Tuesday, July 31, 2007

Orgasmatron

Hey boys, hey girls.
Hoje é dia do orgasmo.
E na falta de alguém para comemorar devidamente comigo, minha comemoração está se dando na forma de uma gloriosa baghette recheada com muzzarella, alcatra e cebolas douradas no alho e molho shoyu, acompanhada de uma bela garrafa de Girabelle Merlot 2005 e, para a desgraça final, uma panela de massa de negrinho.
Oh céus.

Enter Sandman

Eu sei que pedi ao Senhor da Areia para me trazer um sonho, sei bem que fiz isso.
Ganhei dois, num pacote, na mesma noite. Mas podia ser algo que fizesse sentido, por favor?
Na parte 1, estou numa cabana no meio do mato com a minha mãe grávida duma menina. Ela dá à luz e meus tios aparecem - minha tia atracada numa panela de doce.
Na parte 2, estou na casa dos gêmeos de Petrópolis com minha mãe e minha nova irmãzinha que dorme no ar condicionado. É o dia do casamento de um dos gêmeos e o outro me pede pra ficar em casa pra receber a CARNE DE RÃ que vão entregar a qualquer momento, e ele precisa sair com o pai para resolver outras coisas. Me dá um papelzinho com a URL da empresa, que é CARNEDEGUERRApontocompontobêerre!
Psicólogos, psicanalistas, analistas e esotéricos de plantão, help me.
Exit: light
Enter: night
Take my hand
We're off to never, neverland

(parêntesis rápido: dormir aconchegado numa coberta é ooooutra coisa, né? Mesmo acordando de noite, o calorzinho fofo sempre é melhor - e a gente acorda verborrágica, alguém notou? Ouvi dizer hoje que é o inverno mais frio dos últimos 13 anos no Rio: madrugada de 9 graus. Enquanto isso, esses néscios na arte do bem-vestir continuam combinando casacos de capuzes de pele com sandálias. Tsc, tsc, tsc)

You're sixteen

E o que salvou a minha noite de segunda feira foi a tela quente. Aham.
Um filmeco que eu não tinha visto ainda e é uma doçura. "De repente 30". A Jennifer "Elektra" Garner mandando ver no papel duma menina de 13 anos que deseja ter 30 e, puf!, voilà. E ela é uma balzaca horrível, naja mesmo. E descobre que o melhor amigo dos 13 virou um cara de trinta super bacana.
Mas a gracinha toda está no fato de que ela é um mulherão pensando como uma garotinha.
E aí eu assistindo e rindo à beça dos medos dela - impagável é o namorado fazendo strip-tease e ela em pânico pedindo pra ele "guardar tudo" -, me lembrando de mim aos treze e, como não podia deixar de ser, comparando.
Nos meus treze eu não tinha uma tropa de amiguinhas com quem suspirar pelo campo de guerra do amor. Tinha um diário, um óculos medonho na cara e o desafio de trocar de escola e entrar no segundo grau aos treze sem parecer a pessoa mais nerd do universo. Aos treze eu ainda não tinha beijado. Não fazia a menor idéia de como seria minha primeira transa. Aos treze eu nem sabia que iria ter uma turma beeem bacana logo ali, aos quatorze. Na verdade, nem sonhava com as voltas que minha vida ia dar aos três meses de quatorze anos.
E aí, enquanto eu viajava nessas mil coisas, me lembrei de que possivelmente só a minha geração deve ter achado graça no filme. Porque hoje em dia aos treze já se é mãe sem grande estardalhaço, se dança o adultério e o bonde do tigrão. Aos treze as tchutchucas já estão com os hormônios a milhões e todas as carnes pulando pra fora dos trajes sumários. Aos treze tá todo mundo doidona, madrugadas afora, tomando sabe-se lá o que, enquanto minha grande festa de quatorze durou até uma da manhã e eu nem sabia o que fazer com aquele horário.
Hoje em dia os treze são o que eu achava que iam ser os meus trinta.

***
E Xico Sá, como sempre, dominando meu pequeno mundinho de letras favoritas. No Blônicas de hoje ele termina com a lapidar frase "Não pede mimos baratos, pede atenção, essa mercadoria tão cara e tão em falta no mundo de homens e mulheres."

Sunday, July 29, 2007

Summer song

É bom ler o que os outros escrevem: a gente se sente menos só.
Clarah Averbuck, sempre ela, passando exatamente pela mesma coisa que eu:

Ah, pelo amor de deus. Que frio é esse. Sensação térmica de zero grau? Em São Paulo? Com fresta na janela? Sem ninguém pra dormir comigo? Ah não.
E aí acham que gaúcho não pode sentir frio. Não tem direito. Devia estar acostumado a congelar.
Ainda bem que daqui a duas semanas vai ser verão. Rá!


Vou sugerir a ela a implantação do chip anti-frio que aparentemente só nós não sabemos que deveríamos ter de fábrica.
No momento, escrevo entre um espirro e outro e a franca disposição de ir fazer uma sopinha pra ver se absorvo melhor o Naldecon.
Santa somatização, Batman. Tem algo incomodando e preciso expelir! Atchô! ATCHÔ! AAAATCHOOOOO (pronto, perdigotos pra todo canto)
Será que isso foi do meu quase-banho de mar da manhã a quinze graus? Ah, não pode ser. Uma experiência tão libertadora não pode me fazer tão mal.
É. Pensando bem, pode. Dane-se. Ou isso, ou a eterna insatisfação de nunca se sentir um pouquinho viva.

Há tempos

Depois da terceira vez no repeat, fica difícil não colocar aqui.

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
agora da virtude que perdemos.

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro.

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso.

Os sonhos vêm e os sonhos vão
O resto é imperfeito.

Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.

E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens que adoecem
E há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.


E não consigo me furtar de mais uns trechos.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei a quem
conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E fala demais por não ter nada a dizer

Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês -
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado.

Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios,
Não ser atacado por ser inocente.

Eu que não sei quase nada do mar

Descobri que não sei nada de mim

Praia de Copacabana, Rio de Janeiro. Manhã de domingo, oito horas.
Olho sozinha para os horizontes de chumbo. À direita, um forte, uma lembrança militar, um anúncio perdido de guerra. À esquerda, uma doce construção da natureza, um morro iluminado, uma vista para não se perder. E acima dos meus olhos, um céu de nuvens brancas se desmanchando por baixo do azul limpíssimo.
Tudo passa, até a tempestade. Mas às vezes custa demais a passar.

***
Procuro a areia, o ponto alto mas nem tão longe do mar.
Estendo o pano, são sete da manhã, faz frio, ele não me alcançará, é alto e está seco apesar dos dias chuvosos.
Sento. A umidade me lembra: é inverno, mesmo no trópico.
Abro a garrafa, de água quente e calorosa. Sirvo a cuia, reavivando um verde de há horas esquecido.
Não levo dez segundos para me lembrar que ele está ali.
Ele vem. E me lambe, me leva, me dá bom dia, me molha enquanto pode no meu traje moletom do inverno carioca.
Levanto, monto acampamento três metros mais para trás.
E nenhuma - nenhuma - outra onda veio sequer aos meus pés na hora e meia seguinte que passei ali, na cara do mar, ele me olhando, eu olhando ele, fundo a fundo de um verde que não se estranha, mas se desconhece.

***
Tão cansada, tão cansada.
De ciúmes, de confusão, de complicação, de culpa, de remorso.

***
Fui procurar por aquele barulho. Aquele que ninguém descreve além do interior das conchas que só falam a quem lhes ouve.
Aquele barulho de serenidade, de aconchego, de tranquilidade e acolhimento. Colo de mãe não é assim; é silencioso e terno, anuncia seu final e o retorno ao mundo real, terrível. Ele não. Ele não esconde que fica para sempre, em algum lugar, esperando pelo retorno. Para ele, não importa se somos grandes ou pequenos: o mar sempre nos espera cantando.

***
No meio disso tudo, enquanto pensava no que escrevo agora, não evitei.
Só uma tristeza fdp pra que a gente pense tanta merda.
"Mas o que foi que tu bebeu hoje?"
Parece cocaína, mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão


***
E para além disso, nada.
Talvez a lembrança do menino tricolor que me acenou, lá pelas sete e meia, receoso que estava em terras cariocas de acenar para uma estranha com uma cuia na mão fazendo sinal de V. V não, dois de VICE-LÍDER.

Saturday, July 28, 2007

When the walls go down

Chega. Enough. Deu pra mim.
Estou cansada disso. Cansei dessa vidinha de pânico.
Alguém já te disse que asma é psicossomática?
Já parou pra pensar nisso?
Eu não quero mais viver assim. Não quero mais esperar em pânico que o telefone toque e seja só o caos do outro lado.
Não quero mais minha voz rouca, afônica, atônita, engasgada.
Não quero mais justificar se atendo o telefone assim ou assado.
Não quero mais vitimização. Não posso ser responsável pela felicidade dos outros.
E se pra eu conseguir isso for preciso ir pra Katmandu, Dubai ou pra Islândia, eu vou. Contra o frio, o calor, a falta de recursos, mas atrás de paz de espírito.
Sem internet, sem telefone. Sumir do mapa. Blog com senha, orkut bloqueado, messengers eternamente offline.
É o fim das pequenas chantagenzinhas, dos pequenos draminhas e das minhas grandes culpas por coisas que eu não fiz, por vidas que não são minhas, por decisões que eu não tomei.
Eu não sou uma mulher de meia-idade. Sou uma jovem adulta tentando viver a própria vida. Tenho problemas como todo mundo. Mas a chave dos meus problemas está em mim - e só dos MEUS problemas. A chave dos problemas de cada um está em cada um, e não em mim, numa garrafa de vodka ou na internet.
Deu pra entender?

Sweet dreams (are made of this)

Basicamente, de esperança.
Um golinho de Passiflorine às dez da noite e a firme determinação de passar uma noite tranquila em casa - e, se possível, dormindo.
Tomei um banho caprichado. Fiz hidratação nos cabelos, limpeza do rosto com gel, banho quente mas não muito. Passei hidratante, aquele cheiro bom de amêndoa. Fio dental, escovar os dentes caprichadamente. Camisola e meias, que tá fresquinho e bom pra dormir.
Uma horinha lendo o García Márquez ao som da tevê baixinha, e que beleza, parece que o soninho está chegando.
Mas apagar a luz foi a senha para que toda a disposição para o sono que habitava este corpo fosse embora e as engrenagenzinhas da cachola se ligassem novamente.
E cá estou, três de la mañana, aguardando novamente que o sono venha.
Mr. Sandman, bring me a dream.

Friday, July 27, 2007

In the flesh

Acabo de vivenciar duas experiências surreais.
A primeira veio em forma de pão, queijo e três - eu disse TRÊS - bifes de filé mignon.
Em tempos de Ratatouille muito presente em mim, eu confesso que vi estrelinhas.
E nunca pensei que fosse associar tanto um sabor de proteína à casa, ao conforto, à algo ancestral e anterior, que diz mais de mim do que eu jamais poderia mencionar.

***
A segunda veio em forma de chat do Gmail enquanto eu estava fora. E, mais do que nunca, me deu a certeza de que preciso manter esse negócio online, mesmo quando eu estou fora, fazendo qualquer coisa pelas noites cariocas.
Respondendo: sim, se dorme nesta cidade. Mas no meu caso, isso só ocorre quando há uma conjunção astral. Ou não há nenhum evento especial, ou não fui convidada/convocada pra nada, ou é dia e eu estou caindo pelas tabelas. Mas no geral, às quase onze da noite eu estou fora, conhecendo algum lugar ou fruindo do que já sei que funciona.
Eu conheço bem essa sensação de acabar algo. Também estou chegando lá: se a mesma conjunção astral que falei antes se manifestar, termino esta eca de mestrado em dezembro. É, talvez, o mais perto de um parto que se pode chegar: missão cumprida, alívio, descanso. Parabéns. Com esta determinação, só sucesso vem pela frente.
E das milhares de "samambaias" que visitam este blog, tu és uma das que eu não esperava. Mas isso não me deixa menos feliz por saber que estás, de algum modo, me vendo. Eu também sinto tua falta, e sinto falta dos nossos velhos tempos, quando a gente só ficava brincando do que ia ser quando crescesse e finalmente deixasse de prestar atenção ao sinal da escola. É bom te ter por perto. Eu creio na proximidade da tecnologia...

Thursday, July 26, 2007

You know my name

Quando a door de uma casa que não é a minha favorita já me conhece pelo nome, é sinal de que ando indo lá demais.
De fato, é a segunda vez esta semana.
E semana passada foi a mesma coisa.
Aliás, esta semana o brinquedinho de vários lugares no mesmo dia começou mais cedo. Ontem fui a uma festa horrível com a nata da playboyzada carioca, num lugar outrora lindo - imaginei pelo chão de mármore, pela clarabóia e pelos depoimentos de quem lá esteve nos áureos tempos.
Acho que ao invés de calmante vou tomar um estimulante, pra guentar a maratona que é acompanhar os meus amiguinhos noturnos. E me acostumar com a iminência dos trinta, que pelo visto enterrou de vez meus planos de seguir vida afora dormindo nove horas por dia.

Chilli con carne

Fui ver Ratatouille.
Que dizer?
VÃO. DJÁ.
A linguagem visual dos vilões acabou por ficar meio óbvia pros aficcionados por animação. Assim, o insuportável crítico Ego é uma cópia do Frodo do "Corcunda de Notre-Dame", e o chef nanico Skinner é uma versão pocket do Jafar do Aladdin. Mas ainda assim, a tecnologia da coisa está chegando num patamar inacreditável. As texturas, o movimento, tudo tudo está de tal maneira impecável que é até pecado não prestigiar.
E qualquer um que tenha um amigo gourmet vai certamente identificá-lo com o Rémy e seus trejeitinhos adaptados, aquele deslumbre com um sabor, a busca pelo tempero, a chatice com o ingrediente menos adequado.
Até eu, que nem de longe sou a melhor amiga das panelas, me senti meio culpada por só entender do elo final da coisa. Comer é comigo, fazer eu deixo pros outros. Mas entendi, depois do filme, que qualquer um - até eu - posso cozinhar. Difícil é ter aquela inspiração.

Wednesday, July 25, 2007

Janie's got a gun

Foi falar em armamentos, carabinas, pistolas e revólveres, no Michael Moore e em Columbine, e eu sonhei que tinha dado um tiro em alguém.
Mas não em qualquer alguém. Na verdade, só estava reavivando sonhos antigos. O que antes era a socos e pontapés, esta madrugada foi com um belo dum tiro, de baixo pra cima, com uma rica duma pistola de cabo de madrepérola.
E eu ainda tive o arrependimento de levar a criatura pro hospital, depois. Ou tentar levar. Será que é um sinal?

Nothing to say

É curiosa essa sensação de cabeça fervilhando numa madrugada e totalmente oca na tarde seguinte.
Se antes o que me salvava era que pelo menos os neurônios se mantinham funcionando, agora nem isso posso dizer. Acho que é a televisão me deixando burra, muito burra demais.
Ou não. Talvez tenha entrado em colapso mesmo depois dessa madrugada de tanta conversa, tantos assuntos, tantas idéias.
É hora de pensar se não consigo me mexer pra tirar essa pobre casinha do caos.

Tuesday, July 24, 2007

A Festa

A coluna errou ao passar lotado pelos eventos de sábado à noite, quando o "agora-oficialmente" DJ Jimmy botou pra quebrar na festa no Parada Obrigatória. Nem o baixo quórum desanimou a galera que compareceu para ouvir clássicos de todos os tempos. A lamentar que o set dos anos 50 e 60 foi somente para os dois pares de ouvidos privilegiados que lá estavam no começo da festa.

Minha flor, meu bebê

Fazer cagadas com os pobres seres vegetais que habitam a minha casa é uma das minhas especialidades.
É a terceira vez que derrubo um coitado de um kalanchoe vermelho que eu insisto em ter. Diga-se de passagem, também é o terceiro kalanchoe. Os outros dois não resistiram à violência dos impactos a que foram submetidos.
O primeiro, coitadinho, tomou uma travesseirada, caiu do parapeito da janela, um arraso.
O segundo caiu umas duas vezes também, mas morreu mesmo de desidratação, já que eu fui viajar e não me dei conta de que ia fazer um calor dos infernos.
O terceiro, que tem um irmãozinho de quem estou tomando conta, caiu hoje da cama. Sim, eu sou tão dodói que deixei os dois vasos em cima da cama pra não correr o risco deles caírem da janela com o vento. E pof, derrubei enquanto dormia.
Se eu fosse depender de manter um vegetal vivo por um ano, que nem no 28 Dias, tava frita.

Monday, July 23, 2007

Get yourself a car

Glup.
Acabo de confirmar minha participação num evento em setembro. Excelente. Palestrante convidada, tudo lindo.
Só tem um detalhe. O evento é em Lages, Santa Catarina. Isso quer dizer que há um trajeto aéreo a cumprir aí, fora a parte terrestre. E, guess what, NÃO HÁ VÔO DIRETO do Rio para Florianópolis. Todos eles passam por, adivinhe.
Ele mesmo. O terminal terrestre do inferno.

Sunday, July 22, 2007

Chop suey

Depois de duas horinhas básicas no pronto socorro só pra fazer uma nebulização, sentada vendo coisas agradabilíssimas como uma menina precisando de internação porque não pára de sangrar ou uma senhora vomitando meio litro de bile pura, eu merecia mesmo me empanzinar de sushi. Devo ter comido umas quarenta peças.
Estava com saudade daquela textura inigualável do salmão, do sabor do gengibre, do calorzinho da raiz forte.

She will be loved

I hope so.
Porque estou tão-tão cansada disso.
Estou tão-tão cansada de dizer não, por motivo x, y ou z.
Estou tão-tão cansada de viver essa vidinha de chegar em casa no momento mais lindo da roda do tempo sem ter com quem compartilhar.
Tão-tão cansada de tudo.
Tão-tão cansada de chorar e de ouvir Ramil, Nei e aqueles outros que só fazem sentido pros que viveram no frio.
Tão-tão cansada de ser uma mulher maravilhosa - e insone e sozinha para além do rímel e do delineador impecável à prova d'água.
Ah, tão-tão tantas coisas.

E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada

Big girls don't cry

Das frases que eu despejei nas últimas 24 horas.
"Eu já vivi um grande amor e não creio que vá viver outro de novo".
"Só Deus sabe o quanto eu queria ser a melhor pessoa do mundo. Eu queria, muito".

Daí são quase nove da manhã de domingo e eu não dormi ainda e estou ouvindo Gotan Project e esperando.
Waiting for the miracle
or
holding out for a hero
quem sabe?

no nena.
no es chamujo. es amor.

Saturday, July 21, 2007

I love the nightlife

Mesmo. De verdade.
Mas SEIS casas noturnas em dois dias conseguiram alquebrar este já destruído corpinho.
Afônica, entupida, dolorida... quero um enfermeiro de plantão djá.

Dogs

So that when they turns theirs backs on you
You'll get a chance to put the knife in


Nunca tinha me dado conta, mas houve uma faca nas minhas costas. Que coisa.

***
E pra não perder o fio da meada: que coisa boa é receber de presente de dia do amigo uma notícia como a da morte do ACM. Um grande calhorda a menos no mundo. Já foi tarde, assim como o Roberto Marinho - que, dane-se, era um lorde inglês com os seus mas o maior filhadaputa que esta indústria da mídia brasileira já viu.

***
E já que falamos no Mr. Monopólio - ops, não existe monopólio para os crédulos no Brasil.
Toca a porra do telefone aqui em casa num horário em que só podia ser engano.
- Boa tarde, senhora, nós fizemos um sorteio pela lista telefônica e a senhora ganhou o direito de participar da promoção da assinatura das revistas Época e Quem. A senhora conhece a revista Época?
- Conheço.
- E a senhora gosta da revista?
- NÃO.
- [riso nervoso] Mas por que, senhora?
- Porque eu não gosto de nenhuma revista semanal brasileira.
- Mas como assim, senhora?
- Eu acho a redação pobre, a linha editorial muito pobre.
- Mas e o que...
- Olha, me dá licença, mas estou saindo de casa e estou com pressa, sim? Até logo.

Friday, July 20, 2007

Old friends

Estou desde ontem à meia noite, quando recebi o primeiro abraço de Dia do Amigo, pensando em como escapar do chavão para falar disso. Porque não dá pra não falar. Seria no mínimo uma asneira muito grande se eu, que dependo destas pessoas que me guentam o tempo todo, não prestasse uma mínima homenagem por aqui.
Por óbvio, pensei na Canção da América, aquela que à simples lembrança já me embaça os olhos. Mas é chavão demais.
Depois pensei, é claro, no Amigo do Roberto Carlos. Não, não, não é isso.
Aí lembrei de um dos meus textos favoritos, escrito por um dos meus cronistas nem tão favoritos mas ultimamente injustiçado pelos efeitos anônimos da Internet. Me lembrei de quando li no jornal, há uns dez anos atrás. Me lembrei de que ele estava no mural de uma das pessoas a quem gostaria de dedicar este dia. E que ele falava precisamente de novos e velhos amigos, da distância e da falta de convivência, e de que nem mesmo estes obstáculos da vida nos impedem de continuarmos sendo, antes e acima de tudo, amigos.
Eu vivo um momento de grande distância física de muitos dos meus amigos. E não sei se um dia voltarei a tê-los por perto. Se os tiver, deixarei por aí os amigos que fiz aqui, ou em outros lugares por onde talvez ande. Mas ao mesmo tempo em que a distância geográfica se pôs entre nós, as tecnologias serviram pra me aproximar mais e mais do dia-a-dia destas pessoas. Acho que nunca fui tão próxima de pessoas tão distantes.
Por conta destas tecnologias e dessa proximidade, recebo hoje o bendito texto. De quem eu sabia que devia estar pensando nele também. Cá está. E vai com um agradecimento do fundo do meu coração aos meus velhos, novos, escancarados, secretos, grandes, pequenos, sentimentais, animados, distantes ou não, aos meus amigos de fé, meus irmãos camaradas a quem sempre vou guardar do lado esquerdo do peito.


Meus Secretos Amigos
(Paulo Sant'Anna)

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos. Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles. A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade. E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...

A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida. Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles. Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos. Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure. E às vezes, quando os procuro, noto que eles não tem noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado. Se todos eles morrerem, eu desabo! Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles. E me envergonho, porque essa minha prece é, em síntese, dirigida ao meu bem estar. Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles. Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...

Se alguma coisa me consome e me envelhece é que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos!

The eyes of the truth

E eu, que não pago imposto pra fazer um testezinho besta, caí em mais um cujo diagnóstico brilhante é:

Você é o Jack Sparrow!
Sua vida é uma festa. Você é um fanfarrão, sempre com uma piada pronta para alegrar a situação. Mas também não foge de uma boa briga. É inteligente e adora uma bebedeira.

Ah sim. A pergunta era "Qual herói você é?"

Thursday, July 19, 2007

Nessun dorma

Parafraseando o Verissimo, esta casa até parece jogo de pôquer.
Ninguém dorme. Ninguém dorme.
E que feliz trocadilho é receber a indicação do videozinho de um sujeito chamado Paul Potts cantando a belíssima ária Nessun dorma.
Guardem este nome. O cara foi o vencedor do "Ídolos" britânico, ou outro no mesmo formato, e foi cantar pra rainha.
Me arrepiei, chorei, fiz o diabo.

Perereca FM

Conversava estes dias a respeito da proliferação de espécimes de Pererecae albus, sp. no município do Rio de Janeiro. Estes animais, de tamanho médio para sua família e hábitos primordialmente noturnos, possuem pele branca e olhos injetados, mas a razão muda de acordo com a espécie. A Pererecae albus gordus (perereca-albina-da-cara-inchada) apresenta mucosa em torno dos olhos cheia de líquido, produzido pela atividade excessiva da glândula lacrimal. São espécimes de rara beleza e difícil localização, pois eventualmente o líquido contido transborda e ela se recolhe para evitar contaminação.
Já a Pererecae albus gripae é hospedeira dos parasitas da família Influenza, o que ocasiona inchaço das pálpebras e vermelhidão dos olhos, bem como outros sintomas característicos como produção de muco nasal e tendência à apatia. Esta última é de localização ainda mais difícil, pois os parasitas obrigam a pobre perereca-albina-gripada a permanecer em resguardo por tempo indeterminado.
Apareceu uma destas aqui em casa esta madrugada. E a coitada ainda está com outro sintoma chatíssimo dos parasitas: ela pigarreia o tempo todo.

Everybody's talking

Quase duas horas ao telefone.
Si, soy yo, y la voz de mis pensamientos. Y de pensamientos de los otros.

Wednesday, July 18, 2007

Que país é este

É só isso que eu quero saber, por uma porção de motivos.
O mais forte no momento são as imagens de gente surtando de tanta dor, tanta perda, tanto desespero. Chega a ser quase indecente falar em medalhas e comemorações num momento desses.
Depois, repito a frase que usei no post abaixo: os assassinos estão livres, nós não estamos.
Depois vem outras coisas básicas, algumas das quais já comentadas aqui.
Mas enfim, se alguém puder me dar uma resposta razoável pra QUE PAÍS É ESTE, agradeço.

Lionheart

Mais um dos incontáveis testezinhos online. Este aqui era de personalidade.

Your temperament is guardian

Guardians are the cornerstone of society, for they are the temperament given to serving and preserving our most important social institutions. Guardians have natural talent in managing goods and services--from supervision to maintenance and supply--and they use all their skills to keep things running smoothly in their families, communities, schools, churches, hospitals, and businesses.

Guardians can have a lot of fun with their friends, but they are quite serious about their duties and responsibilities. Guardians take pride in being dependable and trustworthy; if there's a job to be done, they can be counted on to put their shoulder to the wheel. Guardians also believe in law and order, and sometimes worry that respect for authority, even a fundamental sense of right and wrong, is being lost. Perhaps this is why Guardians honor customs and traditions so strongly--they are familiar patterns that help bring stability to our modern, fast-paced world.

Practical and down-to-earth, Guardians believe in following the rules and cooperating with others. They are not very comfortable winging it or blazing new trails; working steadily within the system is the Guardian way, for in the long run loyalty, discipline, and teamwork get the job done right. Guardians are meticulous about schedules and have a sharp eye for proper procedures. They are cautious about change, even though they know that change can be healthy for an institution. Better to go slowly, they say, and look before you leap.

Guardians make up as much as 40 to 45 percent of the population.


Nada que eu já não soubesse.
Os assassinos estão livres, nós não estamos.
Enquanto isso, a Little Nicky aqui que faltou nas aulas de estratégia está queimando a mufa pra tentar fazer alguma coisa pelo mundo. Ou pelo meu pequeno mundo, que é o que me interessa nesse momento.

Tuesday, July 17, 2007

Memória dos bardos das ramadas

Joguei a água e a erva fora. Atirei tudo numa infeliz calçada desta cidade infeliz, ouvindo um taxista imbecil perguntar se era "pros pampas".
"Isto não é uma mulher, é um playground" nesse momento só não me ofende porque veio de alguém que talvez entenda o que vivo agora. Um guasca que nem eu, aluno dos áureos anos do glorioso Colégio Militar do Bomfim.
E na falta de uma melhor empatia, ou de um colo efetivo, ataco de Vitor Ramil, que se não me acolhe, pelo menos me acalanta. Curioso é que do que ele canta nada foi meu cotidiano, mas nada me parece mais familiar.

Memória dos bardos das ramadas
Dos ilhéus, das violas lusitanas;
Memória das guitarras castelhanas
Em milongas, pericons e habaneras.
Lembrança das cordeonas afanadas,
Animando fandangos e guerrilhas;
Saudade das tiranas e quadrilhas
Nos sorongos, em noites estreladas.

Tristeza das toadas missioneiras,
Refletindo a angústia guarani!
Nostalgia do terço lau sus cri,
Rezado ao pôr-do-sol, nas reduções.
Fascínio das histórias fronteiriças,
De caudilhos, duelos, entreveros!
Sensações de canchas, parelheiros,
No aconchego noturno dos fogões!

Memória do negro pastoreio,
Da boi-guaçu, das lendas extraviadas,
Das salamancas, das furnas encantadas,
Dos cerros bravos, lagoas e peraus...
Nobreza dos amores confessados
No floreio de endechas cavalheiras
Ao donaire das prendas e sesmeiras,
Das vetustas estâncias, nos saraus.

Memória da payadas quixotescas
De andarengos, malevas, chimarritas,
Dos menestréis de trovas não escritas,
Dos cancioneiros de romance e adaga!
Memória dum passado novelesco,
Desse filão de motes e poesia
Donde gerou-se o estro e a galhardia
Do fidalgo verso gauchesco!

Tradução? Não tem. Virem-se, seus ignorantes de merda.

Highway to hell

Porque é necessário dizer: eu não GOSTO dessa cidade, eu apenas a suporto em nome da paisagística. Mas ODEIO as pessoas, em geral. ODEIO os cariocas.
ODEIO ter de enxergar uma metralhadora na minha frente às seis e vinte da manhã e ainda assim não conseguir passar pra PORRA DA PRAIA PORQUE EU QUERIA VER A MERDA DO NASCER DO SOL TOMANDO UMA MERDA DE UM CHIMARRÃO. ODEIO ESSA PORRA DE PAN. ODEIO. ODEIO. ODEIO. ODEIO. E VOU DIZÊ-LO QUANTAS VEZES PUDER E QUISER.
Sorry. Mas eu estou GRITANDO POR DENTRO E É SÓ ASSIM QUE ESTOU CONSEGUINDO ESCREVER.
EU ODEIO ESSA CIDADE. PELO AMOR DE DEUS. PRECISO ME SENTIR NUM LUGAR BOM E CONFORTÁVEL. UMA VEZ NA VIDA, QUE SEJA.
e tudo isso porque eu queria ver uma merda de um nascer do sol de terça feira.
e nem a Sad but True da madrugada consegue me fazer menos infeliz agora.

Monday, July 16, 2007

The lion sleeps tonight

Pelo visto, é só o lion mesmo.
Eu só fui tirar um soninho lá pelas nove da manhã.
É impressionante como as coisas têm efeitos contrários ao esperado em mim. Apagar as luzes, por exemplo, é a senha pra eu perder todo o sono que antes vinha embaçando meus olhos. Tentei fazer isso lá pela meia noite para a uma da manhã ligar tudo de novo e me atracar no "Marley e Eu".
Acho que estabeleci um novo recorde de leitura dinâmica. Li umas duzentas páginas em menos de quatro horas, com direito a crise asmática de tanto rir e choro no final. Recomendo fortemente.
E recomendo também a Sessão de Gala aos domingos de madrugada, que anda se puxando na seleção dos filmes. Ontem foi "Gattaca", sensacional.

Politicians

No Globo de hoje, Ancelmo Góis dá tinta a algo que eu venho dizendo há muito tempo.
O PT não tem candidato forte para as próximas eleições presidenciais. Nas projeções feitas com a Marta e com o Tarso, os dois tomam uma sova até mesmo da Heloísa Helena.
Sem querer incorrer no chavão mas já incorrendo: quem planta colhe.

Vingança

Pra mim não tem choro nem vela.
O grande destaque da Seleção ontem foi o Ayala, me dando o doce gostinho de ver o Riquelme perder. hehehe...

Sunday, July 15, 2007

My heart will go on

Sorte de hoje:
Faça apenas o que o coração manda

Saturday, July 14, 2007

Eu não paro

... de achar avisinhos e palavras alheias que caem como uma luva em mim. Esta é Dogs, uma das minhas top-top.

I gotta admit that I'm a little bit confused
Sometimes it seems to me as if I'm just being used
Gotta stay awake, gotta try and shake of this creeping malaise
If I don't stand my own ground, how can I find my way out of this maze?

Waiting for the miracle

Ontem foi brabo. Talvez uma das experiências mais deprimentes da minha vida.
Fui ver o tal do Boy George tocar, quero dizer, discotecar numa festa de inauguração duma boate gay. Até aí, tudo bem. Até aí.
Aí a boate é pra umas duas mil pessoas e não está lotada. Mas o público - composto em sua maioria de gays, evidentemente - era a maior concentração de homens lindos, cheirosos, bem arrumados e com pinta de inteligentes que eu já vi. Todos gays. Vários deles lá pelas tantas tirando a camisa e exibindo todo o trabalho que a malhação efetuou no seu precioso corpitcho. Não que eu goste dos marombados, não. Mas é que é engraçado de ver.
O milagre que eu esperava é que pelo menos entre os gays a educação fosse mais constante. E é claro que eu me dei mal. Uma bichona enorme com a cara do Príncipe William resolveu me provar que tem gente mal-educada em todo lugar do mundo e, não contente com o seu espaço de um metro quadrado pra dançar, resolveu dançar por cima da gente também. Mala.
E depois, saí de lá zonza de tanta estrobo e laser, passadas as três da manhã - e sem ver o Boy George, porque aparentemente ele também não sabe que ser impontual é falta de educação.

Friday, July 13, 2007

Socorro

Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir
Socorro, alguma alma, mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor nem dor
Já não sinto nada
Socorro, alguém me dê um coração,
Que esse já não bate nem apanha
Por favor, uma emoção pequena,
Qualquer coisa
Qualquer coisa que se sinta,
Tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva

The queen of the night



Numa cortesia da Ana.
Si, soy yo, y la voz de mis pensamientos.

My mood swings

Aí eu entro nas Americanas pra fazer hora - porque é evidente que numa sexta feira 13 eu ia fazer alguma cagada. Saí de casa pra ir pra um piquete que não houve, porque hoje é a abertura do Pan. Idiota.
Buenas, mas estou lá nas Americanas fazendo hora e me deparo com itens indispensáveis, tais como uma espada dos Piratas do Caribe e o "Marley e eu", que na hora oportuna comentarei.
Mas o melhor é que chego no caixa da seção de dvds e pergunto inocentemente ao menino "tem como consultar se tem algum dvd?"
"Não, mas qual era?"
"O Grande Lebowski."
"Acho que esse chegou hoje."
"JURA??"
"Só um momentinho."
Sai e volta com o dvdzinho na mão - e pela pechincha de R$ 13. E eu que cogitei de comprar a quase R$ 40 no Submarino...
Troféu vendedor modelo do dia.

She drives me crazy

Dentre os vários hábitos linguísticos dos cariocas que eu abomino, poucos me tiram tanto do sério quanto o "piloto".
E ouvir duas vezes no mesmo dia essa forma execrável de se dirigir ao motorista do ônibus é, seguramente, um dos jeitos de arruinar com qualquer chance de maior simpatia que eu venha a desenvolver por esta gente.
Estou generalizando, é claro. Tem uma boa pá de gente que mora no meu coração - e essa pazinha aumenta dia a dia. Mas nenhuma das pessoas da pazinha fala "piloto"...

Feelings

Por algum motivo incerto e totalmente desconhecido, esta sensaçãozinha de "estranho no ninho" não me larga há uns dias.
Tem algo acontecendo e eu não sei o que é. Talvez seja uma conspiração universal, talvez seja só um filhote de paranóia. Vai saber.
Acho que o remédio se chama "passagem pra far-far-away". Só de ida, for sure.

A vida tem dessas coisas

Éééé. Quem sabe, sabe porque é que eu estou postando com este mesmo título pela quarta vez neste blog.
Eu tentei procurar outro, mas nenhum é tão adequado.
Como diria o bom e velho Ritchie, a vida tem dessas coisas, olhe só nós dois aqui.
Que bom, né?

Thursday, July 12, 2007

Don't stop 'til you get enough

Só não sei quando é que vai ser sono suficiente.
Sabe quando a gente tem a sensação de que está com uns grilhões atados ao corpo? E que qualquer movimento mais desleixado vai fazer a gente desabar, assim, BUM no chão? E que se não cuidar não abre os olhos depois de uma piscada?
É isso.

In remembrance

In remembrance
Of all the days we planned
And all the things we said we'd do
In remembrance
Of all the times we had
And the fate I shared with you
In remembrance
You'll always be my truth
Cause what I know I've learned from you
In remembrance of you
Of all the things you used to do
And all the faith I had in you
Cause when I walk, I walk for you
In remembrance of you


Meu irmão me manda umas pérolas, de vez em quando.

Wednesday, July 11, 2007

A thousand miles

Não me lembro quando foi que pus o contador, mas estou quase nas mil visitas ao site.
Thanx a lot pela audiência e pela paciência.

La isla bonita

O mais novo empreendimento da McManis Inc. já está em andamento.
É a Île de Cadocarái. Localizada a cerca de 40 milhas da Polinésia balinesa, ao norte do paralelo 30, entre o Caribe e a Patagônia. De fácil acesso e clima paradisíaco, a Cadocarái (do sborniano cado, serena e cara-ai, rocha solitária) é o último refúgio de pessoas desesperadas, que desejam cortar os pulsos com instrumentos perigosos como bolachas maria ou batem com a cabeça no travesseiro repetidas vezes em transe.
A arquitetura bávaro-suíça dos chalés e a decoração inspirada no estilo romano-egípcio garantem o bom gosto e a tranquilidade dos moradores. Um resort para sempre.
Esqueça outros lugares bucólicos como aldeias gaulesas ou cidades perdidas. O verdadeiro descanso está na Cadocarái.
Consulte seu corretor de confiança para maiores detalhes. Unidades já a venda.

Speak to me

Altas horas
e eu chego em casa a tempo de ver a Globo legendando o closed caption em inglês.
EM INGLÊS, deu pra entender?

Tuesday, July 10, 2007

El capitalismo foraneo

Depois do êxito de Ricardo Semler e da divulgação de seus métodos administrativos como case de sucesso corporativo, não consigo entender por que diabos ainda existe gestor que se prende a detalhes idiotas como um minuto ou dois no horário de trabalho.
Eu sou uma pessoa livre dessas picuinhas e posso dizer com segurança: nunca em toda minha vida trabalhei com tanta dedicação como hoje em dia, e na outra época em que não estava submetida a esse tipo de asneira que só mina o engajamento do funcionário com a empresa.
É como se o que importasse é o tempo que se tira da vida pessoal do sujeito, e não o que ele de fato faz em prol do crescimento do lugar de onde tira seu sustento. É por isso que pipocam pesquisas sobre insatisfação profissional e coisas do estilo. Também posso dizer de cadeira que esse tipo de atitude idiota apenas mascara a grande verdade: os empregos são péssimos, as pessoas não têm a menor motivação para lá permanecerem e só ficam por conta do terrorismo que tomou conta do mercado de trabalho. Quem trabalha feliz não se importa com hora extra, sábado ou hora do almoço. Trabalha mais se for para ajudar a alcançar um bem maior. Aloooou gestores. Se liguem.

Toxic

Éééé, crianças. As dragas estão se puxando e o regime ficou pra outra hora.
Ontem a mesa de oito pessoas se atolou em NOVE porções de petiscos e só DEZ cervejas.
Isso antes do pit stop na casa do gourmet oficial que providenciou sopa de shiitake no pão italiano e tortellini ao molho de tomate. Aos mais afoitos, foi reservado um terceiro prato - isso às três e meia da manhã - de frango e um acompanhamento.
A coisa está ficando desbalanceada e fora de controle.

What's going on

A pedidos, a Enciclopédia da Cultura Inútil (aka Oráculo) posta aqui as respostas para as principais questões da noite:

P: Quem é que o Puff Daddy está pegando?
R: Pra começar, ele abandonou este nome. Atualmente prefere ser chamado de Diddy e (notícia quentíssima) acabou de ser abandonado pela namorada Kim Porter, com quem teve gêmeos recentemente. Dizem que foi por causa da Sienna Miller, ex-Jude Law. Fonte: Ego de 06 jul. 07.

P: O que passa na cabeça de Tony Lima, um sujeito que põe pra tocar "Sítio do Pica-Pau Amarelo" e Glenn Miller na mesma noite numa boate jamaicana?
R: O mesmo que passa na cabeça de quem me fez essa pergunta: absolutamente nada. São todos pessoas do mais alto grau de equilíbrio mental, motivo pelo qual eu me dou ao luxo de responder em público essa questão pertinentíssima para o andamento dos trabalhos em nível mundial.

P: A que horas o filho da Lourdes vai tomar Toddynho hoje?
R: Olha, isso realmente o Oráculo não sabe dizer. Ouvi dizer que o negócio do menino é Sucrilhos, mas eu prefiro Nescau. Na verdade, prefiro Ovomaltine mesmo, e de chocolate. O meu é sem açúcar, tá?

Monday, July 09, 2007

Friends

Revendo velhos posts, revisando coisas antigas, vasculhando onde é que foi parar a inspiração, dou de cara com um negócio que está fazendo muito sentido.

"Quando por mútua inclinação duas almas se aproximam, a amizade em breve termo se faz antiga." Tamayo y Baus

Sunday, July 08, 2007

Here we go

Quinta: happy hour até duas da manhã, com direito a DOIS cachorros da Cinelândia. Uf.
Sexta: o famigerado queijos-e-vinhos do post abaixo.
Sábado: casamento na Confeitaria Colombo. Qualquer viva alma que lá tenha entrado se encantou. O lugar é belíssimo, centenário, classudo. E lá fui eu, de acompanhante de dj - leia-se: burro de carga, porque só em dois pra levar aquele set todo.
Os noivos, fofíssimos. A família deles, idem. Alguns convidados, claro, quebraram o clima de fofice e ficaram pentelhando tempo suficiente pra torrar a paciência. Mas nada que tirasse o brilho do lugar, elegantérrimo e decorado com um bom gosto que vou te dizer. Tudo em branco e verde. Copos de leite, rosas brancas, aspargos.
O cardápio impecável, com opções de carnes vermelha e branca, massa, saladas. Dois balcões de doces, cada um acondicionado em uma pequena forminha que imitava o cálice de uma flor. Era um festival de bem-casados, ninhos de ovos, olhos-de-sogra, romeu e julieta, pudinzinhos de goiaba, doces de abóbora. Lindo, lindo. Pra encerrar, aquela passadinha de lei em Botafogo.
Domingo: depois de quatro míseras e péssimas horas de sono, toca pra rodoviária. Destino: Petrópolis. Com o pit stop lamentável pra descobrir que no final de semana só tem ônibus lá no quinto dos infernos, passei uma belíssima tarde de sol me preparando psicologicamente pro quarto empanturramento em quatro dias. E toca a comer cachorro-quente, docinho e guaraná. Adivinha? Festa de criança. Do Homem-Aranha, com direito a aniversariante a caráter. Não, eu não levei os doces.
Segunda: REGIME DJÁ. Porque este corpitcho não vai guentar essa maratona por muito mais tempo.

These boots are made for walkin'

CD single dos Barcode Brothers: cinco euros.
Entrada pra noite: R$ 15, em média.
Ouvir a música duas vezes em duas festas diferentes porque os DJ's sabem que a gente gosta: não tem preço.

Saturday, July 07, 2007

Being boring

Vou te contar. Mulher quando tira pra ser fresca ou chata ou grossa, sai da frente.
A pessoa empresta o playground a céu aberto de casa pra festa alheia, que contará com equipamento de som profissional e sabe-se lá quantas pessoas.
A proposta é de queijos e vinhos - em pleno inverno a 27 graus no Rio de Janeiro.
Cá com meus botões, a merda já estava configurada.
Chego lá com meu briezinho de lei e, bingo. A mesa tapada de salgadinhos, batata frita, kibe... queijos? Talvez nas pastinhas.
E é ÓBVIO que a grossura ia bater na galera e não ia haver uma garrafa de vinho que combinasse com o clima. Óbvio. Essa gente pensa que queijos e vinhos teletransportam para o Rio Grande do Sul à simples menção do evento. Tipo Beetlejuice, sabe? Aí no calor dos 26 graus da madrugada, dê-lhe vinho tinto. E cerveja, refrigerante, uma batida lilás que me neguei a descobrir o que era, já viu. Uma zona - e nenhuma garrafinha de um bom e apropriado branco, ou um prosecco que cairia como uma luva.
As bebidas todas gentilmente acomodadas num TANQUE GIGANTE com gelo, o que fez com que todo mundo se molhasse ao se servir. Era uma espécie de pescaria de festa junina pra conseguir pegar o que beber. As bebidas light acabaram lá por volta da meia noite e meia e eu me vi mal, véinho.
Mas o melhor da hostess ainda estava por vir. Depois dos comentários super pertinentes de que ela era uma mulher meio esquisita e da polícia batendo pra mandar abaixar o som (afinal, lembremos, tratava-se de festa a céu aberto), às duas da manhã ela simplesmente DESLIGA a caixa de luz inteirinha, ameaçando os equipamentos e deixando todo mundo no escuro. Isso é que é educação.
No final, contendo a minha vontade de dar um soco nela pela falta de senso de existir no mundo, ainda ajudei essa estúpida a levar uma mesa (porque a lady não conseguia levantar aquela mesinha ridícula sozinha) e ela foi incapaz de ir se despedir da aniversariante. Bateu a porta de casa no meu nariz e deve ter ido imediatamente tirar o reboco da cara, porque àquelas alturas já devia estar derretendo e alguém ia descobrir a bruxa por debaixo da maquiagem.
Eu devia era ficar rica dando aula de etiqueta.

***
E fora aqueles papos clássicos que só uma mulher consegue. Coisas como ficar uns bons vinte minutos contando sobre como uma barata aterrorizou o seu dia a ponto de ir dormir na casa de uma amiga.
Graças a Deus o set de funk da festa não foi tão longo e eu sobrevivi. Mais um dos meus experimentos antropológicos.
Tá, tá. A aniversariante é uma fofa, delicada, gentil e estava passada da vida com a maluquice da amiga hostess. E ainda me brindou com o meu terceiro kalanchoe em um ano. Será que esse vinga?

Friday, July 06, 2007

Secret agent man

Pois é. Kiefer Sutherland esteve por estas bandas, adorou o Rio, disse que volta pra cá depois de gravar em SP. É boa-praça, não quer paparicos, andou pelo Sofitel (aqui do lado de casa) e eu não vi nada.
Primeiro, porque eu me nego a dar uma de macaca de auditório e me plantar em hotel, essas coisas. Prefiro achar que o destino vai ser legalzinho comigo. Mas nessas, só me aparece a Danni Carlos pela frente. Ó, céus.
Segundo, porque me dá vergonha de ver o que esses babacas fazem. Tem um videozinho no Globo em que uma estúpida qualquer, sei lá se jornalista ou só fã imbecil, chama "Kiefer. Drop the gun!" E ele, com a cara mais zen do mundo: "Drop the gun." Não satisfeita, ela volta à carga "No, like Jack Bauer! Drop the gun!"
Tem que ter uma paciência que vou te dizer.

A vida tem dessas coisas

Desses mails, desses contatos felizes e inesperados no meio da tarde que fazem o dia da gente mais quente, mais sei lá o que.
Dessa sensação de ter perdido a grande e maluca chance de encontrar um ídolo - e futuro marido, hahaha - na noite.
Dessa noite esquisita.
Desse chegar em casa e ouvir Lulu Santos cantando "Você me abre os braços e a gente faz um país".
A gente quem?

Thursday, July 05, 2007

Sweet child o'mine

Deviam proibir pessoas com menos de 25 anos de se reproduzirem.
A probabilidade de dar merda nas festas das crianças é potencialmente maior. Senão, vejamos: quanto vai durar um casamento dessas crianças brincando de casinha?
Aí se separam.
E qualquer coisinha é motivo de celeuma.
Aí, pra fazer uma festinha que é coisa simples de se fazer, cada um faz alguma coisa enquanto um dos pais se dedica a esculhambar o esquema.
E os amigos ficam no meio da porcaria.
Eu, por exemplo, já estou quase comendo seis latas de leite condensado de colher, direto da panela. Pra ter um enjôo irremediável no domingo e não ir na tal festinha.

Wednesday, July 04, 2007

Sweet dreams

Ou não.
Sonhar com um incêndio não é exatamente um sonho bom.
Joãobidu interpreta: "Este sonho normalmente indica necessidade de ajuda, mas é preciso prestar atenção nos detalhes, pois os sonhos com incêndios simbolizam dois extremos, o purificador ou o destruidor. Outras interpretações — Vê-lo: drama de amor. Em sua casa: processo e aborrecimentos financeiros. Sucesso, se conseguir apagar o incêndio."
Tá, eu apaguei. De onde eu catei um extintor naquele lugar, sabe-se lá. Mas apaguei.

***
Enquanto isso, meu lado Amélia aflora com tudo. Estou entregue à tarefa de fazer uns 200 docinhos para uma festa no final de semana. Taí o sweet.

***
E à minha comentarista favorita do dia, mesmo que anônima: tá certo, comunicação é uma mão dupla.
Obrigada pelos elogios. Mas o que mais me marca não são os elogios, são as identificações das pessoas que me lêem. Já disse aqui que o mal do século é a solidão, mas creio que de um jeito ou de outro estas telas luminosas onde lemos as letras de alguéns nos fazem menos sozinhos. Ou mais compreendidos. Ou menos diferentes. Só queria um nome, pra saber pra quem escrever - e, por que não, trocar figurinhas, receitas de bolo, boas risadas. Quem sabe?

I'll never fall in love again

É o que parece.

Tuesday, July 03, 2007

(I've had) The time of my life

Ontem, na entrada da Casa da Matriz, no momento em que o porteiro fez questão de ver minha identidade porque eu podia ser "de menor".

I love you... I'll kill you

Frases, ou diálogos, da noite - passada fungando o nariz porque algum vento mau virou o tempo na Baía:
- O que é isso?
- É a camiseta dos New Jersey Devils.
- Ah, tá, então deve ser uma pilha do seu namorado que gosta deles.
- Não.
- A sua namorada, então.
- Não.
- Você é louca, então.
- Isso!

***
- Eu te amo, desgraçada!

***
Tinha mais uma, mas eu me esqueci.

***
Mas a melhor da noite não é uma frase, é uma percepção.
Basicamente a respeito do meu estado de espírito sobre mim mesma.
Aqui, este post poderia mudar de nome para "Independência".
Procuramos independência
Acreditamos na distância entre nós

Sunday, July 01, 2007

In the flesh

Preciso dizer: comi tanta carne que estou passando mal.
Meus amiguinhos queridos me levaram a uma churrascaria em plena Tijuca, de nome duvidoso e cardápio esquisito para os padrões guascas de churrasco. Além daquele suspeitíssimo buffet de saladas, à mesa vêm bananas assadas, farofa, anéis de cebola empanados e arroz. Maionese? Não vi. Mas que diabos as pessoas querem comendo salada num espeto corrido?
Para especial satisfação dos garçons, eles anunciaram até pro passante na rua que havia uma gaúcha a bordo. O mocinho da picanha, então, se refestelou - e eu também, evidentemente. Notei que causei certo choque nas queridas dragas quando o mocinho baixou cinco pedaços de manj... ops, picanha, no meu prato.
Estava bom, mas careceu de um salzinho grosso.
Quero só ver digerir essa proteína toda. Não posso tossir, sob pena de expelir algum pedacinho que tenha ficado mais pra trás.