Thursday, May 31, 2007

Por aí

Esse negócio do mapinha é realmente muito interessante. A gente acaba se obrigando a revisar o mapa múndi!
Aí eu descobri que tenho um amigo malaio me visitando! Oi amigo!
Será que ele está lendo em português? Dá pra deixar uma mensagem?
E os amigos portugueses? E todos os outros?
Ai que curiosidade que dá!!

Exagerado

Toca o meu telefone, eu num engarrafamento.
Alô.
E do outro lado
Amor da minha vida, daqui até a eternidade
Nossos destinos foram traçados na maternidade
Paixão cruel, desenfreada, te trago mil rosas roubadas
Pra desculpar minhas mentiras, minhas mancadas
Exagerado, jogado aos seus pés
Eu sou mesmo exagerado
Adoro um amor inventado

Fofo, né?
Pena que é só amor inventado, mesmo.
O que aliás tem sido muito comum na minha vida ultimamente...

Blue moon

Ééé... porque nem tudo podia dar errado neste dia.
Depois da epopéia raivosa e do ó do borogodó racial que eu (ainda) não comentei (mas farei agora), a gloriosa equipe tricolor anuncia: amanhã (ou hoje, né, já é quinta-feira) é dia de lua azul, a segunda lua cheia do mês de maio.
Nada que me surpreenda.
Enquanto no Olímpico Monumental a temperatura era de oito graus, aqui na Guanabara os termômetros cravam quinze e o povo está quase morrendo congelado. Toma o que te mandaram!

***
E, last but not least, a primeira grande furada dessa porcaria de sistema de cotas que veio à tona.
Gêmeos: um é considerado branco e o outro negro. Um vai entrar na UnB, o outro não.
Ao mesmo tempo, descobre-se que tanto Neguinho da Beija-Flor quanto Daiane dos Santos são mais europeus do que africanos.
O que comprova várias das minhas teorias.
A primeira é de que é mais do que necessário jogar essa merda de cotas fora e partir para uma ação que, se não vai resolver a coisa toda pro ano que vem, quem sabe pra década que vem já não começa a melhorar: investir pesado em EDUCAÇÃO. A sério. De qualidade. Começando do zero, e não dessa bobajada de ciclos que ninguém reprova e o trenzinho do oba-oba só aumenta enquanto a gurizada mata aula.
A segunda é de que demorou, mas ficou mais do que provado de que não vai funcionar porque eu posso chegar lá e dizer que sou negra e se o avaliador for daltônico lá estarei, a mais pura das caucasianas, no meio dos "beneficiados" por uma política racista e idiota.
A terceira é de que esse negócio de orgulho negro é balela. Assim como o orgulho de todas as minorias. E de que só vai haver um mundo bom e legal de verdade quando se jogar fora essa palhaçada de selecionar por cor de pele e se passar a selecionar por cor de caráter.
Eu poderia continuar a discorrer sobre minhas teorias aqui, mas outra teoria acabou de ser comprovada e o barulhinho de chuva está me deixando vesguinha de sono. Finalmente.

Wednesday, May 30, 2007

Vai tomar no cu

Mentalizei esse glorioso lançamento da indústria blogo-fonográfica nacional o dia inteiro hoje. Foi o que me ajudou a passar o tempo.
Depois de levantar (porque acordar é só pra quem dormiu, né?) às nove da manhã, toca pro centro da cidade. Eu tenho dúvidas de qual era a temperatura local; um relógio perto de casa marcava 13 graus, o outro na esquina seguinte 20. Eu opto por uma média.
Nada que uma manga comprida, um casaquinho e uma echarpe não resolvessem.
Mas aí eu chego no centro e QUATRO pessoas em MEIA hora exalam pérolas de teor semelhante a "mas você é gaúcha, não pode estar sentindo frio!".
Depois de meia hora, desisti e fui embora.
Fui tentar abstrair o universo nas Lojas Americanas, mas o irritante fato de ter que percorrer a loja INTEIRA para descobrir o preço de um brinquedo já fez o nível de adrenalina subir consideravelmente neste corpitcho já irritado.
Por sorte, sempre há uma lanchonete na esquina com um rissoles de camarão sensacional, que se não é o melhor almoço do mundo pelo menos é o melhor almoço porcaria do momento.
Adicione-se a isso um engarrafamento de leve e uma crise alérgica persistindo desde ontem.
E agora quero fazer o manifesto definitivo:
VÃO TOMAR NO CU.
EU POSSO E EU VOU SENTIR FRIO QUANDO EU QUISER E NA HORA QUE EU QUISER.
EU NÃO NASCI COM CHIP ANTI-FRIO. E, OH, ESPANTO, NINGUÉM, NEM GAÚCHO, NASCE COM UMA PORCARIA DESSAS! FRIO É UNIVERSAL, SEU BANDO DE BABACAS.
Vão vocês tirar a batelada de preconceitos ridículos de dentro das suas cabeças ocas e vejam se instauram um pouco de humanidade nessa cidade ridícula de gente preconceituosa, umbiguista e mal-educada.

Tuesday, May 29, 2007

Listen without prejudice

Tristes tempos estes em que é mais fácil dissolver um átomo do que um preconceito.
Einstein estava COBERTO de razão.

Why worry?

Baby I see this world has made you sad
Some people can be bad
The things they do, the things they say
But baby I'll wipe away those bitter tears
I'll chase away those restless fears
That turn your blue skies into grey

Why worry, there should be laughter after the pain
There should be sunshine after rain
These things have always been the same
So why worry now

Baby when I get down I turn to you
And you make sense of what I do
I know it isnt hard to say
But baby just when this world seems mean and cold
Our love comes shining red and gold
And all the rest is by the way


Ah se fosse assim simples, né?

Wishing on a star

Pela QUARTA vez hoje, a pessoa em quem pensei cinco segundos atrás ou aparece online, ou me chama pra conversar.
Será que se eu pensar JACK BAUER com muita força ele desembarca ali no SDU?

Obscured by clouds

Nuvens negras na Guanabara, enquanto
uma pequenina boa notícia alegra
no meio das nuvens negras da cari-oca.

(ih, danou-se. agora deu pra fazer haicaizinhos de meia pataca)

Interlúdio
Voltinha na praia e aquele mar, ah tanto mar.
E na banca de revista, a pergunta: quem é você?

Rehab

Pronto, pronto. Tudo voltando ao normal.
Inclusive a boa e velha insônia.
Pior não é ter insônia, é embestar que vai tentar dormir sem ver o final do Bellini e a Esfinge.

Monday, May 28, 2007

Joyride

Cá shtava eu a veire a novél das sét, ó pá, quand'm'd'paro com a frase d'dia. E fica maish'ngraçada quand'm'lembr' q shtava a pensaire em semelhanças entr'as p'ssoash.
A frase, saída da boca de Fafy Siqueira, ó pá, é
"Parquinho é bondade sua. Eu adorei a roda gigante"

A promessa

Até a segunda semana de outubro minha dissertação estará pronta, para ser revisada e entregue à banca até dezembro, quando deverá ocorrer a defesa.
Eu devia era trocar de área e virar atriz. Que talento desperdiçado.

Call me when you're sober

HAHAHA. Piada infame.
Mas se humor não é isso, rir de si mesmo, dá pra fazer o que?
Enquanto isso, a leitura recomendada é essa, ó:
How Stuff Works - Como funciona a ressaca
De nada.

The obvious child

Toda vez que eu me vejo obrigada a pegar aquele maldito ônibus que sai da Urca em direção a Copacabana, lá pelo horário das cinco horas, tenho vontade de fazer uma histerectomia - pra acabar de vez com qualquer chance de pôr uma criança no mundo que venha a se tornar um MONSTRO como todos os que entram naquela porcaria de coletivo.
Como é que pode uma geração inteira de projetos de pessoas sem a menor noção de civilidade - pra não dizer humanidade?

Sunday, May 27, 2007

Shadows in silence

Enquanto minha cabeça pesa o dobro do normal só com o peso da consciência...
fico viajando nesse brinquedinho do mapinha aí do lado embaixo, ó.
Basicamente, um mapa múndi diz de onde são os meus visitantes.
Lovely. Quase cem visitas em três dias.
Mas eu só queria entender quem é que me visita lá naquela ilhazinha no meio do Atlântico. Aquilo são os Açores? E aquele ponto grande lá nos confins do Mato Grosso, me parece? E quem será o meu visitante finlandês, por Cristo?

Psycho killer

Tirei de um blog que porei na listinha aqui ao lado em breve - ou melhor, dos comentários do blog.

"(...) embora acredite que mais coragem é viver sem medicação, afinal se todo mundo vivesse chapado nunca teríamos Faulkner, Hemingway(tudo bem que eles bebiam bastante, mas existe uma certa nobreza na embriaguez, na medicação apenas um indivíduo abrindo mão da sua autonomia...) (...)."

Ah, é.
Estou no segundo dia de ressaca, com dor de estômago e pela primeira vez conseguindo comer alguma coisa desde sexta feira. E agora, procurando onde é que está a nobreza disso. Nobreza na embriaguez? Alguém acredita?
Concordo que talvez seja nobre tirar o melhor de um episódio desses e, no meu caso, eu já tirei. Só dependo agora de tirar força de vontade de algum lugar para fazer o que eu já sei que devo fazer há muito tempo.

Die another day

I guess I'll die another day.
Se depois de ontem ainda tô viva... jesus, quanta merda uma pessoa pode fazer num dia só?
Mas é bom. Acho que a gente tem de enfiar o pé na jaca uma vez, pelo menos, pra se dar conta de que tudo na vida tem limite - e o meu já chegou.

Thursday, May 24, 2007

Chuva de prata

Depois do vento de ontem, quero mais é que o Erico Verissimo esteja coberto de razão e que algo de importante aconteça. Ô vento bom.
E a chuva? Benzadeus. De lavar a alma. Bom é sentir um friozinho de vez em quando. Mas não quero os sete graus do paralelo 30, não. A chuva da madrugada da Guanabara pra mim tá mais do que bom. E se for pra comemorar as semifinais da Libertadores, então, é literalmente um chuá.

Wednesday, May 23, 2007

Makes me wonder

Ah, é. No final acabei não comentando sobre o novo disco do Maroon 5, que alguma boa alminha fez o favor de por no Emule há um tempinho atrás para meu deleite.
Já que o lançamento oficial foi ontem, vale a pena dizer que o disco é T-U-D-O.
Eu sei que tá mais pop, but who cares? Não percam. E Makes me wonder já é minha candidata a clássica há horas.

Com que roupa?

Olha, com que roupa eu vou eu não sei, mas com toda a certeza NÃO vai ser o uniforme novo do Grêmio. Meu Deus, e eu que tinha achado o último o fundo do poço.

Something's got a hold on me

E bota hold nisso.
Que encosto, credo.

Tuesday, May 22, 2007

Betty et Zorg

Agora é renunciar das coisas comezinhas deste universo em prol de novas experiências auditivas. Com meu novo artefato "esquecido"* aqui em casa, estou redescobrindo minhas músicas favoritas no estéreo. Só faltava agora uma cadeira do papai daquelas tipo tudo, porque a caipirinha já está na mão e a chuvinha lá fora só completa o quadro da perfeição, emoldurado pela trilha de Betty Blue e aquela dupla sax/piano imbatível.

* esquecido = deixado por aqui com a anuência do real dono

Monday, May 21, 2007

Nem às paredes confesso

Mas tá ficando feia a pegada.

Who are you

Que coisa boa pra se ler levantando na segunda feira ao meio dia, depois de muito lutar pra se desvencilhar dos lençóis malévolos que me impediram de realizar qualquer coisa útil no período matutino:

Momento de projetar a beleza
21/05 (hoje) às 6h49 a 01/07 às 4h41
Vênus na casa 1

Nestes próximos dias, que vão de 21/05 (hoje) às 6h49 e 01/07 às 4h41, o planeta Vênus estará passando pelo seu signo ascendente, e durante este tempo estará marcando fortemente o seu setor da identidade. Este é um período em que você provavelmente sentirá que está irradiando mais beleza e magnetismo pessoal. Você perceberá seu poder de sedução aumentado, e isso lhe beneficiará não apenas na vida afetiva e sexual, como também na vida social como um todo.

Uma necessidade espontânea de se relacionar com os outros é a marca registrada deste período, e você provavelmente perceberá uma maior boa vontade pessoal para lidar com as diferenças alheias. Sua qualidade sedutora é a grande arma do momento: o sorriso certo e a palavra gentil derrubam muros com um poder às vezes muito superior ao da agressividade! Preste atenção nisso, neste momento.

Este é um período excelente para você cuidar de sua aparência. Que tal dar uma geral no guarda-roupa? Ou uma mudança no penteado? Todas as questões que envolvem aparência pessoal, o seu "cartão de visitas" que é seu corpo, estão favorecidas neste momento.

O único perigo para este momento pode envolver uma certa indolência e a auto-indulgência, com um excesso de fixação nos prazeres da vida. Viver os prazeres é maravilhoso, apenas cuidado com os excessos!


NÃO DIGA!!
Agora descobri por que é que não pude levantar de manhã, apesar de ouvir o despertador, reprogramá-lo para dali a uma horinha e desistir minutos depois. Ó a indolência dali de cima batendo.

Essa gente bronzeada mostra seu valor

Eis que eu, em pleno domingo de jogo do Grêmio ganhando por 2x0 no Olímpico Monumental, me entupo de cachorro quente e guloseimas diversas num aniversário de criança e vou pro evento antropológico mais surreal até então na minha estada no Rio: um baile black na quadra da Portela.
E não me perguntem onde fica, porque eu ouvi a explicação e fui até lá acompanhando o caminho, mas não faço a menor idéia. E olha que eu não sou das piores em termos de localização espacial.
Chego lá por volta das dez da noite. Para meu espanto, é de longe a coisa mais família que eu vi desde as festas juninas da minha escola, lá no início dos anos 90. E olha que a roupa das mocinhas não era de todo família, não. Aquela coisa brega de subúrbio, as saias parecendo cintos alargados, tudo aquilo. E eu, me sentindo um ET branquelo no meio daquela negritude toda.
Pra dizer a verdade, me senti lá pelas tantas num musical qualquer dos anos 90. Escolha qualquer um, todos são iguais: a branquinha classe média vai ao subúrbio e conhece a street dance. Era eu, lá perdida no meio do povo todo fazendo passinhos enquanto o sujeito de borracha deslanchava em meio aos seus requebros num canto.
E pra terminar, uma palhinha da Fernanda Abreu, fazendo aparição na Zona Norte do Rio. E disparado a mais maomenos das "artistas" que já vi por estas bandas. Voz? Onde? Cintura? Onde? Sou mais eu, na boa. Branquela por branquela, eu não retoquei a cara, requebro razoavelmente e tenho uma bundinha, ainda por cima. Não vou nem falar do peito que é pra não causar inveja.

Ps. E eu que fiquei bolando um título pra um eventual post sobre o diacho do gol 1000 do Romário. Até achei. A thousand miles. Pero, será que vale tudo isso? Já foi tarde, pô. Graças a Deus acabou a palhaçada.
E dá licença que vou curtir meu fone emprestado, ouvindo uma Bonnie Tyler genial. Tem coisa melhor do que anos 80 pra se ouvir num troço desses? Preciso dum pra mim djá. Sennheiser, se alguém quiser me dar de presente.

Always on my mind

Fala sério.
Quem precisa de experiências transcendentais quando se tem um BOM fone de ouvido à mão?
Aff.
Eu estou com um a pleno neste momento, ouvindo Pet Shop Boys, e estou quase abdicando das coisas mundanas e carnais deste universo.

Sunday, May 20, 2007

Carmen

É, é dela mesmo que vou falar.
Finalmente eu descobri qual é a lata da tia Carmen, numa cortesia do Paulão do Polícia em Ação - e diga-se de passagem, a tia Carmen não tem daonde ser mais bonfinense, né?
A lamentar a ausência dos felinos no vídeo.
Para deleite da minha audiência masculina, aí vão as sobrinhas da tia Carmen, já com endereço e tudo pra quem quiser ir lá conferir in loco.


The power

Uh, behave.
Ó o que diz o meu tarô do dia:

Carta do dia: O Diabo

Vivemos numa sociedade que nos leva a sentir culpa quando assumimos as rédeas do nosso destino, quando assumimos o uso do poder. Todavia, existem circunstâncias em que não podemos ser tão "bonzinhos" assim, em que precisamos - devemos! - assumir uma postura de maior competição e desejo pelo poder sobre as coisas do mundo. O arcano XV como conselho para este momento de sua vida, Luciana, chama a atenção para a importância do cultivo do magnetismo pessoal para conquistar coisas no mundo material. Não tenha pudores de fazer valer sua força de autoridade quando sentir que é devido. Cuidado, apenas, para não se deixar levar por emoções extremas demais.

Eu estava pensando nisso antes de levantar.

E o trânsito fala em "momento de estar com os amigos", justamente no dia em que tenho uma festinha de aniversário.

Meeeedo, mamãe.

Crash! Boom! Bang!

Muito me espanta - a mim e a todas as outras pessoas de bom senso (MEINHARDT, 2007) - a declaração do nosso glorioso presidente chocado com a repercussão de uma greve do serviço público. A ameaça ridícula de cortar o ponto do servidor é porque servidor público grevista está em férias e a greve prejudica o povo, e ele, enquanto líder sindical, queria exclusivamente prejudicar o empregador.
Oras. Vamos combinar que, se isso choca a ele, é porque ele não entendeu a dinâmica do governo democrático.
Ou alguém aí tem dúvidas de quem é o empregador do servidor público? Pelo visto ele tem, e se acha O empregador. Claro, como ele não vai a museu, não frequenta bibliotecas, não usa dos serviços da Cultura em geral, pra ele tanto fez como tanto faz.
O pior de tudo não é ele achar isso e sair dizendo em rede pública de comunicações. É o povo não se dar conta de que é o verdadeiro afetado por tudo isso, e fazer valer os seus direitos para tanto.
Enquanto isso, tem gente tirando férias mesmo - o que me deixa pra lá de passada.
E a Globo, como sempre, pintando e bordando a imagem do servidor monstro, dinheirista, que só faz greve porque quer aumento de salário. Alguém aí já contou pra massa popular quanto ganha um servidor da Cultura de nível superior? Ah, é. Eu já.
Pra quem não sabe ou não lembra, tá aqui, ó. E por conta disso, 65% dos servidores empossados do mesmo concurso que eu fiz já se exonerou, porque não guentou. Nem todo mundo é idealista, ou realizado, como eu.
Portanto, gente amiga, já que somos todos grevistas em férias, aguardem que nesta semana eu estarei de biquíni, como convém a um bom trabalhador em férias, em pleno centro da cidade. Vai ser lá no Capanema. Estão todos convidados pro chimas.

Heal the pain

É, os quase trinta estão batendo de vez.
Hoje a dor na lombar atacou bonito, pra combinar com a chuvinha lá fora.
E eu que enchi a roupa daquela fedorama de cigarro por duas horinhas em pé num boteco cheio duma gente saída não sei de onde. Sei que não foi na festa de hoje, mas certamente foi numa semelhante que Renato Russo se inspirou para escrever o indefectível "festa estranha com gente esquisita".
Embora o fedor vá me incomodar ainda, acho que estou preferindo ficar em casa mesmo.
São os quase trinta batendo não só no corpo, mas na rabugice também, pelo visto.

***
E se tem um negócio que eu ODEIO sobremaneira são as coisas mal resolvidas.
Aquele climinha... dá vontade de gritar.
Eu preferia mil vezes ter a chance de conversar e resolver e ficar tudo numa boa.

***
Aff.
Digo e repito: quando a gente orienta a objetiva pra determinado ângulo, é bucha.
Deixar de reparar nos pequenos detalhes, nos fios de cabelo fora do lugar, na expressão do olho sério e indefinível, pode ser o maior desafio do dia.
It's a sin. Father, forgive me. I tried not to do it.

Saturday, May 19, 2007

Necromancer

In fantasy and horror fiction, necromancers are often considered evil wizards and are sometimes said to have sold their soul to a demon or the Devil himself – to worship demons and evil gods (or Deities) – or to have been otherwise tainted by their evil practices. However, in some stories, necromancy is not inherently evil but instead simply another branch of magic.
In fiction, Necromancy is often not a form of divination but a discipline of "dark" or "black" magic used to raise the dead as "undead," typically as zombies under the necromancer's control, though the binding of ghosts and spirits is also common. Necromancers often become powerful undead creatures themselves; in modern fantasy fiction, the Dungeons & Dragons-derived term "lich" (originally a word meaning 'corpse') is often applied to such beings. Necromancers are, in rare cases, capable of raising the dead or restoring vitality to the living, though in some cases the life energy involved must be transferred from another living creature.
(da Wikipedia)

Se alguém tiver uma melhor definição para o que eu ando fazendo ultimamente, por gentileza enviar para esta missivista.

Friday, May 18, 2007

Fun time

E a recolhedora de pérolas segue seu rumo.
Ontem, inauguração de casa nova no Rio.
"Tu comprou esses peitos pra vir aqui hoje?"

Wednesday, May 16, 2007

Pearls

Mais, só pra terminar o dia.
"Eu sou Hollywood. Meu sobrenome é dinheiro. Eu cheiro a carro novo".
(Ah, meu filho, se tu cheira a carro novo eu ainda não sei, mas que ia ficar bem lá em casa...)

"Esses caras daqui são uns bárbaros! Não querem saber de descanso pros funcionários!"
(E quem mandou trabalhar numa mega empresa como essa?)

O teu cabelo não nega

Até num dia com menos de doze horas úteis eu consigo capturar pérolas.
Esta é de um professor saindo de uma defesa:
"Eu sempre quis que a minha filha tivesse o cabelo assim!"
Coitado, além de marca-passo deve precisar de lentes, porque ele achou que meu cabelo era dessa cor mesmo.

Tuesday, May 15, 2007

Tédio

Essa vida de grevista é um saco mesmo.
A gente passa o dia todo coçando o saco, sentado no chão, sem ter o que fazer de útil a não ser aparecer em mil e quinhentas fotos e filmagens de todas as redes de comunicação.
Se pelo menos surtir efeito, e rápido, já vai ser um bom negócio. O problema é que enquanto eu e meia dúzia de gatos pingados estamos lá piqueteando e brigando, a maioria está em casa fazendo exatamente o que aquele escroto criticou hoje: tirando férias.
Esse realmente não é um país sério.

Monday, May 14, 2007

I say a little prayer

Frases que eu li ou ouvi e nunca esqueci, e não creio que vá esquecer tão cedo:

Tu é uma das poucas pessoas que me intimida no mundo. E olha que eu já apertei a mão do Al Gore!

Não, tu é sexy. (Essa então é fresquinha)

Tu é uma escultura. Eu queria ser um Portinari pra te desenhar.

Tem outras, mas não me vêm no momento. Sim, este É um momento ególatra.

Orgasmatron

Pronto, era só o que faltava.
O manual oficial do fingimento tá aqui, ó.

There´s a party

Ok, acabou o kerb. Entre mortos e feridos, acho que todos se salvaram e cá vai o relatório da função.
Conforme comentado, o dia 10 já começou entre presentes em pleno pub irlandês. Depois de algumas (poucas pero suficientes) horas de sono, toca a começar o dia, passado no mais puro espírito do funcionário público: tomando muito cafezito e papeando deveras. E ganhando presentes, of course. Incluindo um céu azul e um dia lindo, lindo, confortável.
No aeroporto, evidentemente a companhia aérea não ia entrar no clima de me presentear com um embarque pontual. Fiquei esperando na sala de embarque e cometi talvez o maior dos erros do aniversário: tirei um cochilo ao invés de prestar mais atenção em volta. Perdi a chance de fazer uma sessão de quick massage, tudo porque fechei os olhos.
Pra compensar, gastei uma pequena babilônia num presentinho singelo e muito, MUITO exótico. Nem sei se vou conseguir usar no Rio sem que chamem os bombeiros pra registrar o evento.
Aí encontro aquela bisca que me tira do sério. Sempre que eu a vejo, choro. Porto Alegre é demais mesmo... um dia ainda vou conseguir pousar no Salgado Filho sem estar estrebuchando em lágrimas dentro do avião.
Um engarrafamento de leve, só pra não perder o hábito.
E toca pro Cavanhas de lei, onde a sessão "o retorno dos mortos-vivos" foi a mais-mais de todos os tempos. Que boas surpresas, que attendance impecável. E que xis, benzadeus. Que Bohemia mais gelada, que comemoração sensacional. Só faltou bolo, negrinho e balão, oras onde é que já se viu aniversário sem isso tudo.
Pra não faltar com as obrigações, um Jekyll básico e (mais uma vez) um show imperdível: Frank Jorge. Amigo punk rulez.
Dia seguinte... espirro, espirro, espirro, remédio e bora cumprir mais uma das promessas eternas. Ficou bem linda minha tattoo. Hora dessas tiro uma foto.
Mais um presente: show do Nei Lisboa no São Pedro. Pode ser melhor?
Pode. Saindo de lá e indo pro Garagem encontrar com um povo de uns, ahm. Dez anos. Afff. Eu e esse meu hábito de tirar as naftalinas do armário. E terminar no meu lugar favorito, de manhã cedo, curtindo aquele friozinho básico do outono portoalegrense.
Sábado, dia de comprinhas, de chimarrão, de shopping e de muita risada cavoucando velhos suspiros poéticos e saudades compactadas nos computadores alheios... heheh
E domingo... dia de churrasco com PICANHA (cadê, cadê), de calorzinho das cobertas e de voltar pra casa, pra tentar recuperar o que restou do computador atingido pela crise dos 30. De herança, perdi a interrogação. Agora conjecturas escritas somente em modo afirmativo.
Eu estou sendo simplista, mas é que no momento perdi alguns dos raciocínios que tinha feito. Mais comentários em breve.
O que fica é o seguinte: BEST PARTY. Kerb a fu, inesquecível.
Não posso mudar o mundo, nem as pessoas que nele vivem. Mas ele dá voltas e às vezes pega a gente em cheio. O que geralmente é bom; nos dá a chance de rever pessoas e conceitos e repensar posturas e reinventar o que fazer com o que a vida nos dá.

Thursday, May 10, 2007

Whiskey in the jar

Da série "presentes": uma dose de Jack. INXS. Joe Cocker.
E muitas caraminholas, pequenas, na cabeça.
Mas foi uma boa intro pro dia 10....
com uma vitória de 2x0...
com Guinness. Nada mais apropriado.

Wednesday, May 09, 2007

Here comes the rain again

Não consigo deixar de olhar a chuvarada lá fora e pensar: depois da tempestade vem a bonança.
Já começou, aliás.

Tuesday, May 08, 2007

Perereca fm

Dizem que as mulheres têm sei lá eu quantas milhares de palavras pra gastar por dia.
Eu acho que gastei todas as minhas em três horas. Ou seja: já falei por hoje e amanhã, e se duvidar por depois de amanhã também.
E vou pro Guinness: consegui dar uma aula de sete normas da ABNT das quatro às sete.
Um locutor de futebol não faria melhor.

Back on the crime scene

Tá. O brinco não era tão feio, não. Até era bonito, mas, convenhamos, quem é que já me viu usando um troço daqueles?
Entrei na loja pra trocar, junto com a tale legging que foi moleza: peguei a preta e deu.
Mas os brincos... nada que realmente desse aquela liga.
Aí pergunto se tenho de trocar por um brinco e a moça responde "não, pode ser qualquer mercadoria. O brinco custa R$ 79".
SETENTA E NOVE REAIS.
Foi por um triz que eu não soltei um gritinho histérico. Mas preferi ficar imaginando quanto custou o vestido... e saí de lá com duas blusas lindas pela diferença de R$ 5.

Monday, May 07, 2007

Night owls

Ah, é. Já ia me esquecendo de comentar a grande novidade do dia, que fez valer a segunda-feira e inaugurou bem minha semana de aniversário.
O Vaya con Dios está de volta, pelo menos por enquanto.

The sweetest gift

Está oficialmente aberta a temporada de presentes de aniversário - e, obviamente, de trocas também.
A minha sempre gentil senhoria foi numa loja e, não contente em comprar um presente, comprou TRÊS. Um par de brincos, uma legging e um vestido.
Dos três, o único que agrada é o vestido, dum cinza esquisitinho pero simpático, corte moderninho e talz.
Agora... o cinza da legging é simplesmente medonho e o brinco parece um pingente daqueles lustres antigos, que tem de tirar um por um pra limpar. Fora que é tão pesado que espicha a orelha.
Guess what? Para minha sorte, tem uma loja pertinho do trabalho. É pra lá que eu vou amanhã, sem falta.

Blue monday


Não adianta chiar. Há mais de quarenta anos o Gagarin já decretou o fato inegável: a Terra é azul.
E o céu também.
Chato, né? Daí acontece que a gente resolve surtar de vez, encarar de frente o fato de ser um alienígena em terras cariocas e veste a roupa de gala suprema: camiseta do Grêmio. Superb.
Até o motorista do ônibus teve que comentar que a roupa era linda.
Só quero ver se na quarta feira vai rolar essa bola toda. É bom, mesmo. Não posso entrar nos 27 com uma derrota na cacunda.

Sunday, May 06, 2007

Scent of a woman

Acabei de assistir "Perfume".
Até fiquei curiosa pra ler o livro pra ver qual é a da história original. Porque a solução visual... não achei muito boa, não.
Exceto pelo fato de as top-top serem redheads! ;)
Tudo isso um dia depois de eu ouvir uma inédita.
Que eu tenho cheiro de gente.

Made in Japan

(ou: interlúdio enquanto eu assisto Babel)
A noite no Japão deve ser MOOOOOITO massa.
Caminhar por entre aquele mundo de cor artificial deve ser quase como ser um replicante.
(Enquanto isso, na minha tevê muda está a Xuxa magérrima e ridícula falando com Serginho Groismann, igualmente magérrimo e ridículo.)
Daí eu me pego numa cena muda. Ou surda?
Que sentido há em dançar para um surdo? Que graça tem uma pista de dança para um surdo-mudo?
(Não sei, mas me deu uma tristeza profunda ver isso em filme)

Regret

Inaugurando a série "Pensamentos de inferno astral", ou "Das coisas que eu penso quando estou ficando oficialmente mais velha".
Coisas que eu me arrependo:
Não ter feito uma BAITA festa de casamento.
Não ter me separado de um jeito decente.
Não ter sido um pouco mais esperta aos dez anos e ter continuado a estudar piano - nem que fosse pelo professor que era uma gracinha.
Não ter aproveitado melhor a faculdade.
Não ter visto um show da Legião Urbana.
Não ter ido ao show do Totonho Villeroy ontem, nem hoje.
Não ter mandado meu chefe à pqp quando devia, lá pelos idos de 2000. Cruzes, isso já faz sete anos.
Ter cortado meu cabelo mês passado.
Enfim. Daqui a pouco eu lembro de mais coisas.

Saturday, May 05, 2007

Light my way

Plantão de sábado no setor de referência da BN, duas da tarde.
Entram uma mãe e seu filhinho, sete anos, por aí. O guri é claramente hiperativo, ou hipercurioso, ou ambos. E educado. Dá boa tarde depois de se desvencilhar da catraca acionada pelo maldito crachá e sai vasculhando as estantes, fascinado com a quantidade de livros. A mãe pede alguma enciclopédia sobre animais. Eu vou atrás do guri. Só podia ter nome de anjo.
Tem algum bicho que tu queira saber?
Ele está na frente da coleção de Lex. Passa os dedinhos pelas lombadas.
ISSO TUDO são dicionários sobre bichos??
Não, isso são livros de outra coisa. Que bicho tu quer saber?
Ehm.... o leão.
Tá. Eu vou procurar o leão pra ti.
Eu já sabia que a tarefa era difícil. Enquanto isso, a mãe do guri chamou, com as Larousse dos cavalos e dos gatos na mão. Era óbvio que não ia ter nada específico sobre o leão. Em todo caso, se a Barsa me ajudasse, o verbete ia ser bacana. Pff.
Fui lá.
Ó, eu não tenho nenhum livro de leão...
Sabem o que o guri me disse?
SABEM?
"Desculpe..." DESCULPE!
Essa eu nunca tinha visto. Ri.
Não, EU é que tenho que te pedir desculpas!
Sabe o que é? É que eu pedi o leão mas pode ser outro porque eu gosto de todos os animais.
Então tá bom esse de cavalos?
Tá.
Então tá bom.
Na saída, dez minutos depois, a mãe passa comentando. "A gente só veio fazer uma horinha, vamos ao cinema, eu já tinha dito pra ele que aqui era legal e ele queria muito conhecer."
Pergunta: por que é que as mães do mundo não fazem isso sempre? Não, vão fazer horinha com os filhos no Bob's, no McDonald's, no shopping. Enquanto isso, perdem o brilho no olho deles vendo aquelas montanhas de livros com mundos maravilhosos e diferentes, de graça e ao alcance da mão.

Friday, May 04, 2007

Muddy waters

Fui ontem conhecer mais um lugar que eu não conhecia no Rio. Estrela da Lapa.
Show do Blues Etílicos. Que coisa terrível pra se fazer, não é mesmo?
Tô dizendo que essa minha vidinha ainda vai matar alguém de inveja.

Thursday, May 03, 2007

Gett off

Vou te contar.
Quando eu digo que preciso tirar essa porcaria de site do ar duma vez, dá o maior rebu e todo mundo se manifesta. Mas eu REALMENTE estou sem saco pra suportar as coisas que eu recebo. A de hoje, então, foi algo.

"O seu site sobre genealogia é sério - que estuda todas e qualquer família brasileira - ou mais um daqueles sites nazistas, que defendem uma "raça pura"? diga-se de passagem, raça pura é coisa de cão, cavalo... pessoas não. agradecido."

E lá veio a maldita da educação. Porque a resposta mais adequada seria um sonoro VÁ SE DANAR, mas a minha polidez danada não deixou. A resposta foi:

"Prezado senhor fulaninho,
por esta sua pergunta já vislumbrei que o senhor sequer se deu ao trabalho de apreciar o conteúdo do site, a começar pela homepage.
Quando o senhor o fizer, por gentileza retorne com alguma pergunta em cuja resposta eu possa lhe ser útil. Perguntas desta natureza realmente não têm o menor cabimento."

Fui clara ou será que ele vai querer que eu desenhe?

Justify my love

Coisa mais desgastante é ter de ficar se justificando o tempo todo.
O brabo é que as pessoas acabam destilando coisas desagradáveis com o maior intuito de demonstrar afeto.
Tipo: sujeito chega de manhã cedo e tasca "Por que você amarrou o cabelo hoje?"
A resposta ÓBVIA é: Porque eu quis, porra.
Mas a educação, essa praga em extinção existente somente em espécimes raros e mais frequente nos oriundos de regiões abaixo do Mampituba, não permite que a resposta óbvia e cabível seja enunciada.
E a resposta fica no ar, sendo apenas um muxoxo sem-graça de quem não tem o que dizer.
Só que eu estou CANSADA de ter de lidar com isso 24 horas por dia. Por que você amarrou o cabelo? De onde você tirou essa meia? Vocês se vestem assim lá no Sul? Você não deveria estar sentindo frio, afinal...
E vocês deveriam olhar um pouco mais para além dos seus umbigos. Só isso.

Wednesday, May 02, 2007

I don't want to know

Vivendo e aprendendo.
Hoje eu aprendi...
... que a frase "Parem o mundo que eu quero descer" tem um autor conhecido. É um tal de Anthony Newley, ator e cantor inglês, falecido em 1999.
... que as pessoas confundem o significado de "elegante" e "exótico". Ou querem dizer uma coisa e acabam dizendo outra, quando na verdade querem dizer "esquisito".
... que o Rio de Janeiro não passa de uma cidade grandona cheia de provincianos e preconceituosos espalhados por todos os lados.
... que eu devia ter acreditado no meu amigo que me disse isso há mais de ano atrás.
... que às vezes é muito difícil ser a gente mesmo; em alguns casos, é tão difícil que parece mais fácil fingir ser outro o tempo todo.

The sound of silence

A engenharia dos prédios novos é algo que sempre me impressiona.
Nesta madrugada, mais precisamente às duas da manhã, eu ainda não tinha conseguido dormir por dois motivos muito simples.
O primeiro é que eu nunca pego no sono tão fácil quando pinto as unhas - pelo medo de acordar com aquela meleca borrada no outro dia.
O segundo é porque eu estava, se não assistindo, pelo menos OUVINDO a televisão da minha vizinha como se dentro do meu apartamento estivesse.
E ela assiste o Amaury Jr. Não tem Cristo que mereça.
Quem é que acorda antes das sete da manhã bem-humorado com uma madrugada dessas?

Tuesday, May 01, 2007

I alone

Eu tava quase me esquecendo de reproduzir aqui, mais uma vez, o impagável Carpinejar.

Sozinha!, não solitária

Mulher não é reboque, não é complemento. Mulher é inteira mesmo que esteja ausente. Mulher não precisa de outro para afirmar que é ela.
Fui jantar sozinha, para acompanhar a refeição de um chef italiano. Meu marido não veio porque cuidava de nosso filho pequeno no hotel. Jantar chique, meia-luz, a suspeita começou na entrada. Ao procurar meu nome na lista, a jovem perguntou: - Espera alguém?
- Não, não espero ninguém.
- Vieste sozinha?
- Vim, algum problema?
Eu era o problema. Uma mulher sozinha sempre é um problema para o equilíbrio ecológico, uma ameaça à cadeia evolutiva da noite.
A dificuldade foi escolher uma mesa. A dificuldade mesmo foi andar pelas mesas com os convidados me olhando. Eles não me olhavam, eu me sentia olhada, esperava o olhar deles por antecipação e não conseguia responder a tempo. A maioria ficou sem retorno.
Sentei de canto. E percebi que não tinha muito assunto comigo. Fazia anos que não puxava assunto comigo. Minha conversa é monogâmica, meus pensamentos são solteiros.
Os homens não podem enxergar uma mulher sozinha que já querem seduzi-la. As mulheres não podem enxergar uma mulher sozinha que já ficam com pena.
Homens iniciavam gracejos que caberiam para qualquer uma. Qualquer uma é a mãe deles. Sei o que é uma cantada pela falta de criatividade. Homem pode vir sozinho que não é estranho, você reparou? É escolha, independência. Mulher sozinha é ausência de opção e incompetência, não conseguiu trazer sequer um homem junto.
Concluo que passei a noite me defendendo. Mulheres apontavam para aquela morena alta, que estava destoando entre dezenas de casais. Procuravam me entender, como se dependesse de compreensão. Estava caçando? Sim, caçando o cordeiro no meu prato, que não mostrava muita resistência empanado de mostarda e farofa.
O vinho serviu-me de amante. A bebida é amante de mulheres suspeitas como eu. Suspeitas por não estar com seu marido ou namorado. E ainda nos falam que os costumes evoluíram. O que me restava fazer se não beber para me sentir ocupada e aliviada da desconfiança?
Até o garçom vinha com mais freqüência. Até o garçom entendeu minha aflição. Um casal de conhecidos tentou me resgatar. Toda mulher sozinha é identificada como uma afogada. Uma suicida. Salvar de quê? Salvar de mim? Desejou que sentasse em sua mesa. Como se estivesse no lugar errado.
Toda mulher sozinha está no lugar errado, é o que se acredita. Eu escolhi o lugar, não se cogitou isso? Ou a solidão é errada? Um crime a solidão.
O senhor insistiu, confundindo a vontade com educação:
- A gente põe uma cadeira a mais em nossa mesa!
O convite migrou para mendicância. Colocar uma cadeira a mais é dizer que não era planejada e apertar os acomodados. Nunca diga que vai colocar uma cadeira a mais. É um favor. Mulher não depende de favor para existir. Nem de nenhum homem.

Killing moon

Meu médico quer me matar.
Deve ter ficado com inveja do meu jargão técnico para explicar que eu achava - corretamente - que estava com sinusite (você faz medicina ou algo assim? é porque tá usando esses termos médicos...) e mandou ver na receita.
Além do glorioso antibiótico ser para 14 dias, o comprimido é do tamanho de um supositório, a caixa custa quase 40 reais e vem só 12 em cada caixa. Marchei. Marchei dupla ou triplamente, porque isso quer dizer que estarei impedida de qualquer comemoração etílica nos próximos jogos do Grêmio E, mais importante, no meu aniversário.
Mas enfim...
Seguindo a recomendação do meu fisioterapeuta de Petrópolis favorito, cá estou, se não sacolejando porque o horário não permite, pelo menos ouvindo música animada o suficiente para me manter aquecida e impedir meu nariz de entupir - o que seria a desgraça definitiva desta segunda-feira.
Ah é, agora tá tudo explicado!!