiro, aventureiro de carteirinha, corso até debaixo d'água e mediador oficial da vendetta da hora em Sullacaro. O segundo, um cosmopolita, advogado em Paris. Um moreno, queimado de sol; o outro, elegantemente pálido como convém a um cidadão urbano. O que um sente, o outro sente.
Quando Luís é assassinado num duelo por causa de uma bela mulher, Luciano sente o impacto da bala e corre para vingar o irmão.
Ocorre que dados os acontecimentos recentes, estou pensando em trocar meu nome para Luciana DeFranchi. A despeito da minha palidez prussiana e do meu total desconhecimento da arte das armas, ando me identificando deveras com alguns aspectos da personalidade do jovem corso. Cá está uma diplomata enrustida, séria candidata ao Nobel da Paz e ao trabalho bem-sucedido na Faixa de Gaza. Que vendetta, o que.

Until it sleeps

"It", no caso, sou eu, que já deixei de ser "she" para ser uma coisa semi-consciente, com olhos de ressaca (ou de panda. O velho Machadão não vai gostar, mas é bem por aí), apetite de mosca e disposição paquidérmica para realizar qualquer coisa que envolva abrir a porta de casa e sair.
Tudo bem que no meio do caminho tem algumas pedras, e aí eu até saio e acabo me divertindo. Por exemplo, o impagável aniversário do nosso querido DJ gaulês, recém chegado duma temporadinha na América Central e cheio de histórias DAQUELAS, que incluem bonés da guarda do Fidel, entradas em lugares impróprios para locais acompanhando turistas, confusões na aduana, mexicanos desvairados e muitas, MUITAS garrafas de Jack Daniel's.

Tuesday, June 05, 2007

Unbelievable

Reproduzo porque o absurdo é tanto que este sujeito merece ser pixado em praça pública. Alguém há de lhe colocar um nariz de palhaço e dar-lhe muitos chutes, que é o que um BABACA como este merece.

Um amigo meu foi ao AeroGuion (o cinema do aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre), e não gostou do que viu. Como todo bom consumidor, foi reclamar para o único mail que encontrou na página do cinema. E olha no que deu.

EMAIL 01
Prezados,
Sou cliente e freqüentador dos cines Guion há um bocado de tempo. Sempre fui apreciador dos cafés, das salas de cinema e de toda a qualidade dos serviços oferecidos no local. No entanto, confesso ter ficado bastante decepcionado ao assistir Homem-Aranha 3 na sala do AeroGuion neste último sábado, dia 02 de junho, na sessão das 20h30. A qualidade sonora da película, com o perdão da palavra, estava ridícula. Acordes desafinados, sonoridade oscilante, sons dissonantes. A combinação do áudio remontam aos piores momentos de sessões freqüentadas no finado Baltimore da Osvaldo Aranha.
Por ser freqüentador das salas de cinema do Guion, entendo elas estarem entre as melhores da cidade. No entanto, neste último sábado, senti-me completamente desrespeitado por ter desembolsado 12 reais para assistir a uma fita velha, gasta e completamente inapropriada de ser rodada ao público. Especialmente por tal preço. A péssima sonoridade impossibilitou que qualquer momento do filme, em especial àqueles de maior tensão e emoção, fosse apreciado.
Estava pronto para reclamar no ato, na saída. Mas por ter sido a última sessão do dia, não havia mais ninguém no local além do rapaz que fechou a sala. Certamente não seria ele o responsável pela fita. Por isso envio esse email. Reclamo por ter me sentido desrespeitado, beirando o roubo. E peço que vocês avaliem melhor os critérios das fitas que recebam antes de rodarem ao grande público.

Atenciosamente,

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RESPOSTA GUION 01
Marcio,
"Beirando o roubo". Mas que exagero.
O filme tem momentos de fibrilação no som e percebemos o mesmo defeito na cópia que está no Guion Sol. De início pensávamos que fosse problema no projetor, mas o defeito foi verificado na outra sala também. Existem muitas coisas que não sabes da atividade para ficar jogando lama e considerar que tudo é uma questão de sacanagem. Desde quando um filme que roda 4 semanas pode estar gasto a ponto de ser chamada de fita velha?
Assim como um projetor apresenta defeitos da noite para o dia, o mesmo acontece com a copiadora do laboratório e só vamos perceber quando projetado. Ou acreditas que o laboratório faça testes nas mais de 600 cópias que foram lançadas no mercado deste filme?
Acreditas que os exibidores têm condições de ficar vendo cada filme antes de o lançar? E a troca da fita não é uma questão de querer e pronto. Já solicitamos ao distribuidor e estamos aguardando troca.
No momento em que a atriz principal canta no teatro há uma leve fibrilação na voz e de resto não há nada que justifique uma reação tão dramática como a sua.
Para compensar a frustração, colocamos à disposição uma cortesia na bilheteria do cinema.
Atenciosamente
Carlos

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EMAIL 02

Carlos,

Não quero a sua cortesia. Aliás, cortesia é uma palavra que tem me parecido impressionantemente distante do Guion. Não sou a primeira pessoa a ter suas críticas recebidas com desprezo e desdenho.

E se você acredita mesmo que existe apenas uma leve fibrilação na voz da atriz principal no momento do teatro, ou você não assistiu a fita até o final ou seu ouvido é atonal.

Lamento que você tenha interpretado a minha reação como dramática ou exagerada. Mas a verdade é que não consegui apreciar qualquer passagem do filme em que houvesse som. Como o filme não era mudo, ficou realmente complicado curtir o momento.

Concordo com você que tem muita coisa que eu não sei sobre a sua atividade. Assim como tenho certeza que não é sacanagem. Não sou conspiracionista e acredito que no fundo há bondade em todos. No entanto, a verdade é que eu não tenho que entender absolutamente NADA da sua atividade. Tenho que simplesmente entrar na sala de cinema e ver meu filme com tranqüilidade. A partir do momento em que um leigo como eu percebe alguma coisa errada, é porque alguém não fez o seu trabalho direito.

Não quero cortesia. Quero respeito e que aceites uma simples crítica construtiva ao invés de desdenhar a opinião de quem um dia foi seu público.

Att.

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RESPOSTA GUION 02

Sabia que reagirias assim, afetadamente!
Me chamas de ladrão e queres ser tratado com cortesia!!
Espero que cuides com a mesma severidade desta sua empresa com que exiges dos outros.
Ridículo fazer esta onda toda por míseros R$ 12,00.
Temos pelas pessoas que te prestam algum serviço.
Não me responda pois não lerei mais seu e-mail. Aliás duas linhas deste já foram suficientes.


Dá pra acreditar que existe um imbecil como este lidando com público?
O e-mail dele é carlos@guion.com.br. De minha parte, ele vai receber um mail chulo, bem ao nível que pelo visto ele compreende muito bem.

Cerveja

É, né? Como diria Wanessinha, quem tem um amigo não morre órfão.
Estava eu em casa passando dos limites da preocupação suportável, a cabeça pesada, quando os super-heróis me convocam para mais uma super missão: cervejada em boteco. Ah beleza. Com direito a pérolas e histórias impagáveis. E eu, tosca, sem meu gravadorzinho para registrar o dia da conta de boteco mais barata da história da humanidade.
E pra terminar a noite, fui parar de jeans e bota numa festa da MTV. É que só profissionais têm amigos profissionais, né?
Enquanto a gente morria de pena do DJ se esfalfando para uma pista vazia, as modeletes de sandálias, saltos finos e roupas diáfanas desfilavam na minha frente.
Não sei o que as pessoas aqui têm contra o fato de se vestir. Pôr roupas. Proteger o corpo do frio. Enfim, dane-se. Eu saí de lá com quatorze graus e aposto que estava mais confortável nas minhas meias do que elas de dedinhos de fora.

Monday, June 04, 2007

It's my life

Ou melhor, era.
Quando eu ligava pra alguém quase três da manhã, era porque eu queria falar com alguém, ou tinha algo a dizer, ou estava simplesmente pedindo socorro do jeito mais polido que eu conseguia.
Hoje em dia, para as pessoas com quem convivo, isso é apenas um telefonema de cortesia.
It's my life. Get used to it or leave it, babe.

Sunday, June 03, 2007

Bring me to life

(Wake me up)
Wake me up inside
(I can’t wake up)
Wake me up inside
(Save me)
call my name and save me from the dark
(Wake me up)
bid my blood to run
(I can’t wake up)
before I come undone
(Save me)
save me from the nothing I’ve become

Como é que pode?
Mesmo com gente em volta, com calor humano, com esforço concentrado e escancarado.
Com churrasco no frio, cocada debaixo da chuva e muita risada. Com experimentos antropológicos em pleno happy hour domingueiro em Petrópolis.
Mesmo com viagem, música boa, comida boa, dia de Amélia.
Mesmo com a percepção embotada, mas aguçada o suficiente pra captar o golpe, esquivar com segurança e escapar do efeito estepe?
Mesmo com tudo dando tão certo, como é que pode parecer dar tão errado?

Losing faith in who I am
Never changing, just rearranging my life again
Through eternal abyss I fall
Silent screams and paper walls
I pray someday the sun will shine on me again

How can you keep you head and not go insane
If the only light at the end of the tunnel is another train?

Será que existe alguém ou algum motivo importante
Que justifique a vida, ou pelo menos esse instante?

And the pain will make you crazy
You're the victim of your crime
Too much love will kill you
Every time
Too much love will kill you
It'll make your life a lie
Yes, too much love will kill you
And you won't understand why
You'd give your life, you'd sell your soul
But here it comes again
Too much love will kill you
In the end...

Friday, June 01, 2007

Wait for sleep

Mas tô realmente ficando cansada de esperar, sabe?

Also sprach Zarathustra



Porque até os emos e os miguxos têm direito a gostar do Nitxi!!

Quer mais? Toma o que te mandaram!!

E para os que tiverem dificuldade de compreender este estranho idioma neolatino ou coisa que o valha... um poderoso tradutor.

Cortesias matutinas da Miguxa Ana, servindo bem para servir sempre!